6 de out. de 2023

Housi

          A Housi foi criada para gerenciar locações de clientes da incorporadora Vitacon, ou seja, a empresa surgiu da incorporadora Vitacon.
          Por volta de 2019, a Housi ganhou vida própria e mudou de foco à medida que se expandia.
          O slogan é “sua casa por assinatura”, mas os aluguéis de curto e médio prazo fazem parte dos serviços oferecidos pelo aplicativo da empresa, que é o principal negócio da Housi.
          Alexandre Frankel, CEO da Housi, gosta de fazer uma analogia entre a relação do seu aplicativo com os edifícios e o papel do Windows nos computadores, como um produto que permite a utilização de vários outros produtos. Ele é irmão de Ariel Frankel, CEO da Vitacon, e faz parte do conselho da incorporadora imobiliária paulista.
          O nicho que Housi encontrou foi fornecer uma plataforma que pudesse agregar os diversos serviços que começavam a aparecer em prédios residenciais de todo o país, como mercearias, lavanderias, self storage e car sharing, além de aluguel de apartamentos. A empresa passou a atender outras incorporadoras e também condomínios mais antigos.
Ao contrário da empresa que a gerou, a Housi não possui ativos próprios. Nem sequer disponibiliza os serviços oferecidos na plataforma, incluindo o aluguel de unidades. Gerencia a entrega desses serviços e prospecta novos apartamentos e negócios para oferecer à sua base. “Há sempre um parceiro fazendo a execução”, disse ele. “Nosso papel é muito mais na inteligência e curadoria de dados do que no terreno.”
          O objetivo da empresa é que os edifícios com o sistema Housi não tenham que pagar taxas de condomínio, disse Frankel. O custo seria coberto pelas receitas geradas pelos serviços oferecidos no edifício. Os prestadores de serviço não pagam para estar no aplicativo, mas uma parte da receita vai para o condomínio e para a própria Housi.
          Segundo o CEO, nesse modelo o prédio passa a ser mais um ponto de venda e o negócio imobiliário se aproxima do varejo. A empresa pode participar de um novo empreendimento desde a concepção do projeto, utilizando estratégias de shopping para escolher onde cada máquina de venda automática ficará localizada nas áreas comuns, como mapas de calor para fluxo de tráfego.
          Hoje, a empresa concorre com multinacionais que possuem pontos de venda próprios em prédios, como Unilever e Ambev, mas estas também participam da plataforma da Housi. Para o CEO, com a popularização desse tipo de serviço, os administradores e administradores de condomínios vão querer evitar lidar com diferentes prestadores de serviços e preferir um sistema que centralize a gestão.
          O mesmo aplicativo usado para acessar os serviços do prédio pode ser usado para abrir a fechadura eletrônica das unidades e anunciar novos lançamentos de imóveis de parceiros, uma frente que a Housi vem tentando expandir. No início de outubro de 2023, a empresa anunciou um chatbot para tirar dúvidas sobre lançamentos.
          A próxima fronteira, disse Frankel, é oferecer serviços financeiros vinculados ao universo imobiliário, como rent factoring e financiamento de móveis, que já está em fase de testes. “Tudo está acontecendo muito rapidamente, potencialmente começaremos a oferecê-lo em 2023”, disse ele.
          Em 2022, a empresa gerou receita de R$ 100 milhões. Agora pretende triplicar esse valor só este ano, ao mesmo tempo que aumenta o número de unidades que utilizam os seus serviços.
          Considerando dados do início de outubro de 2023, cerca de 30 mil apartamentos utilizam os serviços da empresa e outros 70 mil estão em construção, levando o CEO a prever um novo aumento nas vendas em 2024. A empresa atende cerca de 300 outras incorporadoras. 
(Fonte: jornal Valor - 06.10.2023)

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