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2 de out. de 2011

Uber

          Über, às vezes escrito ueber, uber ou uuber, é uma palavra na língua alemã que significa (em inglês/português) "over" (sobre, por cima de), "above" (acima) ou "across" (sobre, ao longo de). Em holandês, também é "over", em islandês yfir, em latim "super" e em grego "hyper".
          O nome da companhia, contudo, veio indiretamente de Friedrich Nietzsche, filósofo alemão. Em 1883, Nietzsche cunhou o termo "Übermensch" para descrever o estado superior que ele sentia que os homens aspiravam (mensch significa "man" (homem) em alemão). O termo foi introduzido na língua inglesa por George Bernard Shaw no título de sua peça escrita em 1903 Man and Superman. Essa é a razão para o uso popular  de uber [alguma coisa] para significar uma versão melhor de alguma coisa.
          De volta ao nome da empresa de serviço de transporte urbano, até 2010 (foi criada em 2009) era chamada de UberCab, mas, ao receber notificação das autoridades de trânsito de São Francisco na Califórnia, implicando com o nome, passou no mesmo dia a se chamar oficialmente apenas Uber. A pendenga colocou a empresa na imprensa e no radar dos fundos de capital de risco, marcando assim o início da expansão do Uber nos Estados Unidos e no mundo. Polêmica, controvérsia, brigas: eis a tônica da história da empresa até agora.
          A história do Uber, contudo, começou do outro lado do Atlântico, numa noite de nevasca em Paris, em 2008 - ou pelo menos é o que diz o mito de sua fundação. Travis Kalanick acabara de vender uma empresa por 20 milhões de dólares e participava de um evento de tecnologia na cidade. Como não conseguiam encontrar uma táxi, Kalanick e um amigo, Garret Camp (que havia vendido uma startup para o eBay por 75 milhões de dólares), imaginaram um serviço com o qual pudessem chamar um carro com apenas um toque na tela do celular. De volta à Califórnia, ambos refinaram a ideia, que se tornaria o Uber. O engenheiro Oscar Salazar também participou da criação, deixando a empresa em em 2011. O plano inicial era oferecer carros executivos. A questão era convencer os motoristas que já ofereciam esse serviço (em geral, em parceria com hotéis) a adotar o aplicativo. Aí entram em cena os brasileiros. A maior parte dos primeiros motoristas parceiros teria sido de taxistas brasileiros que trabalhavam em São Francisco e essa rede de contatos da comunidade brasileira teria sido essencial para a decolagem do Uber.
          O valor de mercado da companhia, em abril de 2015, girava em torno de 41 bilhões de dólares, operava em 56 países, 300 cidades, sendo quatro no Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Em São Paulo, o número de carros pulou de 1.000 em 2014 para 30.000 em 2017. Junto com o aumento da frota, porém, veio a queda do faturamento médio dos motoristas, que caiu pela metade.
          Na China, aconteceu o improvável. O chinês Cheng Wei, nascido em 1972, através de sua empresa, a Didi Chuxing, comprou os negócios do aplicativo de carona paga Uber na China no início de agosto de 2016, levando o valor de mercado da Didi Chuxing para US$ 35 bilhões. Com isso, encerrou uma guerra de anos com sua maior rival. Investidores e funcionários da Didi Chuxing afirmam que Cheng é calmo, tem olhar estratégico e não se preocupa com ego - características fundamentais para competir com o Uber pelo mercado multibilionário de caronas da China. Mas seu estilo de liderança é, ao mesmo tempo, considerado cruel e cheio de nacionalismo. Ele se refere à história da China e ao exército em seus discursos com certa frequência.
          Em janeiro de 2016, o Uber firma uma parceria com a Airbus para oferecer transporte de helicóptero pelo aplicativo. Os primeiros passageiros foram conduzidos durante o festival de cinema Sundance, em Utah, nos Estados Unidos (fim de janeiro de 2016). Neste setor, o Uber foi mordido no calcanhar: a GM investiu US$ 500 milhões em seu rival, o Lyft.
          Em 20 de junho de 2017, o cofundador Travis Kalanick, então executivo-chefe do Uber, renunciou ao cargo diante das pressões do investidores. A saída ocorre depois de uma série de escândalos que afetou a reputação do Uber, incluindo a revelação de assédio sexual nos escritórios da empresa e uma investigação federal em relação aos esforços para enganar as autoridades regulatórias locais.
          Em agosto de 2018, o Uber divulga quevai investir R$ 250 milhões no Brasil, nos próximos cinco anos, para construir seu primeiro centro de desenvolvimento tecnológico da América Latina. O aporte é o maior feito pela companhia desde sua chegada ao país em 2014. Serão contratados até 150 engenheiros, designers, pesquisadores de software e especialistas em "machine learning" (aprendizado de máquinas) para criar produtos e serviços com foco, principalmente, em aumentar a segurança de usuários e motoristas. O Brasil é a segunda maior operação do Uber no mundo, atrás dos Estados Unidos.
          Em 26 de março de 2019 a Uber anunciou a compra da Careem, a sua maior rival no Oriente Médio, em um negócio de US$ 3,1 bilhões (R$ 12 bilhões). Com sede em Dubai e fundada em 2012, a Careem se tornou o principal aplicativo de transporte da região, com 30 milhões de usuários cadastrados em mais de 90 cidades no Oriente Médio e norte da África. A empresa foi avaliada em US$ 2 bilhões (R$ 7,7 bilhões) em uma rodada de financiamento em outubro. Esta foi a maior transição de uma empresa de tecnologia da história na região.
          A Uber afirmou que somou 91 milhões de usuários mensais ativos em 2018. Atualmente (maio de 2019) está em 700 cidades e 63 países, sendo líder de mercado em boa parte desses locais.
          Em julho de 2020, a Uber compra a empresa de entrega de comida Postmates, por 2,65 bilhões de dólares. A aquisição reforça a operação do segmento Uber Eats, que se tornou o carro-chefe da empresa durante a pandemia do novo coronavírus.
(Fonte: Quora-Sarah Householder / Wikipedia / revista Exame - 15.04.2015 / revista Época Negócios - fevereiro - 2016 / jornal O Estado de S. Paulo 15.08.2 016 / revista Veja São Paulo - 29.03.2017 / jornal valor online - 20.06.2017 / IstoÉDinheiro - 26.03.2019 - partes)

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