20 de mar. de 2023

Strada

          A empresa de logística Strada nasceu em meados de março de 2023, da fusão da Carguero – empresa de logística que a Amaggi e a Dreyfus criaram em 2019, com investimento de R$ 50 milhões, e da qual ADM e Cargill se tornaram sócias dois anos depois – e o Tip Bank, empresa de pagamentos para transporte rodoviário frete que existe desde 2007. O processo de formação da Strada durou três anos. Metade desse tempo foi necessário para que o Banco Central e o Cade, regulador antitruste do Brasil, concluíssem a análise da operação.
          Amaggi, ADM, Cargill, Louis Dreyfus Company e Datablog são sócios, portanto, da Strada, empresa de logística que nasceu com 170 mil motoristas cadastrados e a expectativa de transportar 40 milhões de toneladas de cargas.
          Na prática, a partir de março de 2023, essas tradings, que são as maiores exportadoras do agronegócio nacional, passam a ofertar todas as suas cargas na plataforma. Transportadores e motoristas terão acesso às cargas e a um sistema de informações de rastreamento que está sendo desenvolvido.
          “Tem havido uma falta de conectividade nesse mercado. Onde está o caminhão e quando ele chegará são questões que permitirão que terceiros planejem a carga do navio ou trem, por exemplo. Vamos criar valor para os clientes com dados”, diz o CEO da Strada, Rodrigo Koelle, que até o final de 2022 comandava as operações de transporte e logística da Cargill na América Latina.
          O negócio será mais do que apenas uma plataforma para o transporte de cargas. “Estamos formando uma rede comum de inteligência na área de transporte. Vamos conectar os diferentes participantes dessa cadeia, recebendo informações, processando e prestando serviços”, explica Koelle.
          A Strada também está desenvolvendo outra ferramenta que permitirá leilões reversos de frete para mostrar o melhor preço para os embarcadores e transportadoras. Outro diferencial vem do lado fintech da empresa, que agrega diversos recursos à conta digital do caminhoneiro. Conta ainda com uma rede de mais de mil postos de gasolina, vale-pedágio, digitalização de documentos de viagem e soluções financeiras para transportadoras e motoristas, como consignação de recebíveis.
          Segundo Koelle, as plataformas disponíveis hoje possuem cargas duplicadas e ofertas falsas de empresas que estão apenas testando o preço naquele momento. “Vamos dar segurança a todos os envolvidos, com empresas e motoristas que passaram por triagem e sistemas de segurança.”
          Hoje, 75% do volume ofertado na Strada vem de tradings, com cerca de 3 mil caminhões por dia. Mas a intenção é mudar essa participação para 30%. A empresa só não vai operar na última milha. A 
receita virá dos serviços prestados, que podem ser individuais ou em pacotes.
          A Strada tem potencial para mudar o transporte de produtos agrícolas no país ao reunir alguns dos maiores grupos do agronegócio mundial. Se o empreendimento der certo, os sócios pretendem levar o negócio para outras partes do mundo.
          A sede da empresa fica no centro empresarial e tecnológico Cubo Itaú, em São Paulo, onde 
trabalhará parte de seus 300 funcionários. As demais serão distribuídas em todo o país.
(Fonte: jornal Valor - 20.03.2023)

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