9 de jul. de 2020

BCP

          A empresa de telefonia BCP iniciou suas operações em 1998. Era a operadora de telefonia celular da banda B na Grande São Paulo.
          Depois de um começo promissor em 1998, quando chegou a deter 46% do maior mercado do país, a partir de meados de 1999 a BCP passou a assistir à queda contínua de sua participação, que chegou a 37% em meados de 2001.
          No final de 2000, o engenheiro paulistano Dante Iacovone assumiu o comando da empresa no lugar do executivo mexicano Roberto Peón. Iacovone estimou que, no máximo em quatro anos, os acionistas da empresa teriam o retorno sobre os investimentos realizados - algo como 4 bilhões de reais.
          Os obstáculos naturais que a BCP tinha pela frente tornavam-se ainda mais difíceis se considerados dois fatos. O primeiro: a enorme demanda por celular na região, que gerou uma fila de mais de 1 milhão de clientes no início das operações da empresa, deixaram de existir por volta de meados de 2001. O segundo: o aumento da concorrência. A partir de 2002, a Telecom Itália, dona de uma carteira mundial de 22 milhões de clientes de telefonia móvel, começaria a operar celulares em todo o país.
          Por muito tempo, a BCP foi uma espécie de espectadora, uma posição arriscadíssima, sobretudo numa época em que a inovação podia definir perdedores e vencedores. Esperava sua concorrente, a Telesp Celular, colocar no mercado as novidades na área de serviços para então oferecer suas alternativas.
          Um exemplo foi o lançamento do celular pré-pago, responsável por cerca de 63% das vendas totais. A Telesp Celular, controlada pela Portugal Telecom, foi a primeira a tornar o produto disponível. O mesmo aconteceu com o Wap - que permitia a navegação por sites desenhados especialmente para telefones celulares. A BCP só ofereceu algo semelhante a seu 1,7 milhão de clientes sete meses depois.
(Fonte: revista Exame - 25.07.2001)

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