30 de nov. de 2023

Savoy Cosméticos

          Em novembro de 2015, a Hypermarcas, hoje Hypera Pharma, vendeu sua unidade de fabricação e comercialização de cosméticos para a Coty, por R$ 3,8 bilhões.
          A operação consiste em passar os ativos relacionados ao negócio de cosméticos da Hypermarcas e da sua controlada Cosmed Indústria de Cosméticos e Medicamentos para a Savoy Indústria de Cosméticos, que posteriormente passará a ser uma subsidiária da Novitá, que será transferida para a Coty, assim que todas as condições da venda do negócio de cosméticos para a empresa francesa forem cumpridas.
          O conselho da Hypermarcas aprovou aumento de capital da Savoy em R$ 60,096 milhões, com a emissão de 3,040 bilhões de novas ações ON, que seriam totalmente subscritas pela própria Hypermarcas e pela Cosmed até o dia 31 de dezembro de 2015.
          Ao mesmo tempo, o conselho da Hypermarcas aprovou uma cisão parcial da Savoy, que passará para a Active Indústria de Cosméticos ativos e passivos relacionados ao negócio de fraldas, com efeitos contábeis a partir de 31 de dezembro (2015).
          O conselho aprovou ainda a aquisição de 2,994 bilhões de ações da Savoy, por parte da Cosmed, pelo valor de R$ 59,186 milhões, para que a Savoy volte a ser uma subsidiária integral da Hypermarcas. A partir daí, os ativos de cosméticos e as ações da Savoy detidas pela Hypermarcas passarão para a Novitá, que passará a ter controle integral da Savoy.
          Para isso, o conselho da Hypermarcas aprovou o capital social da Novitá em R$ 313,666 milhões, mediante a emissão de 313,666 milhões de novas ações ON da Novitá, que serão totalmente adquiridas pela Hypermarcas.
          Todas essas ações passariam por deliberação de assembleias realizadas pela Savoy, pela Active e pela Novitá realizadas entre os dias 14 e 16 de dezembro de 2015.
          A Hypermarcas informou, em fins de dezembro de 2015, em fato relevante, que concluiu a transferência das marcas de cosméticos que possuía para a Coty Geneva, uma afiliada da Coty. A operação, avaliada em R$ 3,8 bilhões, já foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
          A Savoy é uma empresa voltada a desempenhar atividades de pesquisa, inovação, desenvolvimento, fabricação e industrialização de cosméticos, produtos de perfumaria e higiene pessoal para o mercado brasileiro e exportação para América Latina. A Savoy atua com conhecidas marcas, como Risqué, Monange, Paixão, Bozzano, Koleston, Wella, entre outras. A empresa, pertencente ao Grupo Coty Inc. no Brasil, conta com unidades em Barueri (Grande SP) e Senador Canedo (GO).
(Fonte: Exame - 18.12.2015 / Globo - 28.12.2015 / LinkedIn - partes)

29 de nov. de 2023

Skims

          Única marca a não ocupar um lugar de luxo, a Skims nasceu em setembro de 2019 – e se as marcas das irmãs do clã Kendall-Kardashian patinam aqui e ali, a Skims se destaca por algo um tanto óbvio, mas raro: solidez.
          Se o top 3 do mais recente trimestre não impressiona tanto, afinal sabemos que Miu Miu, Loewe e Prada são onipresentes em influência e importância, a décima sétima colocada chama a atenção: a Skims, de Kim Kardashian.
          Em menos de cinco anos, a etiqueta que tem como foco cintas modeladoras e underwear, conseguiu se estabelecer em um mercado altamente competitivo e em um território bem nichado.
          Tudo isso isso sem possuir sequer uma única loja própria. A marca pode ser encontrada em endereços específicos da rede Nordstrom, na canadense Ssense e Net-A-Porter (três pontos de venda com diretrizes e públicos bem distintos).
          Em julho de 2023 a empresa foi avaliada em 4 bilhões de dólares, se tornando um case não apenas midiático, mas um negócio promissor muito bem estruturado – tão estruturado que compete de igual para igual com marcas com décadas à frente e pertencentes a conglomerados gigantescos.
          Kim não está sozinha. Ao seu lado estão Emma Grede e Jeans Grede, dois nomes bem conhecidos entre coaches norte-americanos, já que estão envolvidas em outros projetos e companhias tão bilionárias quanto.
          Num momento que o mercado de lingerie estava um tanto perdido, a Skims se lançou tendo desde sua criação um mote bem inteligente: “Solutions for Every Body”, “The Next Generation of underwear, loungewear e shapewear”.
          Sem se apoiar na imagem de Kim (não que ela não dê as caras e não faça despretensiosamente publis quase diárias), sem logos e sinais de identidade facilmente reconhecíveis, a Skims parece se destacar por uma facilidade em compreender as variedades de corpos sem grandes artifícios. Aliás aqui cabe mais variedade do que a famigerada diversidade – por mais que seja curioso numa mesma marca ter Cardi B e Hari Nef entre seus rostos (e corpos) recentes.
          É no mínimo interessante que, em um período onde as marcas se debruçam para criar imagens de impacto, criar storytellings e eventos megalomaníacos, uma marca se destaque por ir justamente por um caminho quase contrário.
          Esse senso de espontaneidade, facilidade e comunicação direta, sem dúvidas, tem sido ingredientes-chave no percurso ultra promissor da marca.
(Fonte: UOL - 19.10.2023)

28 de nov. de 2023

Wella

          A empresa de cosméticos Wella foi criada em 1880 pelo cabeleireiro alemão Franz Ströher. É dona das marcas Sebastian, Nioxin, OPI (esmaltes), weDo/, Koleston, Soft Color e Blondor. A Sebastian, focada em tratamentos profissionais, é considerada uma das principais apostas do grupo no mercado nacional.          
          No Brasil, a Wella atua na área de coloração e tratamento capilar desde a década de 1950.
          Em julho de 2015 a Coty adquire a divisão de produtos de beleza da P&G (Procter & Gamble) por US$ 12,5 bilhões. Entre as marcas adquiridas estão os corantes para cabelo Wella, Koleston e Soft Color.
          “O que estamos vendo são mudanças de estilo acontecendo rapidamente. As pessoas querem ficar loiras, depois morenas e tingir de rosa. O cinza natural é uma cor de cabelo que vimos mais durante a pandemia. Agora, as pessoas estão voltando aos tratamentos capilares. Eles também vão ao salão para deixar seus cabelos grisalhos mais naturais”, disse Annie Young-Scrivner, CEO global da Wella Company desde dezembro de 2020, quando a Coty vendeu 60% da Wella para a empresa de investimentos Kohlberg Kravis and Roberts (KKR) por US$ 2,5 bilhões. .
          Ao longo de 2021, a KKR comprou mais ações, deixando a Coty com uma participação de 25,9%, avaliando a Wella em US$ 100 bilhões. Em julho deste ano, a Coty anunciou que vendeu outros 3,6% para a IGF Wealth Management por US$ 150 milhões. A KKR agora detém 74% da Wella e a Coty pouco mais de 22%.
          A Sra. Young-Scrivner comanda uma empresa que abrange 127 países; O Brasil está entre seus dez principais mercados. A Wella comercializa oito marcas no mercado nacional, entre elas a Wella Professionals, líder no mercado brasileiro de tinturas utilizadas em salões de beleza há oito anos.
          No mercado de tratamentos capilares, a Wella ultrapassou a gigante francesa L’Oréal, que perdeu o primeiro lugar, e a holandesa Keune, segundo dados (de 2023) da consultoria Factor Kline. No entanto, quando se consideram os produtos capilares vendidos em supermercados e farmácias, a Wella tem uma participação muito menor e concorre com pesos pesados como Unilever, L’Oréal – novamente, e Procter & Gamble.
          Para consolidar sua presença no mercado brasileiro, a Wella aposta em parcerias com cabeleireiros – visando alcançar mais de 300 mil parcerias com treinamentos presenciais e online – e eventos como o Wella Win. Em setembro de 2023, lançou um segundo estúdio para profissionais em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, semelhante à primeira unidade localizada na Avenida Paulista, em São Paulo.
          “Nosso maior mercado hoje é a Europa, mas a maior oportunidade de crescimento está nas Américas. No Brasil, somos número um em participação de mercado, com cerca de 22%. No entanto, ainda temos 78% para conquistar”, disse o CEO global, fazendo uma média dos mercados de tintura e tratamento profissional. A Sra. Young-Scrivner é chinesa e mora nos Estados Unidos desde a infância. Antes de liderar a Wella, ela liderou negócios na PepsiCo e na Starbucks.
          A Wella possui uma única fábrica instalada no Brasil, no estado de Goiás, e busca fabricantes parceiros para produzir localmente parte do portfólio importado. Como parte dos planos para 2024, especificamente em fevereiro, a empresa prevê iniciar a operação do seu primeiro centro de distribuição no país, localizado em Extrema, no estado de Minas Gerais.
(Fonte: Valor - 09.07.2015 / 29.09.2023 - partes)

27 de nov. de 2023

Scion Capital

          O fundo de hedge Scion Capital foi fundado em 2000 pelo investidor americano e gestor de fundos de hedge Michael James Burry nascido em 1971.
          Burry nasceu e cresceu em San Jose, Califórnia. Ele tem ascendência Rusyn. Aos dois anos de idade, ele perdeu o olho esquerdo devido ao retinoblastoma e desde então tem uma prótese ocular.
Burry dirigiu o Sion Capital de 2000 a 2008, antes de fechá-lo para se concentrar em seus investimentos pessoais. Ele é mais conhecido por estar entre os primeiros investidores a prever e lucrar com a crise das hipotecas subprime que ocorreu entre 2007 e 2010.
          Michael Burry estudou economia e medicina na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, obteve um diploma de MD pela Faculdade de Medicina da Universidade Vanderbilt, e iniciou, mas não terminou, sua residência em patologia no Centro Médico da Universidade de Stanford. Enquanto estava de folga à noite, ele trabalhava em seu hobby: investimentos financeiros.
          Apesar de não praticar, Burry manteve sua licença como médico ativa no Conselho Médico da Califórnia, incluindo requisitos de educação continuada.
          Após a faculdade de medicina, Burry trabalhou como residente de neurologia do Stanford Hospital e, em seguida, residente de patologia do Stanford Hospital.
          Ele então saiu para iniciar seu próprio fundo de hedge. Ele já havia desenvolvido uma reputação como investidor ao demonstrar sucesso em investimentos em valor, sobre o qual escreveu em painéis de mensagens no site de discussão de ações Silicon Investor a partir de 1996. Teve tanto sucesso com suas escolhas de ações que atraiu o interesse de empresas como como Vanguard, White Mountains Insurance Group e investidores proeminentes como Joel Greenblatt. Burry tem uma compreensão estritamente tradicional de valor. Ele disse mais de uma vez que seu estilo de investimento é baseado no livro Security Analysis, de Benjamin Graham e David Dodd, de 1934: "Toda a minha seleção de ações é 100% baseada no conceito de margem de segurança."
          Depois de encerrar seu site em novembro de 2000, Burry fundou o fundo de hedge Scion Capital, financiado por uma herança e empréstimos de sua família. Ele o nomeou em homenagem a The Scions of Shannara (1990), de Terry Brooks, um de seus romances favoritos. Ele rapidamente obteve lucros extraordinários para seus investidores. De acordo com o autor Michael Lewis, "em seu primeiro ano completo, 2001, o S&P 500 caiu 11,88%. O Scion subiu 55%. No ano seguinte, o S&P 500 caiu novamente, 22,1%, e o Scion subiu novamente: 16%. No ano seguinte, 2003, o mercado de ações finalmente deu uma reviravolta e subiu 28,69%, mas Burry venceu novamente, com retornos de 50%. No final de 2004, ele administrava US$ 600 milhões e rejeitava dinheiro." Burry conseguiu alcançar estes retornos, em parte, vendendo a descoberto ações de tecnologia sobrevalorizadas no auge da bolha da Internet.
          Em 2005, Burry começou a focar no mercado subprime. Através da sua análise das práticas de empréstimos hipotecários em 2003 e 2004, ele previu corretamente que a bolha imobiliária entraria em colapso já em 2007. A sua investigação sobre os valores dos imóveis residenciais convenceu-o de que as hipotecas subprime, especialmente aquelas com taxas "provocativas", e os títulos baseados nestas hipotecas começariam a perder valor quando as taxas originais fossem substituídas por taxas muito mais elevadas, muitas vezes apenas dois anos após o início. Esta conclusão levou-o a vender a descoberto no mercado, persuadindo a Goldman Sachs e outras empresas de investimento a venderem-
lhe swaps de incumprimento de crédito contra negócios subprime que ele considerava vulneráveis.
          Pelo menos dois anos antes, portanto, o californiano percebeu a fragilidade dos títulos lastreados em dívidas imobiliárias “subprime”, apostou contra estes papéis e, quando veio a queda, fez uma fortuna para si e para seus clientes, enquanto instituições tradicionais quebravam.
          Durante os seus pagamentos para os credit default swaps, Burry sofreu uma revolta dos investidores, onde alguns investidores no seu fundo temeram que as suas previsões fossem imprecisas e exigiram a retirada do seu capital. A análise de Burry, entretanto, mostrou-se correta: ele obteve um lucro pessoal de US$ 100 milhões e um lucro para seus investidores restantes de mais de US$ 700 milhões.  A Scion Capital finalmente registrou retornos de 489,34% (líquidos de taxas e despesas) entre seu início em 1º de novembro de 2000 e junho de 2008. O S&P 500, amplamente considerado como referência para o mercado dos EUA, retornou pouco menos de 3%, incluindo dividendos sobre no 
mesmo período.
          De acordo com seu site, Burry liquidou suas posições curtas em credit default swaps até abril de 2008 e não se beneficiou dos resgates de 2008 e 2009. Posteriormente, ele liquidou sua empresa para se concentrar em seus investimentos pessoais.
          Num artigo de opinião de 3 de Abril de 2010 para o The New York Times, Burry argumentou que qualquer pessoa que estudasse cuidadosamente os mercados financeiros em 2003, 2004 e 2005 poderia ter reconhecido o risco crescente nos mercados subprime. Ele culpou os reguladores federais por não darem ouvidos aos avisos de fora de um círculo fechado de conselheiros.
          Em 2013, Burry reabriu seu fundo de hedge, desta vez chamado Scion Asset Management, apresentando relatórios como consultor de relatórios isentos (ERA) ativo no estado da Califórnia e aprovado pela SEC. Ele concentrou grande parte de sua atenção no investimento em água, ouro e terras agrícolas. Ele disse: "Água doce e limpa não pode ser considerada garantida. E não é - a água é política e litigiosa."
          Burry iniciou posições vendidas na Tesla antes ou por volta do início de dezembro de 2020, de acordo com um tweet agora excluído e provavelmente adicionado às suas posições vendidas depois que a capitalização de mercado da Tesla ultrapassou esse valor do Facebook. Burry previu que as ações da Tesla entrariam em colapso como a bolha imobiliária, dizendo que "minha última Big Short ficou cada vez maior e MAIOR" e provocou os touros da Tesla para 'aproveitar enquanto dura'. Em maio de 2021, relatou que detinha opções de venda sobre mais de 800.000 ações da Tesla. Em outubro de 2021, após um aumento de 100% no valor das ações da Tesla, ele revelou que não estava mais operando a descoberto. Durante o segundo trimestre de 2021, ele supostamente detinha opções de venda avaliadas em quase US$ 31 milhões no índice de inovação ETF ARKK gerenciado pela Ark Invest.
          Em agosto de 2023, foi amplamente divulgado que o fundo de hedge de Burry, Scion Asset Management, havia feito uma aposta de US$ 1,6 bilhão na quebra do mercado de ações dos EUA. Os registros de títulos mostraram que Burry detinha opções de venda tanto no S&P 500 quanto no Nasdaq-100 no final do segundo trimestre de 2023. Embora as opções de venda tenham sido amplamente divulgadas como sendo 93% de todo o portfólio da Scion, isso é enganoso, já que o valor de US$ 1,6 bilhão é baseado no valor máximo possível que as opções de venda poderiam atingir, e não no valor pelo qual foram realmente compradas. Além disso, os ativos sob gestão da Scion são de US$
237.971.170, significativamente inferiores a US$ 1,6 bilhão.
(Fonte: Wikipédia)

26 de nov. de 2023

Barzel Properties

          A Barzel Properties foi fundada pelo ex-executivo da Cyrela, Nessim Sarfati, em 2015.
          A Barzel aproveita seca de crédito a empresas para comprar imóveis em ‘saldão’. O sócio-fundador da Barzel, Nessim Sarfati, tem larga experiência nesse tipo de empreitada. Ele passou quase 20 anos na Cyrela, onde recebeu a missão de comprar mais de uma dezena de prédios de escritórios em São Paulo por valores abaixo de mercado. O trabalho deu origem à Cyrela Commercial Properties, hoje Syn.
          Esse currículo deu confiança para Nessim fundar a Barzel. De lá para cá, comprou prédios de escritórios, galpões e imóveis de varejo. A lista inclui o Edifício Pinheiro One, antiga sede da Odebrecht. Em maio de 2023, arrematou cinco centros de distribuição e cinco lojas do Carrefour Brasil por R$ 1,2 bilhão.
          A filosofia por trás de todos estes negócios está na máxima de que é na hora da compra (a um precinho camarada) que se ganha dinheiro numa transação imobiliária, e não na hora da venda (esperando atingir um preço mais alto). Nesse meio tempo, os prédios ganham um “banho de administração”, que pode envolver reforma e ajustes em contratos.
          Para Nessim, há vários motivos para crer que muitas empresas vão topar vender imóveis a valores atraentes. Um deles é a taxa de juros alta nos Estados Unidos, na Europa e Brasil. Isso deve levar multinacionais e grupos locais a venderem imóveis para reforçar o caixa, já que os financiamentos estão mais custosos.
          Outro ponto é a crise de varejistas, como Americanas, Marisa, TokStok e outras. Para elas, faz sentido vender imóveis para focar nas operações. Nessim não revela nomes, mas diz que mantém conversas com empresas assim.
          Por fim, há uma secura de investimento em equity (participação societária). Há mais de dois anos não são realizadas ofertas públicas iniciais de ações na Bolsa, via tradicional para capitalização de empresas. Mais uma vez, a venda de imóveis pode ser uma saída.
          Em novembro de 2023, a Barzel Properties,definiu sua estratégia para 2024. Com muito dinheiro à mão, oriundo de parceria com o GIC (sigla em inglês para Corporação de Investimentos do Governo de Cingapura), fundo soberano da cidade-estado asiática, o grupo vai mirar as chamadas “compras oportunísticas”, isto é: imóveis de qualidade, cujo dono aceite negociar a um preço reduzido em troca da liquidez imediata, algo que combina bem com a temporada de escassez de crédito a taxas módicas para empresas. Entre as razões que o grupo vê para encontrar empresas dispostas a vender a bons preços estão as altas taxas de juros e a crise das varejistas.
          A Barzel Properties é uma das maiores gestoras de investimentos imobiliários do Brasil, com R$ 6,5 bilhões em ativos no portfólio, considerando dados de novembro de 2023.
(Fonte: Estadão - 24.11.2023)

25 de nov. de 2023

Canetas Birome

          Antes de existir o computador, existia a caneta esferográfica, e sua invenção transformou a escrita e a comunicação humana como uma tecnologia verdadeiramente revolucionária. Essa história começa no final do século XIX, com a primeira patente de uma caneta com uma esfera rolante na ponta registrada pelo inventor norte-americano John J. Loud em 1888, mas só se tornaria realmente popular e eficaz na década de 1930, pelas mãos do jornalista húngaro naturalizado argentino László József Bíró.
          O modelo de Loud foi desenvolvido para ser uma caneta capaz de escrever em superfícies duras, e utilizava aço com a esfera na ponta. A aplicação, portanto, era limitada e distante da eficácia que a caneta esferográfica como conhecemos viria a trazer: a caneta de Loud não fez sucesso, e a patente original simplesmente expirou. Mais de 20 anos após a morte de Loud, o jornalista e editor László Bíró desenvolveu uma nova versão de uma caneta esferográfica, utilizando uma tinta diferente.
          Mais leve, fina e portátil, a invenção foi chamada de Birome, e utilizava uma tinta de jornal, porém um pouco mais grossa, desenvolvida pelo irmão de László, György Bíró, que também havia fugido do nazismo na Europa para a Argentina ao lado do irmão. A esfera era molhada no cartucho interno da tinta e, assim, a Birome permitiu uma escrita fácil e macia sobre qualquer tipo de papel, e principalmente que secava rapidamente, resolvendo assim os problemas das velhas canetas tinteiro.
          A caneta esferográfica tornou-se inicialmente um grande sucesso na Argentina, e ganhou o planeta após as empresas Eversharp Co. e Eberhard Faber Co. adquirirem o direito de venderem a Birome nos EUA e no resto do mundo. A invenção transformou por completo a escrita e mesmo a comunicação humana, facilitando a escrita de cartas, cartões postais, trabalhos e livros. Em 1945, o empresário francês Marcel Bich comprou a patente da caneta de Biró, para tornar a esferográfica o principal produto de sua empresa, a Bic.
          Não é por acaso, portanto, que o Dia do Inventor é comemorado na Argentina em 29 de setembro, data de nascimento do inventor. László József Bíró faleceu em Buenos Aires em 1985, aos 86 anos de idade, mas sua invenção permanece atual, funcional e imortal, sendo utilizada em toda parte: estima-se que a Bic já tenha vendido mais de 100 bilhões de canetas esferográficas em todo o mundo.
(Fonte: hypeness - 14.07.2022 - Vitor Paiva (redator))

À esquerda, a Birome, primeira esferográfica do mundo; à direita, um anúncio da caneta na Argentina

À esquerda, a Birome, primeira esferográfica do mundo; à direita, anúncio da caneta na Argentina

24 de nov. de 2023

Gulliver Brinquedos

          A Gulliver Brinquedos foi fundada em 1973 pelos filhos do empresário espanhol Mariano Lavin Ortiz, que na década de 1950 era proprietário de uma fábrica de brinquedos em Madri e que, em 1959, se mudou para o Brasil com a família.
          Inicialmente, eram brinquedos feitos de PVC, que evoluíram depois para diversos processos de transformação de plásticos, produzindo miniaturas pintadas artesanalmente, baseadas em seriados de TV.
          Nos anos 1980, estabeleceu parcerias com empresas de fora do país e passou também a importar brinquedos.
          Ao longo se suas cinco décadas de história a empresa produziu brinquedos icônicos, como o Forte Apache, personagens como Batman e Robin, Super-Homem, Mulher-Maravilha, Homem-Aranha, Hulk, Capitão América, Homem de Ferro, além das bonecas Agarradinha, da Turma da Mônica e, mais recentemente, a miniatura do jogador Neymar.
          Na crise de 2008, com o Real desvalorizado 47% em relação ao dólar, a empresa foi fortemente atingida. O faturamento da companhia despencou de R$ 35 milhões para menos de R$ 8 milhões entre 2011 e 2016. Até que em agosto de 2017, com problemas financeiros, a Gulliver entrou com o pedido de recuperação judicial..
          Em fins de novembro de 2023, a fábrica desativada da Brinquedos Gulliver, de São Caetano do Sul, entrou em leilão, com lance mínimo de R$ 74.777.511,00. O edital do leilão está no site da Leje (Leilão Virtual Eletrônico) e descreve os dois terrenos da tradicional empresa que estão à venda da seguinte forma: “Imovel I, lote de terreno urbano, em esquina, com área de 4.413,97 m² e área edificada de 8.687,00 m², em dois pavimentos. Imóvel II, lote de terreno urbano com área de 2.864,00 m² e área edificada de 2,864,00 m²”.
          Além de detalhar a localização dos imóveis: “Próximo a estabelecimentos comerciais mistos, galpões e nas proximidades do ParkShopping São Caetano e do Centro Médico São Luiz”.
          A primeira fase do leilão fica aberta até o dia 18 de dezembro (2023). Se não houver interessados, inicia-se a segunda fase, com lances a partir de R$ 52.337.257,70. O pagamento pode ser à vista ou parcelado, com entrada de 25% + 30 parcelas mensais.
          Os valores arrecadados servirão para quitar dívidas com credores da empresa e o comprador receberá os imóveis livres de quaisquer ônus. O edital de leilão, assinado pela juíza Daniela Anholeto Valbao Pinheiro Lima, da 6ª Vara Cível da Comarca ee São Caetano, foi publicado no dia 14 de novembro (2023).
          Um (novo) leilão do imóvel onde funciona a fábrica de brinquedos da Gulliver, em São Caetano do Sul, começou em 9 de outubro de 2024. Os lances podiam ser dados no site da Teba Leilões pelo lance mínimo de R$ 74 milhões. Caso não atinja o valor mínimo, uma nova data está marcada para o dia 23 de outubro.
(Fonte: Diário do Grande ABC - 22.11.2023 / IstoÉDinheiro - 09.10.2024 - partes)
Divulgação Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra

23 de nov. de 2023

Firefox

          Originalmente fundado como Phoenix, em 2002, o navegador web foi renomeado pouco depois devido às questões da marca com a Phoenix Technologies.
          Eles, então, escolheram Firebird, que novamente enfrentou a pressão do projeto de software de banco de dados Firebird já existente.
          A Fundação Mozilla foi finalmente nomeada em Mozilla Firefox, o apelido do panda vermelho, em 2004.
(Fonte: msn-19.09.2018)

22 de nov. de 2023

Jabil Circuit

          A Jabil Circuit é uma fabricante norte-americana de eletrônicos customizados que concorre com a Foxconn.
          A Jabil produz eletrônicos personalizados para grandes grupos. Entre os itens produzidos estão conversores de TV a cabo, terminais de ponto de venda, módulos eletrônicos para aerogeradores, notebooks, tablets, smartphones e equipamentos para redes telefônicas 4G.
          Em abril de 2022, a Jabil divulga que busca startups brasileiras com projetos em inovação de hardware. O foco está em projetos para os segmentos de agronegócio, energia renovável, segurança e tecnologias para a Internet das Coisas. A empresa pretende apoiar essas empresas para facilitar o desenvolvimento de equipamentos que possam ser produzidos em larga escala, por meio da inovação aberta.
          “A chegada do 5G [tecnologia sem fio] no país é uma oportunidade de criar tecnologias que antes não estavam disponíveis. Há uma necessidade de desenvolver hardware para preencher lacunas no mercado. No Brasil, as startups investem muito em software, mas são poucos os projetos de hardware”, disse Christiano Porto, diretor de negócios sênior da Jabil Brasil.
          Para apoiar as startups, a Jabil Brasil abriu em março de 2022 um centro de inovação anexo à sua fábrica em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. É o primeiro da empresa no mundo com foco em inovação aberta..
          O centro conta com ambiente para reuniões e desenvolvimento de projetos, laboratório com linha de montagem de placas eletrônicas e impressora 3D para prototipagem de hardware e sistema de verificação de falhas. O Sr. Porto disse que os engenheiros da fábrica da Jabil fornecerão orientação na aquisição de matéria-prima, logística de produção e busca de fornecedores, entre outros assuntos.
          Segundo a empresa, o centro receberá startups que já possuem projetos de hardware e também lançará desafios – propostos pela Jabil ou por seus clientes – para desenvolver inovações, remunerando as startups. “As startups que podem lançar seus produtos e vender em maior escala podem se tornar parceiras de fabricação da Jabil”.
          Em todo o mundo, a Jabil atende clientes como Apple, Cisco Systems, Dell Technologies, HP, General Electric, NetApp e Zebra Technologies. No Brasil, a empresa possui unidades fabris em Manaus (Amazonas), Betim e Valinhos (São Paulo).
          A Jabil emprega 260.000 pessoas em todo o mundo em 100 unidades localizadas em 30 países. Em Betim, a Jabil emprega cerca de 1.500 pessoas. A unidade produz itens como conversores de energia renovável, reguladores de tensão, placas e cartões de telecomunicações.
           A empresa possui centros de desenvolvimento de produtos nos Estados Unidos, Alemanha, Israel e Taiwan.
          Para um ano fiscal completo, considerando 2022 como base, a Jabil tem receita aproximada de US$ 32,6 bilhões.
(Fonte: Valor - 28.04.2022)

21 de nov. de 2023

DPA Brasil

          A DPA Brasil foi criada em 2003 e é controlada pelas multinacionais Nestlé e Fonterra. A DPA afirma ser a maior empresa de iogurtes, sobremesas lácteas e requeijão do Brasil, detendo marcas como Chambinho, Molico e Chandelle. 
          Em 11 de outubro de 2023, o Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, com a imposição de remédios, a compra da DPA Brasil pela francesa Lactalis.
          Entre as restrições, disse o relator do caso, está a obrigação de que marcas vinculadas à Batavo, da Lactalis, sejam adquiridas pela Tirol Lacticínios, de Santa Catarina.
          “Acordo preza pela transferência de marcas bastante valiosas. A consumação da operação depende de efetiva conclusão do contrato de licenciamento”, afirmou o relator Victor Oliveira, que foi acompanhado por unanimidade pelos outros conselheiros do tribunal.
          O negócio foi anunciado no final de 2022, com a imprensa local citando valor de R$ 700 milhões.
          A DPA tem duas fábricas, uma em Pernambuco e outra em São Paulo. Enquanto isso, no Brasil, a Lactalis possui 13 marcas, incluindo Parmalat, Batavo, Itambé e Poços de Caldas.
(Fonte: Reuters/InfoMoney - 11.10.2023)

17 de nov. de 2023

Brasil TecPar

          A Brasil TecPar, holding gaúcha de serviços de internet, possui mais de 440 mil clientes, sendo 30% corporativos e 70% residenciais, e atua no Rio Grande do Sul, em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais. Além disso, ainda possui um centro de dados em Joinville (SC).
          Em 25 de outubro de 2023, a Brasil TecPar anunciou a compra da Blink Telecom, empresa mineira de acesso à internet, em uma transação avaliada em R$ 370 milhões. O negócio, que foi fechado no início do mês, representa a maior negociação em valores do grupo, além de sua estreia em uma nova região e envolve 30% do valor em troca de ações e os 70% restantes em dinheiro.
          Com a aquisição, o grupo recebe 150 mil clientes e 550 colaboradores da provedora mineira. “Com isso, a gente abre o mercado em Minas Gerais, um Estado que já estudávamos há um bom tempo”, disse Gustavo Pozzebon Stock, presidente da Brasil TecPar.
          A Blink possui uma receita bruta anual superior a R$ 180 milhões, e segundo Stock, a negociação adiantou para outubro a meta de faturamento anual da Brasil TecPar para R$ 1 bilhão, em 2023, mais do que o dobro da receita de R$ 483 milhões no ano passado.
          A Blink é a nona aquisição da empresa este em 2023 e não deve ser a última, sinaliza o executivo. Este ano, a Brasil TecPar arrematou as empresas de acesso à internet Usafibra, de Porto Alegre; Zecta, de Cuiabá; Selko, da Chapada dos Guimarães (MT); e Hi Telecom, de Sinop (MT); IVeloz, de Itaquaquecetuba (SP); Cybernet e DZ7, de Guarulhos (SP); e TV Alphaville, de Barueri (SP).
          A Brasil TecPar ainda planeja adquirir outras empresas para dar continuidade aos planos de expansão para 2024 e 2025, que também passam pela entrada em Santa Catarina, Paraná, Goiás e Espírito Santo. A holding tem cerca de 100 empresas no radar para futuras aquisições com contratos de confidencialidade assinados, afirma Stock.
(Fonte: Estadão - 26.10.2023)

16 de nov. de 2023

BBF - Brasil BioFuels

          Criada em 2008, a companhia começou explorando óleo de palma em São João da Baliza, em Roraima, para a produção de biodiesel. Com o biocombustível, gera energia elétrica em usinas 
termoelétricas.
          Tido como a principal saída para a descarbonização do transporte aéreo e com grande potencial de exploração no Brasil, o combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) tem, por ora,
pouquíssimos projetos em desenvolvimento no paìs.
          O mais avançado é o da Brasil BioFuels (BBF), empresa hoje (novembro de 2023) dedicada à produção de biodiesel, mas que prevê começar a fabricar SAF em 2026, após investir R$ 2,2 bilhões em uma biorrefinaria em Manaus, e outros R$ 2,5 bilhões no plantio de palma de óleo, sua matéria-prima.              A BBF já tem contrato assinado com a Vibra, que terá exclusividade na distribuição do
combustível de aviação por cinco anos.
          A refinaria de SAF, que também produzirá diesel verde (HVO), está em fase de desenvolvimento do projeto executivo. Milton Steagall, presidente da BBF, espera que ela comece a operar a tempo de atender ao futuro aumento da demanda pelo combustível – as companhias aéreas terão de reduzir suas emissões a partir de 2027, o que deve gerar uma forte procura por SAF. O SAF pode ser fabricado a partir de cana-de-açúcar, milho ou palma, gordura animal (como o sebo bovino) e óleo de cozinha usado. E emite de 60% a 80% menos carbono do que o querosene de aviação (QAV). Mas há obstáculos. As empresas dizem ser necessária uma regulamentação que garanta segurança jurídica para
investimentos tão altos.
          A BBF gera 6 mil empregos diretos e 18 mil indiretos na região. E enquanto espera a regulamentação, a empresa expande sua área plantada de palma. Hoje, são 75,6 mil hectares em Rondônia e no Pará, em cinco polos de produção. Mais cem mil hectares serão adicionados até 2026.
          Algumas das áreas em que a empresa planta na cidade de Tomé-Açu (a quase 200 km de Belém, no Pará) são alvo de disputa com comunidades quilombolas e indígenas. Segundo a promotora Ione Nakamura, do Ministério Público do Pará, parte dessas áreas são consideradas públicas – dado que não há um histórico de documentação – e reivindicadas pelas populações tradicionais. A BBF comprou áreas, mas, quando se analisa a cadeia, algumas têm problema de origem”, diz a promotora Ione Nakamura. A empresa, porém, diz que, de acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), não existe sobreposição de suas terras com territórios indígenas e quilombolas. O Incra disse estar levantando dados para saber se há ou não sobreposição de “áreas da BBF com as do território pleiteado pelas comunidades quilombolas”.
          Além da questão fundiária de suas terras no Pará, que não é simples, o Ministério Público do Estado afirma ainda que a BBF deveria ter feito um estudo de impacto ambiental na área de cultivo e criado uma zona de amortecimento entre a sua fazenda e o território indígena. Há também preocupação com o futuro das comunidades locais em razão do empobrecimento da vegetação na região por causa da monocultura de palma e do uso de agrotóxicos que podem contaminar os igarapés. Esses problemas, porém, são anteriores à aquisição das terras pela BBF. O clima na região é de tensão e, segundo apurou a reportagem do Estadão, ambos os lados estão exaltados.
          Em agosto de 2023, poucos dias antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegar a Belém para participar da Cúpula da Amazônia, quatro indígenas foram baleados. A versão da BBF é de que a sua propriedade foi invadida e que foi ateado fogo em seus veículos. Os indígenas, por sua vez, dizem que estavam ocupando um território que lhes pertence. Apesar do incidente, Steagall diz que a relação com as comunidades tradicionais das áreas onde a BBF atua “sempre foi boa”. “O problema são aqueles que se infiltram nas comunidades e agem de forma diferente.” Na sua avaliação, para o conflito ser resolvido o Estado precisa ampliar a presença na localidade
          Considerando números de novembro de 2023, a BBF tem 25 usinas em operação, 13 em implementação, atende 140 mil clientes e fatura R$ 1 bilhão por ano. Esse último número deve saltar para cerca de R$ 5 bilhões quando a empresa começar a produzir SAF, prevê Steagall.
(Fonte: Estadão - 09.11.2023)

15 de nov. de 2023

Pierre Cardin

          A trajetória profissional de Cardin começou cedo, aos 14 anos, quando ele arrumou emprego de aprendiz de alfaiate em Saint-Étienne. Aos 17, foi trabalhar na Christian Dior, em Paris. “Eu era o primeiro a chegar ao ateliê”, recorda o estilista, que, aos 28 anos, conseguiu fundar a própria “maison”. “Sou responsável pelo meu sucesso.
          Eu me dei bem desde o início.” O que poderia parecer impossível para outros não foi um problema para Cardin. Como fazer o primeiro desfile de moda na praça Vermelha de Moscou, em 1991, ou se tornar o primeiro costureiro a integrar a Academia de Belas Artes da França, em 1992.
          O estilista francês Pierre Cardin gostava de se gabar de tudo o que havia conquistado desde que fundara sua marca, em 1950. Quando recebeu um repórter em seu estúdio na Avenue de Marigny, em Paris, em 1999, exibiu grandes fotos em preto e branco de sua fábrica na França da década de 1970; fotos dele com modelos na Praça Vermelha em 1986; itens com o logotipo Cardin produzidos por centenas de licenças; e um catálogo de seus looks futuristas mais famosos. “Influenciei todos os estilistas”, disse ele. “Todo mundo conhece Pierre Cardin.” O que ele não gostava de comentar era sobre o que seria de sua empresa depois que ele partisse. Três meses antes de Cardin morrer – em dezembro de 2020, aos 98 anos, após complicações de covid-19 –, ele disse a um repórter da Paris Match: “Depois da minha morte? Não penso sobre isso. Não organizei nada. Nada!”.
          Cardin chegou ainda criança à França, quando seus pais fugiram da Itália de Benito Mussolini após a Primeira Guerra Mundial. O clã Cardini se estabeleceu em Saint-Étienne, no centro do país, e o nome foi abreviado para Cardin. Cardin estudou arquitetura, mas seu amor pela moda foi mais forte. Ele chegou a Paris depois da Segunda Guerra Mundial e trabalhou para as casas de alta costura Paquin e Schiaparelli antes de conseguir um emprego no estúdio de um jovem designer chamado Christian Dior.
          Entre os conjuntos que Cardin cortou e costurou para a coleção de estreia de Dior, em fevereiro de 1947, estava o Bar, um terninho ampulheta preto e branco que passou a simbolizar o “new look” da casa.
          Três anos depois, em 1950,  Cardin fundou sua própria grife e ganhou reputação no ano seguinte, quando desenhou trinta figurinos para o extravagante baile de máscaras de Carlos de Beistegui, em Veneza, Itália.
          Em 1958, Cardin lançou a moda masculina, que ainda é um negócio forte para a marca. Também se credita a ele a invenção do bubble dress, um corpete justo com uma saia rodada na altura dos joelhos. 
          Dos movimentos da pop art da década de 1960, ele abraçou o futurismo, criando roupas modernas em formas geométricas e cores ousadas.
          Em 1970, contratou como assistente um parisiense de 18 anos chamado Jean Paul Gaultier. “Pierre inventava coisas”, disse Gaultier em entrevista ao The New York Times, em 2018. “Foi a verdadeira modernidade.” Cardin também enxergou longe no mundo dos negócios: vendeu nos mercados de luxo do Japão na década de 1950, da China, na de 1970 e da União Soviética, na de 1980. E se tornou o rei das licenças, colocando seu logotipo em tudo, de perfumes a frigideiras. Em 1981, comprou a Maxim’s, joia da culinária art nouveau.
          Nas horas vagas, Cardin comprava imóveis – muitos deles próximos do Palácio do Eliseu, casa oficial do governo francês –, nos quais instalou sua residência e a sede de sua empresa. Ele também tinha um moinho na Normandia; um apartamento na Quinta Avenida, em Nova York; o Palazzo Ca’ Bragadin, do século 13, em Veneza, onde Casanova viveu; o Chateau de Théoule, do século 17; o vanguardista Palais Bulles, na Côte d’Azur; o Château de Lacoste, do século 11; e a antiga casa do Marquês de Sade, na Provença, além de dezenas de apartamentos e casas na aldeia próxima.
          Pierre Cardin, nascido Pietro Costante Cardin, em 2 de julho de 1922, faleceu em 29 de dezembro de 2020.
          A falta de organização prevendo a sua morte gerou uma épica batalha jurídica entre 22 sobrinhas e sobrinhos-netos que afirmam ser seus herdeiros, uma vez que ele nunca se casou nem teve filhos. Seu companheiro de longa data nos negócios e na vida, André Oliver, morreu em 1993. De um lado dessa luta está Rodrigo Basilicati-Cardin, neto italiano de 52 anos do irmão mais velho de Cardin, Erminio. (Pierre Cardin, nascido Pietro Cardini em 1922, perto de Treviso, Itália, era o mais novo de treze filhos). Basilicati-Cardin – que adotou o nome Cardin em 2018 – trabalhou para o tio-avô por mais de vinte anos. Desde 2020, é gerente geral da holding Pierre Cardin Evolution e diretor artístico da marca Pierre Cardin. Recentemente, organizou um desfile de moda Pierre Cardin na sede do Partido Comunista Francês, em Paris. Basilicati-Cardin insiste que é o herdeiro legítimo – um herdeiro designado por Cardin, por testamento não assinado e não registrado. Seu irmão e sua irmã apoiam a reivindicação. Ele quer manter a propriedade da empresa e continuar no comando dos negócios.
          No outro campo, estão 19 primos de outros seis ramos familiares, que querem vender a empresa e ficar com o dinheiro. Quatro dessas primas, Patricia, Laurence, Régine e MarieChristine (netas de Giovanna Cardin, irmã de Cardin), entraram com ações judiciais e queixas criminais contra BasilicatiCardin, acusando-o de crimes como abuso de idosos e falsificação. Ele, é claro, nega. “É triste que uma casa tão histórica chegue a este ponto”, lamenta, com melancolia, Louis Cardin-Edwards, sobrinho-neto de Cardin, que trabalhou com ele por vinte anos e foi demitido por Basilicati-Cardin dias depois da sua morte.
          Basilicati-Cardin, nascido e criado em Pádua, na Itália, era engenheiro civil de formação quando, aos 25 anos, conheceu seu famoso tio numa exposição de arte em Veneza. “Ele disse: ‘Me fale sobre você’. E passamos duas horas conversando”, explicou o engenheiro em entrevista ao Times. “Aí ele disse: ‘Por que você não vem morar aqui, no meu palácio?’” Cardin contratou Basilicati-Cardin para supervisionar a fonte toscana que fornecia a água mineral Maxim – e, um pouco mais tarde, várias outras empresas sediadas na Itália. Em 2018, o estilista o nomeou gerente-geral da holding. Foi então que Basilicati, como era conhecido, decidiu acrescentar Cardin a seu nome. “Fui à Câmara Municipal de Treviso e fiz todos os trâmites administrativos”, disse a La Gazette Drouot.
          O que está em disputa é sua enorme herança – e muito mais. “Fiquei surpreso com a família, porque meu tio me disse que queria que a empresa continuasse e não fosse transferida para eles”, diz CardinEdwards, 39 anos, o único parente a trabalhar com Cardin no estúdio. Ele não é herdeiro, mas sua mãe, Marie-Christine, é (ela está entre as quatro irmãs que entraram com a ação judicial). “Meu tio não entendia o conceito de herança familiar, ele era contra”, relembra Cardin-Edwards. Mas Cardin também se recusava a falar do assunto. “Toda vez que dizíamos: ‘Vamos ao cartório botar isso no papel’, ele cancelava no último minuto”, diz Edwards. “Não conseguia imaginar alguém a substituí-lo.” Emmanuel Beffy, que Cardin contratou para supervisionar licenças, negócios imobiliários e projetos culturais na Ásia, concorda: “Ele não queria entregar o poder. Quis mantê-lo até o fim”.
          Embora Basilicati-Cardin detivesse um cargo importante na empresa, Jean-Louis Rivière, o advogado que representa as quatro irmãs, avisa: “Ele não tinha o direito de assinar contratos ou de vender nada. Nenhum tipo de poder”. Basilicati-Cardin, por sua vez, diz que o acordo era prepará-lo para, com o tempo, assumir os negócios. Tudo isso mudou no final de 2020. Enquanto estava gravemente doente, após uma infecção por covid-19, Cardin concedeu uma procuração a Basilicati-Cardin. Rivière descreveu a assinatura do documento como “suspeita”, uma vez que, segundo ele, Cardin, “estava em coma, ou semicoma, na época”. Não foi bem assim, diz Basilicati: o documento foi assinado por Cardin em casa, perante um tabelião e dois médicos que atestaram sua capacidade mental.           As irmãs Cardin acusaram o primo de abuso de idosos, fraude e quebra de confiança. A promotoria de Paris abriu uma investigação no início deste ano. O mais perturbador para a família é a afirmação de Basilicati-Cardin de que ele é o único herdeiro. Ele afirma que os desejos de Cardin foram detalhados em um testamento em 10 de novembro de 2016, que Basilicati-Cardin afirma ter descoberto no ano passado no apartamento do estilista em Paris – bem no momento em que os herdeiros que querem a venda receberam a oferta de um grupo empresarial francês para comprar o grupo por E 800 milhões (RS 4,2 bilhões). Como o testamento não foi encontrado durante o inventário original dos bens e, embora rubricado, não foi assinado e registrado junto às autoridades, as quatro irmãs o consideram inválido. Beffy também está cético: “Pierre Cardin sempre assinou documentos como ‘Pierre Cardin’, não com iniciais.” Em março de 2023, um juiz declarou o testamento inválido, decisão da qual Basilicati apelou. O tribunal de apelações de Paris ouvirá os argumentos no dia 2 de novembro de 2023 e deverá decidir logo. “Há duas possibilidades de resolução”, diz Rivière. “Ou o testamento de Basilicati é cancelado e meus clientes e seus primos são legitimados como herdeiros, ou é confirmado e ele fica com o controle de tudo.”
          Para complicar, Beffy possui outro testamento de Cardin, de 2013. Nele, o estilista afirmava que Beffy receberia a mansão Norman; Marie-Christine Cardin-Edwards ganharia um apartamento; e Beffy e Basilicati-Cardin herdariam tudo o que “se move”, ou seja, móveis, carros, joias, obras de arte e contas bancárias. O documento estava assinado e datado, mas, diz Beffy, “o tabelião não o registrou”. Há também a questão da propriedade da empresa. No momento da morte, Cardin detinha 99,999% dela. O 0,001% restante está com BasilicatiCardin, que disse que sua tia avó Giovanna, mãe das quatro irmãs que o processam, assinou esse documento para ele um mês antes de morrer em 2000, aos 97 anos. “Impossível”, garantem as irmãs. De seu lado, CardinEdwards confirma: “Eu a vi naquele mês e ela não me reconheceu, então acho difícil que tenha assinado um documento tão importante”. Todos aguardam o julgamento. Compradores potenciais estão de olho, caso a família consiga colocar a empresa à venda. “Estamos serenos”, diz Rivière. “E acreditamos na justiça.”
(Fonte: Valor - 01.11.2019 / NY Times/Estadão 13.10.2023 - partes)

14 de nov. de 2023

Booths

          A Booths é uma pequena rede que vende mantimentos no norte da Inglaterra desde 1847 e tem, 
considerando números de novembro de 2023, 28 estabelecimentos.
          Quando se trata de fazer compras de supermercado, parece haver dois tipos de pessoas neste mundo: aqueles que preferem o autoatendimento e aqueles que preferem interagir com um ser humano.
          A rede Booths decidiu que seus clientes pertencem à última categoria e anunciou que vai se livrar 
dos caixas automáticos em 26 de suas 28 unidades.
          Isso vai contra a tendência que remodelou as compras no varejo ao redor do mundo nos últimos 20 anos. Quando tudo dá certo, pode ser a maneira mais rápida de sair de uma loja: empilhe seus mantimentos, passe o cartão de crédito, ensaque-os, siga em frente. O processo todo deveria acabar em questão de minutos. Mas nem sempre é essa a realidade. A máquina não reconhece seu espaguete. Você clicou na imagem de uma abobrinha na tela, mas o que está em sua cesta é um pepino. “Sempre há um problema”, disse Sandra Abittan, ao sair de um supermercado local Tesco no noroeste de Londres em 10 de novembro (2023), observando que muitas vezes precisa esperar por ajuda ao usar o autoatendimento. No entanto, ela disse que geralmente ainda os escolhe porque acha que as filas 
costumam ser menores.
          Muitas redes expandiram seu uso durante o auge da pandemia, quando minimizar o contato humano era especialmente importante. Mas a Booths não está sozinha em repensar a revolução automatizada: em setembro (2023), o Walmart disse que removeria os corredores de algumas lojas, 
embora não tenha dito o motivo.
          Em 2016, um estudo nos Estados Unidos, no Reino Unido e em outros países europeus constatou que os varejistas com caixas de autoatendimento e aplicativos tinham uma taxa de perda de cerca de 4%, mais que o dobro da média do setor, com pesquisadores afirmando que os caixas automáticos tentavam os compradores a agir de maneiras que normalmente não fariam e tornavam o furto menos 
detectável.
          A Booths disse em um comunicado que ter seus funcionários interagindo com os clientes proporciona uma experiência melhor. “Baseamos isso não apenas no que acreditamos ser a coisa certa a fazer, mas também após receber feedback de nossos clientes”, disse a empresa.
          Humanos e máquinas podem coexistir pacificamente? No Tesco no noroeste de Londres, geralmente durante o almoço, a maioria das pessoas parece escolher a opção de autoatendimento, principalmente porque a fila era realmente mais curta do que nos caixas operados por humanos. Mas remover completamente os caixas automáticos, como a Booths anunciou que fará, exigirá algum tempo para se saber o real resultado.
          A Booths, considerando números de fins de 2023, tem cerca de 3 mil funcionários.
(Fonte: Estadão - 14.11.2023)

13 de nov. de 2023

Mocotó

          Com estrutura bem mais modesta, no Mocotó, na década de 1970, os clientes se acomodavam em mesas de fórmica e cadeiras de plástico para apreciar o concorrido caldo de mocotó preparado num
caldeirão de alumínio bem ali do lado.
          Garrafas de bebida vazias viravam recipientes para o molho de pimenta da casa. Na estufa, tripa de porco fritinha, passarinha, carne de panela. E uma placa dizia: “Não é permitido batuques e
cantorias”.
          A história é resumida em três linhas do tempo, com momentos icônicos na vida do seu Zé Almeida, retirante pernambucano que fundou o restaurante em 1973 como uma casa do Norte, do próprio Mocotó e do hoje chef Rodrigo Oliveira. Elas correm em paralelo, até virar uma só linha, que passa pela composteira instalada na varanda anexa. Todo o lixo compostado alimenta a terra do sítio Mulungu, em São José dos Campos, onde são cultivados alimentos orgânicos que abastecem a despensa do Mocotó.
          Seu Zé de Almeida veio de Mulungu, no interior do sertão pernambucano, e chegou em São Paulo aos 25 anos de idade. Um ano depois, decidiu montar uma casa do Norte em sociedade com dois de seus irmãos. A Casa Irmãos Almeida abriu as portas em 1973 na Vila Medeiros, bairro periférico da zona norte paulistana. Cinco anos mais tarde, seu Zé tornou a casa um bar, e passou a servir alguns pratos de sua terra natal.
          O carro-chefe era o caldo de mocotó e foi assim que Mocotó virou nome próprio do restaurante. Cabeça do Mocotó desde 2001, o chef Rodrigo de Oliveira promoveu mudanças físicas no comércio do pai e ganhou terreno para transformar o estabelecimento.
          Quem vê o Mocotó como é hoje, com seu salão espaçoso e confortável, talvez nem imagine que, lá na década de 1970, não era bem assim.
          Pois esse mesmo cenário foi replicado na exposição Mocotó 50 Anos: Um Restaurante Melhor para o Mundo, que celebra a trajetória do lugar em seu meio século de vida. Com a curadoria da historiadora Adriana Salay, esposa de Rodrigo, a mostra vai até fevereiro (2024) na laje do Mocotó, na Vila Medeiros. Entrada gratuita.
          A exposição fala da fazenda Maniwa, projeto agroflorestal do Mocotó, em Pernambuco. Por lá
produzem leite, frutas, mandioca orgânica e a farinha servida no restaurante.
Outras iniciativas incluem o Quebrada Alimentada, que começou na pandemia e até hoje distribui marmitas e cestas básicas na zona norte de São Paulo. De 2020 para cá, foram mais de 100 mil
refeições e 105 toneladas de alimentos.
          Na exposição, depois de colocar os fones e escutar o que dona Lourdes, a mãe de Rodrigo, tem a dizer, tudo fará sentido. Pois foi ela quem “tornou o Mocotó possível”, diz Adriana. O áudio é, na verdade, uma entrevista que a própria Adriana gravou com dona Lourdes pouco antes de sua partida,
em 2019.
          O Mocotó coleciona prêmios nacionais e internacionais da crítica especializada, como o 23º lugar na lista dos melhores restaurantes da América Latina pela revista britânica Restaurant (2021), o selo de Bib Gourmand pelo Guia Michelin e o prêmio de melhor restaurante do mundo na categoria "no reservation required" pelo World Restaurant Awards em 2019, entre outros.
          O Mocotó, além da Vila Medeiros (Avenida Nossa Sra. do Loreto, 1100), tem unidades também na Vila Leopoldina e no Shopping D, na capital paulista.
(Fonte: Estadão - 11.03.2023 / UOL - 11.03.2023 - partes)

12 de nov. de 2023

Oral Brasil

          Na universidade, enquanto cursava Odontologia, o gaúcho Dionatan de Marchi – que aos 14 anos ajudava o pai a forrar sofás – fazia planos de ter 20 clínicas em um prazo de 20 anos.
          Após a conclusão do curso, em 2013, ele usou o dinheiro que guardou trabalhando como auxiliar em clínicas durante a faculdade para abrir seu primeiro consultório.
          A clínica surgiu em 2014, na cidade de Frederico Westphalen, onde nasceu, no interior do Rio Grande do Sul. Para isso, Dionatan investiu R$ 80 mil. Em três anos, ele abriu mais cinco unidades, expandindo o negócio para a capital Porto Alegre e Seberi, no norte do Estado. Todas eram clínicas voltadas às classes C e D.
          Em 2018, de Marchi diz que alcançou o seu primeiro milhão, mas ainda não estava satisfeito. “As clínicas populares estavam fora do meu propósito, que era entregar qualidade.” A mudança veio em 2019, com a Oral Brasil.
          A primeira unidade, direcionada à classe A, foi aberta em Blumenau (SC). O investimento foi de R$ 900 mil – metade vinda de seu sócio, Marcos Vinicius Scorteganha, nascido em 1992, hoje diretor clínico da Oral Brasil, e a outra metade por meio de financiamento.
          A Oral Brasil funciona em modelo de franquia, e mostrou rápida evolução. Tinha 30 clínicas em 2021 e dobrou para 60 em 2022. Em 2023, dez anos após a formatura, soma 117 unidades em oito estados. A expectativa do empresário é alcançar 200 unidades até 2024 e 400 até 2027. O investimento inicial para adquirir uma unidade do grupo é de R$ 200 mil – o valor depende do modelo e tamanho do estabelecimento. “Todas as franquias de odontologia eram focadas no volume, entre as que querem bater meta e fazem de tudo para abaixar os preços e as que apostam em parcelamento”, diz o empresário. “Quem vem para a Oral Brasil é a pessoa que já está cansada de fazer e refazer o dente, e vai poder contar com técnicas únicas, com materiais de qualidade. É o público que já não tinha mais para onde ir.”
          A Oral Brasil trabalha com próteses dentárias, facetas ou lente de contato dental, aparelho ortodôntico e harmonização facial, com tratamentos estéticos. Para o empresário, o maior desafio do negócio foi mudar a mentalidade dos dentistas vindos de clínicas populares. “Os dentistas estavam acostumados a trabalhar com clínicas que não queriam entregar o melhor em odontologia, queriam apenas fechar a venda do procedimento. Nós invertemos o processo. Entregamos primeiro a qualidade. As indicações trazem os pacientes. Isso mudou o mercado.” “Quando não tem qualidade, acaba custando caro depois. Tira o tempo, a paciência, o dentista fica só resolvendo problemas, tendo retrabalho.”
          Hoje com a Oral Brasil, ele pretende comemorar os 10 anos da empresa, em abril de 2024, com a inauguração de uma franquia da empresa em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Há outras sete unidades previstas na expansão internacional. O próximo passo depois de Dubai será Abu Dhabi, também nos Emirados Árabes. No entanto, ele diz que as energias seguem direcionadas ao Brasil. “Ainda há muito mercado aqui.”
          A Oral Brasil faturou R$ 38 milhões em 2022 e espera faturar R$ 100 milhões este ano.
(Fonte: Estadão - 12.11.2023)

11 de nov. de 2023

Major Lock Bar

          Por volta de 1993, antes de fundar seu bar, Rodrigo Castanheira Bouchardet viajou para os Estados Unidos para ver as novidades que estavam acontecendo por lá. Assim, poderia montar um negócio diferente dos competidores. É um caso típico de empreendedorismo bem sucedido.
          A empresa do Rodrigo, também conhecido como Bucha, jamais poderá abrir o capital através de um IPO, por ser pequena. Aliás, pequena em tamanho e gigantesca em sucesso.
Seu empreendimento, um bar, denominado Major Lock,
          Nascido em 1969, no dia em que o astronauta americano Neil Armstrong pisou no solo lunar, não há nada que se destaque na infância e na adolescência de Rodrigo.
          O sucesso começou no início da idade adulta, tal como ele mesmo conta no talk show “Conecta Mente”, gravado lá mesmo em BH e apresentado por Fernando Cardoso e Paulo Leite.
          Uma das inovações, que viu no Estados Unidos, era o jogo do dadinho, através do qual o freguês apostava com uma garçonete. “Se você tirasse mais do que ela” é Rodrigo quem diz “você não pagava o chope.”
          Houve uma época em que tudo que o Major Lock vendia custava um dólar (convertido na moeda brasileira da época, é claro), ideia que Bucha trouxe de Las Vegas.
          Um dos planos que Rodrigo pretende pôr em prática brevemente será “Um dia sem imposto”, imposto esse que será pago pela casa.
          “A gente tem de fazer com que o cliente se sinta em sua casa”, é uma de suas máximas.
          Outra coisa interessante do Major Lock é que os balcões são abertos. “Se o cliente quiser, ele pode entrar dentro do balcão”, diz Bouchardet.
          Em vez de garçons do sexo masculino, como acontecia nos demais bares de Belo Horizonte, o estabelecimento de Rodrigo só contratava garçonetes, geralmente universitárias, que assim custeavam seus estudos.
          O bar era tão afamado que diversas bandas tocavam lá de graça. Isso aconteceu, por exemplo, com a Skank e com a Jota Quest.
          Outra novidade é a proximidade do palco: apenas um metro de distância das mesas. Assim, os frequentadores se veem perto dos artistas que se apresentam no tablado.
          Bucha prossegue: “A casa tem quatro banheiros, uma loja de roupas, uma loja de tatuagens, duas cozinhas.”
          Às vezes, o bar está repleto demais e fica difícil ser atendido por uma garçonete. Nessas horas, se o freguês reclama com o Rodrigo, este diz:
“Pô, vai lá no bar e se serve você mesmo. Depois avisa à moça para pôr na conta.”
          A iluminação do Major Block também é diferente, de cor âmbar, nem muito escura nem muito clara. Ou seja, não é uma boate escurinha nem um botequim iluminado.
          A bebida clássica da casa é o coquetel Batman & Robin, uma mistura de vodca com energético e gelo.
          Com essas inovações e com esse entusiasmo, Rodrigo Castanheira Bouchardet tornou-se um personagem conhecido em toda Beagá.
          Como ele, devem ter outros milhares de empreendedores no Brasil com ideias novas.
(Fonte: Os Mercadores da Noite - Ivan Santa'Anna - 10.01.2023)

10 de nov. de 2023

Peça Rara Brechó

          O brechó Peça Rara Brechó foi fundado em 2007, em Brasília (DF) pela empresária Bruna Vasconi, que é a CEO da empresa.
          Depois de se tornar mãe, Bruna Vasconi se viu na necessidade de começar a trabalhar com algo que trouxesse retorno financeiro imediato para sustentar as filhas e finalizar seu curso de graduação como psicóloga. No último ano da faculdade, a empreendedora teve a ideia de abrir um brechó na capital federal. Fundou-se o Peça Rara Brechó...
          A 1ª franquia da marca abriu em 2019, mas a expansão via franchising empresarial iniciou em 2021, a partir de uma sociedade com o Grupo SMZTO, do empresário José Carlos Semenzato. A atriz Deborah Secco também é sócia da rede desde julho de 2022.
          Em 9 de novembro de 2023 foi inaugurada a unidade do Peça Rara Brechó na Vila Clementino, em São Paulo. O evento contou com a presença de seus três sócios: a atriz Deborah Secco, o empresário José Carlos Semenzato e Bruna Vasconi.
          Essa será a 16ª unidade na capital. A marca conta com mais de 130 unidades espalhadas pelo país. O projeto de expansão prevê fechar o ano com faturamento de R$ 190 milhões.
(Fonte: Poder 360 - 27.05.2023 / Estadão - 09.11.2023 - partes)

9 de nov. de 2023

Banerj

          O banco Bozano ganha, em 1995, a concorrência feita para administrar o Banerj e prepará-lo para a 
privatização.
          Paulo Ferraz era presidente do Bozano. Ao instituir a gestão profissionalizada do banco, Júlio Bozano escala Ferraz para assumir a presidência. Ferraz começou na tesouraria e no final de 1994 ascendeu à presidência, substituindo Júlio Bozano, o fundador do banco.
          Em janeiro de 1996, Ferraz e sua tropa de choque, composta por 8 diretores do Bozano, se instalaram no Banerj, a situação er crítica: o banco sangrava operacionalmente a uma velocidade de 35 milhões de reais por mês. Em junho, o Banerj já atingia o equilíbrio operacional. Antes da reforma, 90% das 220 agências eram deficitárias. Ferraz fechou 27. Das que restaram, 95% passaram a ser superavitárias.
          Foi uma experiência inédita. Pela primeira vez, uma instituição privada assumiu a administração de um banco público. Ao longo de 1996, Ferraz foi presidente tanto do Bozano quanto do Banerj.
(Fonte: Exame - 01.01.1997)

EMS

          A EMS é o maior laboratório farmacêutico do país. Em 2017, produziu 650 milhões de caixas de remédio.
          No final de 2017 chegou à Europa com a aquisição da estatal Galenika, na Sérvia, por E 46,5 milhões (cerca de R$ 250 milhões). Com quase 80 anos, a Galenika foi a última estatal privatizada na Sérvia, país que fazia parte da socialista Iugoslávia. Ao vencer a disputa pela empresa com outros três laboratórios internacionais, a EMS adquiriu uma fabricante renomada, com marcas fortes e conhecidas nos países da península dos Bálcãs.
          A Galenika, porém, estava falida, tinha parques fabris na Sérvia e em Montenegro sucateados e empregava 1,6 mil pessoas, sendo muitas famílias inteiras e diversas sem função. “Passamos por um período probatório após a privatização que tinha três condições: tínhamos de fazer investimentos, não fechar a empresa e não demitir”, afirma Ricardo Marques, presidente da Galenika.
          No início de 2023, a EMS anunciou investimentos de R$ 195,3 milhões na Galenika até 2025, após ter colocado R$ 10 milhões na operação nos últimos cinco anos. Os recursos destinados à nova aquisição, no entanto, estão fora do pacote previsto inicialmente. Segundo Marques, a reorganização da empresa tem sido uma experiência transformadora – literalmente. “Foi um choque: vim da empresa líder de um mercado de 200 milhões de pessoas e que acompanha indicadores de eficiência diários, para trabalhar em outra, cujos computadores eram de 1978 e que nem tinha departamento de marketing”, diz Marques. “Não conseguiríamos mudar tudo em meses.”
          Em fins de junho de 2023, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (SG/Cade) aprovou sem restrições a compra do Dermacyd, marca global de sabonetes íntimos da francesa Sanofi, pela EMS. O valor da operação foi de cerca de 66 milhões de euros (R$ 366 milhões ao câmbio de então).
          Em fins de outubro de 2023, a EMS adquiriu a empresa sérvio-eslovena Lifemedic, por R$ 50 milhões. O movimento marca o avanço do grupo brasileiro no Leste Europeu, onde entrou em 2017.
          Carlos Sanchez é o chairman da EMS.
          No início de setembro de 2024, vem a público que a EMS está colocando no ar a plataforma Mercado Farma, para atender farmácias independentes e associativistas, de fora das grandes redes. A ideia é usar dados para gerar inteligência de compras para os varejistas e aumentar as vendas do grupo. A empresa levou dois anos no desenvolvimento da plataforma, que consumiu R$ 30 milhões. Serão investidos mais R$ 30 milhões e Marcus Sanchez, vicepresidente da EMS e membro da família fundadora, diz não se espantar se o valor chegar a R$ 100 milhões ou R$ 120 milhões. “Uma empresa tradicional como a nossa demora para virar a chave mas, quando ela experimenta a inovação e vê que dá certo, é só destravar o investimento porque é um negócio que se paga sozinho.” 
          A EMS está sob o guarda-chuva do grupo NC. Possui fábrica em Hortolândia (SP), Brasília e Manaus.
(Fonte: jornal Valor - 28.06.2023 / Estadão - 01.11.2023 / 03.09.2024 - partes)

8 de nov. de 2023

Tocantins Bioenergia

          Uma parceria entre as multinacionais Czarnikow, Agrojem e ACP cria, em novembro de 2023, a Tocantins Bioenergia, no estado de Tocantins, empresa com investimento inicial estimado em R$ 1,1 bilhão. A construção está prevista para começar no segundo semestre de 2024, com a planta entrando em operação no segundo semestre de 2026. Seria a primeira usina de etanol de milho do estado do Tocantins.
          Este é o primeiro empreendimento da britânica Czarnikow como sócia de um ativo no Brasil – antes a empresa atuava apenas como trader. A companhia deverá ter uma participação minoritária de até 15%. A Agrojem provavelmente liderará o projeto com uma participação de 50%, e a ACP ficará com o restante.
          Tiago Medeiros, diretor da Czarnikow no Brasil, disse que o projeto da usina atraiu a empresa porque os sócios já eram clientes da trading e havia sinergia entre eles. Além disso, a empresa poderá atuar na estruturação e comercialização do biocombustível.
          José Eduardo Motta, fundador e CEO da Agrojem, disse ao jornal Valor que a ideia de investir em etanol de milho no Tocantins veio de uma combinação de fatores, incluindo seus 25 anos de experiência empreendedora no estado, quando trabalhou na indústria de fertilizantes. Motta vendeu o negócio de fertilizantes para a EuroChem em 2020 e começou a trabalhar nesse novo projeto. Ele ressalta que já existe uma indústria de etanol de milho em desenvolvimento na região Centro-Oeste, principalmente no Mato Grosso, e viu que o Tocantins já foi desenvolvido para isso, mas todo o milho atualmente é para exportação.
          Outro fator fundamental para viabilizar a usina foi a garantia de oferta e demanda. Pelas projeções dos sócios, a Tocantins Bioenergia necessitará de cerca de 500 mil toneladas de milho por ano para produzir 220 milhões de litros de etanol e 152 mil toneladas de DDGs (grãos secos de destilaria, subproduto do processamento do milho). Também produzirá 10 mil toneladas de óleo vegetal por ano, gerará 74 GWh de energia e emitirá créditos de descarbonização, os Cbios.
          A Agrojem, tem 120 mil cabeças de gado em confinamento, todas no Tocantins. Há 38 mil hectares plantados de cereais, dos quais 10 mil são de milho. Quando o projeto da planta estiver maduro, cerca de 70% do milho seria fornecido pela Agrojem e os 30% seriam comprados de produtores da região.
          Na segunda fase do acordo, a procura de milho deverá duplicar para 1 milhão de toneladas, o que permitiria a produção de 440 milhões de litros de biocombustível. A meta é atingir esse resultado até 2035.
          O Brasil possui atualmente (novembro de 2023) 21 usinas de etanol de milho, localizadas em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Alagoas, São Paulo e Paraná. Outras nove fábricas têm projetos em andamento, segundo a Unem, associação do setor. 
(Fonte: jornal Valor - 07.11.2023)

6 de nov. de 2023

OHI

          O grupo português Omni Helicopters International (OHI) é proprietário do aplicativo de transporte de helicóptero Revo e da Omni Táxi Aéreo.
          O principal acionista da OHI é a Stirling Square Capital Partners, uma gestora de private equity sediada no Reino Unido com uma carteira atual de mais de 3 bilhões de euros.
          A OHI possui uma frota total de 90 helicópteros no Brasil e na Guiana, em comparação com 60 em 2019. A expectativa é chegar a 150 em cinco anos.
          A Omni Táxi Aéreo atua no Brasil desde aproximadamente 2003. Seus clientes no Brasil, seu principal mercado, incluem Petrobras, Total, Shell e Exxon. Embora a empresa seja controlada por cidadãos portugueses, 85% dos seus colaboradores estão baseados no mercado brasileiro.
          Diversas empresas têm buscado alternativas para facilitar as viagens de helicóptero, como a própria Uber, sem sucesso. Jeremy Akel, presidente da OHI, explicou que a proposta da Revo é diferente: em vez de o usuário definir o horário do voo, o que envolve custos operacionais altíssimos, a 
empresa oferece rotas fixas em horários estratégicos, com assentos vendidos individualmente.
          Atualmente (novembro 2023), há seis voos diários para o Aeroporto de Guarulhos, além de conexões para a Fazenda Boa Vista, um luxuoso condomínio fechado a uma hora de carro da cidade de São Paulo. A operação é realizada com um H155, que pode transportar até 8 passageiros, e no final de outubro (2023) foi adicionado à frota mais um helicóptero (H135, que pode transportar até 5 
passageiros).
          O setor do petróleo e gás é responsável por 90% das receitas. O grupo busca diversificar com foco em clientes de alta renda.,
          O Revo, aplicativo de transporte de helicóptero para empresários e ricos do bairro da Avenida Faria Lima, em São Paulo, lançado em agosto (2023), é o foco da diversificação e pode trazer grandes resultados. A Revo teve um investimento de US$ 5 milhões e está a caminho de ter uma receita anual de US$ 2 milhões, disse Akel. No futuro, a empresa planeja utilizar veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVtol) para reduzir custos e tarifas e tentar popularizar esse tipo de viagem.
(Fonte: jornal Valor - 06.11.2023)

1 de nov. de 2023

SouthRock

          A SouthRock Capital foi criada em 2015 para atuar no setor de alimentos e bebidas no Brasil. No país, administra os restaurantes Subway, Eataly (mercado de produtos premium e restaurantes em São Paulo, a rede nasceu em Turim, em 2007) e Brasil Airport (B.A.R.).
          A Starbucks faz parte do portfólio da empresa desde 2018. A primeira loja Starbucks no Brasil foi inaugurada em 2006 e, até 2019, a marca operava exclusivamente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Hoje, está presente em nove estados, com planos de expansão para o Nordeste ainda este ano. No total, são 190 lojas espalhadas pelo Brasil.
          A Starbucks iniciou suas operações no Brasil em dezembro de 2006 por meio de uma joint venture com investidores locais. A empresa era inicialmente controlada pela Cafés Sereia do Brasil, que detinha 51% do capital. A holding americana detinha os 49% restantes. Em 2010, a empresa norte-americana anunciou a compra da operação restante, assumindo a propriedade integral da Starbucks Brasil Comércio de Cafés.
          Em 2018, a Starbucks firmou acordo de licenciamento no país com a SouthRock, envolvendo a venda de sua operação brasileira para a empresa, que compreendia 113 localidades em 17 cidades. O valor da transação não foi divulgado. Em agosto de 2022, a SouthRock adquiriu a operação brasileira da marca italiana Eataly, também por valor não divulgado. Desde que chegou ao país, em 2015, o Eataly inaugurou apenas sua unidade em São Paulo.
          Em 1º de novembro de 2023 a SouthRock Capital entrou com pedido de recuperação judicial para suas principais marcas de varejo, incluindo a rede de cafeterias Starbucks e o Eataly. As dívidas são estimadas em R$ 1,8 bilhão, dizem fontes.
          O jornal Valor apurou que o escritório, administrado por Keneth Pope, contratou a consultoria Galeazzi para auxiliar no processo de reestruturação empresarial. A rede de restaurantes Subway está ausente do pedido de proteção ao credor, segundo uma fonte.
          A empresa de gestão de ativos procurava ativamente um investidor para o negócio, sem sucesso, e abordou fundos para situações especiais. 
          Fontes revelaram que a expansão impulsionada pela gestora foi desorganizada. Algumas franquias recentemente tiveram dificuldades para pagar o aluguel de determinados locais.
          Num comunicado, a SouthRock observou que os desafios econômicos resultantes da pandemia e do aumento da inflação e das taxas de juro afetaram todos os retalhistas. A SouthRock está “entrando em uma nova fase que exige a reestruturação de seus negócios”. Os ajustes incluirão a revisão do número de lojas, o cronograma de abertura, alinhamentos com fornecedores e partes interessadas e considerações sobre a força de trabalho.
          Os problemas financeiros da SouthRock Capital manifestam-se de forma tangível nas ruas. Desde 31 de outubro de 2023, diversas lojas Starbucks encerraram suas operações – 42 das 187 lojas brasileiras, ou 22,8%, já estão fechadas. Isso inclui locais de destaque nos bairros Itaim Bibi e Jardins, em São Paulo, bem como no Rio de Janeiro.
          O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) aceitou, em 12 de dezembro de 2023, o pedido de recuperação judicial da SouthRock, operadora de marcas como Starbucks, Subway e TGI Fridays no Brasil. A companhia informa que vai dar sequência ao seu processo de reestruturação das operações, que já foi iniciado com o apoio de consultores externos e stakeholders. Segundo a empresa, suas marcas seguirão operando normalmente durante o processo da recuperação judicial.
(Fonte: jornal Valor - 01.11.2023 / 03.11.2023 / 13.12.2023 - partes)