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4 de out. de 2011

Red Bull

     A história da Red Bull se inicia em 1984, quando o empresário austríaco Dietrich Mateschitz, nascido em 1945, fez uma viagem de negócios à Tailândia. Ao chegar a esse país asiático, Mateschitz começou a sofrer de Jet Leg, um distúrbio físico causado pela diferença de fuso horário após uma longa viagem de avião. Então, casualmente, descobriu uma bebida energética chamada Krating Daeng, que continha altas doses de cafeína, açúcar e uma substância estimulante chamada taurina. A bebida não só curou seu Jet Leg como fez Mateschitz reparar que a mesma fazia um grande sucesso local.
     Na década de 1970, a T.C. Pharmaceuticals, fundada por Chaleo Yoovidhya, nascido de pais imigrantes chineses pobres e radicado na Tailândia, criou um protótipo da Krathing Daeng cuja tradução literal é ‘touro vermelho’, que se tornou popular entre os caminhoneiros, operários e os trabalhadores noturnos.
     Ao perceber o potencial do produto, Mateschitz decidiu levar amostras da bebida para a Áustria e iniciar sua fabricação em uma grande escala industrialDevido às altas doses de cafeína que há na fórmula e o receio de efeitos colaterais no organismo, a autorização para a fabricação foi obtida somente três anos depois, mas a espera foi recompensada. 
           A bebida pioneira no setor de energéticos foi então criada em 1987, na Áustria, terra natal de Mateschitz, numa parceria deste com Chaleo - e assim iniciou a febre mundial, sob a marca Red Bull (Krating Daeng = touro vermelho), com o uso do bordão "Red Bull te dá asas".
          Sob a batuta do empresário austríaco, e apesar de alguns entraves iniciais, a Red Bull expandiu-se rápida e fortemente pelo mundo, tornando-se numa bebida energética de referência e, para além disso, numa marca de referência que dificilmente alguém que acompanhe desporto nunca viu como patrocinadora de alguma equipa, atleta ou evento. A família Yoovidhya possui 51% das ações da companhia, enquanto Mateschitz conta com os 49% restantes.
          Em 2005, Mateschitz colocou a equipe da Red Bull na Fórmula 1, depois de adquirir a Jaguar. A história foi de sucesso, contabilizando-se muitos títulos de construtores e de pilotos. Antes disso, a Red Bull já estava presente na F1 como patrocinadora desde meados da década de 1990.
           O sucesso foi progressivo e contagiante a ponto de, atualmente, a Red Bull estar presente em cerca de 140 países e vender, em média, 3 bilhões de latas por ano (dados de 2006). Além da novidade da bebida em si – com um sabor inusitado -, Mateschitz, aproveitando sua experiência e conhecimentos em marketing , criou uma nova estratégia a ponto de afirmar que “O marketing é a nossa principal matéria-prima, sem esquecer o produto, que é a pré-condição”. Faz parte dessa estratégia a famosa latinha da Red Bull, cujo design inovador atraiu os consumidores. Seu rotulo com as cores azul e prata é conhecido em todo o mundo. 
           A empresa ganha espaço ao se concentrar quase exclusivamente na promoção da marca. Hoje a companhia é dona de dois times de futebol e uma equipe de Fórmula 1. A distribuição, por exemplo, fica a cargo de distribuidores locais. No Brasil, é a fabricante de cigarros Souza Cruz.
           Nos últimos anos, porém, a empresa começou a dividir o bolo com novas concorrentes. A fórmula do energético Red Bull não é protegida por patentes ou royalties. Apesar disso ou devido a isso (há quem diga que faz parte de sua estratégia de marketing), a companhia não se vê ameaçada pela concorrência – que inclui a poderosa Coca-Cola – que lançou produtos similares, mas nenhum deles foi até agora capaz de derrubar o reinado da empresa austríaca.
           A marca que avançou com mais velocidade é a que copiou de maneira mais fiel a tática da líder: a TNT. Lançada em 2009 pela Petrópolis, do empresário Walter Faria, a empresa saiu do zero para conquistar 5 pontos percentuais desse mercado em cinco anos. A TNT põe seu nome na Ferrari, na Fórnula 1. Os austríacos da Red Bull gastam 300 milhões de dólares por ano para manter um equipe própria, a RBR. Outra concorrente é a Burn, da Coca-Cola. Criada em 2000, na Europa, hoje está presente em 80 países. No Brasil, chegou em 2001. A Ambev preferiu não brigar de frente no mercado. Criou, em 2011, o energético Fusion e seu principal foco é a venda em casas noturnas. Hoje, há 60 marcas de energético. O fenômeno lembra a proliferação de tubaínas no setor de refrigerantes nos anos 1990, quando mais de 700 marcas regionais surgiram pelo país.
           A Red Bull não seria a Red Bull se não fossem pelos esportes. A empresa patrocina centenas de eventos de esportes e atletas do planeta inteiro. Por um lado isso faz parte do marketing da empresa para com os jovens, mas também é uma influência direta de Dietrich Mateschitz, um entusiasta das atividades esportivas, principalmente aquelas que envolvem altas doses de adrenalina. Os esportes patrocinados pela Red Bull vão dos tradicionais futebol, basquetebol, automobilismo, motociclismo, hóquei no gelo (esporte popular na Áustria)  até os mais inusitados como o Speeddride, uma mistura de paraquedismo com esqui na neve e o Soapbox, que no Brasil é chamado de carrinho de rolimã. Atualmente, a Red Bull é uma verdadeira marca global.
           Em março de 2012, morre de causas naturais Chaleo Yoovidhya, em Bangcoc, aos 90 anos, o criador do energético Red Bull. Chaleo tinha se transformado em um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna estimada em 5 bilhões de dólares. Dietrich Mateschitz faleceu em 22 de outubro de 2022, aos 78 anos de idade.
(Fontes: Exame.com / G1.com / Veja.com - 17.03.2012 / revista Exame - 14.05.2014 / site da empresa- / Estadão 22.10.2022 - partes)

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