18 de mai. de 2023

Casino

          Em 1999, a rede francesa Casino injetou 1,5 bilhão de dólares no Pão de Açúcar. Abilio passou a ter então um sócio internacional. Adepto do modelo de crescer de forma alavancada, o Pão de Açúcar vendeu, em 1999, 23,98% do capital votante e 21% do capital total do Pão de Açúcar ao grupo francês Casino.
          Com escritório no Brasil, em 1999, a subsidiária brasileira do Banco Rothschild atuou como intermediária na aquisição de uma participação de 26,2% no Pão de Açúcar, no valor de 1 bilhão de dólares, pelo francês Casino.
          Em até cinco anos, mais R$ 1,1 bilhão de reais seria desembolsado pelo Casino para chegar a 40% do capital votante e 35,5% do capital total. O empresário dividiu o controle por alguns anos e, seguindo cláusula de contrato, em junho de 2012, entregou o comando acionário da maior rede varejista brasileira, ao grupo francês Casino. Presidente do conselho de administração, Abilio tentou ser o elo entre o Casino e o Pão de açúcar. Mas para o controlador do Casino, Jean-Charles Naori, Abilio tinha perdido o direito de intermediar a relação entre as duas empresas a ponto de ser barrado na porta num encontro em Paris no segundo semestre de 2012.
          Em setembro de 2013, após troca de ações entre Abilio Diniz e o Casino, aprovada sem restrições pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), acontece a renúncia do empresário do Conselho de Administração do grupo, abrindo mão de todos os seus direitos políticos na empresa. Abilio Diniz continuou com pouco menos de 10% do capital social da empresa, representados por ações sem direito a voto.
          Quando assinou o contrato, em 2005, com a cláusula que garantia aos franceses do Casino o controle total do Pão de Açúcar a partir de 22 de junho de 2012, uma das ideias que passava pela mente de Abilio é que então estaria com 75 anos e não iria querer se preocupar tanto com a empresa. Não se sabe se o principal slogan da empresa, "Orgulho de ser brasileiro", lhe vinha à mente com frequência. Hoje, porém, Abilio avalia que assinar aquele documento foi o maior erro que cometeu em sua trajetória profissional.
          Em janeiro de 2014, Casas Bahia e Ponto Frio começaram a fazer compras conjuntas com a empresa de comércio eletrônico do grupo, a Nova Pontocom. Em maio do mesmo ano, a Nova Pontocom anunciou uma união com a CDiscount, site de comércio eletrônico do grupo francês Casino. A nova empresa, é chamada de CNova.
          Quando a Via Varejo incorporou a CNova, ficou com as operações on-line da Casas Bahia, do Ponto Frio e do Extra.com.
          Foi justamente um dos movimentos mais criticados do Casino à frente da dona da Casas Bahia e do Ponto Frio que envolveu a separação da operação online – a CNova – das lojas físicas. O objetivo de unir todas as operações globais de e-commerce do grupo Casino atrapalhou o desempenho da Via Varejo por aqui – a estratégia acabou descartada dois anos mais tarde. Nesse ínterim, porém, o Magazine Luiza implantou inovações.
Em janeiro de 2019, o Casino fechou acordo para vender 26 hipermercados e supermercados localizados fora de Paris, avaliados em 501 milhões de euros, para a gestora de investimentos Fortress Investment. A iniciativa ajuda a varejista a cumprir a meta de vender 1,5 bilhão de euros em ativos.
          No final de junho de 2019, o grupo divulga reestruturação desenhada pelo financista Jean-Charles Naouri, presidente do Casino, dos ativos da varejista francesa na América Latina, que transformará o Grupo Pão de Açúcar no controlador dos negócios na região. A aquisição da colombiana Éxito, abrange o controle das operações na Argentina e Uruguai. Em três etapas, a transação resolve pendências e abre caminho para elevar a liquidez em bolsa e o nível de governança corporativa do grupo.
(Fonte - jornal Valor - 21.01.2019 - parte)

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