6 de out. de 2011

H&M

     Pouco depois de meados dos anos 1940, o sueco Erling Persson ficou encantado com as lojas de departamentos que vira durante uma viagem a Nova York. Persson voltou a seu gélido país disposto a criar uma versão local de redes como a Macy's e a Barneys. Em 1947, era inaugurada na cidade de Västeras, a 100 quilômetros de Estocolmo, a Hennes ("delas" em sueco). Era o embrião da H&M, sigla de Hennes & Mauritz, rede de lojas de roupas baratas por muito tempo obscura, mas que na primeira década desse século se transformou na terceira maior empresa mundial do setor e num dos maiores fenômenos do varejo global.
     Na edição de 2008 do ranking de marcas de varejo mais valiosas da Europa elaborado pela consultoria Interbrand, a fast fashion H&M apareceu na primeira posição, deixando para trás nomes como Carrefour, Fnac e Zara. Considerando dados de julho de 2009, a H&M tinha 1922 pontos de vendas, espalhados por 33 países e faturamento anual de 13,4 bilhões de dólares. Mais de 90% da receita vinha do exterior.
     Comandada por Karl-Johan Persson, nascido em 1976 e neto do fundador, a H&M aproveitou o momento pós-crise de 2008 para reduzir seus custos. Todas as lojas são alugadas. E, com o argumento da crise e da falência de redes como a britânica Woolworths em mãos, seus executivos conseguiram baixar alugueis e ocupar alguns dos melhores pontos.
     A marca é voltada para consumidoras entre 15 e 30 anos. E faz barulho com elas. Considerando dados de 2009, anunciava muito mais que sua concorrente, a Zara, e beneficiava-se da imagem e do glamour de ícones da moda e do pop. O estilista italiano Roberto Cavalli desenhou uma de suas linhas. A cantora Madonna assinou outra. E 200 lojas da rede venderam naquele ano sapatos e bolsas assinadas pela marca Jimmy Choo, célebre por calçar as personagens da série Sex and the City. A estratégia é uma das heranças do velho Erling Persson, levada adiante por seus sucessores. Apesar de capital aberto, a H&M continua a ser uma companhia familiar. O clã Persson ainda mantinha, em 2009, quase 37% das ações da empresa.

          Em setembro de 2024 a H&M definiu onde vai ficar sua primeira loja no Brasil. A unidade deve ser inaugurada no segundo semestre de 2025 no shopping Iguatemi, em São Paulo, um dos pontos comerciais mais caros da capital paulista. A marca ocupará um espaço de 1,3 mil metros quadrados. A confirmação dá os primeiros sinais de como deve ser o posicionamento do grupo no país, uma vez que estará ao lado de nomes do mercado de luxo, como Chanel, Prada e outras grifes com unidades no shopping. Para a coordenadora da área de publicidade e especialista em luxo da ESPM, Katherine Sresnewsky, a marca chega ao Brasil depois de conhecer melhor o mercado da América Latina, onde já atua em países como Chile e Peru no varejo físico e virtual e também na produção de parte dos itens comercializados na região.

(Fonte: revista Exame - 29.07.2009 / Estadão - 27.09.2024 - partes)

Nenhum comentário:

Postar um comentário