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6 de out. de 2011

Dexco (antiga Duratex)

          Em 1951 nasce a Duratex, com o rinoceronte como símbolo, implícita ou explicitamente mostrando a intenção da empresa de fazer seus produtos duráveis. Participante ativo da criação da empresa, foi o banqueiro Eudoro Villela, nascido em 1908 e falecido em 18.04.2001. Como médico, durante o tempo que passou em Paris como bolsista no Institut du Radium de La Fondation Curie, visitou várias vezes as cidades suecas de Estocolmo e Göteborg, nos intervalos do trabalho de pesquisa. Como atento observador, percebeu nessas viagens a ampla utilização de produtos à base de chapas de fibra de madeira, tipo "hardboard", de indústrias europeias. Com o apoio do sogro, Alfredo Egydio de Souza Aranha, criou a Duratex. Eudoro Villela foi por muito tempo presidente do conselho de administração da Itaúsa, holding sob a qual está a Duratex.
          A companhia já é criada com capital aberto. Em 1954, inicia-se a fabricação de chapas em Jundiaí (SP). A década de 1970 foi particularmente decisiva. A empresa expandiu-se para fora do estado de São Paulo. Iniciou as atividades em Taquari (RS) em 1970.
          Em 1972 a empresa incorporou a Deca. Em Uberlândia (MG), a empresa chegou em 1975.
          A década de 1980 foi forte em aquisições: em 1981 adquiriu a Louças do Sul, em São Leopoldo (RS), em 1984 foi a vez de uma unidade em Itapetininga (SP) e em 1988 foi adquirida uma unidade em Agudos, também no interior de São Paulo.
          A Duratex entrou na Argentina em 1995, com a aquisição da Piazza Hermanos, rebatizada de Deca Piazza logo em seguida, mas em 2013 a operação foi encerrada.
          Em 1997, a empresa abriu sua primeira fábrica de MDF (Medium Density Fiberboard) no Brasil, em Agudos.
          Nos anos 2000, além da aquisição da Ideal Standard, novas plantas foram inauguradas: MDF em Botucatu (SP); MDP em Itapetininga (SP) e MDF2 em Agudos.
          Em 2009, a empresa se associou à Satipel, e juntas criaram a maior empresa de painéis do Hemisfério Sul. No início dos anos 2010 foram adquiridas terras no estado de São Paulo e levadas a cabo as aquisições de Elizabeth, Tablemac, Thermosystem e Mipel.
          Em 2015, através da divisão Deca, adquire a fábrica de chuveiros Corona. A marca que prevalecerá para chuveiros é Hydra.
          Em agosto de 2017, a Duratex entra no mercado de azulejos cerâmicos com a aquisição da Ceusa Revestimentos Cerâmicos por R$ 280 milhões, assumindo dívidas. Já operando com produtos sanitários e acessórios metálicos através da Deca, a empresa pretende manter a marca Ceusa e começar a oferecer cerâmica com ambas as marcas. Baseada em Urussanga, Santa Catarina, Ceusa emprega 330 funcionários em duas fábricas.
          Em junho de 2018, a Duratex forma uma joint venture com a austríaca Lenzing, no que seria a maior produtora mundial de celulose dissolvida e fornecedora de viscose para a indústria têxtil. Em novembro de 2019, o projeto estava em fase de terraplenagem.
          Em 2018, a Duratex vendeu à Suzano Papel e Celulose por mais de R$ 1 bilhão quase 30 mil hectares de terras e florestas no Estado de São Paulo. Para a concorrente Eucatex, comercializou instalações e equipamentos de chapas de fibra fina, em Botucatu (SP), deixando de atuar no segmento, cuja rentabilidade é baixa.
          A companhia retomou, em 2019, a produção de painéis, em Itapetininga (SP), suspensa há mais de dois anos. Um mês e meio atrás, encerrou as operações em Botucatu - a produção era mais direcionada ao mercado externo e estava interrompida desde novembro de 2018 - e vendeu imóveis rurais e florestas para a Turvinho Participações e para a Bracel SP Celulose.
          As quatro unidades da divisão Madeira, localizadas em Uberaba (MG), Itapetininga, Agudos (SP) e Taquari (RS).
          Na Deca, a Duratex tem quatro fábricas de louças, três de metais e uma de chuveiros elétricos. Em julho, a unidade de louças de São Leopoldo (RS) foi fechada. “Não diminuímos uma peça na produção. Os equipamentos estão sendo transferidos para Queimados (RJ), João Pessoa e Recife”, diz o executivo. No fim de 2018, a empresa encerrou as operações de fábrica de chuveiros em Tubarão (SC).
          No segmento de revestimentos cerâmicos, em setembro de 2019, a companhia anunciou o fechamento da unidade de Santa Luzia (MG), cujas operações estavam suspensas desde junho. A Duratex optou por concentrar a fabricação de revestimentos em quatro fábricas de Santa Catarina - duas em Criciúma e duas em Urussanga.
          Na noite do dia 22 de maio de 2019, a Duratex anuncia a compra da Cecrisa, fabricante de revestimentos cerâmicos e detentora da marca Portinari, por até R$ 539 milhões. Com isso, amplia seu portfólio de produtos para construção civil.
          A Cecrisa tem duas fábricas em Santa Catarina e uma em Minas Gerais. Tem capacidade de produção de 20 milhões de metros quadrados por mês nas três unidades fabris no Brasil. A companhia emprega cerca de 1.700 funcionários e teve receita líquida de 652 milhões de reais e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 112 milhões em 2018.
          Com três divisões em operação - madeira, Deca e revestimentos cerâmicos -, a Duratex está concluindo etapa de fechamento de algumas unidades e remanejamento da produção para ter mais eficiência; se prepara para entrar, em 2022, no mercado de celulose solúvel e considera a possibilidade de integrar um quinto negócio no seu portfólio, desde que relacionado ao tema “soluções para melhor viver”.
          Em 15 de julho de 2021, a Duratex informou sobre a mudança da marca corporativa de Duratex para Dexco e a alteração da denominação para Dexco S.A., mediante alteração estatutária. Com 70 anos de história, a Duratex decidiu mudar a sua marca corporativa. “Este movimento faz parte de uma jornada de transformação iniciada há alguns anos e simboliza um novo ciclo de crescimento estratégico da companhia, que visa alavancar a vantagem competitiva e possibilitar a expansão em novos negócios”, afirmou a empresa em um comunicado. Com a Dexco e a promessa da nova marca de Viver Ambientes, a companhia também dá um passo importante na aproximação com seus clientes e consumidores. A partir do pregão de 19 de agosto de 2021 ocorrerão as seguintes mudanças no mercado de bolsa de valores administrado pela B3: seu nome de pregão DURATEX passará a ser DEXCO e as ações de suas emissões passarão a ser negociadas sob o novo código, ticker, DXCO3, em substituição a DTEX3.
          Em 2021,  a Dexco informou que, por meio da sua controlada Dexco Revestimentos Cerâmicos, assinou contrato para a compra de 100% do capital da empresa Castelatto, que atua no segmento premium de pisos e revestimentos de concreto arquitetônico. Localizada na cidade de Atibaia (SP), a Castelatto possui capacidade de produção de 7,5 milhões de peças por ano e um total de 238 colaboradores.
          Em 28 de janeiro de 2022, a Dexco anunciou a compra de 13% da Brasil Cubo, empresa especializada em construção modular off-side em estrutura metálica. O investimento foi na ordem de R$ 74 milhões.
          A Dexco investiu em 2022 R$ 102,5 milhões na rede de varejo de materiais de construção ABC da Construção, para uma participação de 10% na empresa.
          A empresa tem seis marcas - Deca, Hydra, Ceusa, Durafloor, Duratex e Portinari. A Dexco passou a ser uma gigante brasileira da indústria de painéis de madeira, revestimentos cerâmicos, louças sanitárias, metais sanitários e celulose solúvel.
(Fonte: revista Forbes Brasil - 09.05.2001 / material de apresentação da reunião Apimec - 28.10.2014 / jornal Valor - 29.08.2017 / 22.06.2018 / G1-Reuters - 22.05.2019 / Valor - 04.11.2019 / Dicas de Hoje Research - 16.07.2021 / Eleven Financial - 28.01.2022 / Valor - 18.12.2022 / Suno Notícias - 08.12.2022 - partes)

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