6 de out. de 2011

IP Participações (Investidor Profissional)

          A empresa carioca de gestão de recursos IP Participações foi criada em 1988? pelos sócios Roberto Vinháes, nascido em 1962 e Christiano Fonseca Filho, o Crico, nascido em 1966, que levou para a nova empresa o conhecimento adquirido nos bancos Fonte e Boavista. Mas o embrião da IP vem de antes de 1988, ano em que Christiano Fonseca Filho convidou Vinháes, ex-cliente, para se juntar à IP. A sigla IP vem simplesmente de Investidor Profissional, e hoje denomina-se IPCP (IP Capital Partners). A IP foi uma das pioneiras na análise e gestão independente de recursos no Brasil.
          Inicialmente, a maior dificuldade era a pouca idade da dupla - geralmente fatal para a credibilidade de quem quer mexer com o dinheiro dos outros. Certa vez, em 1991, conseguiram marcar um encontro na sede americana da corretora japonesa Nomura, a maior do mundo. Acabara de ser editado pelo governo o chamado Anexo IV, liberalizando os investimentos de estrangeiros nas bolsa brasileiras, e eles queriam fazer negócios. Chegaram lá e a secretária colocou a dupla numa enorme sala de reuniões. "Cada um que entrava parecia se perguntar 'o que estou fazendo aqui com esses garotos?'", diz Christiano. "Mas conseguimos virar o jogo e a reunião durou 2 horas e meia."
          Num período iniciado por volta de 1989 e que perdurou até pelo menos 1995, a IP editava a revista Investidor Profissional, que chegava semanalmente às bancas da Avenida Paulista em São Paulo. Numa época em que informações pela internet eram raras, novos números da revista eram aguardados com ansiedade por muitos leitores. Roberto Vinháes e Christiano Fonseca Filho faziam parte do Conselho Editorial. Maria Isabel Borja, a editora-chefe, também fazia parte do conselho, formado também por Alex Tom Hofmann e Marcelo Macedo.
          Em 1995, a Micropal, agência americana que organiza rankings de investimentos em mercados emergentes, elegeu um fundo da Investidor Profissional como o mais rentável do mundo.
          No final da década de 1990, a Investidor Profissional, administradora não ligada a um conglomerado financeiro, já tinha seu site que oferecia diferentes opções de fundos para aplicação online.
          Alguns anos depois da fundação, juntou-se à empresa, como sócio, o engenheiro João Emílio Ribeiro, para administrar o dinheiro de clientes no mercado acionário.
          Em 2014 o sócio Vinháes, depois de muitos anos viajando mundo afora para fazer análises de empresas, parte para Londres para abertura de escritório. No Brasil, a IPCP tem outros cinco sócios, além de Vinháes e Fonseca Filho.
          Em 2016, os sócios promovem uma reestruturação de capital. Uma parte da IPCP é segregada, formando a PIPA Global Investments, que assim como a IPCP tem escritório no Rio de Janeiro e dá suporte para o escritório em Londres. Os novos sócios Arthur Bahia e Luiz Motta se juntam a Vinháes em Londres, com participação na PIPA Global. Não há participação cruzada entre as empresas. Christiano Fonseca Filho fica com participação minoritária na PIPA, de 10%.
          "A primeira regra da pescaria é: pesque onde os peixes estão". A frase de Charlie Munger, sócio de Warren Buffett na Berkshire Hathaway, aparece com destaque na carta aos clientes em que a IP Capital comemorou seus 30 anos, em novembro e 2018. Os peixes, no caso, são empresas fora de série, ou seja, "negócios muito sólidos, rentáveis no longo prazo e formados por pessoas excelentes", resumem os sócios da primeira gestora independente a surgir no Brasil.
(Fonte: revista Investidor Profissional - 08.05.1995 / revista Exame - 27.09.1995 / 18.12.1996 / 12.03.2003 / jornal Valor online - 11.08.2016 / 07.11.2018 - partes)

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