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16 de nov. de 2020

La Pisanina

          A fabricante de calçados La Pisanina foi fundada na década de 1970 e fazia sapatos mocassin que fidelizaram de maneira impressionante seus clientes. 
          Fundada por imigrantes italianos, o nome da marca é em homenagem à Torre de Pisa, na Itália e sua tradicional caixa branca para acondicionar os pares de sapatos vinham com um pequeno desenho da famosa torre. Sob a marca registrada La Pisanina, eram impressas as três cores da bandeira italiana, verde, branco e vermelho. Um detalhe importante é que em vez de as três cores serem posicionadas em três retângulos na posição vertical, elas apareciam em três minúsculas figuras de quadrados. Não necessariamente três: é que, para formar a cor do meio, a cor branca, era usada a própria cor original da caixa, inteiramente branca. Com isso, a visualizada real das pequenas figuras se restringia aos 
quadrados das cores verde e vermelha.
          As solas de alguns modelos tinham formato bem peculiar, a ponto de haver relato de pelo menos um cliente, que foi abordado em pub londrino, em 1981, por interessados em saber onde havia comprado o sapato.
          A Pisanina tinha uma pequena rede que abrangia a loja da rua Augusta, uma unidade na Galeria Nova Barão, no centro da cidade de São Paulo e uma loja no Shopping Ibirapuera. Na década de 2000, a empresa sentiu a necessidade de atingir clientes um pouco menos abastados e abriu uma loja no início da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, na região central da cidade, que tinha em suas gôndolas sapatos mais simples. Os modelos mais sofisticados não eram vendidos nessa loja. Uma loja na rua Líbero 
Badaró também chegou a ser aberta.
          Em determinado momento da vida da empresa os proprietários resolveram trabalhar também com calçados de outras marcas. Muito provavelmente foi uma alternativa para atrair mais clientes, com um ticket mais baixo. Mas, os problemas com a qualidade de alguns desses calçados era notório.
          Um procedimento até certo ponto intrigante é o fato de que a Pisanina nunca aceitou cartão de crédito. Até aí nada demais, considerando que algumas outras lojas do comércio também não aceitavam. O pormenor, no entanto, é que o ticket era relativamente alto, o que podia afugentar muitos clientes. A explicação dos proprietários é que o custo da operação pelo cartão achatava demais as margens de lucro que já eram enxutas.
          A empresa continua hoje apenas no endereço da rua Augusta 1.229, mas os modelos que clientes fieis usaram durante tanto tempo não mais são fabricados.

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