28 de jul. de 2023

Vale Base Metals Limited (VBM)

          No início de 2022, a Vale inicia os trabalhos de cisão do negócio de metais básicos. Para administrar os negócios a mineradora brasileira criou a Vale Base Metals Limited (VBM).
          A Vale aposta que metais como cobre, níquel, cobalto e lítio são insumos para a produção de carros elétricos. O cobre também é usado como matéria-prima para projetos de energia eólica e solar.
          Em 27 de julho de 2023, a Vale anunciou que concordou em vender 13% da empresa por US$ 3,4 bilhões. É um dos maiores negócios de M&A da indústria brasileira.
          A Manara Minerals, joint venture entre o Public Investment Fund (PIF) da Arábia Saudita e a mineradora estatal (árabe) Ma'adene, terá 10% da Vale Base Metals Limited . Os 3% restantes da empresa serão adquiridos pela Engine No. 1, um fundo com sede na Califórnia que investe em ativos de transição energética.
          O acordo vinculante entre as partes foi assinado em 27 de julho de 2023 e, segundo a Vale, o negócio deve ser fechado até o primeiro trimestre de 2024, sujeito a condições precedentes, incluindo aprovações regulatórias. O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse em nota: “Vemos esses investimentos estratégicos como um marco importante em nosso caminho para acelerar o crescimento agregador em nossa plataforma de negócios de metais de transição de energia, criando valor significativo de longo prazo para todos os nossos stakeholders. Com nosso portfólio de alta qualidade, estamos posicionados de maneira única para atender à crescente demanda por minerais críticos e nos beneficiar da transição energética global, mantendo o compromisso com práticas socioambientais sólidas e mineração sustentável.”
          Dado o tamanho da transação (US$ 3,4 bilhões por 13% da VBM), o negócio de metais básicos da Vale foi avaliado em US$ 26 bilhões. É um valor que representa quase 40% do valor da Vale em 23 de julho de 2023, de US$ 67,7 bilhões.
          O valor total de US$ 3,4 bilhões será pago à VBM em dinheiro no fechamento, sujeito aos ajustes usuais. E o dinheiro irá para os cofres da nova empresa, que deverá ter sede em Toronto, no Canadá. Os recursos serão usados para investir no crescimento da empresa, que agora será uma entidade separada com sua própria alta administração.
          A Vale disse que a parceria estratégica acelerará o programa de investimentos da VBM, que deve atingir entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões na próxima década, grande parte no Brasil. No comunicado, a empresa disse que os fundos ajudarão a impulsionar um aumento potencial da produção de cerca de 350.000 toneladas por ano de cobre para 900.000 toneladas por ano. A VBM opera no Brasil, Canadá e Indonésia.
          Os números superlativos da operação valem também para os compradores. Este é o maior investimento saudita da história do Brasil e o terceiro maior do fundo PIF no mundo. A transação foi competitiva e recebeu ofertas da GM, Mitsui e também da Qatar Investment Authority (QIA), dizem as fontes. O Bank of America atuou como consultor financeiro exclusivo da Manara Minerals na transação. O Goldman Sachs assessorou a Vale.
          Fontes que acompanharam a operação disseram que durante as negociações não foi discutido quando a unidade de metais básicos precisaria de uma nova rodada de financiamento, mas já se supõe que será necessário. Como resultado, fontes disseram que um IPO permanece na mesa da empresa, embora nenhuma data tenha sido definida. “Isso pode levar de dois a três anos”, disse uma das fontes.
          No comunicado, Robert Wilt, CEO da Manara Minerals e CEO da Ma'aden, disse: “O investimento da Manara Minerals na Vale Base Metals marca nosso primeiro grande investimento no setor de mineração global. Este investimento estratégico significa nossa confiança no negócio de minerais estratégicos da Vale e facilitará o crescimento do portfólio de ativos de classe mundial da VBM em todos os países em que opera”. Chris James, fundador do Engine No. 1, disse no comunicado: “Estamos orgulhosos de apoiar a equipe Vale Base Metals na condução da próxima fase de crescimento 
para esses ativos estratégicos”.
(Fonte: jornal Valor - 28.07.2023)

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