Stylianos Markakis veio da Grécia após a Segunda Guerra Mundial e tornou-se feirante em São Paulo. O negócio cresceu, virou uma pequena empresa de alimentos, e a família prosperou a ponto de poder custear os estudos do filho Dimitrios no exterior. Na volta dos Estados Unidos, surgiu a ideia de montar um supermercado. Stylianos e o filho Dimitrios, então com 23 anos, fundaram o Cândia, o primeiro de uma pequena rede, que se tornaria o pulo-do-gato da trajetória de Dimitrios no setor varejista.
Até algum tempo atrás, os Markakis pouco sabiam de supermercado. Agricultores em Creta, eles imigraram para o Brasil no final da década de 1950. Sobreviveram como feirantes e fizeram fortuna como atacadistas. A família tocou os negócios unida por muitos anos, mas depois se dividiu. O irmão mais velho, Demetrius, montou seu próprio atacado em Osasco, origem do supermercado Millo's, outro campeão de eficiência com a marca do clã (vide origem da marca Millo's nesse blog). Outros três irmãos - Stylianos, Michel e Nicolaus - abriram o Cândia por obra do acaso. Preparavam-se para inaugurar uma loja atacadista da linha Makro quando se viram sem mercadorias suficientes, em meio à escassez generalizada provocada pelo Plano Cruzado. O jeito foi improvisar um supermercado, com a ajuda de um quarto sócio, Dimitrios, filho de Stylianos, recrutado nos Estados Unidos.
Cândia é o antigo nome da ilha de Creta, de onde saíram seus fundadores, os irmãos Markakis.
Criado em 1986, o Cândia abriu as portas quando os fiscais do Sarney ainda estavam nas ruas, às vezes até fechando supermercados em nome ninguém mais se lembra de quê, na efêmera euforia (seguida de prolongada agonia) do Plano Cruzado. Prosperou num bairro pobre, em instalações espartanas, com um marketing barulhento, enquanto redes resistentes às mudanças, como Disco e Casas da Banha, tropeçavam, tropeçavam, tropeçavam - até não conseguir mais se erguer do chão.
O Cândia supermercado tinha sua principal loja localizada na cidade de São Paulo entre a Freguesia do Ó e a Vila Brasilândia, rodeada pelas classes C, D e E por todos os lados. Pelos idos de 1991 o executivo Marcos Escudeiro (que depois montou sua própria rede, o Econ, mas antes disso, em 1992, foi contratado por Abilio Diniz para comandar o Extra, divisão do grupo Pão de Açúcar, perto da Via Anhanguera, a 6 quilômetros do Cândia, em que por ironia, a parafernália eletrônica, implantada por Escudeiro, acabou emoldurando também os caixas) fez uma obra prima na reestruturação do supermercado. O Cândia começou investindo no que havia de mais moderno em tecnologia para supermercados. Trouxe scanners, leitores ópticos, informatizou os caixas e melhorou o atendimento, coisa que na periferia era sempre rara.
Com uma única loja, o Cândia faturava 70 milhões de dólares considerando como base 1992. O Cândia prosperou sem pressa. Dimitrius não queria repetir o destino da rede Morita, que surgiu alguns anos antes em São Paulo, cresceu rápido demais e terminou em pedaços.
Em março de 1993 surgiu a segunda loja Cândia, dessa vez num bairro de classe média, o Tucuruvi, também na Zona Norte de São Paulo. Ali, os computadores deixaram de esconder-se na retaguarda para dividir a cena com as ofertas. Tratava-se de um hipermercado hightech, de 5 milhões de dólares, o primeiro do país a mostrar em telas instaladas junto aos caixas as fotos dos produtos vendidos. Vozes eletrônicas informavam os preços das mercadorias, num sistema criado pela Dataregis, empresa de automação comercial de São Paulo, sob medida para o Cândia.
Até algum tempo atrás, os Markakis pouco sabiam de supermercado. Agricultores em Creta, eles imigraram para o Brasil no final da década de 1950. Sobreviveram como feirantes e fizeram fortuna como atacadistas. A família tocou os negócios unida por muitos anos, mas depois se dividiu. O irmão mais velho, Demetrius, montou seu próprio atacado em Osasco, origem do supermercado Millo's, outro campeão de eficiência com a marca do clã (vide origem da marca Millo's nesse blog). Outros três irmãos - Stylianos, Michel e Nicolaus - abriram o Cândia por obra do acaso. Preparavam-se para inaugurar uma loja atacadista da linha Makro quando se viram sem mercadorias suficientes, em meio à escassez generalizada provocada pelo Plano Cruzado. O jeito foi improvisar um supermercado, com a ajuda de um quarto sócio, Dimitrios, filho de Stylianos, recrutado nos Estados Unidos.
Cândia é o antigo nome da ilha de Creta, de onde saíram seus fundadores, os irmãos Markakis.
Criado em 1986, o Cândia abriu as portas quando os fiscais do Sarney ainda estavam nas ruas, às vezes até fechando supermercados em nome ninguém mais se lembra de quê, na efêmera euforia (seguida de prolongada agonia) do Plano Cruzado. Prosperou num bairro pobre, em instalações espartanas, com um marketing barulhento, enquanto redes resistentes às mudanças, como Disco e Casas da Banha, tropeçavam, tropeçavam, tropeçavam - até não conseguir mais se erguer do chão.
O Cândia supermercado tinha sua principal loja localizada na cidade de São Paulo entre a Freguesia do Ó e a Vila Brasilândia, rodeada pelas classes C, D e E por todos os lados. Pelos idos de 1991 o executivo Marcos Escudeiro (que depois montou sua própria rede, o Econ, mas antes disso, em 1992, foi contratado por Abilio Diniz para comandar o Extra, divisão do grupo Pão de Açúcar, perto da Via Anhanguera, a 6 quilômetros do Cândia, em que por ironia, a parafernália eletrônica, implantada por Escudeiro, acabou emoldurando também os caixas) fez uma obra prima na reestruturação do supermercado. O Cândia começou investindo no que havia de mais moderno em tecnologia para supermercados. Trouxe scanners, leitores ópticos, informatizou os caixas e melhorou o atendimento, coisa que na periferia era sempre rara.
Com uma única loja, o Cândia faturava 70 milhões de dólares considerando como base 1992. O Cândia prosperou sem pressa. Dimitrius não queria repetir o destino da rede Morita, que surgiu alguns anos antes em São Paulo, cresceu rápido demais e terminou em pedaços.
Em março de 1993 surgiu a segunda loja Cândia, dessa vez num bairro de classe média, o Tucuruvi, também na Zona Norte de São Paulo. Ali, os computadores deixaram de esconder-se na retaguarda para dividir a cena com as ofertas. Tratava-se de um hipermercado hightech, de 5 milhões de dólares, o primeiro do país a mostrar em telas instaladas junto aos caixas as fotos dos produtos vendidos. Vozes eletrônicas informavam os preços das mercadorias, num sistema criado pela Dataregis, empresa de automação comercial de São Paulo, sob medida para o Cândia.
No final de outubro de 1996, o Cândia deu um passo ousadíssimo: abrir uma loja no Morumbi, na Avenida Giovanni Gronchi. Pelo menos dez grandes supermercados e hipermercados estavam espalhados num raio de sete quilômetros na zona sul de São Paulo - localizados próximos à marginal do rio Pinheiros. Carrefour, Paes Mendonça, Sé, Eldorado, Pão de Açúcar e Extra - este último inaugurou sua loja em 28 de novembro de 1996 na avenida Guido Caloi - reuniam cerca de 80 mil metros quadrados de área de vendas na mesma região.
O Cândia trabalha com um catálogo de produtos enxuto. Só ganha passaporte de entrada produto que chega e sai logo. Na Freguesia do Ó havia menos de 3.000 variedades. No Tucuruvi, menos de 8.000. Um hipermercado comum costuma ter mais que o dobro disso.
Depois inovou no marketing. Entre outras coisas, passou a monitorar de perto os preços dos produtos da cesta básica pesquisados pelo Procon/Dieese de tal forma que sempre aparecesse como o supermercado mais barato da cidade. As vendas explodiram e a "rede de uma loja só" permaneceu durante muito tempo como a campeã nacional de faturamento por metro quadrado.
Tal desempenho aguçou o apetite das redes internacionais em expansão no Brasil. A Walmart e o Carrefour tentaram comprar o negócio, que acabou adquirido pelo Sonae.
O negócio foi feito em 1998. O Cândia passa para as mãos da rede portuguesa Sonae, que muda seu nome para Big. Por valor não revelado, o negócio foi suficiente para a família Markakis investir em fazendas, criação de gado, centros de distribuição de mercadorias e empresas de transportes. Com sua parte, Dimitrios comprou a rede de material de construção Dicico.
(Fonte: revista Exame - 12.05.1993 / Exame São Paulo - início de 2001 / Exame - 25.10.2006 / Folha de S.Paulo - 27.11.1996 - partes).
O Cândia trabalha com um catálogo de produtos enxuto. Só ganha passaporte de entrada produto que chega e sai logo. Na Freguesia do Ó havia menos de 3.000 variedades. No Tucuruvi, menos de 8.000. Um hipermercado comum costuma ter mais que o dobro disso.
Depois inovou no marketing. Entre outras coisas, passou a monitorar de perto os preços dos produtos da cesta básica pesquisados pelo Procon/Dieese de tal forma que sempre aparecesse como o supermercado mais barato da cidade. As vendas explodiram e a "rede de uma loja só" permaneceu durante muito tempo como a campeã nacional de faturamento por metro quadrado.
Tal desempenho aguçou o apetite das redes internacionais em expansão no Brasil. A Walmart e o Carrefour tentaram comprar o negócio, que acabou adquirido pelo Sonae.
O negócio foi feito em 1998. O Cândia passa para as mãos da rede portuguesa Sonae, que muda seu nome para Big. Por valor não revelado, o negócio foi suficiente para a família Markakis investir em fazendas, criação de gado, centros de distribuição de mercadorias e empresas de transportes. Com sua parte, Dimitrios comprou a rede de material de construção Dicico.
(Fonte: revista Exame - 12.05.1993 / Exame São Paulo - início de 2001 / Exame - 25.10.2006 / Folha de S.Paulo - 27.11.1996 - partes).
Bom dia. Esqueceram de incluir a inauguração da 3ª Loja do Grupo em 1996 no bairro Morumbi!
ResponderExcluirCaro leitor (a)
ResponderExcluirObrigado pela leitura e pela informação. Já complementamos o texto com a loja do Morumbi.
Boa Tarde. Trabalhei no Candia do tucuruvi....ô saudades.turma da frente de caixa do Paulo e do Airton.
ResponderExcluireu também trabalhei lá na frente de caixa com o Paulo.. faz tempo saudades .
ExcluirEu também trabalhei lá frente da caixa meu nome Antônio Vieira alguém q lembra meu número e 61981306090
ExcluirÉpoca d Paulo eu e Antônio buenoo
ExcluirSe pudesse voltar o tempo...
ResponderExcluirOi, trabalhou no Candia freguesia? Frente de caixa?
ExcluirTrabalhei no Cândia, começei na Freguesia, inaugurei o Tucuruvi e o Morumbi. Dimitrius era uma pessoa muito inteligente e visionário. Tenho saudades daquela época
ResponderExcluirTambém trabalhei na Freguesia e Tucuruvi, trabalhei em perecíveis e mercearia...
ExcluirBOM DIA
ResponderExcluirTRABALHEI NO CANDIA
SAUDADES DA FRENTE DE CAIXA
TURMA BOA
Alguém lembra do chefe da segurança o Washington?, tinha uns dois metros de altura e bigodão...gente boa!
ExcluirMe chão Ubiraci Queiroz dos Santos também trabalhei no Cândia da Freguesia em 97 e 98 se alguém lembra manda um alô que eu respondo
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