A Dori Alimentos nasceu em 1967 como uma empresa estritamente familiar. A fabricante de balas, gomas e salgadinhos com fábrica em Marília, interior de São Paulo, foi batizada com o apelido de sua fundadora, Doraci dos Santos Spila. Na revista Exame de 12 de maio de 2004, o nome citado é "Doralice, uma doceira de Marília, que nos primeiros anos fazia os quitutes Dori."
Desde sua fundação, a Dori construiu marcas fortes e reconhecidas que são amadas por milhões de consumidores em todo o Brasil, incluindo Dori, Pettiz, Jubes, Gomets, Deliket, Disqueti, Yorgurte 100 e Bolete.
Na década de 1980, a empresa foi vendida para outra família - os Barion, tendo à frente o patriarca João Barion.
Um dos grandes trunfos da Dori, é o que possibilita executar a penosa tarefa de, num país continental, abastecer regularmente com suas balas e seus pirulitos milhares de pequenas lojas situadas nos ermos do interior, frequentadas pelas classes C e D. "Não há produto mais barato e fácil de vender aos pobres do que balas", diz o empresário João Barion", então presidente da Dori. A questão é garantir a presença contínua da marca no ponto-de-venda.
Anã entre gigantes, a concorrência só se dá conta de sua presença quando a empresa atinge um porte em que roubar sua fatia no mercado é bem mais complicado do que tirar doce de criança.
Olhando o quadro societário em meados de 2004, a empresa possuía seis acionistas, dos quais apenas dois não eram filhos de Barion. Os quatro herdeiros que se interessaram em se engajar na empresa, então na faixa dos 36 a 45 anos, eram executivos que acumularam experiências em diferentes empresas, de alimentação a mineração, antes de vestir a camisa da Dori.
Fazendo a lição de casa, a Dori passou a auditar o balanço e, em 2007, contratou um dos principais especialistas em empresas familiares, Renato Bernhoeft. Criou um conselho de administração com cinco membros (dois independentes) e passou a ser controlada por quatro holdings. Em 2009, a sucessão começou a ser discutida. Dos seis filhos de João Barion, dois, Paulo e Cristina, nunca participaram da empresa. João Júnior, primogênito, saiu da Dori depois de não ter sido escolhido o sucessor natural. Ficaram no páreo Carlos, Vitor e Luiz, além de Pedro Lobo da Silva, sócio minoritário. Carlos foi indicado para comandar a empresa no final de 2010. Meses depois, Luiz, seu irmão, faleceu.
Em 2014, Pedro Lobo da Silva - um dos únicos sócios sem o sobrenome do patriarca, João Barion - assumiu a presidência. Sob sua administração, a Dori recebeu, em 2016, capital do fundo de investimento americano Acon.
Comprando as participações de familiares que deixaram o negócio, o fundo Acon ficou com 30% da empresa e injetou 90 milhões de reais no negócio. O controle da empresa continua com os Barion.
Comprando as participações de familiares que deixaram o negócio, o fundo Acon ficou com 30% da empresa e injetou 90 milhões de reais no negócio. O controle da empresa continua com os Barion.
Além de Marília, a Dori tem fábrica também em Rolândia, no Paraná. É uma das principais fabricantes e distribuidoras brasileiras de doces e snacks.
A Ferrara Candy Company, empresa associada ao Grupo Ferrero e a maior empresa de balas e gomas nos Estados Unidos, anunciou em 24 de julho de 2023 um acordo para adquirir a Dori Alimentos. A aquisição será feita por meio da CTH, que é a principal empresa controladora da Ferrara. Com sede em Chicago há mais de 115 anos e de capital privado, a Ferrara é a principal empresa de balas e gomas nos Estados Unidos e fabricante de 20 marcas reconhecidas, como Black Forest®, Brach’s®, NERDS®, SweeTARTS® e Trolli®. A empresa foi comprada pelo grupo italiano Ferrero em 2017 da empresa de private equity L Catterton. O Grupo Ferrero, conhecido por seus chocolates, já havia se consolidado no mercado americano com suas balas TicTac. “Estamos entusiasmados em nos juntar à Ferrara e confiantes de que é a parceira certa para este próximo passo na incrível história da Dori”, afirma Pedro Lobo, CEO da Dori. “Há muitos anos, a Ferrara vem sendo uma grande inspiração para a construção do portfólio de produtos da Dori e, talvez por isso, sejam parecidas e alinhadas. Fico feliz ao ver que a Dori será a casa da Ferrara no Brasil, o que irá certamente proporcionar o melhor caminho para o sucesso do negócio que construímos”, diz Vitor Barion, Presidente do Conselho de Administração da Dori.
Com a conclusão do negócio, os mais de 3.100 empregados da Dori se juntarão aos 4.600 membros da equipe da Ferrara para avançar com uma visão e estratégia compartilhadas e levar ainda mais doçura aos consumidores ao redor do mundo
(Fonte: revista Exame - 12.05.2004 / Apsis em Notícias - 12.09.2011 / Melhores e Maiores - Exame - 2017 / Fusões & Aquisições - 24.07.2023 / Valor - 24.07.2023 - partes)
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