31 de mai. de 2020

InterContinental Hotels

          InterContinental Hotels Group PLC was founded in 1777 and is headquartered in Denham, the United Kingdom.         
          InterContinental Hotels Group PLC owns, manages, franchises, and leases hotels in the Americas, Europe, Asia, the Middle East, Africa, and Greater China.
          The company operates hotels, resorts, restaurants, and spas under the InterContinental Hotels & Resorts, Regent, Six Senses, Kimpton Hotels & Restaurants, Hotel Indigo, EVEN HOTELS, HUALUXE, Crowne Plaza, Voco, Holiday Inn, Holiday Inn Express, Holiday Inn Club Vacations, avid, Staybridge Suites, Atwell Suites, and Candlewood Suites brand names.
          It also provides IHG Rewards Club, a hotel loyalty program. As of February 28, 2020, the company had approximately 5,900 hotels and 884,000 rooms in approximately 100 countries.
(Fonte: Yahoo! Finance - ADVFN - 26.05.2020)

30 de mai. de 2020

Infinity Bio-Energy

          A Infinity Bio-Energy foi fundada em 2006 pelo empresário e ex-diplomata Sergio Thompson-Flores, que tem como sócios os fundos Kidd & Company, Och-Ziff Capital Management e Merril-Lynch.
          Thompson-Flores, carioca nascido em 1959, serviu em Washington como diplomata, na chefia do setor de política comercial. Na iniciativa privada, dirigiu por dez anos a World Invest, assessoria financeira e de novos negócios.
          Em meados dos anos 2000, no efervescente mundo do etanol brasileiro, os usineiros dividiam-se em dois grupos: os que compravam usinas e os que estavam vendendo suas propriedades. Thompson-Flores é um expoente do primeiro time.
          Em um ano e meio após a fundação, Thompson-Flores comprou oito usinas e anunciou a construção de outras cinco. Nesse período ele investiu perto de 1 bilhão de reais nas aquisições e pretendia gastar mais um bom dinheiro em novos negócios.
          Em maio de 2006, a Infinity captou meio bilhão de dólares na AIM, bolsa alternativa de Londres para companhias nascentes.
          A Infinity é reflexo da atuação de uma legião de investidores estrangeiros a brasileiros ávidos por obter lucros com o crescimento do setor sucroalcooleiro no Brasil, considerado a grande fronteira dos biocombustíveis no mundo. Não era de estranhar, portanto, que estivessem surgindo gigantes no setor da noite para o dia. Entre as novatas estavam a ETH, braço da Odebrecht, e a Brenco, comandada pelo ex-presidente da Petrobras Henri Philippe Reichstul.
          A pretensão era tornar a Infinity uma das maiores produtoras globais de etanol. Para isso, no início de outubro de 2007 a empresa entrou na fila de lançamentos de ações na Bovespa. Mas, logo à frente estaria a crise do subprime pronta parta mudar os planos de muitas empresas.
          Em 2007, com quatro usinas em operação, a Infinity processou aproximadamente 5 milhões de toneladas.
(Fonte: revisa Exame - 24.10.2007)
          

29 de mai. de 2020

Coppel

          No clube de magnatas mexicanos, Carlos Slim é o mais rico, Ricardo Salinas é o mais polêmico - e Enrique Coppel, o mais religioso. Nascido em 1948, Coppel herdou uma pequena rede de varejo regional de seu pai. Ele é responsável por ter transformado a pequena loja numa das maiores empresas do país.
          Enrique Coppel tempera seu sucesso nos negócios com altas doses de fé. Ele constrói igrejas, contribui para programas de formação de padres e financia uma escola da Opus Dei, uma das vertentes mais conservadoras do catolicismo. Nos últimos anos da década de 2000, empenhou-se em erguer uma cidade privada. Entre os critérios para fazer parte dessa comunidade estão os fortes vínculos familiares e a dedicação à religião. Diante de tamanha devoção, Coppel recebeu do papa João Paulo II a ordem de Cavaleiro de São Gregório Magno - uma das maiores homenagens concedidas pelo Vaticano, que dá a seu beneficiário o direito de andar a cavalo dentro da Basílica de São Pedro.
          A rede de varejo especializado Coppel, que vende móveis, eletrodomésticos, roupas e calçados, tem como clientes, na maioria, consumidores das classes C e D. Seu modelo de negócios se baseia em lojas mais amplas e mais bem decoradas que as de seus principais concorrentes - as redes Elektra e Famsa. "Muitos mexicanos de classe baixa vão para a Coppel no fim de semana para passear", diz o executivo de um dos maiores fornecedores da empresa.
          O principal atrativo da Coppel, porém, está em seu sistema de financiamento de mercadorias. Mais de 80% das vendas são realizadas dessa forma. A empresa é conhecida como a mais agressiva na oferta de crédito. Em muitos casos, basta ter a indicação de um cliente da rede para obter um cartão de crédito.
          No início de 2009, Enrique Coppel passou a canalizar seus esforços para um novo projeto: a expansão de sua empresa no Brasil. Numa primeira fase, a empresa abriria até cinco lojas em Curitiba, no Paraná. Numa segunda etapa, seu objetivo era comprar uma cadeia de varejo local.
          Mesmo antes de Coppel se manifestar sobre seu projeto no Brasil, as primeiras iniciativas já haviam saído do papel. A empresa contratou 70 brasileiros. A maioria já estava treinando no México e deveriam voltar ao Brasil no fim do ano (2009). A preparação desse grupo consistia, basicamente, em participar do dia-a-dia da empresa. Portanto, todos os empregados têm de realizar tarefas como ajudar a cobrar consumidores inadimplentes e carregar os caminhões de entrega da rede.
          Ao mesmo tempo, uma equipe de executivos buscava pontos-de-venda para instalar as primeiras lojas em Curitiba. Em uma terceira frente, a empresa se esforçou para trazer ao Brasil o Bancoppel, instituição financeira criada em 2007 para fornecer crédito aos clientes de sua rede de varejo.
          Em fevereiro de 2009, a Coppel fez o primeiro contato com o Banco Central para informar suas intenções. O maior problema enfrentado pela empresa até então era o registro de sua marca no Brasil. A varejista paulista de colchões Copel tentava impedir o uso do nome Coppel pelos mexicanos. O caso era analisado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
          Os investimentos da Coppel no Brasil ficaram restritos aos estados do Paraná e Santa Catarina. Mesmo assim, foram abertas mais de 20 lojas. Em 2017, porém, a empresa passa a imprimir forte ritmo de fechamento de lojas, dentro da estratégia de encerrar operações que não estavam dando retorno. A loja da capital catarinense, Florianópolis, por exemplo, não chegou a durar um ano. Outro motivo que levou o grupo a encerrar investimentos no Brasil seria o alto índice de inadimplência registrado nas suas unidades.
          Mesmo tendo circulado informações sobre sua saída definitiva do Brasil, a rede Coppel mantém pelo menos uma loja em Curitiba, localizada em frente ao shopping das Américas.
          Com mais de 750 lojas, em sua grande maioria no México, a rede Coppel tem sede em Culiacán, Sinaloa, Mexico.
(Fonte: revista Exame - 25.03.2009 / Diário Popular do Paraná - 05.06.2017)

27 de mai. de 2020

IABAS

          O IABAS -  Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde foi fundado em 2008. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, qualificada como Organização Social de Saúde habilitado a atuar na administração de projetos e prestação de serviços na área da saúde por intermédio de convênios e contratos.
          O instituto é certificado pela Comissão de Qualificação de Organizações Sociais (Coquali) em diferentes estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Maranhão, além de municípios como São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Mogi das Cruzes, Uberaba, Franca e Mauá, entre outros.
          Em São Paulo, o instituto está presente na Zona Norte e no Centro em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde, gerenciando unidades e serviços de saúde. Entre elas, estão Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) e Prontos-Socorros (PS).
          Em Mato Grosso do Sul, o IABAS atua, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde, nas ações de regulação inter-hospitalar de Urgências e Emergências no estado. A organização atua no atendimento de solicitações de regulação e treinamento de profissionais para a utilização do sistema.
          No Rio de Janeiro, o IABAS desenvolve parceria com a Secretaria de Estado da Saúde para administrar o Hospital Adão Pereira Nunes. Além de realizar a gestão de três Unidades de Pronto Atendimento (UPA) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.
          O IABAS conta com mais de nove mil colaboradores no Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
          Em março de 2020, o Iabas foi escolhido para construir e gerir sete dos nove hospitais de campanha contratados pelo governo do estado do Rio de Janeiro para enfrentar a pandemia da Covid-19. O prazo de conclusão prometido para abril não foi cumprido. Segundo o Iabas, o atraso na entrega dos hospitais ocorreu “por motivos alheios à vontade” do instituto. “Os problemas de entrega foram ocasionados por diversos problemas, como dificuldades burocráticas, legais e jurídicas; obras não previstas originalmente; dificuldade na contratação de pessoal; precariedade de acesso para os locais escolhidos; violência nas vias de acesso; e mudanças pontuais no plano técnico dos leitos por parte da SES [Secretaria de Estado de Saúde]”, disse o Iabas em nota.
          Na manhã do dia 26 de maio de 2020, a Polícia Federal deflagrou a Operação Placebo, que tem por finalidade a apuração dos indícios de desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), no Estado do Rio de Janeiro. A operação fez buscas de informações relacionadas ao governador Wilson Witzel e também no Iabas.
(Fonte: site da instituição / Agência Brasil - 19.05.2020 / site PF - 26.05.2020 - partes)

26 de mai. de 2020

Capgemini

          A Capgemini foi fundada em 1967, na França, por Serge Kampf, como uma companhia de processamento de dados e gerenciamento de empresas.
          Na sede da Capgemini, em Alphaville, a origem da empresa fica evidente. Pelos corredores dos três prédios da empresa estão espalhados murais com monumentos franceses. Outro ponto que remete ao país europeu, é a valorização da arte, presente no centro cultural da empresa, inaugurado em julho de 2013.
          A companhia, provedora de serviços de consultoria, tecnologia e terceirização, atua a partir de quatro pilares: Consulting Services, que visa auxiliar na melhoria do desempenho das organizações; Application Services, responsável pela criação, desenvolvimento e implementação de aplicações de TI; Technology and Engineering Services, que fornece assistência e suporte para equipes de TI dos clientes; e Other Managed Services, que trabalha a partir da integração, gerenciamento e desenvolvimento total ou parcial de infraestrutura de TI dos clientes, além de oferecer serviços sob demanda, atividades comerciais e serviços de transações.
          Em 2 de setembro de 2010, a Capgemini anunciou a compra do controle acionário da empresa brasileira prestadora de serviços de TI CPM Braxis. Com o negócio, o grupo, que é o maior da Europa em serviços de TI, consegue aumentar sua presença no mercado latino-americano. A francesa pagaria R$ 517 milhões por 55% de participação na empresa brasileira.
          A operação, financiada com o caixa do próprio do grupo francês, consistiu em R$ 287 milhões em aporte de capital para a CPM Braxis e R$ 230 milhões em compra de ações. Os outros 45% de ações permanecerão com os atuais acionistas. O Bradesco passa a ter 20%; a Braxis, 12%; os fundos de investimentos Gávea, Alothon e Infors , 11% e os funcionários, 2%. O acordo firmado entre as duas empresas prevê ainda a possibilidade de o grupo francês comprar os demais 45% de ações da empresa depois de três ou cinco anos da assinatura do contrato. “É algo que estamos considerando fortemente”, afirmou Paul Hermelin, CEO do Grupo Capgemini, que faturou 8,3 bilhões de euros em 2009, empregava 103 mil funcionários e operava em 30 países.
          A Capgemini já estudava a compra de uma empresa de serviços de tecnologia em mercados emergentes. Especialistas apostavam que a aquisição ocorreria na China. A escolha pela CPM Braxis se deu pelo porte, presença e pelo potencial do principal mercado da América Latina. "Preferimos investir em uma grande empresa ao invés de aportar recursos em várias pequenas companhias", afirma Hermelin.
          Com a compra, a corporação francesa aumentaria significativamente sua participação no mercado brasileiro, ganhando musculatura para competir com outras gigantes como Accenture, HP, IBM e Unisys.
          O acordo entre a empresa brasileira de TI e o grupo francês começou a ser costurado em maio de 2010. A CPM Braxis contou com a orientação do JP Morgan e do escritório de advocacia Xavier Bernardes e Bragança. O escritório Machado e Meyer foi responsável pela orientação da Capgemini. “Começamos a assinar os contratos às 2 horas da manhã e só terminamos às 5 horas”, disse Jair Ribeiro, presidente do comitê executivo e acionista da CPM Braxis.
          "O acordo permitirá que nos tornemos líderes no mercado brasileiro... O Brasil tem um grande potencial e representa cerca de metade do valor do mercado latino-americano", afirmou o presidente-executivo da Capgemini, Paul Hermlein, acrescentando que as previsões de crescimento do setor para o país são na casa de dois dígitos até 2014.
          Em outubro de 2012, após dois anos da aquisição da CPM Braxis, a Capgemini, anuncia que passará a utilizar apenas a marca Capgemini, em alinhamento com os outros 39 países nos quais mantém operações.
          Uma das líderes globais de tecnologia, terceirização e serviços de consultoria, a Capgemini conta com mais de 190 mil profissionais e está presente em mais de 40 países. No Brasil, a sede da companhia está localizada na cidade de Barueri (Alphaville), no estado de São Paulo. Tem 7,8 mil funcionários, sendo que cerca de 4 mil trabalham nas unidades de Alphaville.
(Fonte: canaltech.com / GUJ Discussões - Março 2007 / ÉpocaNegócios - 02.09.2010 / G1 - 02.09.2010 / Computerworld-frim IDG - 30.10.2012 / Exame.com - 12.08.2013 - partes)


English version:
          It’s 1967 in Grenoble, France: Television broadcasts are in color for the first time. The city is buzzing about the upcoming 1968 Winter Olympics. Inspired by these exciting technological and cultural changes, entrepreneur Serge Kampf decides the time is ripe to launch an IT company. And so began the Capgemini story.
          Kampf was a visionary and demanding rigorous leader, but he was also reserved, loyal, generous and considerate. All of the descriptions we have read honoring Serge Kampf are incredibly apt. And those fortunate enough to have known him, his family, friends and also, to a certain degree, the Group’s 180,000 employees can testify to this. Serge was an exceptional man. He was captivating and left no one indifferent. A leader who understood the evolution of our business from quite early on, his life was an extraordinary journey. Over nearly fifty years, he built the company from a two-room apartment in his hometown of Grenoble to being one of the global leaders in the ultra-competitive world of IT services.
          Serge Kampf inspired the dreams of generations of IT professionals. He instilled the Group with the drive to win with his genius and entrepreneurial passion. Capgemini has completed over 40 acquisitions and welcomed over 50 countries and cultures because of the organizational model invented by Serge Kampf. As decentralized as possible, this model transcends differences and respects everyone involved in this shared adventure. Throughout the 49 years that Serge dedicated to Capgemini, he also demonstrated that it was possible to build one of the largest companies in France and expand it across the world, with only a few key values serving as his compass.
(Fonte: site da empresa)

24 de mai. de 2020

Vieira Garcez

          A indústria do setor de higiene e limpeza Vieira Garcez tem sede na Bahia e é de propriedade de José Humberto de Souza e João Gualberto de Vasconcelos.
          A tradicional fabricante de sabão em pedra é dona da marca Celeste e tem unidades industriais, em Aratu e Salvador, na Bahia.
          No início de abril de 1994, a venda da empresa dependia apenas de acertos finais. O grupo italiano Cragnotti & Partners, dono da Bombril e Orniex, estava prestes a comprar a tradicional indústria de sabão em pedra.
(Fonte: revista Exame - 13.04.1994)

23 de mai. de 2020

CPM - Braxis

          A CPM, empresa prestadora de serviços de tecnologia, tem como acionistas o Bradesco e o Deutsche Bank Capital Partners. Em julho de 2003, a CPM venceu empresas indianas numa concorrência para prestação de serviços de programação de software de gerenciamento de cartões de crédito para a GE Capital mexicana. O projeto foi capitaneado pelo vice-presidente da CPM, Maurício Minas.     
          A Braxis Tecnologia da Informação, fornecedora de serviços de implementação e gerenciamento de projetos, é resultado da união dos fundadores do Banco Patrimônio - Jair Ribeiro e Gianpaulo Baglioni - e da Cotia Trading - Paulo Brito e Alfredo DeGoeye. Os investimentos desses executivos se uniram à experiência do mercado de TI de Rogério Igreja Brecha Júnior (ex-presidente da Ernst & Young do Brasil e até janeiro de 2007 vice-presidente da Unisys) e de David Shpilberg (responsável mundial pela área de TI da Bain Consulting).
          Em novembro de 2006, a Braxis adquire a Unitech. Em março de 2007, quatro meses depois de incorporar a Unitech, a Braxis incorpora 33% das ações representativas do capital votante e total da CPM. Com isso, a Braxis consolida plano de crescimento com controle de parte da CPM.
          De acordo com um comunicado, a operação tem por objetivo aproveitar as atividades das duas empresas e ampliar o portfólio de clientes e serviços. A sinergia operacional com a Braxis permitirá à CPM assumir determinados contratos comerciais de prestação de serviços com um backlog estimado em aproximadamente 253 milhões de reais.
          Jair Ribeiro, até então presidente da Braxis, assumiu a liderança também da CPM, ao passo em que David Sphilberg, membro do conselho da Braxis, seria o vice-presidente do conselho de administração. Rogério Brecha atuaria no desenvolvimento da área internacional, mesmo segmento de atuação que mantinha anteriormente na Braxis. José Carlos Pimentel, assumiu a liderarança da atividade de ERP.
          Segundo a CPM, as atividades da Braxis e da Unitech - que incluem um conjunto integrado de consultoria de negócios - está em linha com as operações da empresa, com foco em planejamento e governança de TI, business intelligence, gestão de projetos de TI e soluções SAP e Oracle, além de serviços de TI e outsourcing direcionado a grandes empresas brasileiras e subsidiárias de multinacionais.
          Em meados de 2009, a CPM Braxis manifestou a vontade de abrir capital (IPO) para receber aporte financeiro. Segundo Ribeiro, a instabilidade do mercado com a crise financeira fez com que a empresa procurasse outra alternativa: vender uma fatia de sua participação.
          Em 2 de setembro de 2010, a empresa francesa Capgemini anunciou a compra do controle acionário CPM Braxis. Pelo lado da CPM Braxis foi o Bradesco que anunciou que fechou acordo para venda do controle da empresa para a Capgemini. Com o negócio, o grupo, que é o maior da Europa em serviços de TI, consegue aumentar sua presença no mercado latino-americano. A francesa pagaria R$ 517 milhões, incluindo os 104 milhões de reais que pagaria ao banco brasileiro por uma participação de 35 por cento na CPM Braxis. Considerando também o aumento de capital que faria no negócio a fatia da Capgemini na CPM Braxis seria de 55 por cento.
          “Recebemos propostas de cinco companhias e fechamos com a Capgemini por ser uma empresa com atuação global”, afirmou Jair Ribeiro.
          A operação, financiada com o caixa do próprio do grupo francês, consistiria em R$ 287 milhões em aporte de capital para a CPM Braxis e R$ 230 milhões em compra de ações. Os outros 45% de ações permaneceriam com os atuais acionistas. O Bradesco passa a ter 20%; a Braxis, 12%; os fundos de investimentos Gávea, Alothon e Infors, 11% e os funcionários, 2%. O acordo firmado entre as duas empresas previu ainda a possibilidade de o grupo francês comprar os demais 45% de ações da empresa depois de três ou cinco anos da assinatura do contrato. “É algo que estamos considerando fortemente”, afirmou Paul Hermelin, CEO do Grupo Capgemini, que faturou 8,3 bilhões de euros em 2009, emprega 103 mil funcionários e opera em 30 países.
          A francesa já estudava a compra de uma empresa de serviços de tecnologia em mercados emergentes. Especialistas apostavam que a aquisição ocorreria na China. A escolha pela CPM Braxis se deu pelo porte, presença e pelo potencial do principal mercado da América Latina. "Preferimos investir em uma grande empresa ao invés de aportar recursos em várias pequenas companhias", afirmou Hermelin.
          Com a compra, a corporação francesa aumentaria significativamente sua participação no mercado brasileiro, ganhando musculatura para competir com outras gigantes como Accenture, HP, IBM e Unisys.
          O acordo entre a CPM Braxis e o grupo francês começou a ser costurado em maio de 2010. A CPM Braxis contou com a orientação do JP Morgan e do escritório de advocacia Xavier Bernardes e Bragança. O escritório Machado e Meyer foi responsável pela orientação ao grupo francês. “Começamos a assinar os contratos às 2 horas da manhã e só terminamos às 5 horas”, disse Jair Ribeiro, presidente do comitê executivo e acionista da CPM Braxis.
          Com o negócio, de acordo com Ribeiro, a CPM Braxis passa a ser responsável pela carteira de clientes internacionais atendidos pelo grupo francês no Brasil e o inverso ocorre nos escritórios nos Estados Unidos e na Alemanha da empresa brasileira.
          A marca da empresa nacional e o comando permaneceriam inalterados. José Luiz Rossi, CEO da Capgemini no Brasil, continua exercendo a mesma função na companhia. "Durante o período de transição, precisaremos do apoio dos executivos brasileiros para entender o mercado local", afirma Hermelin.
          Com o novo aporte, Ribeiro informou que a CPM Braxis poderá fazer aquisições em alguns estados, como em Minas Gerais e na região Sul do país. A companhia estuda ainda compras que complementem seu portfólio, como a oferta de terceirização de processos de negócio (BPO, na sigla em inglês) e relacionamento com clientes (Customer Relationship Manager, CRM, na sigla em inglês).
          A CPM Braxis teve receita de aproximadamente em 1 bilhão de reais em 2010. A empresa contava com 5,5 mil funcionários.
          Em outubro de 2012, após dois anos da aquisição da CPM Braxis pela Capgemini, a companhia anuncia que passou a utilizar apenas a marca Capgemini, em alinhamento com os outros 39 países nos quais mantém operações. A CPM Braxis tinha mais de 6.000 profissionais. O Grupo Capgemini, com mais de 120 mil funcionários, registrou faturamento global de 9,7 bilhões de euros em 2011.
          “Ao adotar a marca de uma organização global, que é um dos maiores grupos de Tecnologia da Informação (TI) do mundo, a força da nossa companhia no mercado brasileiro será ainda maior”, afirmou José Luiz Rossi.
(Fonte: revista Exame - 14.04.2004 / GUJ Discussões - Março 2007 / ÉpocaNegócios - 02.09.2010 / G1 - 02.09.2010 / Computerworld-from IDG - 30.10.2012- partes)

22 de mai. de 2020

Banco Arbi

          A partir de uma pequena corretora herdada de seu pai, Aron, o empresário gaúcho Daniel Birmann, nascido em 1952, e que assumiu o comando dos negócios aos 28 anos, após a morte do pai, era considerado um empreendedor arrojado e fenomenal, sempre disposto a correr riscos. Chegou a ser, no final dos anos 1980, um dos mais atuantes na área de crédito para grandes empresas.
          A palavra Arbi, que dá nome ao grupo e ao banco, é homenagem ao pai, Aron Birmann. 
          No início dos anos 1990, o grupo, onde o banco Arbi se incluía, já tinha formado um pequeno império de mais de 20 empresas. No início de 1993, adquiriu do grupo Docas, da família Paula Machado, 70% do capital da Itatiais Seguros. No início de 1994, era um império de 24 companhias, com 11.000 funcionários e faturamento anual da ordem de 1,2 bilhão de dólares.
          Em maio de 1993, porém, fez um negócio que se mostraria problemático (a compra da Moddata, fabricante de modems, aparelhos que ligam computadores à rede telefônica) e, em meados da década de 1990, os negócios começaram a ruir na mesma velocidade com que foram erguidos. Acossado por um endividamento crescente, Birmann foi obrigado a se desfazer de quase todas as suas empresas.
          Em 1995, abatido principalmente pela inadimplência dos clientes, o Arbi praticamente desapareceu.
          Num panorama do grupo, no final dos anos 1990, restaram-lhe apenas o banco Arbi, praticamente desativado, e outros poucos negócios, quase nada para quem havia sido dono de grandes empresas, como a mineradora Caraíba Metais. Até mesmo a corretora de valores Arbi desaparecera.
          Parecia o fim da linha. O tempo, porém, mostrou que não era. Em agosto de 2004, Birmann começou a participar de outros negócios.
          O Birmann que retornou ao mercado é muito mais comedido, sem a audácia comercial que o caracterizava. Durante um período, ele foi um comprador voraz de empresas.
          Birmann, como é natural, mostra-se avesso à ideia de revolver seus fracassos. Ele se sente quite com o mercado, todas as suas dívidas foram saldadas com a venda de seu patrimônio.
        O banco Arbi, que praticamente permaneceu desativado por cinco anos, reiniciou suas operações comerciais em 2003, mas com um perfil diferente, operando com repasses de créditos do BNDES para pequenas e médias empresas e também com empréstimos vinculados a folhas de pagamento.
          No início de 2004, o Arbi inaugurou um braço financeiro - o Servicash - de crédito direto ao consumidor. Os planos da instituição eram de fechar o ano com operações de crédito de 150 milhões de reais. Birmann, grande operador no passado, só acompanhava o negócio à distância.
(Fonte: revista Exame - 05.01.1994 / 18.02.2004 / 15.09.2004)

21 de mai. de 2020

Infosys

          Com um capital de 250 dólares, o empresário indiano Nandan Nilekani, nascido em 1955, fundou, no início da década de 1980, a Infosys, empresa de serviços de TI e terceirização.
          A empresa, que criou um moderno campus em Mysore, na Índia, teve grande sucesso e crescimento vertiginoso.
          No início de julho de 2009, então um dos homens mais ricos da Índia, com patrimônio estimado de 1,5 bilhão de dólares, Nilekani viu seus sucessos nos negócios tornar-se inspiração para uma nova carreira.
          Nilekani deixou a presidência da Infosys e tornou-se funcionário público federal. Em troca de um salário mensal de 2.000 dólares, ele passou a dar expediente num escritório de paredes amareladas, instalado numa repartição batizada de Autoridade de Identificação Única.
          O projeto de Nilekani é trocar o antigo RG da população por uma nova carteira de identidade equipada com um microchip. Com ela, o governo poderia rastrear pessoas que recebem algum tipo de benefício público. Calcula-se que bilhões de dólares sejam desperdiçados todos os anos na Índia por falta de controle na entrega desse tipo de ajuda.
          Com faturamento anual de 3,1 bilhões de dólares em 2007, com 72.000 funcionários, a Infosys pulou para a casa dos 4 bilhões de dólares em 2009.
(Fonte: revista Exame - 04.07.2007 / 12.08.2009)

17 de mai. de 2020

Bordon

          Geraldo Bordon, nascido em 1926, e seus sobrinhos João Euclydes e Irineu José (já falecido) cresceram juntos. Em 1958 fundaram um pequeno abatedouro em Campinas. O negócio cresceu, formou-se o Frigorífico Bordon e os três só se separaram em 1980.       
          Na segunda metade dos anos 1970, o Bordon comprou a Swift-Armour do grupo Brascan/Antunes, que havia comprado a empresa em 1973.
          Ao final da década de 1970 e início dos anos 1980, o grupo criado por Geraldo Bordon foi considerado o maior do Brasil no setor em número de funcionários, gado abatido e carne exportada.
          Em 1993, depois de dedicar boa parte de seus 68 anos ao Frigorífico Bordon, o braço principal de um grupo de 15 empresas, Geraldo achou que era hora de desfrutar mais do seu haras, sua outra paixão, à qual também se dedicava muito. O grupo, do qual ele detinha 90% das ações faturava perto de 300 milhões de dólares por ano.
          Deixou a empresa nas mãos dos filhos Júlio e João Geraldo, e de outros dois membros do clã Bordon, João Paulo e Pedro Aristides, filhos de dois sócios minoritários, João Euclydes e Neide (herdeira de Irineu).
          O sossego durou menos de um ano. Geraldo tornou-se réu de um processo movido por seu sobrinho João Euclydes, até 1980, um dos seus mais próximos colaboradores. João Euclydes, que deixara o negócio, reclamava na Justiça uma participação acionária maior que os 2,41% registrados nos livros da empresa. Segundo ele, teria havido irregularidades em aumentos de capital. Em outubro de 1993, entrou com um pedido de exibição judicial dos livros da empresa.
          A justiça determinou que um perito vasculhasse os documentos do frigorífico, desde atas até contratos de financiamentos, a partir da década de 1970. O resultado da devassa foram nove volumes e mais de 1600 páginas. O laudo do perito concluiu que João Euclydes teria 9,435% do capital social. Numa carta ao sobrinho, Geraldo concordou com o perito. "Meu pai passou por uma situação humilhante", disse João Paulo. "Ele teve de ir à Justiça saber quanto possui do capital de uma empresa que ajudou a fundar."
          O filho de Geraldo, Júlio e o filho de João Euclydes, João Paulo, eram vice-presidentes do grupo. Os dois, efetivamente, não demonstravam nenhum traço de afetividade familiar, com agressões mútuas.
          Enquanto não retomavam as tradicionais pizzas aos domingos, em família, os Bordon, considerando um panorama de abril de 1994, viviam outro drama: a crise do setor de carnes no país. Concorrentes como a Sadia e a Ceval, por exemplo, haviam desativado seus frigoríficos de bovinos em 1993. A própria Bordon havia fechado duas unidades nos últimos anos. O azul não tingia seus balanços desde 1990. O endividamento crescia rapidamente. Suas dívidas de curto prazo alcançavam 120 milhões de dólares. Apesar disso, a disputa continuou, em que pese a evidência de que a sobrevivência do grupo estava em jogo.
          O grupo era um dos maiores exportadores de carne do país. Quase metade de seu faturamento vinha de vendas para países do Oriente e da Europa e para os Estados Unidos.
          A decadência da empresa se deu nos anos seguintes e, em março de 2000 fez pedido de concordata. O Grupo Bordon foi sucedido pela empresa Bertin, que tempos depois foi incorporada pela JBS Friboi.
(Fonte: revista Exame - 13.04.1994 - partes)

13 de mai. de 2020

SID

          Fundada em 1979, sob a égide da reserva de mercado, a SID é uma associação do empresário Matias Machline, leia-se Sharp, com o Bradesco. A sigla original, SID, vem das sócias iniciais, as empresas Sharp, Inepar e Dedini.
          A empresa tentou abraçar o mundo. E perdeu a identidade. Em certo momento, seu portfólio incluía de computadores pessoais a discos rígidos.
          Enquanto a Lei da Informática perdurou, tudo correu muito bem. Em 1989, por exemplo, a SID fechou com lucro de 8,5 milhões de dólares. A partir daquele ano, porém, a recessão e a abertura de mercado trataram de trazer as empresas de informática - e a SID também - à realidade. Elas descobriram que não sobreviveriam à concorrência dos importados.
          À procura de um eixo, em fevereiro de 1992 a SID foi buscar o executivo Jorge Roberto do Carmo, na ocasião dono de uma revenda de produtos de informática. A ligação entre ele e a SID era antiga. Carmo iniciara sua carreira na Sharp como programador júnior. A partir de então, desenvolveu sua trajetória inteiramente na área técnica. Em 1990, quando saiu do grupo para tocar sua empresa, era um dos diretores de negócios da SID.
          De volta à casa, Carmo colocou como sua primeira meta redefinir o foco de negócios da SID. A primeira atividade sacrificada foi a de microcomputadores, considerada por Carmo uma commodity e a empresa não tinha condições de enfrentar os importados. As atenções da companhia voltaram-se para a atividade na qual ela se considerava líder, a automação bancária e comercial. A escolha não foi difícil. Desde sua origem, a SID investiu nesse campo, empurrada até por um dos acionistas na ocasião, o Bradesco. Ao ser atendido nos caixas das agências (depois de passar pelas costumeiras longas filas), o cliente podia facilmente identificar os terminais de computadores com o símbolo da SID. Além disso, a concorrência externa não existia.
          A SID também fechou um acordo de distribuição de equipamentos para processamento corporativo fabricados pela americana Sun Microsystems. Ao mesmo tempo, manteve um contrato de representação para a venda de discos rígidos Fujitsu. Da canadense Dulfax, a SID trouxe as impressoras.
          Em setembro de 1992, incorporou as atividades da Digilab, do Bradesco. Dois meses depois, o banco adquiriu 19% das ações da holding Sharp S.A. Enquanto assinava acordo com os estrangeiros, Carmo arrumava a casa. Cada uma das cinco unidades de negócios ganhou equipes de vendas próprias. A cúpula da empresa também não escapou às mexidas. Dos seis diretores, quatro foram substituídos. Todos os novos ocupantes foram recrutados dentro dos próprios quadros da SID. Eram antigos companheiros de Carmo. "Foi uma das formas que encontrei de resgatar a cultura da empresa", disse ele. "Assim, reencontramos nossa vocação."
          A profunda mudança na orientação dos negócios tirou a SID do vermelho. Em meados de 1993, a empresa já estava bem mais saudável.
(Fonte: revista Exame - 18.08.1993 - parte)

10 de mai. de 2020

Cragnotti & Partners

          O grupo italiano Cragnotti & Partners era dono, no Brasil, da Bombril e Orniex. Pertencia ao empresário Sergio Cragnotti.
          No começo de março de 1994, a Cragnotti fechou a compra da Cirio, Bertolli, Derica Spa, a maior empresa italiana do setor de derivados de tomate. No Brasil, o executivo Aldo Marsegaglia era o presidente de todas as empresas do grupo.
          Em abril de 1994 o grupo estava prestes a comprar uma tradicional indústria de sabão em pedra na Bahia, a Vieira Garcez, fabricante da marca Celeste, com duas unidades industriais, em Aratu e Salvador. A aquisição marcaria a virada da estratégia de negócios dos italianos no país. O Cragnotti queria firmar-se como grupo industrial. Até então, sua imagem tinha sido associada a atividades de merchant banking, expressão em inglês para designar a compra de empresas com o objetivo de saneá-las e passá-las adiantes. A política dali para a frente seria crescer no setor de higiene e limpeza, com a compra de empresas como a Vieira Garcez e investimentos na ampliação da capacidade instalada.
          A mesma estratégia estava sendo utilizada pela matriz do grupo, na Itália, onde já era dono da Polenghi e da Ala, ambas no setor de leite e derivados.
          Para reforçar a estratégia de voltar-se à produção, o Cragnotti fechou seus escritórios em Paris e em Londres. Eles tinham a função de garimpar oportunidades de negócios. Essa atividade foi desativada também no Brasil.
          Mas já em setembro de 1994, portanto aproximadamente seis meses depois da compra da Cirio, Bertolli, Derica Spa, o grupo Cragnotti estava às voltas com problemas de caixa, provocados por esse negócio. Por isso, a vocação industrial do grupo no Brasil poderia passar a ser revista e passou a considerar a venda de alguns de seus principais ativo no país - leia-se a Bombril e a Orniex. Negociações para a venda chegaram a ser abertas com a Colgate-Palmolive, mas o acerto esbarrou nos cifrões.
(Fonte: Exame - 13.04.1994 / 14.09.1994 - partes)

7 de mai. de 2020

Bar do Pudim

          O bar já se chamava Pudim por causa do primeiro dono, que o inaugurou em 1968. “Ele adorava essa sobremesa. Numa enquete entre amigos sobre o nome do bar, ficou decidido Bar do Pudim, que funcionou com ele durante dez anos, até que nós entramos”, explica a Dione Cristina Treis, 62 anos, a atual proprietária do bar. O bar está com a família Treis desde 1978 e fica em frente à Praça do Gaúcho, na bairro São Francisco, em Curitiba.
          Dione e seu marido, Hilário Artur Treis, ainda eram namorados na época da compra. Os dois se casaram, tiveram duas filhas, mas Hilário, que tocou o bar até o ano 2000, faleceu em um acidente de moto. “Assumi e toco o Pudim sozinha, desde então”, revela a dona.
          O Bar do Pudim é famoso pelos petiscos que apresenta no cardápio, como a empadinha de palmito com camarão, o bolinho de siri, o pastel de provolone, o croquete de camarão e o pão com bolinho. Além, claro, do cardápio variado de cervejas sempre geladas. “Nunca fechei exclusividade com marcas”, apontou Dione. Esse seria um dos motivos do sucesso do Pudim.
          Ao longo dos 52 anos de funcionamento, clientes famosos passaram por lá, como o poeta Paulo Leminski e o cantor da banda Blindagem Ivo Rodrigues. Skatistas também volta e meia iam no Bar do Pudim por estar na frente da pista da Praça do Gaúcho, como os campeões mundiais Ferrugem e Daniel Vieira. O lutador Wanderlei Silva e artistas, como os atores Luís Melo e Guilherme Weber volta e meia também apareciam.“O Daniel Vieira comeu pão com ovo e tomou um Sprite”, brinca o garçom Milton Soares dos Santos, o Miltinho, 57 anos, referência no atendimento de mesas desde que começou a trabalhar no Pudim há 40 anos, em 1980. A pista de skate, conta Dione, foi inaugurada justamente no ano em que ela comprou o bar: 1978.
          Dione foi bancária por 23 anos, mas havia pedido demissão voluntária na privatização do Banestado, o antigo Banco do Estado do Paraná. “Tocar o bar foi o que se apresentou para mim. Com duas filhas pequenas, encarei o desafio.
          Mas, tinha uma pandemia no meio do caminho. Foram 38 dias com as portas fechadas com o isolamento social de prevenção da covid-19 até que, no domingo, 26 de abril de 2020, uma postagem no Facebook avisou que o Bar do Pudim reabriria segunda-feira (27), mas com prazo de validade: "vai funcionar só por mais 30 dias, finalizando as atividades de vez no dia 26 de maio."
          "O objetivo da saideira é dar chance aos clientes de se despedirem. Justo, já que o Pudim coleciona 52 anos de amizades, tradição e comida boa. Para quem quer dar adeus ao estabelecimento com uma última gelada, o bar passa a funcionar de segunda a sábado, das 15h30 às 21h30.
          "Chegou a hora de parar”, conta Dione. Se vai sentir saudades do Pudim, Dione não sabe dizer. “Tenho pensado nisso, por isso a decisão foi tão difícil”.
          A crise do coronavírus até pesou no aviso de fechamento do Bar do Pudim, mas a proprietária conta que o coronavírus a fez apenas adiantar a decisão que já vinha sendo planejada há dois anos. A pandemia só deu tempo para ela, tomar de vez a decisão. Mas é uma influência mais simbólica do que financeira.
          Conforme Dione, o plano pessoal dela era parar de trabalhar no bar aos 60 anos de idade. Por ser uma decisão difícil, acabou prorrogando o fechamento. Mas aí vieram os decretos da pandemia, proibição de aglomeração e o Pudim paralisou o atendimento no dia 19 de março.
          Desde então, a opção por deixar para sempre a vida no balcão ganhou força. “Crise a gente passa. Quem é que não vem sofrendo com ela desde 2015? Mas não foi por isso. A gente estava levando bem. Foi meu projeto de vida que se apresentou mais evidente no isolamento social. É hora de descansar”, revela a proprietária.
          O Bar do Pudim tem seis funcionários. Eles ainda não sabem o que farão. O mais famoso deles, inclusive, aposta na possibilidade de aparecer alguém para assumir o ponto. “Quem sabe”, diz o garçom Miltinho. Dione confirma que há sim possibilidade de passar o ponto – o que mantém viva a esperança dos fregueses em continuar frequentando o Bar do Pudim.
          “Vou fechar, mas vou manter a empresa aberta por um tempo. Se aparecer negociação nesses próximos 30 dias, pode ser que o Pudim fique aberto”, revela a proprietária.
          Uma coisa que parece não gerar dúvidas é a saudade que a clientela vai sentir do Pudim. Na tarde de segunda-feira, logo que o bar reabriu após o período de isolamento, o empresário Thiago Souza, 36 anos, foi bater cartão no estabelecimento. “Eu lamento que vai fechar. Fiquei sabendo e vim aqui, me despedir”, conta.
          Sobre a violência no entorno da Praça do Gaúcho nos últimos anos e as dificuldades geradas pela crise econômica no país desde 2015, Dione explica que não interferiram na decisão dela de fechar o bar. “Em todos esses anos, é natural que o público mude. Mas meus clientes sempre foram mais presentes por causa da comida, para apreciar um petisco. Muito mais do que a bebida”, aponta.
          No que diz respeito à comida, aliás, a reportagem da Tribuna perguntou se o fechamento do bar faria Dione revelar os segredos das receitas saborosas que são servidas no Pudim. “Por enquanto, não. Vai que alguém assume e não fecha”, brinca.
          Por enquanto, é o que se presume. Um dos mais tradicionais bares de Curitiba, há 52 anos servindo deliciosos petiscos e cerveja gelada no bairro São Francisco. O tradicional Bar do Pudim deixaria saudades na cena boêmia de Curitiba.
(Fonte: Tribuna do Paraná - 29/04/2020 (por Alex Silveira) / Gazeta do Povo)

5 de mai. de 2020

Duane Reade

          A rede americana de farmácias Duane Reade recebeu esse nome pelo fato de sua primeira loja estar situada na esquina das ruas nova-iorquinas Duane e Reade.
          Em 1992, a Duane Reade foi adquirida pela firma de investimentos Bain Capital, de Boston, que colocou no comando da companhia Bruce Weitz, contratado de uma pequena cadeia de supermercados. Em 18 meses, ele acrescentou 22 lojas, a 1 milhão de dólares cada, às 37 existentes. Mas a dívida de 225 milhões de dólares corroía o resultado da empresa. Weitz entregou o cargo em 1995.
          Foi quando chegou Anthony Cuti, um executivo com passagem pela consultoria Arthur Andersen, pela indústria de cosméticos Revlon, pelo laboratório farmacêutico Bristol-Myers Squibb e pela rede de supermercados Pathmark.
          Cuti negociou prazos com fornecedores, reformulou o sistema eletrônico de controle de estoque e deu um jeito no pesadelo que era a distribuição, fundindo quatro depósitos de três Estados num único, em Nova York.
          A Duane Reade abriu seu capital em 1998 e ficou ainda mais viciada em crescimento. O número de lojas foi elevado em 120, passando o total para 179. Mas, a empresa sabia que teria que entrar em território desconhecido, uma vez que Manhattan já estava saturada com 104 pontos da rede Duane Reade.
(Fonte: revista Forbes - 20.06.2001)

4 de mai. de 2020

Rocket

          A alemã Rocket foi fundada em 2007 pelos irmãos Marc, Oliver e Alexander Samwer.
          Em 2011, como parte de um plano de entrada no Brasil, a Rocket cria a varejista de comércio eletrônico Kanui (vide origem da marca Kanui nesse blog), com escritório na zona sul de São Paulo.
          Nas empresas do portfólio, os alemães repetem uma espécie de empreendedorismo de laboratório que, pelo menos até início de 2015, não provocou sua eficiência em larga escala: eles montam um plano de negócios e recrutam sócios para executá-lo - quase sempre engenheiros jovens de grandes consultorias, guiados por metas agressivas. O que eles fazem para cumpri-las, no entanto, é problemas deles, não existe manual de gestão.
          Numa alegoria da cultura do faça você mesmo, cada sócio monta a própria mesa e cadeira no primeiro dia de trabalho. Na hora de bolar a operação, vale a mesma lógica.
          A Rocket Internet e o Kinnevik anunciaram parceria para unir as operações de cinco varejistas de moda on-line, entre elas a brasileira Dafiti. O acordo entre os dois fundos deu origem ao Global Fashion Group (GFG) e tem como foco os mercados emergentes. Além da Dafiti, fazem parte da parceria a Jabong, da Índia, Lamoda, da Rússia, Namshi, do Oriente Médio e Zalora, da Ásia e Austrália. Segundo comunicado, o GFG irá operar em cinco continentes com foco em mercados em crescimento, atuando em 23 países.
          A Rocky, considerando dados de fevereiro de 2015, controla 65 empresas em 116 países.
(Fonte: Núcleo de Varejo-ESPM - 05.09.2014 / revista Exame - 18.02.2015)

2 de mai. de 2020

Lloyds Bank TSB

          A ligação do Lloyds Bank TSB com a América Latina data de 1918, com a compra do London and River Plate Bank, posteriormente fundido com o London and Brazil Bank, que resultou no Bank of London and South America (Bolsa). Em 1971, o Lloyds comprou o controle do Bolsa e o fundiu com o Lloyds Bank Europe, formando o Lloyds and Bolsa International Bank, cujo nome mudou para Lloyds Bank International em 1974 e foi fundido no Lloyds Bank em 1986.
          Algum tempo antes de novembro de 1994, quando o trabalho ficou pronto, o Lloyds Bank convocou biólogos, agrônomos e um geógrafo para executar uma missão que nada tem a ver com finanças: traçar um panorama do sertão brasileiro. O resultado desse trabalho está em: Caatinga, Sertão, Sertanejos, um livro recheado com 177 fotos e oito textos científicos sobre a flora, a fauna e a presença humana naquela região. É o quarto de uma série de livros sobre a natureza brasileira patrocinado pelo Lloyds. Os três primeiros tratam dos diferentes ecossistemas da Amazônia.
          O restaurante corporativo do inglês LLoyds Bank TSB estava localizado no 6º andar de um prédio de linhas modernas construído na década de 1970, na zona sul de São Paulo. Além das gravuras de caça à raposa penduradas nas paredes, o visitante podia observar, entre as mesas de aço e vidro, um grosso livro contábil encadernado em couro. Nele, escritos a pena, estão alguns dos inúmeros registros acumulados pelo Lloyds em seus 141 anos de Brasil (em 2003). Esse quase século e meio de vida no país permitiria considerar o Lloyds um banco brasileiro honorário.
          No entanto, naquele momento (setembro de 2003), ele estava à venda e deveria engrossar a lista dos estrangeiros que estavam deixando o Brasil. Embora ele fosse um banco lucrativo, os acionistas ingleses queriam reduzir o peso dos negócios na país.
          Na onda da evasão dos investidores estrangeiros da América Latina que se seguiu à moratória Argentina, em 2001, e à nervosa instabilidade dos mercados antes da eleição de Lula, o banco britânico resolveu reduzir a exposição na região para agradar os investidores.
          Em 9 de outubro de 2003, todas as ações no Brasil do Lloyds Bank foram vendidas ao banco HSBC que pagou US$ 815 milhões (R$ 2,32 bilhões). O Lloyds deixou de operar no país. O Lloyds TSB é um dos bancos estrangeiros que há mais tempo atuava na América Latina.
          Ainda em 2003, o Lloyds TSB também vendeu a administradora de fundos na França e o National Bank of New Zealand - nesses mercados, o banco imaginava não conseguir montar uma operação com vantagens competitivas.
          No ano seguinte, 2004, foram vendidos os negócios na Argentina, Colômbia, Guatemala, Honduras e Panamá. Mas, nas Américas, o banco continuou com escritórios no Equador, Paraguai e Uruguai, que oferecem basicamente serviços bancários a grandes empresas, além do private banking e investimentos nos Estados Unidos.
          O ativo do Lloyds mais cobiçado na operação era a financeira Losango, que disputava com a Fininvest, do Unibanco, o posto de maior do país. A Losango trabalhava com 16 mil lojas no Brasil, tinha 7,5 milhões de clientes ativos e uma carteira de crédito de R$ 2,3 bilhões.
           Mas o banco deu partida a uma substancial reestruturação das operações internacionais, especialmente na América Latina. Os negócios no Brasil foram dos mais disputados. Um verdadeiro leilão acabou acontecendo. Estavam de olho Bradesco, Itaú, Unibanco, ABN AMRO e Citibank, além do HSBC. O principal alvo da cobiça era a financeira Losango, então com 14 milhões de clientes, 16 mil pontos de venda e uma carteira de R$ 2 bilhões, que já dobrou sob o comando do HSBC.
          Em janeiro de 2006, o Lloyds Bank TSB estava de volta ao Brasil. O quinto maior banco britânico em ativos havia saído do país em 2003, ao vender as cobiçadas operações locais ao HSBC renasce bem mais enxuto. Quando saiu, era o 12º maior banco privado do mercado e 7º estrangeiro, com ativos totais de R$ 5,4 bilhões. Agora, recomeçará com um escritório de representação, cuja abertura foi aprovada em 9 de janeiro (2006) pelo Banco Central (BC).
          Em nota ao jornal Valor 
o Lloyds TSB disse: "Nós não vamos nos aventurar no varejo financeiro novamente, mas uma das áreas em que pretendemos atuar é no atendimento aos exportadores brasileiros com financiamento offshore ao comércio exterior".

          No exterior, o  Lloyds possui bancos em Hong Kong, Cingapura, Japão, Malásia, Emirados Árabes Unidos e em alguns países europeus.
(Fonte: revista Exame - 07.12.1994 / jornal Folha de S.Paulo - 10.10.2003 / revista Exame - 15.10.2003 / UOL Economia - 26.01.2006 - partes)

Esser (construtora e incorporadora)

          A construtora e incorporadora Esser foi fundada em São Paulo pelos irmãos Alain e Raphael Horn, sobrinhos do empresário do mercado imobiliário Elie Horn - controlador da segunda maior incorporadora de imóveis do país, a Cyrela.
          A Esser passou a demonstrar dificuldades financeiras desde 2016. Já cambaleante, chegou sem fôlego à crise da Covid-19 nos primeiros meses de 2020.
          Na noite de 29 de abril de 2020, com dívida de R$ 590,4 milhões, a construtora entrou com pedido de recuperação judicial na 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo.
          Alain e Raphael se mantêm como controladores da companhia,
          O pedido de recuperação judicial da Esser inclui a holding e mais 63 empresas - somando subsidiárias e sociedades de propósito específico (SPEs) criadas para cada empreendimento. O processo é conduzido pelo escritório Nunes D’Alvia e Notari (NDN Advogados) e pela consultoria especializada em reestruturação de empresas X Infinity.
(Fonte: ValorInveste - 30.04.2020)

Banco Sudameris

          O Banco Sudameris surgiu no ano de 1900, com o nome Banco Commerciale Italiano de São Paulo. Dez anos depois, foi adquirido pelo Banque Française et Italienne pour L’Amérique du Sud (ou Banca Francese e Italiana per l'America del Sud).
          Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o banco retomou suas operações, sob o nome Banco Federal Brasileiro. Após algumas décadas, mudanças de nome e transferência da sede, passa a ser finalmente Banco Sudameris Brasil, fruto da união do Dresdner Bank com a União de Bancos Suíços.
          O edifício "Banco Francês e Italiano", antiga sede do banco na capital paulista, na rua Quinze de Novembro, 213, construído em 1919, é uma das edificações verticais pioneiras em São Paulo. Foi projetada por Giulio Micheli, inspirada no Palazzo Strozzi.
          Em 1998, o banco obteve o controle acionário do Banco América do Sul, fundado em 1940 por imigrantes japoneses. A aquisição foi feita com a intenção do banco ganhar mercado no Brasil, mas essa operação, poucos anos mais tarde, se revelou desastrosa. Os controladores haviam descoberto que o Sudameris não teria grandes ganhos de escala com a então aquisição do América do Sul.
          O banco comprado tinha uma péssima carteira de crédito, um número grande de clientes inativos e uma clientela excessivamente concentrada na faixa de renda que ia de R$ 500 a R$ 1 mil por mês. A lista de clientes dos dois bancos somados dava 600 mil pessoas, mas os clientes de fato ativos não iam além de 100 mil e com um agravante: eram clientes que, por ser de baixa renda, geravam para o banco apenas um terço da receita proporcionada por clientes que ganhavam mais de R$ 3 mil por mês.
          Com as receitas baixas e o custos altos, o grupo controlador, o italiano Intesa, na época o maior banco da Itália, teve que fazer constantes injeções de capital até que os executivos decidiram que o melhor seria vender o banco do que insistir nos aportes de dinheiro.
          Em maio de 2002 o banco chegou a ser comprado pelo Itaú, porém, em novembro do mesmo ano o banco desistiu da compra.
          Com a desistência da compra pelo Itaú, o grupo controlador continuou em busca de um comprador. Durante o ano de 2002, o Sudameris teve uma performance positiva até certo ponto inesperada para quem estava à venda. Tanto a receita quanto o lucro cresceram substancialmente. Estavam no páreo ABN AMRO Real, Bradesco e o Unibanco, até que em abril de 2003 o Sudameris foi enfim comprado pelo ABN AMRO Real. O novo grupo adquiriu o Banco Sudameris, então o nono maior banco do Brasil, com aproximadamente 270 agências, por R$ 2,3 bilhões. Na época, foi a primeira grande aquisição do banco holandês no Brasil desde a compra do Real em 1998, consolidando sua quinta posição no ranking do setor.
          Na época, Fábio Barbosa, presidente do ABN Amro Real, disse que havia três principais razões para comprar o Sudameris: a forte presença do banco na alta renda; a importante atuação no Estado de São Paulo (o ABN Amro tinha maior exposição no Rio de Janeiro e em Minas Gerais) e o bom relacionamento da instituição com as pequenas e médias empresas.
          Somente em 2007, passados quatro anos da aquisição pelo ABN Amro Real, que o banco concluiu no início de setembro o processo de integração do Sudameris. As agências da instituição passaram a fazer parte da rede do Banco Real, que ficou como marca única.
          No âmbito mundial, após intensa disputa com o banco britânico Barclays, em 8 de outubro de 2007, um consórcio de bancos, formado pelo britânico RBS (Royal Bank of Scotland), o belga-holandês Fortis e o espanhol Santander anunciou a compra de 86% das ações do banco holandês ABN Amro mundial por 71 bilhões de euros. Esse é considerado o maior negócio da história da indústria bancária no mundo. Na decisão de quais os ativos que cada participante do consórcio comprador iria abocanhar, o Santander ficou com os ativos brasileiros. Como no Brasil o ABN Amro controlava o Banco Real, houve uma fusão com o Santander Brasil, preservando inicialmente as duas marcas. Naquele momento, o Sudameris já estava completamente incorporado.
(Fonte: revista Exame - 26.02.2003 / Wikipédia - partes)

Mais (sucos)

          A fabricante de sucos Mais Indústrias de Alimentos foi fundada em meados de 2002, em Vitória, a capital capixaba. A unidade fabril foi levantada em Linhares, interior do estado. Foi criada pelos grupos mineiros WRV e MonteSanto Tavares.
          Um ano mais tarde, passou a chamar a atenção da concorrência. Já ocupava a segunda posição do mercado brasileiro, com 11,8% de participação, atrás da mexicana Del Valle, com 33%, segundo o instituto de pesquisas Nielsen.
          Um dos interessados na Mais era a Coca-Cola, que atuava no ramo de sucos com a marca de bebidas infantis, a Kapo e estava empenhada em ampliar sua participação no mercado. Outra seria a Pepsi, líder nos Estados Unidos com os sucos Tropicana, mas ainda fora do ramo no Brasil.
          Em 29 de julho de 2005, a Coca-Cola anunciou a aquisição do controle da Mais. A multinacional pagou cerca de R$ 110 milhões.
          A Folha Online apurou que as negociações entre a Coca e a Mais começaram no final de 2004. A oferta da Coca-Cola, porém, seria inferior às pretensões da Sucos Mais. O martelo entre as duas companhias foi batido depois da Coca-Cola elevar sua proposta --que era inicialmente de R$ 60 milhões, segundo analistas do mercado. A Coca-Cola informou que o grupo MonteSanto Tavares permanecerá como sócio na Sucos Mais.
(Fonte: revista Exame - 11.06.2003 / Folha Online - 29.07.2005)

Banco América do Sul

          O Banco América do Sul, fundado em 1940 por imigrantes japoneses.
          Considerando o período por volta de 1998, o América do Sul teria uma péssima carteira de crédito, um número grande de clientes inativos e uma clientela excessivamente concentrada na faixa de renda que ia de R$ 500 a R$ 1 mil por mês.
          Foi o que constatou o banco Sudameris, quando, em 1998, obteve o controle acionário do América do Sul.
          A aquisição foi feita com a intenção do Sudameris ganhar mercado no Brasil, mas essa operação, poucos anos mais tarde, se revelou desastrosa. Os controladores haviam descoberto que o Sudameris não teria grandes ganhos de escala com a então aquisição do América do Sul.
          A lista de clientes dos dois bancos somados dava 600 mil pessoas, mas os clientes de fato ativos não iam além de 100 mil e com um agravante: eram clientes que, por ser de baixa renda, geravam para o banco apenas um terço da receita proporcionada por clientes que ganhavam mais de R$ 3 mil por mês.
          Durante o ano de 2002, o Sudameris teve uma performance positiva até certo ponto inesperada para quem estava à venda. Tanto a receita quanto o lucro cresceram substancialmente. Estavam no páreo ABN Amro Real, Bradesco e o Unibanco para a compra da instituição, até que em abril de 2003 o Sudameris foi enfim comprado pelo ABN Amro Real. Em 2008, o ABN Amro Real passou para o portfólio do espanhol Santander.

Rudnick

          A Rudnick é uma empresa familiar fundada em 1938, no polo moveleiro de São Bento do Sul, em Santa Catarina. Foi em 12 de setembro, quando seu fundador, o Sr. Leopoldo Edmundo Rudnick, deu início a uma marcenaria instalada em um pequeno galpão localizado na Estrada Dona Francisca, no interior do município.
          Em 1946, o Sr. Leopoldo mudou-se para o bairro Oxford, construindo novo galpão no local onde hoje se encontra a unidade principal do Grupo. A partir de 1959, com a entrada
dos filhos como sócios, o empreendimento adquiriu novo impulso, iniciando uma fase de expansão e crescimento, culminando com o conglomerado atual.
          Em 1970, a importação de máquinas inicia um novo período de ascensão para a Rudnick. Aliando tecnologia, melhores padrões de qualidade e uma avançada política comercial, a fábrica coloca no mercado produtos cada vez mais competitivos.
          As inovações fazem com que a marca Rudnick seja reconhecida nacionalmente.
          Em 1983, a empresa recebeu o primeiro pedido para fornecer mesas de bilhar e sinuca à indústria campeã do ramo no mundo, a americana Brunswick Billiards.
          Fundamental no currículo da Rudnick, o pedido não foi suficiente para a empresa cruzar os braços. Segundo Cláudio Schultz, gerente de exportação, a empresa orgulha-se de estar inserida no que ele chama de "cultura de exportação" e sintetiza a expressão numa frase: "Significa estar todo mundo na empresa consciente de que o mercado externo é muito exigente e não dá, normalmente, uma segunda chance.
          A empresa trabalha com aglomerados, compensados e madeira maciça. Faz móveis populares e de luxo. Sua principal matéria prima é o pínus, mas experimentou com gosto cada vez maior o eucalipto, "a madeira do futuro para a indústria do mobiliários", no dizer de Schultz, que começou na Rudnick como office-boy em 1968.
          Considerando dados de 2003, a Rudnick era um conglomerado de cinco fábricas que empregavam 1.000 funcionários e ainda tirava das mesas de bilhar 30% de sua receita em dólares.
          Hoje, o Grupo Rudnick conta com cerca de 600 funcionários, uma sede administrativa,
duas unidades fabris e um centro de distribuição que, juntos, somam aproximadamente
50 mil metros quadrados de área construída.
(Fonte: revista : Exame - 07.05.2003 / site da empresa - partes) 

1 de mai. de 2020

McKinsey

          Em 1926 o professor de contabilidade americano James McKinsey funda a McKinsey. Hoje, a McKinsey é uma das mais conceituadas consultorias de estratégia do mundo.
(Fonte: revista Exame - 26.11.2003)

Barings Bank

          O Barings Bank foi por muito tempo o banco privado mais antigo de mundo. Financiou a compra do Estado americano de Louisiana lá pelos idos de 1800. Até a rainha era cliente do banco, fundado em 1762.
          Em 1992, a matriz do "banco da rainha" em Londres designou o funcionário Nicholas (Nick) Leeson para fazer um trabalho de organização de documentos em sua filial em Jacarta na Indonésia.
          Até então um funcionário do baixo clero no quartel general do banco, em Jacarta Leeson recebeu como incumbência a organização da papelada onde estavam documentadas ações ao portador que atingiam o montante de 100 milhões de Libras. Logo nas primeiras semanas de trabalho, Leeson começou a sonhar mais alto. Tornar-se um corretor.
          Com o final bem sucedido do trabalho na Indonésia, Nick foi transferido para a filial de Cingapura. Com aval da matriz criou uma equipe super jovem e ávida por aprender para operar no mercado financeiro. Logo aconteceram alguns erros, mesmo que pequenos e Leeson abriu uma "conta interna de erros" para controlá-los com o sugestivo número 88888 por ser o "8" o número da sorte na região e o 5 (quantidade de oitos), o segundo número de mais sorte.
          Pouco depois, um erro de sinais no pregão (entre Leeson na mesa de operações e uma funcionária da corretora no tumultuado pregão viva voz) gerou prejuízo de 20.000 libras que viraram 60.000 pela virada de mercado ao tentar corrigir. Foi o início de uma série de lançamentos na conta dos 5 oitos, completamente à margem da lei. Esses números iniciais iriam se tornar migalhas se comparados aos que viriam à frente. Na tentativa de recuperar, criou-se um rombo de 10 milhões de libras, o que já era por si só um problema incontornável.
          Porém, um grande cliente foi a salvação e os negócios, ancorados no índice Nikkei que chegou a 19.000 perto do Natal de 1994, geraram receita suficiente para zerar o saldo negativo. Esse mesmo cliente, porém, atiçou Leeson a arriscar demais em novos negócios e o (novo) rombo ficou fora de controle. Como se não bastasse, em 17 de janeiro de 1995 um terremoto sacudiu Kobe, no Japão. O índice Nikkei mergulhou e a filial de Cingapura do Barings perdeu num único dia, 50 milhões de libras.
          Aparentemente, porém, só Leeson sabia da vulnerabilidade da filial do Barings. Por uma série de coincidências e, óbvio, por negligência, a auditoria da matriz em Londres nunca levantou a real situação, apesar de fortes sinais de fumaça.
          Pressionado para gerar bônus, criou-se um clima positivo no banco, cerceando as tentativas do próprio Leeson de explicar que "talvez ele não fosse tão bom quanto seus pares imaginavam". Os lançamentos não autorizados, a princípio, não eram do conhecimentos das chefias. Foi quando Leeson teria cometido talvez seu mais grave erro: lutar contra o mercado. Responsável por 25% das movimentações diárias da bolsa de Cingapura, o operador tentou fazer com que as negociações do Barings fossem suficientes para conduzir o mercado na direção em que pudesse zerar posições. Não foi o que aconteceu. Muito pressionado Nick resolveu ficar indisponível (para ser contactado por suas chefias) e, pela TV, ouviu a notícia de que veio a lume que o próprio banco operava como cliente fantasma.
          Numa sexta-feira fatídica, com a ausência de Leeson, o banco não operou, o que foi avassalador para acumular prejuízos.
          Em 5 de março de 1995, administradores do Barings anunciaram a sua venda para o grupo holandês ING (Internationale Nederlanden Group). A Ernst & Young administrava o Barings desde a sua falência, uma semana antes. Segundo o acordo, o grupo holandês forneceria 660 milhões de libras (US$ 1,07 bilhão) à vista para que o banco pudesse retomar suas atividades no mercado. O nome Barings seria mantido. O banco mais antigo do mundo, com 233 anos de existência, sucumbiu.
(Fonte: Filme A Fraude / Folha de S.Paulo - 06.03.1995 - partes)


Versão II
          Em 1995, o Baring Brothers era o banco mais antigo do mundo, com 233 anos de existência. Só que havia uma excrescência, que seus diretores não notaram. Ou, se notaram, fingiram não perceber. A filial de Cingapura gerava mais lucro do que todas as demais unidades somadas.
          Esses resultados fantásticos proviam de uma só pessoa, o trader inglês Nick Leeson, chefe da trading desk da filial de Singapura do Barings Bank, um (até então) gênio, cujas paradas alavancadíssimas no índice Nikkei futuro da bolsa de Tóquio, negociado na Simex - Singapore International Monetary Exchange, engordavam o bônus anual de toda a diretoria.
          Veio então o terremoto de Kobe, em 17 de janeiro de 1995. A bolsa levou um tombaço.
          Ao invés de liquidar sua posição, Leeson, que estava comprado até o limite, dobrou a aposta. Para isso, usou de um estratagema. Lançou a operação na conta erro que, por motivos óbvios, nunca tem limite, já que se trata de uma rubrica contábil na qual são lançados os trades feitos por engano. Compra ao invés de venda e vice-versa.
          Tóquio continuou caindo e o Baring Brothers quebrou. Na verdade, não chegou a ir à falência. Foi comprado pelo valor simbólico de uma libra esterlina pelo banco holandês ING. Mas os acionistas perderam tudo que tinham aplicado na sociedade.


Versão III

Cerveja A Outra

          Em março de 2016 o mercado de cervejas recebeu uma nova personagem: A Outra. A cerveja é fabricada pela Socorro Indústrias de Bebidas Ltda., da cidade de Socorro, importante estância hidromineral no interior de São Paulo, conhecida também por seu turismo ecológico e de aventura.
          Além da tradicional Pilsen, a grande aposta da cervejaria é o chope em lata e em garrafa, de sabor mais leve e cremoso, que procura agradar o paladar dos cervejeiros de um país tropical com temperaturas quase sempre elevadas.
          Pouco depois do lançamento, a marca já estava presente em seis estados das regiões Sul e Sudeste, e chega a mais de 30 mil pontos de venda em um universo que abriga 1,2 milhão em todo o Brasil.
          Para seduzir de vez o público consumidor, a cerveja apostou na propaganda com a modelo e ex-BBB Cacau Colucci e em ações de merchandising nos programas “Encrenca”, da RedeTV, e “Mesa Redonda”, da TV Gazeta.
(Fonte: Publicidade e Cerveja - 21.03.2016)

Banco Excel-Econômico

          O banco Excel-Econômico, do aprendiz de banqueiro Ezequiel Nasser (sobrinho do banqueiro José Safra), quebrou sem que o banqueiro tivesse a certeza de que os corintianos tenham aberto uma mísera conta depois de ter exposto o nome do banco na camisa do time.
          O Excel foi fundado pouco antes do Plano Collor I, em 1990.
          Ezequiel Nasser queria ser forte em São Paulo, onde o antigo Econômico tinha uma presença pálida. E, ficava claro também o esforço para tornar em realidade a ideia de ser grande no varejo. Logo passou a investir milhões de reais em jogadores para o Corinthians, que o chamavam de "chefe" e outros milhões para ter seu nome na camisa da equipe.
          Desde que foi sequestrado, no primeiro semestre de 1994, Ezequiel passou a fugir de refletores. Ele ficou 75 dias em poder dos sequestradores e sua família pagou pelo resgate cerca de 2 milhões de dólares. Depois do sequestro, ele voltou a plena carga ao trabalho, mas sob um pesado manto de segurança e discrição.
          Ezequiel Nasser fechou 1995 como figurante do sistema financeiro e entrou em 1996 como protagonista. A promoção de Ezequiel, dono de Banco Excel, de São Paulo, explica-se numa operação: a compra do Econômico.
          Nasser era um homem recluso, remoto, um banqueiro de clientela diminuta mas poderosa. E eis que de repente ele sai da sombra e sobe para a arquibancada com um time que representa o oposto do mundo em que Ezequiel Nasser viveu até então.
          O Excel-Econômico partiu para a ofensiva também em Minas Gerais, onde patrocinou o América. E não quis se descuidar de sua base nordestina: o banco renovou o contrato de patrocínio do Vitória. A compra do Econômico, banco mais antigo em atividade no país, ocorreu em janeiro de 1996.
          A pergunta é: como um banquinho (ainda que extraordinariamente lucrativo) conseguiu comprar um bancão (ainda que extraordinariamente quebrado)?
          Primeira constatação: é um típico negócio improvável. Para começo de convera, é possível que nove entre dez clientes do Econômico, na Bahia ou em qualquer outra região do país, nem sequer tenham ouvido falar do Excel. Muito menos de Ezequiel Nasser. O banco controlado por Ezequiel e sua família possuía apenas uma agência de rua. Ficva situada no térreo do prédio que servia de sede ao Excel, na Rua Augusta, Zona Sul de São Paulo. Suas outras nove agências estavam todas localizadas em escritórios comerciais, sem porta para a rua.
          O Excel comprou, porém, a chamada parte boa do Econômico. Em ativos, levou o equivalente a apenas uma vez o seu tamanho de então. Com a soma dos ativos herdados do velho Econômico e do Excel, o novo banco passou a ser um dos quinze maiores. Faziam parte do pacote também as agências e os quase 10.000 funcionários do Econômico, além de uma corretora e uma distribuidora de valores do grupo.
          Evidentemente que a operação foi cercada de variados rumores em torno de propaladas irregularidades. Nas prais de Salvador, chegou-se a difundir até o boato de que Ângelo Calmon de Sá estaria por trás do negócio. No mundo das coisa práticas, o fato concreto é que a operação produziu alívio em massa. Alívio no governo, que se livra de um abacaxi bilionário. E alívio sobretudo de 1,2 milhão de depositantes do Econômico, para os quais ressuscita um dinheiro que parecera morto. Se foi um grande negócio para o Excel, isso o futuro diria.
          Numa operação que chamou a atenção dos analistas, Ezequiel comprou o que seria a sede do Excel por 7,5 milhões de dólares. Fez o pagamento em dinheiro um dia antes do feriado bancário que antecedeu o bloqueio dos ativos financeiros, em março de 1990.
          Ezequiel não participou diretamente das negociações para a compra do Econômico. Quem as comandou pelo Excel foi o vice-presidente Gilberto Nobre. Ex-diretor do Banco Central, Nobre negociou por diversas vezes a dívida externa brasileira com o comitê de bancos credores. Ezequiel acompanhava tudo pelo telefone. Sua confiança no sucesso do negócio parecia ser tão grande que ele não alterou sequer seus planos de férias. No final de dezembro de 1995, no auge da negociação com o BC, voou para Aspen, a estação de esqui do Colorado. Um número considerável de horas de suas férias foi gasto em conferências pelo telefone com os executivos do Excel. Quando o anúncio do negócio foi feito pelo Banco Central, na primeira sexta-feira de 1996, colocando um ponto final em três meses de negociações que entravam madrugada adentro, Ezequiel ainda estava em Aspen, com a mulher e seus três filhos.
          De um total de 260 bancos existentes no país em 1993, cerca de 70 fecharam ou foram liquidados pelo Banco Central até início de 1997. Apesar de ser uma tarefa dura, Ezequiel Nasser tinha credenciais poderosas.  Ele é formado numa das escolas mais antigas e brilhantes de banqueiros do mundo: a dos Safra. Sua mãe, Evelyn, é irmã dos banqueiros Edmund, Joseph e Moise Safra. Edmond era um dos principais negociadores de ouro do mundo e dono do Republic National Bank of New York, um dos vinte maiores bancos dos Estados Unidos. Joseph e Moise são donos do banco Safra no Brasil. Nasser trabalhou quase 20 anos com os tios. Primeiro, no Republic, entre 1967e 1973, logo depois de concluir o curso de administração de empresas no Babson Collegge, em Boston. Posteriormente ele se especializou em finanças em Harvard. Em seguida, no Safra, onde ficou até 1990.
          A família Nasser, assim como os Safra, tem sua origem numa velha comunidade judaica estabelecida em Alepo, na Síria. Era uma região por onde passava um próspero comércio para o Oriente. Foi em Alepo que o avô de Ezequiel Nasser por parte de mãe, Jacob, se introduziu no mundo das finanças. Jacob foi trabalhar com o tio, Ezra, no banco Safra Frères, financiando caravanas de camelos e negociando com ouro.
          No início da I Guerra Mundial, a família de financistas mudou-se para Beirute, no Líbano. Lá fundou o Banque de Crédit Nacionale, em 1920. Em seguida, passou pela Itália e, no início dos anos 1950, aportou no Brasil. Evelyn e seu marido, Rhamo Nasser, vieram junto com o primogênito, Ezequiel, então com dois anos.
          O avô de Ezequiel Nasser ensinou a arte de ser banqueiro aos filhos, Joseph, Moise e Edmund Safra. Estes a passaram ao sobrinho Ezequiel. No Safra e no Republic, ele mostrou-se um bom aluno. Tornou-se uma espécie de braço direito dos tios. No Republic, participou do núcleo inicial que fundou o banco, no final dos anos 1960. Lá, pôde ter a sua primeira grande experiência profissional na área de varejo bancário. Para tentar atrair clientes para um banco então desconhecido nos Estados Unidos, o Republic realizou uma enorme promoção que mexeu com o mercado de varejo bancário americano.
          Quem depositasse mais de 20.000 dólares no banco levaria uma televisão em cores da Sony para casa na hora. A promoção fez tanto sucesso que o Republic chegou a ser um dos maiores distribuidores de TVs da Sony dos Estados Unidos. No Safra, Ezequiel Nasser era o comandante da área comercial. Visitava a clientela, principalmente empresas, e foi talvez o maior responsável pela expansão da rede de agências do Safra, para cerca de 60 unidades.
          O sobrinho dos Safra, no entanto, queria mais. Queria abrir seu próprio negócio. Juntou-se então a seu pai, Rhamo Nasser, e a seu irmão Jacques e abriu o Excel. O pequeno Excel prosperou rapidamente. Dos quase 150 bancos criados após a liberalização do mercado bancário no Brasil no final dos anos 1980, o Excel foi um dos mais bem-sucedidos.
          O Excel foi um banco com atuação agressiva desde a sua fundação. Quando ninguém queria emprestar dinheiro às empresas, na era da superinflação, Nasser saiu oferecendo crédito na praça. Depois, quando o crédito ao consumidor se reduzira a quase zero, contratou toda a equipe de 264 pessoas da Mesbla Financeira, a maior do mercado na época.
          A área externa sempre foi um de seus pontos fortes. Nasser desenvolveu boas conexões lá fora quando morou em Nova York. Para fortalecer-se ainda mais nessa área, ele contratou o ex-diretor de câmbio do Banco Central Gilberto Nobre. Nobre, vice-presidente do Excel, acabou sendo o principal negociador da compra do Econômico com o Banco Central.
          Muita gente desconfiava de que os tios estavam por trás de Nasser no Excel-Econômico. Não existiam evidências que comprovassem essa ligação. Os indícios sugeriam exatamente o contrário. Ezequiel Nasser abriu o seu Excel, depois reforçado pela parte boa do Econômico, contra a vontade dos tios. Os Safra teriam considerado a saída de Nasser uma espécie de traição. Até pelo cargo que ocupava, Ezequiel Nasser conhecia muito bem alguns dos principais clientes do Safra. Quando abriu seu negócio, foi bater na porta deles. Nasser respeitou, contudo, o acordo que firmara de não contratar executivos do Safra. 
          Os Safra, comenta-se, desaprovavam a exposição do sobrinho na mídia. Desde sempre os Safra cultivam uma distância intransponível da imprensa. E são tão preocupados com a segurança que chegam a contratar agentes do Mossad, o serviço secreto israelense, para protegê-los.
          Nasser comandava o banco instalado numa sala de 40 metros quadrados, no 19º e último andar da sede do Excel-Econômico. O edifício, na Rua Cincinato Braga, na região da Avenida Paulista, servia de base para as operações do velho Econômico em São Paulo. Sua sala tinha uma vista de 180 graus da região. De lá se podia ver até o Parque Ibirapuera, a 5 quilômetros de distância. O irmão e sócio de Ezequiel, Jacques Nasser, especialista em informática e telefonia, foi o responsável pela implantação do sistema de telemarketing.
          Em maio de 1996, ao reabrir as portas do antigo Banco Econômico, Nasser estava numa zona de perigo. Principal acionista do Excel, que pouca gente conhecia, tinha de convencer milhares de pessoas a deixar seu dinheiro num banco marcado por administrações desastrosas e recém-saído de um longo período de intervenção. Nasser estava realizando seu antigo sonho de ter um banco de varejo. Mas o banco que assumiu apresentava 2 ferimentos mortais para qualquer empresa do setor financeiro: a incredulidade do mercado e a desconfiança do correntista.
          No saneamento, Nasser e seu pessoal aplicaram o receituário tradicional. Um programa de demissões voluntárias reduziu o número de funcionários de 9.000 para 6.000. Das 284 agências, 49 foram fechadas. A seguir, o Excel-Econômico lançou uma série de produtos, todos com algum diferencial. Foi o caso do cartão de crédito que permite entrar em cinemas por uma porta exclusiva, cheque especial com 12 dias sem juros, ExcelPrev, um plano de previdência privada sem taxa de administração.
          Em março de 1997, a seguradora Cigna, uma das maiores dos Estados Unidos, comprou, por 48 milhões de dólares, 4,6% do Excel-Econômico. Essa participação foi uma consequência do acordo firmado entre o Excel e a Cigna para a criação de uma companhia de seguros no país, a Excel-Cigna Seguros. Cada sócio teria 50% do capital e a gestão seria compartilhada. A Cigna, fundada em 1792, tinha ativos de 100 bilhões de dólares e estava presente em 56 países. Já atuava no Brasil, mas carecia de uma rede de distribuição de varejo para vender suas apólices. O Excel queria por o pé num mercado que faturou 15 bilhões de dólares em 1996.
          Em 1998, a massa falida do banco Excel-Econômico foi assumida pelo BBVA, então presente em 37 países, que ao fazer o negócio, fez sua estreia no Brasil. Ficou famoso o fato de ter sido noticiado que o Bilbao Vizcaya pagaria R$ 1,00 pelo banco, que tinha mais de 200 agências. Mas, teria que injetar algo como 1 bilhão de reais no Excel.
          Em 2003,  o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria Brasil S.A. (que no Brasil foi denominado BBV) foi incorporado pelo Bradesco.
          O banco BBVA foi fundado no final do século XIX, em Bilbao, no País Basco, na Espanha. No segundo semestre de 1999 fundiu-se com o Banco Argentaria, dando origem ao Banco Bilbao Vizcaya Argentaria - BBVA.
(Fonte: revista Exame - 01.01.1997 / 26.02.1997 / 26.03.1997 - partes)

Brassaria Ampolis

          A cervejaria cigana Brassaria Ampolis chegou ao setor em 2013 sob investimento inicial de 20 000 reais.
          A marca foi fundada por Sandro Gomes em homenagem ao pai, Antônio Carlos Bernardes Gomes (1941-1994), intérprete do humorista Mussum, em sociedade com Diogo Mello e Leonardo Costa.
          Já em 2016 a Ampolis anunciava sua estratégia de expandir as vendas para o exterior, inicialmente Estados Unidos (e posteriormente Canadá, Portugal e Angola).
          Em meados de novembro de 2017, a revista VejaRio divulga a incorporação da Ampolis pelo Grupo Petrópolis, mas as negociações ainda estavam no estágio de reuniões recorrentes que estavam sendo feitas para chegar a um consenso de como seria feito o anúncio e o alinhamento das estratégias.
          Atualmente, dispõe de quatro rótulos: a pioneira Biritis (vienna lager), além de Cacildis (premium lager), Ditriguis (witbier) e Forévis (session ipa).
(Fonte: Veja Rio - 16.11.2017)

EFMM / Madeira-Mamoré Railway Co.

          A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) ou Madeira-Mamoré Railway Company foi a 15ª ferrovia construída no país. Suas obras teriam sido executadas entre 1907 e 1912 e estende-se por 366 quilômetros na Amazônia, ligando Porto Velho a Guajará-Mirim.
          Após duas tentativas fracassadas para a sua construção no século XIX, espalhou-se o mito de que, mesmo com todo o dinheiro do mundo e metade de sua população trabalhando nas suas obras, seria impossível construí-la. O empreendedor americano Percival Farquhar aceitou o desafio e teria afirmado "(...) vai ser o meu cartão de visitas".
          Foi a primeira grande obra de engenharia civil americana fora dos EUA após o início das obras de construção do Canal do Panamá, na época então ainda em progresso. Com base naquela experiência, para amenizar as doenças tropicais que atingiram parte dos mais de 20 mil trabalhadores de 50 diferentes nacionalidades, Farquhar contratou o sanitarista brasileiro Oswaldo Cruz, que visitou o canteiro de obras e saneou a região.
          A EFMM garantiu para o Brasil a posse da fronteira com a Bolívia e permitiu a colonização de vastas extensões do território amazônico, a partir da cidade de Porto Velho, fundada em 4 de julho de 1907, pela EFMM.
          Em 2011, o Governo do Estado de Rondônia condecorou in memoriam com a comenda Marechal Rondon, Percival Farquhar e os 876 americanos que comandaram a construção da ferrovia.
          A ideia da ferrovia nasceu na Bolívia, em 1846, quando o engenheiro boliviano José Augustin Palácios convenceu as autoridades locais de que a melhor saída de seu país para o oceano Atlântico seria pela bacia Amazônica. O pensamento do engenheiro justificava-se na dificuldade para transpor a cordilheira dos Andes, na distância do oceano Pacífico dos mercados da Europa e dos EUA. Foi então, em 1851, que o governo dos Estados Unidos - interessado na melhor saída para a importação de seus produtos - contratou o tenente Lardner Gibbon para estudar a viabilidade do empreendimento via rio Amazonas. Em 1852, Gibbon concluiu o trajeto Bolívia-Belém, descendo pelo lado boliviano os rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas, ratificando a ideia do Palácios, quando demonstrou que uma viagem dos Estados Unidos para La Paz pelo caminho dos rios amazônicos, com o advento de uma ferrovia margeando as cachoeiras do rio Madeira, demoraria 59 dias, contra os 180 dias pelo Oceano Pacífico que, além da distância, somava a dificuldade de contornar o Cabo Horn.
          Posteriormente, por efeito da assinatura do Tratado de Petrópolis (1903), no contexto do ciclo da borracha e da Questão do Acre com a Bolívia, que conferiu ao Brasil a posse deste estado, iniciou-se a implantação da Madeira-Mamoré Railway. O seu objetivo principal era vencer o trecho encachoeirado do rio Madeira, para facilitar o escoamento da borracha boliviana e brasileira, além de outras mercadorias, até um ponto onde pudesse ser embarcada para exportação, no caso Porto Velho, de onde as mercadorias seguiam por via fluvial, pelo mesmo rio Madeira e, então, pelo rio Amazonas até o Oceano Atlântico. Anteriormente, esses produtos eram transportados com precariedade em canoas indígenas, sendo obrigatória a transposição das cachoeiras no percurso.
          No início de 1907, o contrato para a construção da ferrovia foi encampado pelo empreendedor estadunidense Percival Farquhar.
          O último trecho da ferrovia foi finalmente concluído em 30 de abril de 1912, ocasião em que se registrou a chegada da primeira composição à cidade de Guajará-Mirim, fundada nessa mesma data. Em 1 de agosto (1912), a EFMM foi inaugurada.
          Durante a Segunda Guerra Mundial, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré voltou a ter grande valor estratégico para o Brasil, operando plenamente para suprir o transporte de borracha, utilizada no esforço de guerra aliado. Em 1957, quando ainda registrava um intenso tráfego de passageiros e cargas, a ferrovia integrava as dezoito empresas constituintes da Rede Ferroviária Federal.
          Em 25 de maio de 1966, depois de 54 anos de atividades, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré teve sua desativação determinada pelo então Presidente da República Humberto de Alencar Castelo Branco. A ferrovia deveria ser, porém, substituída por uma rodovia, a fim de que não se configurasse rompimento e descumprimento do Acordo celebrado em Petrópolis, em 1903. Tal rodovia materializou-se nas atuais BR-425 e BR-364, que ligam Porto Velho a Guajará-Mirim. Duas de suas pontes metálicas ainda servem ao tráfego de veículos. Em 10 de julho de 1972 as máquinas apitaram pela última vez. A partir daí, o abandono foi total e, em 1979, o acervo começou a ser vendido como sucata para a siderúrgica de Mogi das Cruzes, em São Paulo.
          Voltou a operar em 1981 num trecho de apenas 7 quilômetros dos 366 km do percurso original, apenas para fins turísticos, sendo novamente paralisada por completo em 2000.
          Após cinco anos de paralisação, em 2 de novembro de 2005, uma composição faria uma única viagem, transportando convidados para participar de uma missa de Finados no Cemitério da Candelária, em memória às centenas de operários de diversas nacionalidades que faleceram durante a construção da ferrovia.
          Finalmente, a 10 de novembro de 2005, a ferrovia histórica foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Em 28 de dezembro de 2006, o Ministério da Cultura homologou, através da Portaria 108, o tombamento da EFMM como Patrimônio Cultural Brasileiro.
          O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) autorizou, em novembro de 2011 o início das obras de restauração da grande oficina da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que possui 5.700 m² e 13 metros de altura.
          O trabalho de revitalização pago pelas compensações dos impactos causados pela construção das usinas hidroelétricas de São Antônio e Jirau no Rio Madeira deveria estar concluído até 2014, quando alagado dada a enchente do Rio Madeira, e prevê também o funcionamento das locomotivas, como trem turístico, no trecho entre a Estação de Porto Velho e Santo Antônio, totalizando aproximadamente 8 quilômetros.
(Fonte: Wikipédia)
Autoridades em inauguração de trecho.Homens posam para fotografia junto a uma
locomotiva que circulou pela Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré.
Mídia sob a guarda do Arquivo Nacional.