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30 de out. de 2011

Banco Lehman Brothers


          Em 1844, Henry Lehman, filho de um comerciante de gado, emigrou da Baviera, na Alemanha, para os EUA e se instalou em Montgomery, capital do estado do Alabama, abrindo um comércio. Em 1847, depois da chegada aos Estados Unidos de seu irmão Emanuel Lehman, a empresa se converteu em "H. Lehman and Bro" e com a chegada do irmão menor, Mayer Lehman, em 1850, ano oficial da abertura do banco de investimento, a empresa passou a chamar-se "Lehman Brothers".
          Aproveitando o alto valor de mercado do algodão, a empresa começou a aceitar como pagamento quantidades de algodão bruto, com o que se estabeleceu um negócio de algodão tratado, crescendo até converter-se em uma das mais importantes empresas do Alabama.
          Quando o negócio da comercialização do algodão se transferiu para Nova York, Lehman Brothers também mudou de sede (1858) e tornou-se um dos gigantes de Wall Street no mercado de investimentos.
          O banco sobreviveu à Guerra Civil Americana (1861-1865), à Grande Depressão da década de 1930 e ao colapso do fundo de hedge Long Term Capital Management (LTCM), em 1998.
         A crise no mercado hipotecário iniciada em 2007, porém, foi fatal. O Lehman amargou imensas perdas no mercado hipotecário, e se deparou com a perda de confiança dos investidores que o deixou ainda mais debilitado e passou períodos cruéis em que não achava nenhum comprador. Suas ações entraram em queda progressiva desde o pico de US$ 82. Os temores basearam-se no fato de que a companhia era um dos maiores agentes de hipotecas prime e subprime e, por ser uma das menores entre as principais instituições financeiras de Wall Street, estava mais sujeita aos riscos de sofrer grandes perdas que lhe seriam fatais. Em outras palavras, não se enquadrava dentro dos parâmetros de "grande demais para quebrar" (too big to fail).
          O Lehman tinha conseguido até então, evitar o destino do Bear Stearns (vide origem da marca Bear Stearns neste blog), outro peixe miúdo de Wall Street, que foi adquirido pelo JPMorgan Chase por uma barganha, alguns meses antes, em maio de 2008, por estar sob a ameaça de falência. Esforços para buscar capital novo de investidores foram levados a cabo, mas não funcionaram. E a situação ficou pior depois que o governo anunciou (no dia 8 de setembro de 2008) a aquisição da Fannie Mae e da Freddie Mac. Nomes engraçados para as gigantes das hipotecas, mas para o Lehman o quadro estava carrancudo. Suas ações despencaram à medida que os mercados se questionavam se o movimento para salvar aquelas gigantes das hipotecas tornou menos possível que o Lehman fosse salvo.
          As ações chegaram em setembro a US$ 3,65, queda de 95,5% com relação ao pico. Em 10 de setembro (2008), o banco tentou fazer algumas transformações e anunciou que venderia grande parte de sua divisão de gerenciamento de investimento para angariar algum dinheiro. Também anunciou sua última rodada de más notícias com novas perdas no trimestre.
          Estava claro que era matar ou morrer pelo Lehman. O Tesouro deixou claro que nenhum resgate financeiro viria. O secretário do Tesouro, Henry M. Paulson Jr. e autoridades do Federal Reserve encorajaram outras instituições financeiras a comprar o Lehman, mas os dois principais requerentes, o britânico Barclays e o Bank of America, haviam dito não. O Lehman havia chegado ao fim da linha. No dia 14 de setembro de 2008, o banco anunciou que entraria com um pedido de liquidação. Na segunda-feira, 15, entrou oficialmente em concordata.
          A calamidade gerada a partir de Wall Street colocou diante dos olhos do público uma oferta ilimitada de histórias de horror: Richard Fuld, presidente do Lehman, com débito de 600 bilhões de dólares -, levou para casa, entre salários, bônus e ações, 485 milhões entre o ano de 2000 e setembro de 2007. Nessa ocasião, ao requerer o pedido de falência, o Lehman separou 2,5 bilhões de dólares como compensação para os seus 10.000 empregados em Nova York. Dessa bolada, pelo sistema de equidade vigente no setor, quem ganhava mais recebeu mais.
          O processo de fechamento do Lehman Brothers e a devolução de dinheiro a investidores custou quase US$ 6 bilhões, o que torna essa a falência mais cara da história, segundo o Federal Reserve Bank de Nova York.
(Fonte: jornal Gazeta Mercantil - 16.09.2008 / Wikipedia / Valor - 17.01.2019 - partes)

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