19 de dez. de 2023

DryWash

          Após ser demitido do emprego que conseguiu ao terminar a faculdade de publicidade, Lito Rodriguez decidiu empreender e desenvolveu um produto para lavagem de carros sem utilização de água, numa época em que pouco se falava sobre esse método.
          Sua incursão na área começou em 1994. Ele conta que escolheu empreender no setor de lavagem de carros por conta do baixo profissionalismo que via nas operações do setor, incluindo falta de padrão no serviço e informalidade. 
          Mesmo sem conhecimentos em química, ele estudou fórmulas e, com ajuda de um mixer emprestado da sogra, testou diferentes combinações até chegar a um produto que pudesse tirar a sujeira da lataria sem uso de água e sem danificar a pintura.
          Rodriguez começou a ir atrás de informações com químicos e visitou feiras do setor para procurar produtos que pudessem retirar as partículas de sujeira da lataria sem a necessidade de molhá-la previamente. “Eu tinha muita dificuldade de conseguir as matérias-primas, porque só pedia amostras grátis, não comprava nada.” Cerca de seis meses depois, chegou a um produto que tem como base a cera de carnaúba. O produto fragmenta as partículas de sujeira para reduzir o atrito e permitir que o veículo seja limpo somente com a aplicação de um pano. Estava fundada a DryWash (lavagem a seco, em português).
          Inicialmente, ele começou a aplicar o resultado de suas pesquisas em um lava-rápido próprio, na região de Moema, em São Paulo, que manteve até o desenvolvimento de sua marca.
          “Quando o produto começou a funcionar bem, passei a lavar alguns carros e, aos poucos, comecei a oferecê-lo no lava-rápido”, conta o empresário, que cita o ceticismo de parte do público nas primeiras demonstrações. Vencida a resistência inicial, o sucesso da operação fez com que Rodriguez decidisse vender o lava-rápido e passasse a operar outro espaço voltado especificamente para a lavagem a seco em um prédio comercial. Nesse período, tentou também comercializar sua invenção no varejo, oferecendo o produto em um supermercado, mas sem sucesso. “O produto não vendia nada na prateleira”, diz, reforçando a importância da demonstração da lavagem para o convencimento do público.
          Após o sucesso das vendas, o empresário percebeu que a expansão teria de ocorrer por meio de novas unidades. Em 1998, estruturou a operação de franquias e abriu a sua primeira unidade fora de São Paulo em um shopping no Rio de Janeiro. “Nosso foco nunca foi vender franquias, mas o crescimento sustentável da rede”, afirma.
          O sucesso fez com que o empresário expandisse suas operações por meio de franquias. Atualmente, a DryWash conta com uma rede de 45 lojas em São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso. “Eu era o cara mais improvável para desenvolver esse produto”, conta Rodriguez. Ele não revela o faturamento.
           Atualmente, além das opções de franquia e desenvolvimento de produtos, a rede DryWash conta com assistência e treinamento para o setor de conservação automotiva. Para isso, Rodriguez abriu uma nova empresa focada especificamente na gestão de micro e pequenos negócios com a oferta de treinamento e softwares para esse público.
(Fonte: Estadão - 17.12.2023)

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