25 de ago. de 2021

Petrochina

          Com sede em Pequim, a Petrochina, a estatal chinesa do setor petrolífero, surgiu em 1999, de uma costela da China National Petroleum Corporation (CNPC).
          Durante um processo de reestruturação, a CNPC injetou na Petrochina a maior parte de seus ativos relacionados a exploração, produção, refino e comercialização. Apesar da iniciativa, as duas companhias continuaram umbilicalmente ligadas. Considerando dados de fins de 2007, a CNPC possuía 86% das ações da Petrochina e o mesmo executivo, Jiang Jiemin, acumulava a presidência das duas empresas.
          Aos olhos dos investidores, mais grave que a questão do controle exercido pelo governo de Pequim são os descuidos ambientais da petrolífera. Em janeiro de 2007, uma de suas subsidiárias, a Jilin Petrochemical foi multada em 125 mil dólares, o valor máximo estipulado pela lei chinesa, por poluir o rio Songhua, no nordeste do país.
          Em julho do mesmo ano (2007), a Petrochina novamente esteve no centro de um caso polêmico, com a decisão do bilionário americano Warren Buffett de vender as ações que possuía da empresa, um negócio estimado em 3,5 bilhões de dólares. Ele era o maior investidor estrangeiro da Petrochina e resolveu se desfazer dos papeis devido a pressões das ONGs.
          Na manhã do dia 5 de novembro de 2007, quando soou o gongo que anuncia o início do movimento da bolsa de Xangai, na China, começaram a ser negociadas ali, pela primeira vez, as ações de Petrochina. Mesmo para um país acostumado a cifras grandiosas, o desempenho superou as expectativas mais otimistas, com valorização de 165% até o final do pregão. A oferta inicial de ações foi a mais bem-sucedida da história, com uma arrecadação de quase 9 bilhões de dólares. Somando-se o resultado de Xangai aos das outras bolsas nas quais a companhia possui ações listadas (Hong Kong e Nova York), a Petrochina - uma empresa então pouco conhecida em termos globais, e com faturamento de 88,2 bilhões de dólares em 2006 - atingiu o espantoso valor de mercado de quase 1 trilhão de dólares.
(Fonte: revista Exame - 21.11.2007)

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