18 de out. de 2024

Terra Brasil (mineradora)

          A mineradora Terra Brasil tem como acionistas os irmãos Eduardo Duarte de Freitas (CEO) e 
André Luis Duarte Freitas (CFO).
          Em meados de outubro de 2024, a Yerra Brasil contratou a Genial Investimentos como assessora financeira exclusiva para atrair investidores para a próxima fase da empresa. A empresa busca financiamento para extrair fosfato, potássio e elementos de terras raras de uma jazida em Presidente Olegário, no noroeste de Minas Gerais. O investimento previsto totaliza R$ 2,4 bilhões. O banco será responsável por identificar potenciais investidores e estruturar a operação financeira.
          “Estamos reunindo informações para montar o data room. Até o início de 2025, devemos ter o valuation da empresa pronto, o que ajudará a definir os próximos passos”, disse Luiz Werner Brandão, diretor de estratégia da Terra Brasil. As opções incluem uma rodada de investimentos Série A com fundos de capital de risco ou acordos com um grupo de investidores financeiros ou comerciais.
          Até então, os irmãos Eduardo e André Luis investiram R$ 220 milhões em estudos de viabilidade técnica e econômica, obtenção de licenças e desenvolvimento de tecnologias para extração e concentração mineral.
          O projeto envolve a exploração de um depósito de kamafugita, uma rocha vulcânica rica em fosfato, potássio e elementos de terras raras, localizada na divisa entre Presidente Olegário e Patos de Minas (Minas Gerais). De acordo com pesquisas iniciais, o depósito contém 3,1 bilhões de toneladas de kamafugita, que pode ser minerada por até 50 anos.
          Eduardo Duarte observou que a produção de fertilizantes será o principal negócio da empresa. A Terra Brasil, em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia e a Universidade Federal de Viçosa, está desenvolvendo fertilizantes de liberação controlada para soja, milho e milheto. Os testes de campo devem ser concluídos no início de 2025, após o qual a empresa solicitará o registro no Ministério da Agricultura.
          “Kamafugite é um fertilizante natural e orgânico, altamente eficaz para remineralização do solo. Estamos trabalhando para concentrar seus nutrientes para aumentar a eficiência”, disse Eduardo Duarte.
          Brandão acrescentou que se a empresa garantir o financiamento com sucesso, a planta de processamento de minerais estará operacional até 2028, inicialmente com foco na extração de potássio e fosfato. O potencial para elementos de terras raras ainda está em pesquisa. Dos 17 elementos classificados como terras raras, 15 estão presentes no depósito, incluindo gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio, lutécio, lantânio, cério, praseodímio, neodímio, samário, ítrio e európio.
          A produção de fertilizantes deve começar em 100.000 toneladas por ano, aumentando gradualmente para 1 milhão de toneladas anualmente. Segundo o Sr. Duarte, a produção atenderá a demanda em um raio de 200 quilômetros do depósito.
          O depósito está localizado a 70 quilômetros da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), operada pela VLI Multimodal, com acesso a rodovias federais, facilitando as conexões com portos para exportação de terras raras.
          Como muitos projetos de mineração, o plano da Terra Brasil é de longo prazo, tendo começado em 2016. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), US$ 5,58 bilhões em investimentos são projetados para o setor até 2028. No entanto, o progresso é frequentemente prejudicado por atrasos na obtenção de licenças e desafios legais. Atualmente, o Brasil importa 75% de seus fertilizantes fosfatados e 95% de seu potássio, de acordo com o Conselho Nacional de Fertilizantes (CONFERT).
          Outro exemplo é a Potássio Brasil, em Autazes, no Amazonas, que começou em 2013 e deve entrar em operação em 2029. A reserva é estimada em 170 milhões de toneladas de potássio, com investimentos projetados para chegar a US$ 2,5 bilhões.
          No setor de fosfato, a Galvani Fertilizantes planeja investir R$ 3 bilhões até 2027 para dobrar a capacidade de produção na Bahia para 1,2 milhão de toneladas por ano e construir uma planta no Ceará em parceria com as Indústrias Nucleares do Brasil. Esse plano, iniciado em 2008, ainda depende da obtenção das licenças necessárias para seguir adiante.
(Fonte: Valor - 19.10.2024)

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