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5 de out. de 2011

Petrobras

         Petrobras - Petróleo Brasileiro S.A. foi fundada em 4 de outubro de 1953, depois de uma campanha nacionalista que culminou com sua criação, pelo então presidente Getúlio Vargas, para garantir a independência econômica do país. Depois de uma campanha popular de sete anos, a Petrobras frustrou expectativas com tímidas descobertas de reservas no início de sua operação.
          Foi durante a crise do petróleo nos anos 1970 que a companhia finalmente detectou e passou a explorar a Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, área que chegou a ser responsável por quase 80% da produção nacional.
          O jornalista Paulo Francis, morto em 1996, disse num programa de televisão feito em Nova York e transmitido para o Brasil que diretores da Petrobras tinham conta na Suíça, surgidas de propinas. A Petrobras foi à Justiça contra Francis, só que não no Brasil, onde provavelmente não aconteceria nada, mas nos Estados Unidos. Como o programa fora feito ali, a Petrobras encontrou a chance de processar Paulo Francis num lugar onde se exigem provas para alicerçar acusações daquele tipo. O fato é que Francis estava diante de um problema e tanto. Segundo amigos seus, a preocupação com o processo em solo americano o atormentou a ponto de contribuir para o enfarte que o matou.
          A estatal deu um salto tecnológico com o fim da ditadura militar e posterior quebra do monopólio do mercado de petróleo, em 1997. O fim do monopólio de exploração obrigou a estatal a se modernizar e evoluir, tornando-se referência no setor.
          Antes desse período que resultou na quebra do monopólio, a hierarquia, tanto quanto a simbologia do poder, constituía um traço fortemente arraigado na cultura de uma companhia que já teve no comando o falecido presidente Ernesto Geisel e outros 11 generais do exército. Na época dos militares, a chegada do presidente à sede obedecia a um ritual solene. O carro que o conduzia subia uma rampa até a entrada principal. Ali, numa pequena praça interna com jardins projetados por Burle Marx, assistia ao hasteamento das bandeiras do Brasil, da Petrobras e do Rio de Janeiro. Em seguida, sob os olhares das pessoas que paravam para facilitar-lhe o caminho, dirigia-se ao enorme saguão do prédio rumo ao elevador privativo que o despejava no salão solitário do 24º andar. O tempo passou mas o tratamento reverencial reservado na Petrobras a seus presidentes permaneceu.
          Em outubro de 1999, para alguém familiarizado com a movimentação nas ante-salas de Brasília, a impressão inicial era de que não havia muita diferença entre estar num gabinete qualquer da Esplanada dos Ministérios ou na sede da Petrobras, a maior empresa brasileira. O ambiente na estatal, num primeiro olhar, lembrava mais o de uma repartição pública, com os costumeiros chás de cadeira e filas de políticos, do que o clima diligente esperado de uma empresa que faturou, junto com suas subsidiárias, um total de 26 bilhões de dólares em 1998. Por trás das portas envidraçadas, no entanto, a movimentação era intensa. Nas salas de comando da Petrobras, estava em andamento a maior reviravolta de sua história.
          À frente da missão, estava o novo presidente da empresa, Henri Philippe Reichstul, economista que deixou, em março de 1999, o banco Interamerican Express, que tocava em sociedade com o amigo e ex-ministro do Planejamento João Sayad, para assumir o cargo na Petrobras. Esse banqueiro nascido em Paris e naturalizado brasileiro foi o escolhido pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso para chacoalhar a empresa num momento crucial de sua história, com a concorrência das companhias internacionais que se preparavam para disputar com a Petrobras, no novo ambiente propiciado pela quebra do monopólio quatro anos antes, cada centavo gerado pelo setor no país. O ato número 1 de Reichstul foi abandonar a solidão do 24º e passar par o 23º, mais perto dos diretores da empresa.
          Nos anos de 2000 e 2001, a empresa passou por maus momentos. O vazamento de óleo na Baía da Guanabara, no rio Iguaçu (PR) e no Porto de São Sebastião (SP) e o afundamento da plataforma P-36 em março de 2001, que explodi com 1500 barris a bordo, causando 11 mortes, marcou a passagem de Henri Philippe Reichstul. De honestidade ilibada e bem-intencionado, o CEO da gigante petroleira foi no mínimo azarado durante sua gestão.
          Em setembro de 2004, o governo Lula, em pouco mais de um ano e meio, já havia criado várias subsidiárias da Petrobras, como a Petrobras Energia, a Petrobras Negócios Eletrônicos, três transportadoras de gás e representações no exterior, em países como Argentina, Bolívia e Nigéria.
          Numa sexta-feira, 16 de dezembro de 2005, quatro mil pessoas acompanharam os discursos inflamados dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez por mais de duas horas sob o sol de 35 graus em Ipojuca, na região metropolitana do Recife (PE), para o lançamento daquele que seria o maior investimento da Petrobras em mais de 25 anos: a construção da Refinaria Abreu e Lima. Após revirarem concreto e posarem para fotos, o petista e o “amigo irmão”, como definiu o ex-presidente venezuelano, selaram o início das obras da refinaria – que se tornaria um dos maiores símbolos do país de mau uso de dinheiro público. A construção de Abreu e Lima se arrastou por nove anos, de 2005 a 2014 – com um atraso de três anos para o início da operação parcial, antes previsto para 2011. O projeto foi pensado em parceria com a estatal venezuelana PDVSA, em um acordo entre os governos. A PDVSA não colocou um centavo no empreendimento. A parceria entre Lula e o então ditador da Venezuela, Hugo Chávez, deveria significar o grande salto adiante dos dois países. Chávez, que era esperto, ignorou o acordo e não colocou um tostão na empreitada.
          Em 2006, uma canetada do então diretor Nestor Cerveró, permitiu a compra de uma empresa que não refinou nada e só serviu para facilitar negociatas, como se veria mais tarde, a Pasadena, nos Estados Unidos. Dez anos depois, em julho de 2016, o então ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli, conseguiu achar um público para defender a aquisição. Durante a palestra "Pré-sal, geopolítica mundial e a crise brasileira", no Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro, ele disse: "A repetição contínua da mentira vira verdade. O prejuízo de Pasadena é um mito. Em 2006 houve 11 transações de refinarias no mundo e a mediana foi de US$ 9.200 por barril. Nós pagamos US$ 7.200 por barril em Pasadena. A Petrobras comprou abaixo da média. Não tem por que dizer que houve prejuízo na compra". Mas, não explicou nada sobre a viabilidade da aquisição e nem tampouco sobre possíveis falcatruas.
          A Petrobras, então com Dilmar Rousseff como presidente do conselho de administração, pagou 360 milhões de dólares por 50% da Pasadena em 2006 e em 2012 pagou outros 820 milhões pela segunda metade. O total de quase 1,2 bilhões de dólares contrasta drasticamente com os 42 milhões de dólares que a Astra Oil havia pago um ano antes, em 2005, pela refinaria.
          O ano de 2009, véspera das eleições de 2010 para governador e presidente, é movimentadíssimo no tocante às definições das regras do pré-sal, com o governo federal e estados envolvidos não querendo perder a chance de se enrolar numa bandeira que integra um arsenal de indiscutível apelo eleitoral, desde a campanha do "Petróleo é Nosso", de 1953. O caráter de urgência da proposta do governo e a transformação da Petrobras como único operador do pré-sal é, no mínimo, preocupante.
          A empresa tem uma grande experiência em águas ultraprofundas, o que a habilita a comandar no país a operação das grandes descobertas feitas no pré-sal, um tesouro que levaria a empresa a produzir em alguns anos o mesmo volume que levou 60 anos para conseguir. O patamar de produção passou de cerca de 600 mil barris diários na época do monopólio, para cerca de 2 milhões de barris em 2011, sofrendo depois disso um recuo para patamares de 2009 (1,9 milhão de barris) após uma série de paradas programadas para manutenção, atraso na entrega de novas plataformas, entre outros contratempos. A empresa, porém, tinha como meta dobrar a produção até 2020, com ajuda do pré-sal, para 4,2 milhões de barris diários.
          Na última capitalização, em 2010, a Petrobras conseguiu R$ 120 bilhões ao emitir mais ações, para financiar a exploração do pré-sal. Mas diluiu os acionistas minoritários e fortaleceu a presença do governo no capital da companhia. Uma nova injeção de recursos se faz necessária para garantir a realização do seu ambicioso plano de negócios, que pulou de um patamar de U$ 5 bilhões por ano na primeira década do século XXI, para US$ 42 bilhões em 2012. Sem uma nova política de ajuste de combustíveis, o temor é de que com o caixa enfraquecido e sem poder captar, a empresa tenha como único caminho uma nova capitalização e, os acionistas minoritários sejam ainda mais diluídos, com o governo ganhando cada vez mais força no comando da petroleira.
          Enfraquecida pelo seu constante uso como instrumento de política pública, a empresa negocia seguidamente possíveis mudanças nos ajustes de preços com o seu controlador majoritário, a União, que teme o impacto inflacionário que teria uma equiparação dos preços da gasolina e do diesel com o praticado no mercado externo.
           A defasagem é praticamente constante e as perdas passadas, de bilhões de reais, não poderão ser recuperadas. Possíveis aumentos de preços de combustíveis, tema de todas as reuniões do Conselho de Administração da estatal, permanentemente abaixo do necessário, resolve apenas em parte o problema do caixa da companhia para os investimentos necessários.
          Os números da empresa são impressionantes. Como a quinta maior petroleira de capital aberto do mundo, atrás apenas da Exxon, BP, Royal e Chevron, a Petrobras tem aproximadamente 86 mil funcionários, reserva de 16,4 bilhões de barris de petróleo e gás, três fábricas de fertilizantes, mais de 8,5 mil postos de abastecimento, 31,2 mil quilômetros de dutos, 135 plataformas de produção, quase 600 mil acionistas e em 2008 chegou ao valor de mercado de R$ 430 bilhões, hoje esfacelado, mas o retorno a esse valor é aguardado por 10 entre 10 acionistas, inclusive o governo.

          Em 2014, a companhia mergulha num escândalo de corrupção em operação da Polícia Federal denominada Lava-Jato. Para se ter uma ideia do tamanho do imbróglio, o volume da propina é considerado por muitos como "o maior de todos os tempos no âmbito corporativo de todo o mundo".
          O esquema de corrupção ligado à Petrobras e investigado pela Operação Lava Jato a partir de 2014 foi confirmado por cinco ex-funcionários do alto escalão da estatal em delação premiada ou em colaboração espontânea à Justiça. Juntos, os executivos aceitaram entregar R$ 279,8 milhões ao Tesouro e à petrolífera, segundo levantamento feito pelo Estadão com base nos acordos firmados entre os investigados e o Ministério Público Federal.
          Do total de recursos devolvidos, R$ 244 milhões – ou 87% – foram oriundos de propinas obtidas pelos executivos, e eram mantidos em contas no exterior, em dinheiro vivo e na forma de terrenos e até de carro importado. O restante corresponde a valores de multas compensatórias pelos crimes cometidos na época.
Nos acordos de delação, os ex-funcionários da Petrobras apontaram as maiores empresas do setor de infraestrutura brasileiro como pagadoras de propina a eles próprios. Em uma ação inédita no País, a Lava Jato investigou e prendeu presidentes e dirigentes das gigantes da construção entre 2014 e 2015. Com o prosseguimento das investigações, executivos da Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Odebrecht passaram a confessar os pagamentos ilegais e assinaram delações. As empresas firmaram acordos de leniência.
          O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi o primeiro ex-integrante da cúpula da estatal a relatar que um cartel de empreiteiras dominou as obras bilionárias da petrolífera a partir de 2006. Costa admitiu ter recebido milhões em propinas sobre os contratos da estatal com essas empresas e disse que recebeu o dinheiro em shoppings e em casa.
          Ao formalizar a delação, o ex-diretor renunciou a US$ 2,8 milhões que estavam em uma conta nas Ilhas Cayman e a US$ 23 milhões depositados na Suíça. Comprometeu-se a pagar uma multa compensatória cível de R$ 5 milhões e a entregar uma lancha de R$ 1,1 milhão, terrenos avaliados em R$ 3,202 milhões, valores em espécie apreendidos com ele (R$ 762.250, US$ 181.495 e ¤ 10.850) e um carro importado de R$ 300 mil.
          Costa foi o primeiro delator da Lava Jato. Condenado a 12 anos de prisão, ele pôde cumprir parte da pena em regime domiciliar e parte no semiaberto. O ex-executivo da estatal petrolífera morreu em agosto de 2022, aos 68 anos, no Rio. A morte foi consequência de um câncer de pâncreas.
          Depois de Costa, a Lava Jato fechou acordos de colaboração com o ex-diretor de Internacional da estatal Nestor Cerveró e os ex-gerentes da Petrobras Pedro Barusco e Eduardo Musa. O ex-diretor de Engenharia Renato Duque não chegou a firmar uma delação com o Ministério Público Federal, mas afirmou, durante uma audiência perante a Justiça Federal do Paraná, no ano passado, que colaborava espontaneamente.
          Em novembro de 2015, Cerveró concordou em entregar 1 milhão de libras que ele mantinha em contas na Inglaterra. O ex-diretor de Internacional também aceitou devolver US$ 495 mil que estavam em uma offshore nas Bahamas e R$ 6,7 milhões, o equivalente ao valor de dois apartamentos que o ex-dirigente possuía em Ipanema, no Rio.
          Com atraso, a empresa divulga em 22 de abril de 2015 as demonstrações financeiras auditadas de 2014, onde realizou uma baixa contábil de R$ 50,8 bilhões. Essas baixas refletem ajustes em ativos de refino, petroquímico, exploração e produção que tiveram seus valores inflados por prática de corrupção e também por outras razões. Só a atividade de refino foi responsável por uma baixa de R$ 31,9 bilhões em razão da reavaliação dos projetos da Refinaria Abreu e Lima de Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A corrupção foi responsável por uma baixa de R$ 6,194 bilhões (relativos a aproximados 3% da avaliação de contratos de R$ 199,6 bilhões que foram mencionados na delação premiada da Lava-Jato). A atividade petroquímica resultou em baixa de R$ 2,9 bilhões e outra baixa de R$ 9,9 bilhões resultou da forte queda dos preços internacionais do petróleo. Na última linha do balanço, a empresa apresentou prejuízo gigantesco de R$ 21,6 bilhões em 2014, contrastando com o lucro de R$ 23,6 bilhões apurado em 2013.
          A partir do segundo semestre de 2015, penalizada pela desvalorização do real perante o dólar, a empresa passa a conviver com dívida bruta ao redor de R$ 500 bilhões, o que a torna a maior devedora do mundo, o que a obriga a tentar vender parte de seus ativos. A incrível queda do preço do barril de petróleo também leva a gigante brasileira do petróleo a "fazer contas" sobre a viabilidade da exploração do pré-sal.
          Na ânsia de controlar a inflação, o governo Dilma Rousseff manteve os preços da gasolina e do diesel em níveis artificialmente baixos entre 2011 e 2014 - anos em que a cotação do barril ficou acima dos 100 dólares. No período, a Petrobras deixou de faturar 100 bilhões de reais no mercado interno. Em 2015 e início de 2016 a conta chegou. A cotação internacional do barril de petróleo desabou 70%, chegando a 31 dólares em fins de fevereiro (2016), mas a Petrobras não podia repassar a queda na cotação aos consumidores. Precisava urgentemente reforçar o combalido caixa. Desde meados de 2015, tentava vender ativos para amenizar uma dívida de meio trilhão de reais. Os consumidores, especialmente os transportadores, sentiram na pele o que é ver o preço cair vertiginosamente no exterior e, internamente, nenhum centavo ser repassado.
          É bom recordar que os problemas que a Petrobras enfrentou no passado recente não foram consequência somente da corrupção lulopetista que lhe saqueou os cofres, embora este seja um dos maiores riscos da ingerência política. O que elevou sobremaneira a dívida da empresa em relação a seu patrimônio foi uma gestão ruim, voltada ao atendimento dos anseios do governo e do Partido dos Trabalhadores.
          Em 2015, a Petrobras vendeu para a japonesa Mitsui 49% da Gaspetro e levantou R$ 1,9 bilhão.
          Em 14 de outubro de 2016, a Petrobras divulga, em comunicado a seus funcionários, a venda da coligada Liquigás para o Grupo Ultra, por 3 bilhões de reais. É a continuação do esforço da gigante brasileira do petróleo, para fazer caixa e sanar sua aviltada dívida e se posicionar para novos investimentos.
          Em 17 de novembro de 2016 a Petrobras informa que seu conselho de administração aprovou a venda da Liquigás para a Ultragaz em negócio de R$ 2,8 bilhões que depende de aval de autoridades antitrustre por elevar fortemente a concentração no mercado de gás de cozinha do país. O montante da transação com a Ultrapar só deve entrar no caixa da estatal no fim de 2017, uma vez que o negócio terá que passar por avaliação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
          Em fevereiro de 2018, o Cade decide vetar o negócio, sob o argumento de que a fusão iria concentrar demasiadamente o mercado.
          A Petrobras fechou em 27 de setembro de 2018 um acordo com autoridades americanas para encerrar a investigação que recaía sobre a estatal e aceitou pagar uma multa de US$ 853 milhões. Essa operação fecha um capítulo de incertezas na história da companhia, já que a livra de potenciais ações que enfrentaria nos Estados Unidos, decorrentes do escândalo de corrupção deflagrado pela Operação Lava-Jato no Brasil. Somada essa multa aos acordos fechados em processos individuais e na "class action" dos EUA, além da baixa contábil realizada no fim de 2014 por conta das propinas recebidas, a conta a pagar pelos ilícitos chega a US$ 6,73 bilhões. Como até agora foram recebidos só US$ 625 milhões de ressarcimento e haverá uma compensação tributária de US$ 933 milhões por esse acordo de 27 de setembro de 2018, o saldo é negativo em US$ 5,17 bilhões.
          Em 31 de outubro de 2018,  a Petrobras informou a venda de sua fatia em petroleira com operações na África por US$ 1,53 bilhão (R$ 5,7 bilhões, na cotação do momento) à Petrovida Holding, empresa controlada pela holandesa Vitol.
          Em 30 de janeiro de 2019, a subsidiária da Petrobras nos EUA, assina contrato de venda para a empresa francesa Chevron U.S.A. Inc. da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A venda da refinaria faz parte do programa de desinvestimento da Petrobras. O valor do contrato é de US$ 562 milhões. A refinaria de Pasadena, na cidade de mesmo nome no Texas (EUA), foi alvo de investigações da Operação Lava-Jato. Um relatório da auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), de dezembro de 2014, apontou um superfaturamento de US$ 659,4 milhões na compra da refinaria pela estatal brasileira. Segundo o relatório, o valor pago a mais não levou em consideração o estado em que a refinaria se encontrava. Foi pago mais de US$ 1,2 bilhão e a Petrobras gastou US$ 685 milhões com melhorias necessárias.
          A Petrobras informou na tarde do dia 5 de abril de 2019, que o consórcio formado pelo grupo francês Engie e o fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ) apresentou a melhor proposta pela aquisição de 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG). A proposta considera um valor de R$ 35,1 bilhões para 100% da TAG, na data base de dezembro de 2017. Após ajustes e atualizações financeiras, a transação, quando concluída, representará para a Petrobras um valor total estimado de US$ 8,6 bilhões, a uma taxa de câmbio de 3,85 R$/US$.
          Considerando dados do início de maio de 2019, a Petrobras, através de sua coligada, a BRDistribuidora, tem cerca de 8 mil postos de gasolina com sua marca no país, dos quais, 1.400 têm lojas de conveniência.
          Em junho de 2019, a Petrobras descobriu em Sergipe e Alagoas seis campos de gás natural. A expectativa da empresa é que seja possível extrair 20 milhões de metros cúbicos por dia. Isso é o equivalente a 1/3 da produção brasileira atualmente.
          Considerando dados de junho de 2019, a Petrobras possui 51% na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG); 10% na Transportadora Associada de Gás (TAG); 10% da Nova Transportadora do Sudeste (NTS); e 25% na Transportadora Sulbrasileira de Gás (TSB).
          A privatização da BR Distribuidora, em julho de 2019, coloca no caixa da Petrobras pelo menos R$ 8,56 bilhões e deve duplicar a liquidez em bolsa da líder do mercado de combustíveis e lubrificantes.
          Em janeiro de 2020, a Petrobras concluiu a venda da fatia de 50% que detinha na Petrobras Oil & Gas B.V. (PO&GBV) para a Petrovida Holding. Com a venda, a empresa passa a ser uma joint venture entre a Petrovida e o BTG Pactual E&P B.V., cada um com metade das ações. A transação teve valor ajustado para US$ 1,454 bilhão com a dedução da parcela da Petrobras do pagamento de taxas ao governo da Nigéria para a aprovação da transação e pela incidência de juros sobre o preço total, de US$ 1,530 bilhão. Com a conclusão do negócio, a Petrobras encerra as atividades operacionais na África.

          Em 3 de novembro de 2020, a diretoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) condenou o ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e os ex-diretores Almir Barbassa e Paulo Roberto Costa, a multas no valor de R$ 150 mil cada um. Os três foram condenados em processo que apurou a responsabilidade de administradores da companhia por descumprimento de norma contábil na elaboração das demonstrações financeiras dos exercícios de 2010 a 2014, por não terem realizado a redução ao valor recuperável de ativos (impairment) do projeto da refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, quando a venezuelana PDVSA saiu do projeto.
          A venda da totalidade da Liquigás Distribuidora, da Petrobras, para grupo composto por Itaúsa, Copagaz e Nacional Gás Butano foi concluída em 23 de dezembro de 2020, com o pagamento de 4 bilhões de reais para a companhia estatal, disseram as empresas envolvidas na transação em fato relevante.
          Em 24 de março de 2021, o conselho de administração da Petrobras aprovou a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, para a Mubadala Capital pelo valor de US$ 1,65 bilhão.
          Na noite de 28 de julho de 2021, após quase um ano de negociação, a Petrobras anunciou a venda de sua participação de 51% na Gaspetro para a Compass, do Grupo Cosan. Os outros 49% da empresa pertencem à empresa japonesa Mitsui, que também pretende se desfazer do ativo. A transação foi fechada por R$ 2.05 bilhões. A Gaspetro tem participação societária em 19 companhias distribuidoras de gás natural no Rio de Janeiro.
          Em 27 de agosto de 2021, a Petrobras comunicou que assinou o contrato de venda da Breitener Energética, localizada no Amazonas, por R$ 304 milhões. O negócio foi firmado com a Breitener Holding Participações, subsidiária integral da Ceiba Energy. R$ 251 milhões serão pagos no fechamento do negócio, enquanto os R$ 53 milhões restantes são referentes à remuneração futura da Breitener na venda de energia.
          Em 30 de novembro de 2021, a Petrobras finalizou a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em São Francisco do Conde, na Bahia e seus ativos logísticos associados para o Mubadala Capital (MC Brazil Downstream Participações). A operação foi concluída com o pagamento de US$ 1,8 bilhão (R$ 10,1 bilhões) para a Petrobras, valor que reflete o preço de compra de US$ 1,65 bilhão, ajustado preliminarmente em função de correção monetária e das variações no capital de giro, dívida líquida e investimentos até o fechamento da transação. A refinaria é a primeira dentre as oito que estão sendo vendidas pela Petrobras a ter o processo concluído. A Acelen, empresa criada pelo Mubadala Capital para a operação, assumiu a gestão da RLAM, que passa a se chamar Refinaria de Mataripe, a partir de 1º de dezembro de 2021.
          O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse que a conclusão da venda reflete a importância da gestão de portfólio e fortalece a estratégia da companhia. A Petrobras acredita que, com novas empresas atuando no refino, o mercado será mais competitivo e haverá mais investimentos. É também parte do compromisso firmado pela Petrobras com o Cade para a abertura do mercado de refino.
          Além da Refinaria Landulpho Alves, outras duas refinarias já tiveram seus contratos de venda assinados: a Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, cuja assinatura ocorreu em 25 de agosto de 2021, e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, com contrato assinado em 11 de novembro de 2021.
          Pouco antes do Natal de 2021, a Petrobras vendeu a totalidade de sua participação nos 11 campos de produção terrestre do Polo Carmópolis, em Sergipe. O valor do negócio foi de US$ 1,1 bilhão.
          Em 8 de agosto de 2022, a Petrobras informou que o juiz do Tribunal Distrital de Columbia, Estados Unidos, proferiu decisão em ação que EIG Energy Fund XIV, L.P. e outros (EIG) ajuizaram em face da Petrobras, relacionada ao seu investimento na Sete Brasil Participações S.AO juiz acolheu o pleito dos autores quanto à responsabilidade da Petrobras pelas alegações formuladas, mas negou o pedido dos autores de julgamento antecipado (motion for summary judgment) com relação a danos e qualquer concessão de indenização estará sujeita à comprovação de danos pela EIG em audiência de julgamento. Na mesma decisão, o juiz negou o pedido da Petrobras de julgamento antecipado e adiou decisão sobre duas questões procedimentais. Fundos de investimentos que investiram na Sete Brasil, empresa destinada a construir sondas para exploração do pré-sal, tentam recuperar os prejuízos causados por um esquema de corrupção envolvendo a petroleira. Por fim, a Petrobras reitera que seguirá se defendendo vigorosamente no processo e reafirma a sua condição de vítima das atividades ilícitas investigadas no âmbito da Operação Lava-Jato, conforme reconhecido por todas as instâncias do Judiciário brasileiro.
          Em 20 de dezembro de 2022, a Petrobras concluiu a venda por US$ 1,1 bilhão, de sua participação no Polo Carmópolis (SE), um conjunto de 11 concessões de campos terrestres de produção de óleo e gás, com instalações integradas, para a Carmo Energy.
(Fonte: Exame - 19.11.1997 / 17.11.1999 / revista Forbes - 11.04.2001 / Exame - 15.09.2004 / revista Época - 07.09.2009 / jornal Folha Online - 04.10.2013 - Denise Luna / Exame - 02.04.2014 / jornal Valor online - 23.04.2015 / Exame - 02.03.2016 / 20.07.2016 / revista veja - 29.03.2017 / Valor - 28.09.2018 / msn - 31.10.2018 / IstoÉDinheiro - 30.01.2019 / Valor - 31.01.2019 / 05.04.2019 / Forbes - 03.05.2019 / msn - 17.06.2019 / Valor - 26.06.2019 / Elevenfinancial - 15.01.2020 / Valor - 04.11.2020 / 24.03.2021 / elevenfinancial - 29.07.2021 / ValorInveste - 27.08.2021 / agênciabrasil.ebc - 30.11.2021 Eleven Financial - 01.12.2021 / 27.12.2021 / InfoMoney - 09.08.2022 / Valor - 21.12.2022 / Estadão - 17.01.2024 / 22.01.2024 / 14.03.2024 / 17.03.2024 - partes).

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