SP Antiga história arquitetura fotografia (www.saopauloantiq....com.br)
Autora: Glaucia Garcia
Rodovia Presidente Dutra, divisa de São Paulo com Guarulhos sentido Rio de Janeiro. Quem passa em frente a esta localização encontra um estacionamento de uma transportadora e não imagina que neste terreno, existiu uma grande fábrica de biscoitos e que continua no imaginário de várias pessoas, a Duchen.
Autora: Glaucia Garcia
Rodovia Presidente Dutra, divisa de São Paulo com Guarulhos sentido Rio de Janeiro. Quem passa em frente a esta localização encontra um estacionamento de uma transportadora e não imagina que neste terreno, existiu uma grande fábrica de biscoitos e que continua no imaginário de várias pessoas, a Duchen.
Esta memorável empresa foi fundada em 1903 no tradicional bairro da Mooca. Com o seu crescimento, a Duchen mudou-se para a então recém inaugurada Rodovia Presidente Dutra, ponto estratégico para transportar sua mercadoria com mais agilidade para o interior do Estado de São Paulo e Rio de Janeiro. No Viaduto do Chá, centro de São Paulo, numa foto tirada nos primeiros anos de século XX (o Theatro Municipal, inaugurado em 1911, já estava pronto), pode-se ver uma propaganda num casarão onde hoje é o shopping Light, com o seguinte texto: BISCOUTOS DUCHEM a grande marca brazileira (Biscoutos com "u" e brazileira com "z").
Sua nova fábrica foi projetada por Oscar Niemeyer em 1949. Sua construção iniciou-se em 1950 e foi finalmente concluída em 1951. A fábrica sinuosa, comprida e estreita e com suas colunas à mostra lembravam uma espinha de peixe.
A Duchen encerrou suas atividades no local na década de 1980 e a premiada construção ficou a própria sorte. Com o tempo, a transportadora vizinha comprou o terreno com a finalidade de transformar em estacionamento para os caminhões, mas não contavam que a antiga fábrica de biscoitos estava em processo de tombamento pelo CONDEPHAAT.
O Conselho de Patrimônio Histórico consultou o arquiteto Oscar Niemeyer para ele dar um parecer e assim justificar tombamento da Duchen, mas o arquiteto surpreendentemente se mostrou indiferente com a demolição.
Assim sendo, máquinas e tratores invadiram a Duchen e sua demolição foi inevitável.
Duchen foi a única obra industrial de Niemeyer e ganhadora de um prêmio na categoria Construção Industrial na 1a Bienal de São Paulo.
Do que foi considerando um marco na arquitetura, apenas uma mureta e um pedaço de ferro retorcido com concreto conseguiram sobreviver à demolição. Um pequeno pedaço de história que ainda tenta resistir.
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Autor: Glaucia Garcia
Licenciada em História, é pesquisadora e professora da rede pública e particular em Guarulhos. É co-fundadora da Associação Guarulhos tem História e Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (ABEC). Co-autora dos livros "Guarulhos tem História" e "Guarulhos: espaço de muitos povos".
Paulo Peres
22/12/2014 (um dos comentários feitos ao artigo acima, sobre a Duchen, da historiadora Glaucia Garcia)
Informo que de fato a marca Duchen não era um nome de família. O fundador da Duchen, que tinha como razão social “Cia Paulista de Alimentação – Duchen”, foi a família Britto, o mesmo fundador da marca Peixe (extrato de tomate). Lembro-me perfeitamente da placa de bronze afixada próximo ao restaurante, que homenageava os fundadores “Francisco Pitta Brito” e “Carlos Alberto de Nóbrega Brito”. Na década de 1970 a empresa foi vendida para o Grupo Fenícia, e na década de 1980 foi desativada. Apenas a marca foi vendida para o grupo Hersheys, o terreno para a Atlas e as máquinas para a Aymoré. Trabalhei por mais de 10 anos nessa empresa e só tenho boas recordações.
Em 1993, a General Biscuits do Brasil era dona da marca Duchen.
Os biscoitos Duchen são hoje fabricados por Cavnic SP Participações S.A., em Jundiaí, interior do estado de São Paulo.
Versão II
Durante as décadas de 50, 60 e 70, uma curiosa construção chamava a atenção de quem circulava pela Rodovia Presidente Dutra, ainda pequena, com duas faixas em cada sentido. Por ali estava uma bela construção, na altura do Município de Guarulhos, que abrigava a fábrica de biscoitos Duchen. Entretanto, essa tradicional marca da nossa história, fora fundada na Mooca, muitos anos antes, em 1903, sendo um grande destaque na fabricação de biscoitos com marcas que deixaram saudade, como: Kid Lat, Specialat e a própria Duchen. Desde sua fundação, seu objetivo era o de produzir inovação e qualidade, para agregar valor à marca.
Seu desenvolvimento na ZL de São Paulo foi tão significativo que, para expandir sua estrutura e facilitar a logística do dia a dia para o interior de SP e do RJ, os proprietários escolheram a rodovia para montar sua fábrica, em um processo que começou em 1950 e terminou em 1951.
A grande curiosidade é que o edifício dessa empresa foi projetado por ninguém menos do que Oscar Niemeyer, em 1949. Ele possuía uma sinuosidade, comprida e estreita, com suas colunas à mostra, lembrando uma espinha de peixe. A edificação é uma obra inédita na trajetória de Oscar Niemeyer, já que foi um projeto para abrigar uma indústria. O projeto foi tão inovador que ganhou um prêmio na 1ª Bienal de São Paulo, em 1951, na categoria de construção industrial.
Seu desenvolvimento na ZL de São Paulo foi tão significativo que, para expandir sua estrutura e facilitar a logística do dia a dia para o interior de SP e do RJ, os proprietários escolheram a rodovia para montar sua fábrica, em um processo que começou em 1950 e terminou em 1951.
A grande curiosidade é que o edifício dessa empresa foi projetado por ninguém menos do que Oscar Niemeyer, em 1949. Ele possuía uma sinuosidade, comprida e estreita, com suas colunas à mostra, lembrando uma espinha de peixe. A edificação é uma obra inédita na trajetória de Oscar Niemeyer, já que foi um projeto para abrigar uma indústria. O projeto foi tão inovador que ganhou um prêmio na 1ª Bienal de São Paulo, em 1951, na categoria de construção industrial.
Entretanto, com a chegada da década de 80, tudo mudou e a Duchen encerrou suas atividades, deixando o edifício à própria sorte. Com o passar do tempo, uma transportadora vizinha fez um investimento e comprou o terreno onde estava a fábrica para transformá-la em pátio e estacionamento para seus caminhões. Entretanto, nesse meio tempo, o CONDEPHAAT, órgão que organiza o tombamento de patrimônios históricos, já estava trabalhando no processo para garantir que o edifício permanecesse de pé.
Para corroborar o processo de tombamento, o CONDEPHAAT foi consultar o arquiteto Niemeyer que, para a surpresa de todos, renegou a obra. Dessa forma, o conselho recusou o tombamento e, em 1990, a Duchen foi demolida. O novo proprietário do terreno, a Transportadora Atlas acabou tendo litígio com o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), por conta do ocorrido.
Quanto à marca Duchen, ela foi comprada pela Parmalat ainda nos anos 90 e foi ressuscitada em 2003, emprestando seu nome a uma linha de bolachas.
Para corroborar o processo de tombamento, o CONDEPHAAT foi consultar o arquiteto Niemeyer que, para a surpresa de todos, renegou a obra. Dessa forma, o conselho recusou o tombamento e, em 1990, a Duchen foi demolida. O novo proprietário do terreno, a Transportadora Atlas acabou tendo litígio com o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), por conta do ocorrido.
Quanto à marca Duchen, ela foi comprada pela Parmalat ainda nos anos 90 e foi ressuscitada em 2003, emprestando seu nome a uma linha de bolachas.
Fonte: História De São Paulo
Apesar de passarem-se 4 anos do comentário que fez Paulo Peres(22/12/2014), sobre a história dos Biscoitos Duchen, da historiadora Glaucia Garcia em As Origens das Marcas, peço licença para um comentário, pois existiu no final do século 19 e início do século 20, uma cocheira de aluguel, na antiga Rua da Constituição e hoje Rua Florêncio de Abreu, com o nome de Duchen e creio eu, por ser tão pequena na época nossa cidade, tratar-se de pelo menos um parente, dos antigos donos da Fábrica de Biscoitos Duchen, que à principio foi instalada na Rua Borges de Figueiredo na Mooca em 1903. O nome dos fundadores, como disse em seu texto Paulo Peres, seriam Francisco Pitta Brito e Carlos Alberto de Nóbrega(sic)Brito. É um simples comentário que faço, pois não possuo nenhum dado, que possa contradizer o texto do Paulo Peres.
ResponderExcluirSou Ricardo froes paulistano desde 1963 residente em rio de janeiro tenho 68anos,Duchen fez parte da minha infância como sempre seven UP cervejinha,Paulo peixe era amigo de meu pai ,morávamos em campo belo gostei demais da reportagem sou nostálgico conheci Arrelia e Pimentinha muito obrigado
ResponderExcluirO refrigerante era Cerejinha
ResponderExcluirNasci do lado da fábrica da duchem na Mooca na Borges de Figueiredo esquina com visconde de Cairu , eu jogava bola no portão da fábrica isso nos anos 50/60
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