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6 de out. de 2011

Isetta

     Isothermos foi o nome escolhido por Renzo Rivolta para batizar, em 1939, sua empresa em Bresso, Itália, que mal começou e já teve que parar devido à Segunda Guerra Mundial. Nove anos mais tarde Rivolta retomou as atividades produzindo pequenas motos. O sonho, porém, era a produção de automóveis e em 9 de abril de 1953 a empresa italiana, agora denominada Iso Automotoveicoli, que fabricava além de motocicletas também triciclos comerciais, apresentou no salão de Turim um projeto iniciado em 1952 denominado Isetta, que consistia em um automóvel de baixo custo, voltado para a realidade da economia do pós-guerra italiano. Projetado pelo engenheiro aeronáutico Ermenegildo Preti e seu colaborador Pierluigi Raggi, a Isetta era um minicarro nada convencional, com formato de ovo, motor de 200 cc e uma única porta dianteira que também fixava a coluna e o volante de direção.
     O curioso carrinho despertou imediatamente muita atenção pela sua praticidade de utilização e manutenção, além de ser econômico - fazia 25 km com um litro de gasolina. Uma ação promocional também ajudaria, sendo que a decisão não foi nada tímida. Quatro Isetta foram inscritas nas famosas Mil Milhas Italianas (circuito aberto de estradas), ao lado de Ferrari, Maserati e Lancia.
     A diferença de velocidade destes bólidos para as Isetta era em torno de 160 km/h, pois elas andavam a 80 km/h no máximo. O resultado, no entanto, foi excelente, pois além de as Isetta concluírem a prova, ainda arrebataram os quatro primeiros lugares na categoria Índice de Desempenho, prêmio utilizado até hoje em provas de longa duração.
     Depois desta quase fábula de La Fontaine (1625), da corrida entre a lebre e a tartaruga, em 1956 a Isetta parou de ser fabricada na Itália, mas o projeto já havia sido licenciado para outros países. Na Alemanha, a BMW, que se encontrava em situação dificílima, começou a produzir a Isetta com motor de 250 cc e quatro tempos. Na Espanha, a Borgward-Iso-Española e a Velam francesa também a fabricaram. Foi produzida ainda na Argentina, Irlanda e Brasil com algumas modificações.
     No Brasil (1955-1958) foram construídas pela empresa Romi, em Santa Bárbara do Oeste (SP), cerca de três mil unidades, com o nome de Romi-Isetta (vide origem da marca Romi-Isetta neste blog), fixando um dos principais marcos da indústria automobilística no Brasil. O próximo passo da Iso foi em 1961, com o modelo cupê de 4,7 metros (contra os 2,3 metros da Isetta) e um motor de 5,3 mil cc, utilizado no Corvette. O fantástico Iso Grifo de 1965, com seus 365 cv, chegava a 260 km/h.
     O bom arremate foi feito com a Iso Malboro de Fórmula 1, em 1973, guiada por Pescarolo, Jack Ickx, Ganley, Nani Galli e pelo pequeno e pitoresco Arturo Merzário, que,  apesar do esforço, teve apenas uma atuação mediana.
(Fontes: jornal Gazeta Mercantil - 14.02.2001 - Ricardo Bock / Wikipédia - partes)

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