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6 de out. de 2011

Intelig

          Intelig foi o nome escolhido, dentre três opções, como marca para a então recém-vencedora do leilão para a empresa-espelho da Embratel, que se chamava Bonari. A campanha publicitária, com bastante repercussão, divulgada pela televisão, revistas e jornais, ganhou a participação de mais de um milhão de pessoas representando os próprios consumidores.
           Três atrizes, Débora Secco (representando a opção Intelig), Letícia Spiller (representando a alternativa Unicom) e Adriane Galisteu (representando o nome Dialog), apresentavam as três marcas candidatas, estampadas em suas respectivas camisetas. Pouco depois de meados de 1999, foi divulgado o resultado da campanha, com a escolha de Intelig.
          Em setembro de 1999, em anúncio sobre o nome vencedor, onde as três atrizes vestiam então camisetas iguais, com o nome Intelig, no texto publicitário constava: Dentro de alguns meses, este é o número que você vai discar para ter um dos melhores interurbanos do mundo - 23.
          A Intelig tinha como sócia uma das maiores empresas de telecomunicações do mundo, a americana Sprint.
          Nascida em janeiro de 2000, a Intelig, sob o comando de Fernando Terni, surgiu com jeitão de inovadora diante da gigante e então antiquada Embratel. A marca foi responsável por um investimento bilionário para oferecer telefonia de longa distância e internacional, além de ter lançado também um provedor de internet, o InteligWeb. Chegou a conquistar 21% das chamadas de longa distância no país, mas acabou perdendo fôlego quando as operadoras de telefonia locais passaram a oferecer o mesmo serviço com um preço mais baixo.
          A queda livre da participação no mercado provocou insatisfação dos acionistas e a empresa foi posta à venda em novembro de 2001. O preço estimado pelo mercado seria de US$ 200 milhões. Em janeiro de 2002, Fernando Terni deixa a presidência (migrou para a Nokia) e é substituído pelo VP de operações, José Carlos Cunha. Em outubro de 2002, a Alcatel, maior credora, ganha poder de veto nas negociações e dá preferência à Brasil Telecom. Mas, logo depois, a BrT, ao não antecipar as metas da Anatel é impedida de comprar a Intelig. Em novembro de 2003, a Embratel também é colocada à venda e rouba a cena. O grupo Telmex leva a Embratel por 360 milhões de dólares.
          Em abril de 2005, a sensação que se tinha, era que a Intelig tinha perdido o rumo. Depois que José Carlos Cunha deixou o cargo em 2003 para tentar liderar - sem sucesso - a compra da empresa, saíram o diretor de assuntos regulatórios, Alan Rivière, o diretor de recursos humanos, Marcelo Arantes e, por último, o vice-presidente de operações, José Cândido. Após duas reestruturações, a empresa passou a ter 600 funcionários, ante pouco mais de 1000 na época da fundação. A empresa passou a operar sem executivo chefe - era comandada por um triunvirato de vice-presidentes - e sem nenhum dinheiro para investir além do próprio faturamento que, por volta de 2008, era de cerca de R$ 750 milhões anuais.
          Seus 600 funcionários adoravam a empresa e decidiram assumir a responsabilidade de mantê-la em pé, apesar das dificuldades. Em meados de 2008, a empresa dependia apenas do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, para finalmente ser vendida à companhia Docas Investimentos, do empresário Nelson Tanure.
          A Intelig, porém, foi vendida para a italiana TIM, cuja conclusão do negócio aconteceu no final de 2009.
(Fonte: revista Exame -25.08.1999 / 22.09.1999 / jornal O Estado de S.Paulo - 07.05.2001 - anúncios publicitários / revista Exame - 27.04.2005 / revista Época - 25.08.2008)

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