A Gencau foi criada em meados de 2020 no epicentro da produção de cacau no estado do Pará para processar o cacau nacional. A empresa foi fundada por Adriano Sartori Pedroso e Ernesto Ary
Neugebauer.
A empresa iniciou suas operações com a construção de uma planta de beneficiamento em Medicilândia, principal polo cacaueiro do Pará. A planta pode processar 18.000 toneladas de grãos de cacau por ano, mas foi construída com flexibilidade para dobrar sua capacidade com poucos
investimentos.
É na Bahia, porém, que a Gencau pretende se catapultar no mercado. Em 2020, a empresa comprou uma processadora de cacau destinada a produzir produtos para chocolates especiais. Localizada em Ibirapitanga, próximo ao polo comercial de Gandu, a unidade pertencia à CooperBahia, grupo de pequenos e grandes produtores voltados para a produção de cacau fino, que a comprou da Fundação Norberto Odebrecht. Nos últimos dois anos, Gencau dedicou-se exclusivamente ao desenvolvimento agrícola da região. Em um campo com 90 árvores “puras” de diferentes clones de cacau, especialistas da empresa vêm testando sabor e outras características para avaliar quais produtos são possíveis de obter. A empresa também aprimorou as técnicas de mecanização pós-colheita, incluindo quebra de frutos, separação com mel de cacau, fermentação, secagem e embalagem. Essas técnicas também influenciam no sabor final do chocolate. Com testes mais desenvolvidos, o plano agora é investir na unidade baiana para colocá-la em operação em 2023. A unidade terá capacidade inicial para processar 6 mil toneladas de cacau por ano, com possibilidade de expansão para até 18 mil toneladas por ano após investimentos de R$ 260 milhões.
No início de 2022, a Gencau obteve incentivo fiscal do governo baiano para colocar em operação uma usina de moagem que comprou no estado.
Em meados de 2022, a Gencau começa a executar um plano de expansão operacional para ganhar espaço nas cadeias produtivas da indústria global de chocolate.. A expansão da empresa no estado, que teve um papel de destaque na história da agricultura cacaueira no Brasil, pode colocá-la entre as três maiores processadoras do país. Atualmente, a empresa suíça Barry Callebaut, a norte-americana Cargill e a Olam de Cingapura dominam a indústria de processamento de cacau no Brasil. Com mais de 95% da capacidade instalada do país, as três empresas moem até 250 mil toneladas de cacau por ano. Os demais são chocolateiros de pequeno e médio porte. Muitas são empresas “bean to bar” ou “tree to bar”, o que significa que atuam em todas as etapas entre cultivo e fabricação, atuando em nichos premium. A ambição de Gencau é se juntar ao grupo de elite em breve.
A unidade baiana deverá receber cacau de produtores baianos e capixabas. Já a planta do Pará recebe basicamente grãos do estado e de Rondônia. O objetivo dessa diversificação geográfica é garantir o chocolate com características específicas de cada localidade, o que pode auxiliar na criação de produtos mais elaborados, ou “gourmet”. Como parte desse processo, a empresa quer estreitar ainda mais os laços com os produtores. No Pará, essa estratégia permite que a Gencau rastreie todo o cacau obtido, seja comprado de produtores locais ou intermediários. O apoio ao produtor vai desde técnicas agronômicas até a emissão de notas fiscais. Mesmo quando a relação com o produtor é mediada por comerciantes, Gencau obriga-os a assinar códigos de conduta para a sustentabilidade e faz verificações anuais. A empresa quer replicar esses compromissos na Bahia, onde a estrutura de comercialização do cacau está mais consolidada. Para Adriano Pedroso, em um segmento ainda marcado pela existência de trabalho infantil e trabalhadores em condições análogas à escravidão em todo o mundo, a conexão com o campo permite que a Gencau apresente suas boas práticas socioambientais aos clientes com mais conforto do que outros processadores. A expansão de Gencau ocorre em um momento de recuperação do consumo de chocolate, que teve forte retração no primeiro ano da pandemia.
O faturamento da Gencau em 2021 alcançou R$ 100 milhões.
(Fonte: jornal Valor - 19.05.2022)
O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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