16 de mai. de 2021

Quantum (Hedge) Fund

          Em 1979, George Soros renomeou seu fundo, passando a chamá-lo de Quantum Fund, em homenagem ao princípio de incerteza de Heisenberg, que basicamente trata da impossibilidade de se prever o comportamento de partículas subatômicas. A ideia estava perfeitamente alinhada à visão de Soros de que os mercados estavam sempre em estado de incerteza e fluxo, e que era possível ganhar dinheiro ao eliminar o óbvio e apostar no inesperado.
          Os fundos hedge, apesar do nome, são companhias de investimento de altíssimo risco, que investem montantes várias vezes superiores ao seu capital, e portanto ganham (ou perdem....) dinheiro a taxas estratosféricas. Na pilotagem dos Quantum Fund e de seus fundos-irmãos, Soros multiplicou o dinheiro de seus clientes como talvez nenhum outro financista - fato que lhe rendeu diversas alcunhas: "O maior investidor do mundo", "O homem que move os mercados", e o mais famoso, "O homem que derrotou a libra".
          Sim, foi Soros que, em setembro de 1992, apostou 10 bilhões de dólares contra a libra esterlina - e ganhou. Ganhou, nos dois sentidos: a Inglaterra deixou desvalorizar sua moeda e o Quantum Fund lucrou um total de 1 bilhão de dólares para seus clientes.
          À frente do Quantum Hedge Fund, Soros sempre reinvestiu os ganhos de capital anuais que recebia do fundo, permitindo que os juros compostos impulsionassem ainda mais a rentabilidade do capital que possuía investido.
          Stanley Druckenmiller é uma das lendas do mercado financeiro. Reconhecido por ter sido por mais de 12 anos o principal gestor do Quantum Fund de George Soros, guarda um “track record” invejável na condução de hedge funds: nada menos do que 30% ao ano em dólares durante 30 anos seguidos. Durante esse período, Druckenmiller nunca entregou um ano de retorno negativo e conseguiu realizar façanhas memoráveis, como por exemplo, o lucro de US$ 1 bilhão de dólares em uma única operação contra a libra esterlina em 1992 (foi o maior retorno da história obtido com uma operação de moedas fiduciárias).
          Com o bom desempenho do fundo, conseguia atrair novos clientes investidores. Tanto que, apesar dos altos e baixos provocados pelo risco sistemático, atualmente o fundo já possui bilhões de dólares em sua carteira de ativos e uma taxa de retorno média anual de 20%. Em 2011 foi fechado, passando a gerir apenas a fortuna da família Soros.
(Fonte: revista Exame - 02.06.1999 / Empiricus Daily PRO - Felipe Miranda - 14.12.2016 /TradersClub - partes)

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