6 de dez. de 2023

Banco Mercantil

          O Banco Mercantil era o braço financeiro do grupo Armando Monteiro e tem sua sede no Recife, a capital pernambucana.
          Em 1992, então reputado como um dos mais criativos do Nordeste, o banco extinguiu, por completo, pouco depois de meados do ano, seu departamento de marketing, que foi terceirizado. Nesse processo demitiu, em setembro, a ombudswoman Maria Amélia Soares Parreira, a primeira e até então única defensora de clientes do sistema financeiro local. O quadro de funcionários das 36 agências do banco no país foi reduzido em 20%, para 950 pessoas. Por fim, seguindo a trilha aberta por outros bancos nordestinos, o Mercantil dobrou-se à realidade econômica do país e decidiu reforçar suas operações na Região Sul. Criou uma subsede em São Paulo - onde inaugurou uma agência ao custo de 500.000 dólares na região da Avenida Paulista - para conquistar clientes entre as empresas de médio porte. "Queremos consolidar de vez nossa presença na região mais importante do país", disse Eduardo de Queiroz Monteiro, diretor superintendente do Mercantil.
          A investida do banco na seara paulista tem o respaldo dos números. Pelo menos metade dos depósitos captados e dos empréstimos concedidos pelo Mercantil no país tem por trás clientes da 
Região Sul.
          Para incrementar ainda mais os números, o banco criou uma diretoria regional em São Paulo para cuidar das áreas financeira, de crédito e de vendas. A partir de setembro de 1992, as agências do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte, Porto Alegre, Campo Grande, Brasília, Goiânia e Ribeirão Preto passaram a reportar-se a São Paulo, numa tentativa de agilizar as decisões de crédito e as vendas de 
serviços.
          Apesar de voltar seus canhões para o Sul, o Mercantil não pretende abandonar as trincheiras do Nordeste. "Não vamos renegar nossa origem a segundo plano", garantiu Monteiro. O banco mantém sua estratégia de varejo seletivo na região, onde está reforçando os conceitos de telemarketing e auto-
atendimento nas agências.
          O cargo de porta-voz dos clientes votaria a ser preenchido assim que a agência de publicidade Aporte, contratada pelo Mercantil para a assessoria de marketing, reimplantasse o serviço. Segundo Monteiro, o cargo de ombudsman também voltaria.
(Fonte: revista Exame - 28.10.1992)

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