No clube de magnatas mexicanos, Carlos Slim é o mais rico, Ricardo Salinas é o mais polêmico - e Enrique Coppel, o mais religioso. Nascido em 1948, Coppel herdou uma pequena rede de varejo regional de seu pai. Ele é responsável por ter transformado a pequena loja numa das maiores empresas do país.
Enrique Coppel tempera seu sucesso nos negócios com altas doses de fé. Ele constrói igrejas, contribui para programas de formação de padres e financia uma escola da Opus Dei, uma das vertentes mais conservadoras do catolicismo. Nos últimos anos da década de 2000, empenhou-se em erguer uma cidade privada. Entre os critérios para fazer parte dessa comunidade estão os fortes vínculos familiares e a dedicação à religião. Diante de tamanha devoção, Coppel recebeu do papa João Paulo II a ordem de Cavaleiro de São Gregório Magno - uma das maiores homenagens concedidas pelo Vaticano, que dá a seu beneficiário o direito de andar a cavalo dentro da Basílica de São Pedro.
A rede de varejo especializado Coppel, que vende móveis, eletrodomésticos, roupas e calçados, tem como clientes, na maioria, consumidores das classes C e D. Seu modelo de negócios se baseia em lojas mais amplas e mais bem decoradas que as de seus principais concorrentes - as redes Elektra e Famsa. "Muitos mexicanos de classe baixa vão para a Coppel no fim de semana para passear", diz o executivo de um dos maiores fornecedores da empresa.
O principal atrativo da Coppel, porém, está em seu sistema de financiamento de mercadorias. Mais de 80% das vendas são realizadas dessa forma. A empresa é conhecida como a mais agressiva na oferta de crédito. Em muitos casos, basta ter a indicação de um cliente da rede para obter um cartão de crédito.
No início de 2009, Enrique Coppel passou a canalizar seus esforços para um novo projeto: a expansão de sua empresa no Brasil. Numa primeira fase, a empresa abriria até cinco lojas em Curitiba, no Paraná. Numa segunda etapa, seu objetivo era comprar uma cadeia de varejo local.
Mesmo antes de Coppel se manifestar sobre seu projeto no Brasil, as primeiras iniciativas já haviam saído do papel. A empresa contratou 70 brasileiros. A maioria já estava treinando no México e deveriam voltar ao Brasil no fim do ano (2009). A preparação desse grupo consistia, basicamente, em participar do dia-a-dia da empresa. Portanto, todos os empregados têm de realizar tarefas como ajudar a cobrar consumidores inadimplentes e carregar os caminhões de entrega da rede.
Ao mesmo tempo, uma equipe de executivos buscava pontos-de-venda para instalar as primeiras lojas em Curitiba. Em uma terceira frente, a empresa se esforçou para trazer ao Brasil o Bancoppel, instituição financeira criada em 2007 para fornecer crédito aos clientes de sua rede de varejo.
Em fevereiro de 2009, a Coppel fez o primeiro contato com o Banco Central para informar suas intenções. O maior problema enfrentado pela empresa até então era o registro de sua marca no Brasil. A varejista paulista de colchões Copel tentava impedir o uso do nome Coppel pelos mexicanos. O caso era analisado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
Os investimentos da Coppel no Brasil ficaram restritos aos estados do Paraná e Santa Catarina. Mesmo assim, foram abertas mais de 20 lojas. Em 2017, porém, a empresa passa a imprimir forte ritmo de fechamento de lojas, dentro da estratégia de encerrar operações que não estavam dando retorno. A loja da capital catarinense, Florianópolis, por exemplo, não chegou a durar um ano. Outro motivo que levou o grupo a encerrar investimentos no Brasil seria o alto índice de inadimplência registrado nas suas unidades.
Mesmo tendo circulado informações sobre sua saída definitiva do Brasil, a rede Coppel mantém pelo menos uma loja em Curitiba, localizada em frente ao shopping das Américas.
Com mais de 750 lojas, em sua grande maioria no México, a rede Coppel tem sede em Culiacán, Sinaloa, Mexico.
(Fonte: revista Exame - 25.03.2009 / Diário Popular do Paraná - 05.06.2017)
Enrique Coppel tempera seu sucesso nos negócios com altas doses de fé. Ele constrói igrejas, contribui para programas de formação de padres e financia uma escola da Opus Dei, uma das vertentes mais conservadoras do catolicismo. Nos últimos anos da década de 2000, empenhou-se em erguer uma cidade privada. Entre os critérios para fazer parte dessa comunidade estão os fortes vínculos familiares e a dedicação à religião. Diante de tamanha devoção, Coppel recebeu do papa João Paulo II a ordem de Cavaleiro de São Gregório Magno - uma das maiores homenagens concedidas pelo Vaticano, que dá a seu beneficiário o direito de andar a cavalo dentro da Basílica de São Pedro.
A rede de varejo especializado Coppel, que vende móveis, eletrodomésticos, roupas e calçados, tem como clientes, na maioria, consumidores das classes C e D. Seu modelo de negócios se baseia em lojas mais amplas e mais bem decoradas que as de seus principais concorrentes - as redes Elektra e Famsa. "Muitos mexicanos de classe baixa vão para a Coppel no fim de semana para passear", diz o executivo de um dos maiores fornecedores da empresa.
O principal atrativo da Coppel, porém, está em seu sistema de financiamento de mercadorias. Mais de 80% das vendas são realizadas dessa forma. A empresa é conhecida como a mais agressiva na oferta de crédito. Em muitos casos, basta ter a indicação de um cliente da rede para obter um cartão de crédito.
No início de 2009, Enrique Coppel passou a canalizar seus esforços para um novo projeto: a expansão de sua empresa no Brasil. Numa primeira fase, a empresa abriria até cinco lojas em Curitiba, no Paraná. Numa segunda etapa, seu objetivo era comprar uma cadeia de varejo local.
Mesmo antes de Coppel se manifestar sobre seu projeto no Brasil, as primeiras iniciativas já haviam saído do papel. A empresa contratou 70 brasileiros. A maioria já estava treinando no México e deveriam voltar ao Brasil no fim do ano (2009). A preparação desse grupo consistia, basicamente, em participar do dia-a-dia da empresa. Portanto, todos os empregados têm de realizar tarefas como ajudar a cobrar consumidores inadimplentes e carregar os caminhões de entrega da rede.
Ao mesmo tempo, uma equipe de executivos buscava pontos-de-venda para instalar as primeiras lojas em Curitiba. Em uma terceira frente, a empresa se esforçou para trazer ao Brasil o Bancoppel, instituição financeira criada em 2007 para fornecer crédito aos clientes de sua rede de varejo.
Em fevereiro de 2009, a Coppel fez o primeiro contato com o Banco Central para informar suas intenções. O maior problema enfrentado pela empresa até então era o registro de sua marca no Brasil. A varejista paulista de colchões Copel tentava impedir o uso do nome Coppel pelos mexicanos. O caso era analisado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
Os investimentos da Coppel no Brasil ficaram restritos aos estados do Paraná e Santa Catarina. Mesmo assim, foram abertas mais de 20 lojas. Em 2017, porém, a empresa passa a imprimir forte ritmo de fechamento de lojas, dentro da estratégia de encerrar operações que não estavam dando retorno. A loja da capital catarinense, Florianópolis, por exemplo, não chegou a durar um ano. Outro motivo que levou o grupo a encerrar investimentos no Brasil seria o alto índice de inadimplência registrado nas suas unidades.
Mesmo tendo circulado informações sobre sua saída definitiva do Brasil, a rede Coppel mantém pelo menos uma loja em Curitiba, localizada em frente ao shopping das Américas.
Com mais de 750 lojas, em sua grande maioria no México, a rede Coppel tem sede em Culiacán, Sinaloa, Mexico.
(Fonte: revista Exame - 25.03.2009 / Diário Popular do Paraná - 05.06.2017)
a coppel na frente do shopping jardim das américas fechou há algum tempo.
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