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6 de out. de 2011

Coca-Cola

          A fórmula da Coca-Cola foi desenvolvida em 1886, duas décadas após a Guerra Civil Americana, ou Guerra de Secessão (1861-1865), pelo farmacêutico Dr. John S. Pemberton. No próprio ano de 1886, o produto começou a ser vendido como remédio numa farmácia na mesma rua de laboratório de Pemberton, em Atlanta, nos Estados Unidos, por apenas 5 centavos. Naquele primeiro ano, só foram comercializados nove copos.         
          O nome foi dado por Frank Robinson, contador do farmacêutico, que achou que os dois "C" ficariam bons na publicidade do produto. Robinson foi também autor do logotipo. A escolha foi direcionada pelo fato de que ele considerava as palavras começando com "C" sonoras e marcantes para peças publicitárias. Os primeiros rascunhos feitos por Robinson foram todos baseados na própria letra de mão dele. Em 1888, o empresário Asa G. Candler comprou a fórmula da bebida de Pemberton.
          O nome Coca-Cola é uma expressão exata dos seus ingredientes - extratos de “coca” (cocaína) e “cola” (cafeína, um extrato da ‘noz de cola’).
         A imagem da marca é cuidadosamente construída. Vinte dias após chegar ao mercado em Atlanta, sede da companhia, em 1886, a empresa fez seu primeiro anúncio no jornal local. Não parou mais.
          A grande virada veio após 8 anos, em 1894, quando ela foi engarrafada artesanalmente pela primeira vez, por um consumidor que queria levá-la para um piquenique. Cinco anos depois, a Coca-Cola já estava sendo engarrafada em larga escala e ganhando o mundo.
          O crescimento repentino da marca é creditado a Candler, que usou sua perspicácia nos negócios para distribuir brindes, como relógios e calendários, que traziam o logo da Coca-Cola, para farmacêuticos, espalhando a marca pelas ruas.
          Em pouco tempo a marca se espalharia para o exterior, em países como Canadá, Panamá, Cuba, Porto Rico e França.
          A Coca-Cola chega ao Brasil em 1942 e ganha os brasileiros com o slogan "A pausa que refresca".
          Mas, já em 1941 estava por aqui. Durante a Segunda Guerra Mundial, o então presidente da The Coca-Cola Company, Robert Woodruff, fez uma promessa às Forças Armadas dos Estados Unidos: os soldados americanos teriam sempre uma Coca-Cola gelada por perto para matar a sede e ao preço de 5 cents — independentemente do custo para a empresa.
          Assim, em 1941, a Coca-Cola fabricou em Recife o seu primeiro refrigerante em solo brasileiro. A capital de Pernambuco formava, junto com Natal, o chamado “Corredor da Vitória”, parada obrigatória das embarcações e outros veículos militares que rumavam para a Europa em guerra. A Coca-Cola usou as instalações da fábrica de água mineral Santa Clara, que existe até hoje. Depois foram instaladas mini-fábricas (kits com equipamentos básicos para produção de refrigerante) em Recife e Natal.
          Notar que os Estados Unidos entraram definitivamente na guerra somente em dezembro de 1941, após o ataque dos japoneses à base norte-americana de Pearl Harbor. Mas, nos primeiros dias de setembro, Guilherme Krautler, autor do livro Dos Alpes Austríacos ao Xingu e Serra Catarinense, numa viagem de navio de Belém ao Rio de Janeiro, ele relata que na parada em Recife, ao andar pelos arredores, pôde avistar em bares de Olinda, grande algazarra de soldados americanos.
          Voltando ao âmbito mundial, em maio de 1985, a empresa fez uma tentativa malograda de mudar o sabor da Coca-Cola, com o lançamento da New Coke - rapidamente substituído pelo sabor original sob a marca Coca-Cola Classic.
          No Brasil, em 1996, o executivo carioca Luiz Lobão se tornou o primeiro presidente brasileiro da Coca-Cola no país depois de ter dirigido a Coca nas Filipinas e no México. A Coca-Cola cresceu 2 pontos no mercado durante 1996. As últimas pesquisas indicavam que sua fatia era de 52,7% das vendas. Cada ponto nesse ramos valia aproximadamente 70 milhões de dólares.
          Em tempos mais recentes, um dos períodos de maior sucesso da empresa foi quando estava sob o comando do lendário presidente mundial, o cubano Roberto Goizueta, quando, ao longo de 16 anos, o valor de mercado da empresa saltou de 4 bilhões para 145 bilhões de dólares. Com a morte súbita de Goizueta, de câncer no pulmão, em 1997, a empresa estremeceu e passou a ter maus resultados. Somente nos sete anos seguintes, teve três presidentes. Segundo a jornalista Constance Hays, autora do livro The Real Thing: Truth and Power at the Coca-Cola Company, o sucesso da Coca-Cola vergou sob o peso da arrogância na condução dos negócios.
          O episódio, em 1999, da contaminação de seus produtos na Bélgica, um país de 10 milhões de habitantes, preencheu páginas de jornais no mundo todo. A estratégia para lidar com o problema tentou ser tão inteligente como a fórmula secreta, então há 113 anos usada na fabricação do refrigerante. Primeiro, a Coca-Cola assumiu o problema, causado por seus fornecedores locais. Depois, o CEO Douglas Ivester pediu desculpas pessoalmente aos consumidores belgas pelo incidente. Por fim, foi distribuído, gratuitamente, um refrigerante para cada habitante do país. 
          Mas essa é a explanação positivista de marketólogos. Na prática, após cerca de 200 pessoas terem se sentido mal ao beber Coca e Fanta, Ivester teria perguntado a assessores: "Onde raios fica a Bélgica?"
          Se a imagem de Ivester não foi chamuscada com o episódio, um outro evento foi fatal. Numa entrevista ao jornalista Eurípedes Alcântara, publicada pela revista Veja em outubro de 1999, Ivester admitiu que a Coca-Cola testava uma máquina de vender latas de refrigerantes capaz de alterar os preços de acordo com a temperatura ambiente, numa "situação clássica de oferta e procura", segundo o executivo americano.
          A declaração caiu como uma bomba no dia seguinte em dezenas de publicações ao redor do mundo. O detalhe passou despercebido para toda a imprensa especializada americana. O episódio somou-se a uma sequência de eventos - como o recall do produto na Bélgica - que culminaram com a demissão de Ivester em dezembro de 1999, após dois anos no cargo. Os conselheiros e acionistas Warren Buffett e Herbert Allen forçaram sua saída.
          O sucessor de Ivester foi o australiano Douglas Daft, que também patinou na tentativa de reverter os resultados. Logo que assumiu, Daft demitiu 5.200 funcionários, o que custou 800 milhões de dólares à empresa e lhe valeu a alcunha de The Knife - "a faca". Aéreo, o executivo chegou a aparecer num encontro com analistas calçando um pé de sapato preto e outro marrom. Certa vez, Daft contratou um especialista em feng shui para melhorar as vibrações da sede da companhia. Não funcionou.
          Daft teve a surpresa ao não receber o apoio do conselho na hora de fechar a compra da Quaker, em novembro de 2000. O preço estava acertado em 14 bilhões de dólares. Daft já havia até tirado foto com Bob Morrison, o então presidente da Quaker. Na última hora, os conselheiros votaram unanimemente contra a aquisição. O negócio acabou nas mãos da arqui-rival PepsiCo, que se antecipou à estratégia de diversificação com o lançamento de produtos mais saudáveis. Daft se aposentou em março de 2004 e foi substituído pelo irlandês Neville Isdell.
          Exigências do consumidor moderno podem ter também um toque nostálgico. Foi atendendo a pedidos feitos ao longo de alguns anos da década de 2000 que a empresa decidiu relançar a caçulinha, criada em 1916 e apelidada de Mae West, em menção às formas sensuais e arredondadas da atriz de cinema. A versão de 237 ml não está à venda em supermercados, só em restaurantes e bares voltados para as classes A/B.
          No Brasil, em agosto de 2005, a Coca-Cola compra a Sucos Mais em negócio de R$ 100 milhões.
          Em dezembro de 2006, a Coca-Cola Femsa e a Coca-Cola Company fecharam acordo para adquirir até 100% das ações da Sucos del Valle no México, onde está a sede da empresa. O valor total do negócio, que também envolveu a operação da Del Valle no Brasil, foi de US$ 470 milhões.
          Em março de 2007 a Coca-Cola Brasil, sob a presidência de Brian Smith, anuncia a aquisição da empresa Leão Junior S.A. (fundada em 1901) incorporando ao seu portfólio mais 50 produtos, entre os quais o consagrado Matte Leão. O negócio incluiu, além das marcas, as três unidades de produção localizadas em Curitiba e Fernandes Pinheiro no Paraná, e no Rio de Janeiro. A Coca-Cola Brasil atua nos segmentos de bebidas não alcoólicas, tais como chás gelados, mate, sucos, águas, refrigerantes, isotônicos, lácteos e energéticos.
          Em 2015, a empresa compra a fabricante mineira de lácteos Verde Campo cujo portfólio foi reformulado, para que, nenhum produto da marca tenha conservantes, espessantes e aromas artificiais. Para isso, 50 milhões de reais foram investidos na fábrica de Lavras.
          Em 2016, a Coca-Cola comprou a marca de bebidas Ades, da Unilever, por US$ 575 milhões, em parceria com a engarrafadora Femsa. A marca é a principal produtora de bebidas à base de soja da América Latina, com mais de 20 rótulos.
          Considerando dados de fevereiro de 2017, a Coca-Cola está presente em 200 países e 1,9 bilhão de porções de bebidas da Coca-Cola são consumidas diariamente no mundo. O número de funcionários no planeta chega a 700 mil. No Brasil, o 4º maior mercado, depois de EUA, México e China, a Coca-Cola possui 45 fábricas, 69 mil funcionários, com market share superior a 50% no setor de refrigerantes e 1 milhão de pontos de venda. O leque de produtos brasileiros abrange marcas como: Kuat, Fanta, Sprite, Scheppes, Mais, Kapo, Fresh e outras.
          No início de outubro de 2017, a Coca-Cola anunciou a aquisição da marca de água mineral gaseificada Topo Chico, por 220 milhões de dólares.
          No final de agosto de 2018, a Coca-Cola anunciou a comprar da rede de cafés Costa. O valor da operação foi de 5,1 bilhões de dólares. De acordo com fontes do setor de bebidas, a compra da rede de cafés faz parte de um projeto da Coca-Cola de se tornar menos dependente dos refrigerantes, que ainda são seu carro-chefe, mas que vêm enfrentando queda nas vendas em várias partes do mundo. Segundo a Coca-Cola, a entrada nesse segmento será uma oportunidade para a empresa estrear no mercado de bebidas quentes, que não faz parte de seu portfólio atual.
          Em setembro de 2018, a Coca-Cola lança produtos naturais desenvolvidos para o mercado brasileiro. As bebidas são à base de água gaseificada e suco de fruta, sem adoçantes nem conservantes. Para o lançamento, a companhia criou nova marca. A bebida com três opções de sabor leva o nome de Yas.
          Em 11 de agosto de 2021, a Coca-Cola FEMSA e Coca Cola Andina, engarrafadoras responsáveis por mais da metade do volume comercializado da Coca-Cola no Brasil, anunciaram a compra da Cerveja Therezópolis que passará a integrar seu portfólio no país. O valor do negócio não foi revelado.
          A aquisição visa preencher um espaço nos produtos das engarrafadoras da Coca-Cola destinado a cerveja que desde a disputa judicial para garantia do direito das engarrafadoras da Coca-Cola de distribuir marcas da Heineken no Brasil se encontrava incompleto.
          Para as engarrafadoras da Coca-Cola as vendas com cerveja são estratégicas pois compõem uma parcela de produto complementar ao portfólio não-alcoólico da multinacional com potencial de entrada em grande parte dos pontos de venda onde já possuem relacionamento.
          Desde 2017, quando adquiriu a Brasil Kirin, a Heineken terminou com o contrato de distribuição de seus produtos através do sistema Coca-Cola que ocorria no Brasil. Após uma disputa judicial, esse direito retorno para a Coca-Cola no início de 2021 de forma parcial apenas, sem os rótulos Heineken e Amstel.
          Um fato que chama atenção na aquisição da Cerveja Therezópolis pelas engarrafadoras Femsa e Andina é que o negócio foi autorizado pela sede da Coca Cola nos Estados Unidos, sendo a primeira vez que a marca se liga diretamente ao mercado de cervejas.
          As Coca-Cola Femsa e Andina possuem atuação no Brasil nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás possuindo 43 centros de distribuição e com acesso a 395 mil pontos de venda.
          Com esse poder de fogo de distribuição associado a maior capacidade de publicidade é esperado que a marca Therezópolis possa alavancar sua presença e reconhecimento a níveis mais elevados que os atuais, podendo competir em alguns locais com marcas pertencentes aos grandes grupos cervejeiros brasileiros.
          A mexicana Femsa Cerveza S.A., fundada no início do século XX, já teve uma passagem pelo Brasil. Em janeiro de 2006, comprou 68% da Molson Coors no Brasil. Considerando o portfólio em agosto de 2006, a Femsa apresentava em sua bandeja, as seguintes cervejas para o consumidor brasileiro: Kaiser, incluindo Gold e Summer Draft, Heineken (produzida sob licença da Heineken Brouwerijen B.V.), Bavaria, Xingu, Sol, Superior, Carta Blanca e Dos Equis (XX). Sua produção (no Brasil) estava distribuída em oito fábricas: Gravataí, Ponta Grossa, Jacareí, Araraquara, Cuiabá, Feira de Santana, Manaus e Pacatuba. Na América Latina, sua área geográfica de atuação, possuía, já considerando a Kaiser, 32 marcas. Sua produção anual era de 7 bilhões de litros. Em 2010, a Femsa vendeu suas operações no Brasil para a Heineken. A Kaiser, agora pertence 100% aos holandeses, e, assim como a Sol, passou a ser fabricada pela Heineken Brasil.
          No início de novembro de 2021, a Coca-Cola compra o controle BodyArmor, rival do Gatorade, por US$ 5,6 bilhões. A BodyArmor hoje é a segunda marca de bebidas esportivas mais vendidas nos Estados Unidos.
          Em dezembro de 2021, a Coca-Cola Femsa, maior engarrafadora da Coca-Cola do mundo em volume de vendas, aumenta sua participação de mercado e liderança no Brasil. Por meio de sua subsidiária Spal Industria Brasileira de Bebidas, a empresa está adquirindo a CVI Refrigerantes, engarrafadora gaúcha, por R$ 632,5 milhões. Com a aquisição, a participação da Coca-Cola Femsa no volume do sistema Coca-Cola Brasil aumenta de 50% para 52%. A CVI possui uma fábrica no estado gaúcho e três centros de distribuição que abastecem 13.500 pontos de venda, atingindo 2,8 milhões de consumidores locais.
          A Coca-Cola tem sede em Atlanta, nos Estados Unidos.
 (Fonte: revista Exame - 01.01.1997 / revista Carta Capital - 18.08.1999 / revista Exame 15.12.1999 / Folha Top of Mind - 2001 / cocacolabrasil.com / revista Exame - 13.04.2005 / Os 50 melhores Logos de todos os tempos / jornal O Globo - 21.03.2007 / msn dinheiro - 04.12.2014 / MundoEstranho - 08.06.2016 / revista Exame (Informe Publicitário) - 15.02.2017 / Exame.com - 04.10.2017 /  12.12.2018 /economia.uol - 23.05.2019 / Exame - 18.09.2019 / Catalisi - 12.08.2021 / Valor - 01.11.2021 / 20.12.2021 - partes).

2 comentários:

Anônimo disse...

muitoooooo boooom

Anônimo disse...

Legal