Por volta de 1985, o executivo Norbert Platt, presidente mundial da Montblanc, assumiu a frente de um trabalho de revalorização da marca Montblanc, em Hamburgo, na Alemanha, onde fica a sede da
empresa.
Naquela época era possível encontrar canetas Montblanc em papelarias americanas, francesas ou japonesas. De lá para á, houve um upgrading nos pontos-de-venda: somente joalherias estão aptas a se cadastrar como revenda. As canetas, que não passavam de dois a três modelos diferentes, ganharam 120 versões e não se resumem mais às tradicionais tinteiros, que fizeram a história da empresa no começo do século XX. Há também esferográficas e roller ball, para quem não quer se arriscar com as penas. Boutiques exclusivas foram abertas - trinta em todo o mundo, considerando números de fins de 1995 e
outras vinte que estavam prestes a ser inauguradas.
Platt acredita que o consumo desenfreado está fazendo com que as pessoas se sintam perdidas e, assim, precisem de uma marca que lhes passe uma sensação de estabilidade e eternidade na qual possam se agarrar. A Montblanc pretende ser justamente essa marca. Para tanto, a empresa descartou qualquer postura fashion de decidiu só trabalhar com produtos feito artesanalmente, sobre os quais ela tenha total controle. Nada é licenciado ou feito por terceiros. Nos artigos de couro, por exemplo, do tratamento das pelas às últimas costuras de uma agenda, tudo é verticalizado. Os papéis cartas, com o logotipo da marca d'água, são feitos um a um. Uma única caneta, listrada de ouro branco e amarelo,
modelo Solitaire, por exemplo, leva um dia inteiro para ser feita e toma o tempo integral de um artesão.
Uma Montblanc de ouro cravejada de 4.810 brilhantes (a altura da montanha Mont Blanc, na divisa entre a França e a Suíça, qua dá nome à marca) sai por 120.000 dólares (dezembro de 1995).
É a caneta mais cara do mundo e só é feita sob encomenda.
No Brasil, a marca começou em 1992, com uma boutique aberta pelo distribuidor Freddy Rabbat. De acordo com Rabbat, um levantamento brasileiro de outubro de 1995 dava conta de que, entre as canetas de luxo acima de 100 dólares, a Montblanc respondia por 82% do mercado, seguida pela
Waterman, com 8% e a Parker, com 3%.
(Fonte: Exame - 06.12.1995)
O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
▼
Nenhum comentário:
Postar um comentário