6 de out. de 2011

Correios - EBCT

          Os Correios são uma das instituições mais antigas do Brasil. Sua fundação, em 1663, precede à da Casa da Moeda e do Banco do Brasil.
          No jornal O Estado de S.Paulo de 13 de setembro de 1924, podia-se ler o seguinte texto: "A proposito da nossa nota de há dias, sobre os carteiros, escreve-nos o administrador dos Correios de S.Paulo, informando que, por dispor,“no corrente exercicio, apenas de 10:000$000, na verba respectiva, para a acquisição de machinas e moveis não só para a Repartição como para as agencias de correio, não póde, presentemente, adquirir as bolsasou maletas de couro destinadas aos carteiros para o serviço de distribuição domiciliar”.
          Além de longeva, a estatal figurava como uma das entidades mais confiáveis do país. Nos últimos anos, contudo, o sucateamento de sua estrutura e os desmandos na administração fizeram com que essa credibilidade desmoronasse.
          Dos aproximadamente 5500 municípios brasileiros, apenas 500 são atendidos por outro tipo de serviço de transporte além dos Correios. Restam, portanto, 5000 que são dependentes da estatal.
          Alcançar o objetivo de se fazer um bom serviço é um enorme desafio. O próprio fato de apenas 500 cidades ser atendidas por outras empresas de transportes já demonstra que os outros 5000 municípios são inviáveis financeiramente.
          O sucateamento da estrutura dos Correios para atender a todos está diretamente ligado ao próprio sucateamento das rodovias brasileiras. Que o diga quem frequenta as estradas das regiões Centro-Oeste e Norte do país, principalmente nos períodos de chuvas que se estendem por metade do ano.
          E o estado da arte em termos de desafio é cumprir a chamada "última milha". Por mais que a malha aérea cubra boa parte do território, as encomendas precisam chegar ao domicílio do destinatário.
          Em 20 de março de 1969, houve a formalização da criação da estatal, com a fundação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT, mas, continuou a ser chamada simplesmente de Correios. Tem sede em Brasília.
          E, como se não bastasse o fato de, em sendo uma empresa estatal, os Correios terem de conviver com todo tipo de interferência, prejudicando sua administração e imagem, o próprio advento da internet, que fez crescer o número de encomendas acentuadamente, acabou gerando um paradoxo: cada vez mais encomendas de relativo baixo valor precisam ser entregues em locais cada vez mais longínquos e remotos, aumentando os custos. A comparação do preço do produto e do respectivo frete faz com que o cliente se sinta lesado.
          Na esteira das mudanças tecnológicas e de costumes, que deixam trocas de cartas à beira da extinção e fazem o comércio eletrônico crescer em proporções geométricas, a ECT, no primeiro trimestre de 2018, dá uma guinada emblemática. Pela primeira na história da estatal, que então completou 355 anos, as linhas se cruzaram e as receitas com o segmento concorrencial superaram o faturamento com as atividades do monopólio postal. Desde então, os números seguem rotas cada vez mais distintas e começa a abrir-se uma "boca de jacaré" nos balanços mensais. São encomendas (Sedex e PAC), cargas expressas (e-commerce), propaganda (mala direta). Tudo o que fazem pesos-pesados como DHL, UPS e JadLog.
          Os Correios têm aproximadamente 106 mil funcionários, com um faturamento anual aproximado de R$ 18 bilhões. A EBCT tem inovações como lockers e app para rastreio de encomendas.
(Fonte: revista Veja - 21.03.2018 / Wikipédia / jornal Valor - 07.08.2018 / IstoÉDinheiro - 14.12.2018  Estadão - 13.09.2024 - partes)

Nenhum comentário:

Postar um comentário