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6 de out. de 2011

CCR

          Pelo céu, pelo mar, pela terra e pelos trilhos, a CCR, Companhia de Concessões Rodoviárias, administra rodovias, metrôs, aeroportos e barcas. Foi criada em 1998 e controla sete concessionárias de rodovias.
          Em 1º de fevereiro de 2002, a empresa abre seu capital na Bolsa de Valores de São Paulo, a atual B3. Naquele momento, seus controladores eram algumas das maiores empreiteiras do país: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht, Serveng-Civilsan e SVE. A empresa portuguesa Brisa, concessionária de rodovias na península Ibérica, era dona de 20% do capital. O Grupo Soares Penido passou a ter participação mais tarde.
          O Grupo CCR passou a ser responsável por 3.000 quilômetros em dez rodovias da malha concedida nacional, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Controla também aeroportos e operações de mobilidade urbana no Brasil (metrôs de São Paulo e Salvador) e no exterior.
          Em meados de março de 2016, a CCR divulga que venderá todas as ações que detém na Serviços e Tecnologia de Pagamentos - STP, dona da Sem Parar, correspondente a 34,2% do capital da companhia, por R$ 1,4 bilhão. O Sem Parar é um serviço de pagamento eletrônico de pedágios em rodovias e estacionamentos. A compradora, a DBTrans, adquire também as participações dos outros acionistas, chegando a 100% do capital social da empresa, por um valor total de R$ 4,086 bilhões.
          No penúltimo dia de novembro de 2018 a CCR informou ter fechado um acordo de leniência com o Ministério Público do Estado de São Paulo. O acordo contempla o pagamento de multa de R$ 81,5 milhões para encerrar inquérito que apurava "certos fatos envolvendo a companhia e algumas de suas controladas". A concessionária é investigada após um delator da Operação Lava-Jato dizer em depoimento que a CCR pagou caixa dois a políticos.
          Em plena Quarta-feira de Cinzas, 6 de março de 2019, a CCR anunciou que fechou um acordo de leniência de R$ 750 milhões, decorrente de atos de corrupção e lavagem de dinheiro em contrato firmado com o Estado do Paraná, DER-PR (estradas de rodagem) e o DNER (departamento nacional de estradas de rodagem). O termo de leniência com autoridades paranaenses foi realizado com a Concessionária de Rodovias Integradas S.A. (Rodonorte), controlada da CCR, e assinado após negociações com a força-tarefa da Operação Lava-Jato. A empresa reconheceu o pagamento de propinas em troca da obtenção de modificações contratuais, que a beneficiaram. Além de uma multa em dinheiro de R$ 35 milhões, a empresa terá de compensar os usuários da rodovia com o desconto da ordem de 30% nos pedágios, durante o tempo restante da concessão, que vai até 2021, somando R$ 350 milhões. Comprometeu-se ainda a realizar obras adicionais no trajeto da rodovia, as quais não estavam previstas no contrato original, num total de R$ 365 milhões e ser submetida a um processo de monitoria externa de "compliance".
          A CCR venceu em 21 de fevereiro de 2020 o leilão do trecho sul da BR-101, em Santa Catarina, com oferta de tarifa de pedágio de 1,9712 real, um deságio de cerca de 62% sobre o valor máximo definido no edital do certame, o primeiro de uma série de concessões federais de transportes no Estado. A oferta da CCR superou proposta da Ecorodovias, que ofertou tarifa de pedágio de 2,5116 reais, um deságio de 51,63%, segundo dados da B3, onde o leilão foi realizado. Outro grupo, consórcio Way-101, representando pela corretora XP Investimentos, fez lance de 4,35985 reais para as praças de pedágio, um desconto de 16% sobre o teto do edital. A concessão prevê investimentos de 7,4 bilhões de reais ao longo dos 30 anos de concessão. O contrato envolve 220 quilômetros de rodovias entre as cidades de Paulo Lopes (SC) e a divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul.
          Em leilão realizado na B3 em 7 de abril de 2021, pelo governo federal, dos 22 aeroportos concedidos à iniciativa privada por até 30 anos, a CCR foi vencedora de 15 aeroportos distribuídos em dois dos três blocos leiloados, como segue: Bloco Sul - É formado por nove terminais (investimento total de R$ 2,8 bi): Curitiba, Bacacheri, Foz do Iguaçu e Londrina (PR), Navegantes e Joinville (SC), e Pelotas, Uruguaiana e Bagé (RS). O lance vencedor foi de R$ 2,128 bi, com ágio de 1.534%; Bloco Central - É formado por seis terminas (investimento total de R$ 1,4): Goiânia (GO), Palmas (TO), São Luís e Imperatriz (MA), Teresina (PI) e Petrolina (PE). O lance vencedor foi de R$ 754 milhões, com ágio de 9.156%.
          Em 20 de abril de 2021, a CCR venceu a disputa pelas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), em parceria com o grupo Ruas. O consórcio ViaMobilidade ofereceu outorga de R$ 980 milhões ao governo paulista, o que representou ágio de 202,56% em relação ao preço mínimo previsto no edital. O grupo assumirá a concessão por 30 anos e terá que fazer cerca de R$ 3,2 bilhões de investimentos — a maior parte dos recursos será aplicada já nos seis primeiros anos de contrato e será utilizada na aquisição de novos trens, para renovar a frota da CPTM. Com a vitória no leilão das duas linhas , a CCR se consolida como o grande operador privado de metrôs e trens urbanos do Brasil. O grupo passará a responder por cerca de um quarto de toda a movimentação de passageiros do país.
          Em 5 de outubro de 2021, o Aeroporto da Pampulha foi, enfim, leiloado para a administração privada. O leilão foi finalizado na Bolsa de Valores, a B3, com vitória da Companhia de Participações em Concessões, representada pela corretora Mundinvest. A Companhia tem à frente o grupo CCR Aeroportos – o mesmo responsável pela BH Airport, que administra o Aeroporto de Confins. O lance inicial era de R$ 9 milhões e foi disputado com o Consórcio Asa, representado pela corretora Ativa. Depois de mais de 15 propostas, a CCR conquistou o leilão por R$ 34 milhões. O ágio, diferença entre o mínimo fixado pelo governo e a soma dos lances vencedores, foi de 245,29%.
          A CCR informou, no dia 22 de outubro de 2021, que assumiu parte da participação da Riopar Participações na concessão do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) do Rio de Janeiro. Com a aquisição, a CCR passa a deter 80,82% do negócio. O VLT Carioca é a concessionária responsável pelos serviços, fornecimentos e obras de implantação, operação e manutenção de sistema de transporte de passageiros, na região portuária e central do Rio de Janeiro, pelo prazo de concessão patrocinada de 25 anos.
          Em 29 de outubro de 2021, a CCR venceu o leilão da Via Dutra, que já era administrado pela empresa, e do trecho da Rio-Santos, na BR-101 entre Rio de Janeiro e Ubatuba (SP), que estava com o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). A empresa ofereceu 15,3% de desconto na tarifa de pedágio e outorga de R$ 1,7 bilhão (valor pago ao governo). Ela venceu a Ecorodovias, única concorrente. Este foi o maior leilão da história das concessões rodoviárias. A expectativa de investimento é de R$ 14,8 bilhões ao longo de 30 anos de contrato. A BR-116 (Dutra) é um dos ativos de infraestrutura mais atrativos do País, por causa de seu tráfego volumoso e já consolidado.
          Em 23 de março de 2022, a CCR confirmou que a Andrade Gutierrez (AG) fez acordo para vender a participação de 14,86% em seu capital para Votorantim e Itaúsa. O consórcio ofereceu R$ 13,75 por ação, um prêmio perto de 5% em relação ao fechamento de ontem (R$ 13,36). O grupo Votorantim, que já detém 5,8% do capital da CCR, prevê desembolsar R$ 1,3 bilhão na operação, que deve somar R$ 4,1 bilhões. Já a Itaúsa prevê investir R$ 2,9 bilhões na operação.
          Em 25 de julho de 2022, a CCR concluiu a venda de toda sua participação acionária detida na empresa Total Airport Services (TAS), correspondente a setenta por cento do capital social total da TAS, à empresa AGI-CFI Acquisition Corp, controlada pela Alliance Ground International, pelo valor-base de US$ 143.500.000,00, menos dívidas e outros passivos assumidos. “A referida transação faz parte da estratégia contínua da CCR de revisão de seu portfólio e alocação de capital, contribuindo para o seu crescimento qualificado, disciplina de capital e desenvolvimento socioeconômico e ambiental das regiões onde atua”, explicou a companhia em um fato relevante. Sediada em Spring, no Texas, a TAS é uma importante prestadora norte-americana de serviços aeroportuários. Seu portfólio é composto principalmente por serviços de ground-handling (assistência em terra para aeronaves), armazenagem de carga e operação de terminais. O Grupo CCR adquiriu setenta por cento (70%) do capital capital social da TAS em 2015. Sediada em Miami, na Flórida, a AGI é uma prestadora de serviços líder no manuseio de carga aérea, ground-handling e serviços de segurança para o mercado de carga aérea, com operações em 26 aeroportos em toda a América do Norte.
(Fonte: site Bovespa / revista Exame - 20.02.2002 / jornal Valor online - 15.03.2016 / revista Exame 23.11.2016 / Valor - 30.11.2018 / 07.03.2019 / UOL-Reuters - 21.02.2020 / CNN-Reuter - 07.04.2021 / Valor - 22.04.2021 / Dica de Hoje Research - 05.10.2021 /360º - 29.10.2021 / Capital Aberto - 30.10.2021 / Abrasca - 01.11.2021 / Valor - 24.03.2022 / Finance News - 25.07.2022 - partes)

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