3 de jun. de 2020

Visa Vale

          A empresa de vale-refeição Visa Vale foi criada em 2003 de uma associação entre a americana Visa e os bancos Bradesco, ABN Amro Real e Banco do Brasil.
          Logo na largada a companhia deixou de ser mero plano de negócios para rapidamente tornar-se uma das líderes no setor. Seu faturamento com vales-refeição e alimentação, já em 2005, chegou a 2,9 bilhões de reais e ultrapassou as receitas de duas tradicionais concorrentes no país - a francesa Sodexho e a brasileira VR, da família Szajman, ficando atrás apenas da Ticket, da também francesa Accor, que inaugurou esse mercado lá pelos idos da metade da década de 1970.
          A Visa Vale surpreendeu os concorrentes com um modelo de negócios que trouxe vantagem de custos sem precedentes - tanto na captação de novos clientes quanto de transações dos cartões. Enquanto as demais empresas comercializavam seus produtos com a ajuda de representantes de venda próprios, a Visa Vale contava com um exército de gerentes de mais de 8.000 agências bancárias em todo o país. Todos são funcionários dos bancos associados e da Nossa Caixa, que tinha recentemente iniciado parceria. Com isso, a empresa conseguia atingir 5.000 dos então 5561 municípios brasileiros.
          A conjunção de uma equipe exígua de funcionários - eles eram apenas 120 - com baixo custo de distribuição estremeceu o mercado e provocou mudanças na forma como concorrentes estabelecidos faziam negócio.
          Ao chegar ao mercado muito depois de seus principais concorrentes, a Visa Vale conseguiu usar a chamada ruptura tecnológica a seu favor. A empresa jamais adotou os tradicionais vales de papel. Apostou exclusivamente em cartões eletrônicos. Assim, eliminou a necessidade de estruturas duplicadas, que envolvem a manutenção tanto de uma base tecnológica para os cartões quanto a complexa logística de impressão, entrega e recolhimento dos vales de papel.
          O modelo de negócios criado pela Visa Vale não causaria mudanças apenas no mercado brasileiro. A empresa tornou-se um caso único no mundo de parceria entre um emissor de cartões e bancos no segmento de benefícios.
(Fonte: revista Exame - 02.08.2006)
          

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