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30 de ago. de 2021

GWM - Great Wall Motors

          A Great Wall Motors Company Limited (GWM), fabricante chinesa de veículos, foi fundada em 1984.
          O plano de internacionalização da GWM teve inicio em meados de 2019, quando adquiriu uma fábrica na Rússia e uma na Tailândia. 
          Em meados de agosto de 2021, a GWM confirmou a aquisição da antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis, interior de São Paulo. A transação dos ativos envolveu o terreno, a fábrica, as máquinas e os equipamentos, portanto, sem a transferência de pessoal.
          De acordo com a GWM, após a atualização, a capacidade de produção anual da fábrica chegará a 100 mil unidades, criando cerca de 2 mil empregos locais. A ideia é transformar a fábrica de Iracemápolis em uma das bases globais de produção de automóveis, acelerando o desenvolvimento e implementação estratégica da marca no mercado brasileiro e sul-americano.
          Para Meng Xiangjun, presidente rotativo da Great Wall Motor, a transação deve promover ainda mais a transformação da companhia em uma empresa de mobilidade de tecnologia global. Vale lembrar que a empresa vive uma fase de forte expansão mundial, com a meta ambiciosa de produzir 4 milhões de veículo até 2025, sendo que 80% deles seriam movidos a “novas energias”, como a elétricas e o hidrogênio. A gigante chinesa também está em vias de começar a fabricar na Índia.
          A GWM vai iniciar a produção de modelos híbridos e elétricos em Iracemápolis (SP) em maio de 2024. Com isso, pode trazer para o Brasil fornecedores de componentes de alta tecnologia ainda não fabricados localmente.
          A Great Wall Motors possui quatro divisões de veículos: a Haval é especializada em SUVs; a GWM empresta seu nome às picapes; a Wey é focada em carros de luxo; e a Ora em elétricos.
          Em meados de outubro de 2024, a GWM definiu a data para a inauguração de sua fábrica no Brasil — maio de 2025. Em uma decisão recente, a empresa mudou sua estratégia de produção: em vez de montar veículos a partir de kits de componentes pré-montados importados da China, a GWM agora construirá seus carros parte por parte. Essa mudança, impulsionada pelos incentivos fiscais do programa Mover do governo federal, acelerará o processo de nacionalização da produção e, consequentemente, permitirá que a empresa exporte do Brasil.
          A GWM também começou a contratar seus primeiros funcionários. Com a data de inauguração da fábrica, o processo de fabricação e a seleção de pessoal definidos, a unidade — comprada da Mercedes-Benz em meados de 2021 — começou a movimentar-se. Ela estava praticamente inativa até então, marcando a entrada da GWM na indústria automotiva brasileira.
          A primeira fase de recrutamento envolve a contratação de 100 pessoas — 30 para a equipe administrativa em São Paulo e 70 para a fábrica. A população local de Iracemápolis, uma pequena cidade a cerca de 150 quilômetros de São Paulo, está comemorando mais uma vez após a decepção da Mercedes fechar a mesma fábrica no início de 2021.
          No início de 2025, a escola técnica Senai em Iracemápolis, construída quando a Mercedes se instalou na cidade, ajudará a treinar os trabalhadores. A empresa pretende criar 700 empregos quando a fábrica entrar em operação.
          Um dos motivos pelos quais a GWM abandonou seu plano inicial de iniciar a produção usando o processo CKD (complete knock-down), que envolve a importação de kits de componentes, foi que ela já tinha uma oficina de pintura de alta qualidade — um legado da Mercedes. Quando componentes como painéis de carroceria são importados como kits, eles normalmente chegam pré-pintados.
          No entanto, o principal impulsionador por trás da mudança de estratégia foi o programa Mover (Green Mobility and Innovation), que oferece reduções de impostos para empresas automotivas com base em fatores como o nível de conteúdo local em seus produtos, emissões de veículos e investimentos em pesquisa e desenvolvimento, entre outros.
          A empresa destacou a localização estratégica da fábrica. Iracemápolis está em uma região que já possui uma rede de fornecedores de peças atendendo outras montadoras. Fica a apenas 65 quilômetros da fábrica da Honda em Itirapina e a 30 quilômetros da fábrica da Hyundai em Piracicaba.
          A fábrica brasileira será a primeira da GWM no Ocidente e a terceira fora da China. O grupo tem outras duas fábricas no exterior — uma na Rússia e outra na Tailândia. A GWM, que é totalmente privada, é a maior montadora privada da China.
          Uma característica notável da estratégia da GWM é sua decisão de estabelecer rapidamente uma equipe de liderança composta por brasileiros, todos com ampla experiência no setor automotivo.
          Antes de ingressar na GWM, Ricardo Bastos, diretor de assuntos institucionais da GWM Brasil, foi diretor da Toyota e desempenhou um papel significativo nas relações governamentais, participando de discussões que levaram à redução de impostos de importação de veículos híbridos e isenções para carros elétricos entre 2015 e 2016.
          Outra contratação recente é Diego Fernandes, que trabalhou por 27 anos na Honda e agora supervisionará as áreas comerciais e operacionais da GWM. Junto com eles está Marcio Alfonso, com mais de 40 anos de experiência no setor e ex-executivo sênior da CAOA, que agora atua como diretor de engenharia, pesquisa, desenvolvimento e inovação da GWM.
          A equipe ensinou aos seus colegas chineses que os brasileiros preferem carros com potência e suspensões mais firmes e tendem a não gostar dos acabamentos cromados e cores fortes que são comuns em veículos chineses. Na preparação para o lançamento da marca no Brasil, os carros foram transportados de um lado para o outro entre a China e o Brasil para ajustar os modelos aos gostos brasileiros.
          Nos primeiros meses de 2024 , James Yang deixou o Brasil e seu papel como presidente-executivo da GWM para as Américas para liderar as operações da empresa no Sudeste Asiático e na Austrália. Por enquanto, a GWM Brasil não tem CEO. Os diretores se reportam a Parker Shio, presidente da divisão internacional da GWM. A empresa não revelou se a função será preenchida por outro executivo chinês — ou mesmo um brasileiro.
(Fonte: vrum.com.br - 18.08.2021 / Estadão - 22.10.2023 / Valor - 15.10.2024 - partes)

29 de ago. de 2021

Banco do Nordeste

          Criado em 1952, para dar suporte ao desenvolvimento regional, o Banco do Nordeste acabou, como tudo que é estatal no Nordeste, dominado por "coronéis" da política e atolado em burocracia. Com 86% de seu funding representado por recursos do Fundo Constitucional do Nordeste, o FNE, em 1995 o banco praticamente se limitava a repassar dinheiro público a empresários ávidos por empréstimos a fundo perdido.
          O banco era também uma espécie de paraíso da ineficiência bem remunerada, com seus pequenos marajá, contemplado com horas extras, anuênios, licenças-prêmios e uma série de benefícios fixos e reajustes lineares. Se não bastasse, o BN convivia com um rombo de 570 milhões de reais na caixa de 
previdência de seus funcionários.
          Alterar essa rotina era mexer num vespeiro. E, de fato, foi o que aconteceu a partir de 1995, quando o executivo cearense Byron Costa de Queiroz, nascido em 1947, assumiu o comando do banco e colocou de pernas para o ar a antiga estrutura. Durante muitos anos, políticos impedidos de ditar ordens, funcionários aposentados e empresários inadimplentes tentaram reverter o processo de 
mudança.
          Nascido em Iracema, cidadezinha do sertão do Ceará, que pouco antes do final do século passado conheceu a luz elétrica, Byron ganhou esse nome por sugestão de uma amiga de sua mãe, estudante de literatura inglesa na capital. É uma homenagem ao barão George Gordon Byron (1788-1824), poeta polêmico cuja obra mais famosa é Dom Juan. Byron, o poeta, tinha um estilo irônico e exerceu grande influência no romantismo inglês. Byron, o executivo, é um homem pragmático que corre atrás de resultados e busca inspiração em biografias de grandes personalidades.
          Em 1994, último ano em que funcionou à velha moda, o BN concedeu apenas 27.000 financiamentos e aplicou na economia regional - sua missão primordial como banco de fomento - 615 
milhões de reais. O banco tinha 174 agências e 78.000 clientes.
          A meta era fazer germinar, o mais rápido possível, uma cultura participativa e de aprendizado permanente. O problema era como chegar lá. Para começar, os sistemas de informação do banco estavam completamente obsoletos. Havia apenas 700 computadores jurássicos, modelo 286, servindo aos 4.000 funcionários espalhados pelos nove estados nordestinos e o norte de Minas Gerais - nenhum deles em rede. Com o tempo, os velhos 286 foram substituídos por 5.000 computadores de últimas gerações e uma intranet passou a interligar todas as unidades do BN.
          Em 1998, apenas o número de agência permanecia inalterado. Com 720.000 clientes (em meados de 1999 já eram 800.000), o Banco do Nordeste fechou 517.000 contratos de financiamentos, investindo na região 3,2 bilhões de reais. Bastou trocar a lógica da remunerações e benefícios fixos por uma política salarial apoiada no desempenho. Com acesso fácil a outras fontes de recursos, o dinheiro do FNE não representava mais que 30% do funding do banco. Em 1995, quase 40% dos 4.000 funcionários do BN trabalhavam na sede do banco, à época instalada num edifício de 15 andares no centro de Fortaleza. Foram transferidos 1.200 deles para os grotões do sertão, onde o atendimento ao cliente agonizava em agências sem funcionários. Em 1998, foi possível mudar toda a direção-geral para a área do Centro de Treinamento, no Bairro Passaré. 
(Fonte: revista Exame - 02.06.1999)

28 de ago. de 2021

WLM


          A WLM Participações e Comércio de Máquinas e Veículos, criada pelo empresário  Wilson Lemos de Moraes é controlada pela família Lemos de Moraes.
          A origem da empresa está ligada à Supergaz, distribuidora de gás liquefeito de petróleo (GLP), de Campinas, estado de São Paulo, que em 1968 se fundiu com a Gasbras, do Rio de Janeiro, criando a Supergasbras.
          Dona de uma grande frota de caminhões para transporte de gás, o grupo se diversificou nos anos 1970, ingressando no mercado de venda de veículos pesados. Esse é o principal foco da WLM hoje: a companhia tem uma rede de concessionárias da marca Scania, com unidades em vários estados.
          O grupo também tem forte presença no agro, com fazendas de gado e café em Minas Gerais, Pará, Mato Grosso e São Paulo, além de um haras que é referência na raça Appaloosa.
          Wilson Lemos de Moraes Junior, nascido em 1951, é o principal acionista da empresa.
(Fonte: Forbes Brasil - 27.08.2021)

Panatlântica (metalúrgica)

          A metalúrgica Panatlântica foi criada em 1952 em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A empresa de aços planos produz desde bobinas e chapas a telhas e acessórios e tem sete fábricas.
          A família Maselli é controladora da empresa e seu principal acionista é Raul Maselli, nascido em 1936.
(Fonte: Forbes Brasil - 27.08.2021)

Auto Ricci

           A locadora de veículos Auto Ricci foi fundada pelo empresário paranaense Dirley Pingnatti 
Ricci.
          Em 2017, a Auto Ricci é adquirida pela concorrente Locamerica. Com o negócio, Dirley Ricci se 
tornou acionista da companhia e permaneceu trabalhando para a empresa.
          Ele foi vice-presidente da Locamerica até 2018, quando a companhia se fundiu com a rival Unidas criando a segunda maior locadora de carros do Brasil.
(Fonte: Forbes - Brasil 27.08.2021)

Dohler

          A empresa têxtil Dohler foi criada em 1881 pelo imigrante alemão Carl Dohler, e tem sua sede em 
Joinville, Santa Catarina.
          A empresa é controlada pela família Dohler e tem como um de seus representantes, César Pereira 
Dohler, nascido em 1969.
          A companhia é atualmente uma das maiores fabricantes brasileiras de têxteis para cama, mesa e banho.
(Fonte: Forbes Brasil - 27.08.2021)

Neogrid

          Criada em 1999, em Joinville, Santa Catarina, a Neogrid é especializada no desenvolvimento de 
softwares para gestão de suprimentos e estoques entre indústria, distribuidores e varejo (supply chain).
O objetivo do negócio é combinar a redução dos estoques na cadeia de suprimentos e aumentar a disponibilidade dos produtos nas prateleiras.
          Seu fundador, o paulista Miguel Abuhab, nascido em 1945, é um dos pioneiros do segmento de 
tecnologia no Brasil.
          Antes da Neogrid, Miguel Abuhab tinha criado outra companhia de tecnologia – a Datasul. Fundada em 1978, a empresa chegou a ser a maior companhia de software ERP no Brasil e foi negociada em bolsa até ser incorporada pela Totvs, em 2008.
          Abuhab continuava participando de reuniões na Datasul, porém, a maior parte de seu tempo passou a dedicar à Neogrid.
          A Neogrid adquiriu a Xplan Business Solutions em 2006, e a Mercador (do Grupo Telefónica) em 2007, ambas do mesmo setor. O grupo das três empresas de Abuhab, juntas, considerando dados do inicio de 2008, atuavam em mais de 24 países, possuíam 400 funcionários e atendiam 600 clientes.
          Ao longo dos últimos anos, a companhia comprou 14 empresas que atuam em áreas complementares ao seu negócio. A Neogrid atende a 150 redes de varejo, 45 mil lojas, mais de 37 mil indústrias, 1,8 milhões de produtos monitorados, além de atender outros 7 mil clientes espalhados pelo mundo
          O IPO da Neogrid na bolsa brasileira ocorreu em dezembro de 2020. Miguel e a família são
donos do Zaphira Fundo, que detém 50,36% das ações da Neogrid.
          Em 1º de outubro de 2021, a Neogrid adquiriu, por R$ 38,4 milhões, a Lett Serviços de Informação, que usa ferramentas de inteligência de dados em tempo real para e-commerce.
(Fonte: revista Exame - 21.11.2007 / revista IstoÉDinheiro - 21.01.2008 / Forbes Brasil - 27.08.2021 / Valor - 01.10.2021 / GuiaInvest - 11.10.2021 - partes).

Portobello

          A empresa de revestimentos cerâmicos Portobello foi criada em 1979 em Tijucas, Santa Catarina, por César Bastos Gomes.
          Originalmente, a empresa foi criada para atuar no ramo de açúcar. Só depois de algum tempo, a família do fundador, César Gomes, passou a produzir cerâmica. O objetivo era tirar proveito da localização, que permitia tanto a venda para São Paulo quanto para países vizinhos, como Argentina e Chile.
          A companhia ingressou na bolsa de valores em 1991 e continua sendo controlada pela família Gomes.
          Em abril de 2012 a Portobello e sua rival Eliane desistiram de um plano de fusão, que criaria uma empresa líder do setor no mercado nacional e uma das maiores produtoras de revestimentos cerâmicos mundiais.
          Considerada a maior empresa de revestimentos cerâmicos do Brasil, o comando da Portobello está nas mãos de César Gomes Júnior, nascido em 1957, filho do fundador. Atualmente, é presidente do conselho de administração do grupo.
          César Júnior comandou a expansão da empresa que além de duas fábricas, tem uma rede com dezenas de lojas.
          Em 2015 a Portobello inaugurou uma fábrica em Marechal Deodoro, Alagoas, a Pointer Revestimentos e passou a denominar-se PBG - Portobello Grupo.
          Em 2022 o grupo Portobello inicia a construção da fábrica Portobello América, no Estado americano do Tennessee. 
          Em fins de setembro de 2023, a Portobello inaugura a fábrica no Tennessee. A planta, que custou US$ 180 milhões (R$ 900 milhões), tem capacidade para triplicar as vendas da empresa nos mercados da América do Norte. Com a fábrica em solo americano, a Portobello busca “se proteger” dos problemas econômicos locais, como inflação e juros altos. “Uma motivação interna da companhia foi ter proteção contra os altos e baixos do mercado que acontecem no Brasil e em qualquer outro lugar do mundo. Mas, por aqui, o risco país faz os ciclos oscilarem muito mais do que no exterior”, diz o presidente da companhia, John Suzuki, que está no cargo desde março de 2023 – ele substituiu Mauro do Valle Pereira, que foi para o conselho de administração.
          Segundo Suzuki, a geração de valor e o crescimento também pesaram na decisão de montar uma fábrica nos Estados Unidos, além da diversificação de risco. “O mercado americano é muito mais estável, promissor e com uma moeda forte.” Com uma área construída de 90 mil metros quadrados, o parque fabril no Tennessee tem capacidade de produção anual de 3,6 milhões de metros quadrados de cerâmica nesta primeira etapa de funcionamento. Embora tenha três linhas de produção planejadas, apenas uma delas está operando atualmente.
          Em um momento difícil para as varejistas de artigos para o lar, como Tok&Stok e C&C, que enfrentam dificuldades financeiras, a Portobello tem ampliado a venda direta ao consumidor com lojas próprias e franquias: são 146 unidades, sendo 24 próprias. Para Suzuki, a aposta no formato de varejo sob a marca Portobello é uma abordagem para atender o consumidor por meio de diferentes canais de vendas.
          A Portobello tem duas fábricas no Brasil e a fábrica nos EUA. A empresa exporta para 60 países.(Fonte: Forbes Brasil - 27.08.2021 / site da empresa /Estadão - 29.09.2023- partes)

Jalles Machado

           A Jalles Machado foi fundada em 1980 em Goianésia, estado de Goiás, por Otávio Lage de 
Siqueira, ex-governador de Goiás, em parceria com fazendeiros da região.
          A empresa, que começou como destilaria de álcool durante a crise do petróleo, ingressou na 
produção de açúcar em 1993, com a marca Itajá.
          Produtora de açúcar e etanol, a Jalles Machado fez IPO na B3 em fevereiro de 2021.
          É a maior exportadora de açúcar orgânico do mundo. Produz etanol e atua nos mercados de 
cogeração de energia, produtos saneantes e levedura.
          A Jalles Machado adquiriu em maio de 2022 a usina Santa Vitória, como parte de seu plano de expansão pós-IPO
          A família Siqueira é a principal acionista da Jalles Machado. O executivo Otávio Lage de Siqueira Filho, nascido em 1956, filho do fundador Otávio Lage, é o CEO da companhia.
(Fonte: Forbes Brasil - 27.08.2021)