Giorgio Armani ergueu uma marca de bilhões de dólares depois de abandonar a faculdade de medicina em 1957. Aprendeu os segredos da moda e do marketing pessoal com Nino Cerruti e se lançou em carreira solo em 1975.
A fama só chegou cinco anos mais tarde, quando vestiu Richard Gere no filme Gigolô Americano.
A companhia italiana começou com a marca Giorgio Armani e criou outras organicamente, até chegar à Armani Exchange, mais acessível e jovial. E, claro, o grupo não vive só de sapatos ou roupas, mas de um portfólio amplo de vestuário e acessórios.A fama só chegou cinco anos mais tarde, quando vestiu Richard Gere no filme Gigolô Americano.
O Grupo Armani faturou US$ 2,4 bilhões em 2019.
Giorgio Armani morre em 4 de setembro de 2025, aos 91 anos.
O mundo da moda passa a lidar então com a morte de Armani, o autodenominado "designer-empresário" cujas roupas definiram luxo e poder por décadas.
Mas, além das homenagens ao legado fashion do italiano, há uma pergunta multibilionária: o que o futuro reserva para sua empresa homônima, talvez a maior grife italiana independente em uma era de conglomerados de luxo?
Na época de sua morte, aos 91 anos, o patrimônio líquido de Armani era estimado em cerca de US$ 12 bilhões — quase todo atribuído à propriedade de sua empresa de luxo. A Giorgio Armani S.p.A., que abrange roupas, acessórios, decoração de interiores e muito mais, registrou US$ 2,65 bilhões em receita em 2023.
Por décadas, Armani rejeitou repetidamente propostas de venda. Ele conseguiu manter a Armani S.p.A. independente mesmo com os impérios de luxo franceses LVMH e Kering absorvendo dezenas de marcas de moda. E a Prada, no início de 2025, comprou a Versace por quase US$ 1,4 bilhão.
Armani chegou a criar a Fundação Giorgio Armani, encarregada de supervisionar iniciativas de caridade — e proteger sua empresa de investidas indesejadas. Essa fundação, assim como alguns parentes e confidentes, deve herdar seus ativos.
Armani nunca descartou um eventual acordo para sua empresa. Ele disse à Bloomberg em 2024 que, embora não previsse uma venda para um grande conglomerado, "não quero excluir nada a priori, porque isso seria uma atitude 'pouco empreendedora'".
Outra possibilidade é uma listagem na bolsa de valores, embora documentos de governança corporativa analisados pela Reuters em 2023 mostrassem que tal movimento só poderia acontecer cinco anos após a morte de Armani.
Mas há muitas complicações a considerar:
Entre os motivos pelos quais Armani conseguiu rejeitar o interesse em aquisições no passado estava sua exigência por um preço exorbitante. Não está claro se mesmo a LVMH — cujo líder, Bernard Arnault, era próximo de Armani — e muito menos a Kering, em dificuldades, pagaria.
Talvez um comprador mais lógico fosse a L'Oréal, que já produz cosméticos Armani.
Embora a marca Armani continue popular em todo o mundo, ela não tem sido uma grande influência na moda há anos. Sem seu fundador homônimo e magnético para chamar a atenção, a empresa ainda pode ser relevante — e ter o tipo de luxo que Armani desejaria?
(Fonte: revista Forbes Brasil - 04.07.2001 / Day One Empiricus - 23.04.2021 / The NY Times - 05.08.2025- partes)
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