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5 de out. de 2011

Método Engenharia

          Os empresários, e amigos, Hugo Marques da Rosa e Victor Henrique Foroni, fundaram a Método Engenharia em 1973. Engenheiros, os dois se conheceram na época em que estudavam na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
          No início dos anos 1980, a Método executava todos os serviços com mão-de-obra própria. Chegou a ter 4.500 funcionários, incluindo pedreiros, pintores e vidraceiros. O número de fornecedores também era grande: 8.000. Era um caos administrar tudo isso. No final de 2002, a Método contava com apenas 370 funcionários e 300 fornecedores.
          O segredo responde pelo nome de Sistema Método de Competências Integradas (SMCI), um modelo de gestão inspirado nas indústrias automobilísticas. A Método agrupou as atividades de uma obra em subsistemas, que são executadas por grupos de empresas participantes do SMCI. A Método delega a execução de etapas da obra e se concentra no planejamento e na gestão.
          Em cada um dos oito subsistemas (contenções e fundações, estrutura e superestrutura, instalações elétricas, instalações hidráulicas, automação, ar-condicionado, fachadas, acabamentos), a Método selecionou um grupo de parceiros, entre projetistas, consultores e fornecedores.
          Considerando somente as primeiras três décadas de existência, até o final de 2002, a Método construiu 4 milhões de metros quadrados em obras diversas - prédios de escritórios, hotéis, centros culturais, hospitais e escolas. No ano de 2002, por exemplo, para se ter uma ideia da dimensão, foi como se a cada semana a Método construísse um prédio de 14 andares com 56 apartamentos de três dormitórios.
          Os dois sócios fundadores se revezam no comando - um como presidente executivo, enquanto o outro exerce a presidência do conselho de administração.
          A Método espalha sua marca em obras grandiosas principalmente na cidade de São Paulo, como uma autêntica "fábrica de cartões-postais".
          Em 1982, inaugurou o Centro Cultural São Paulo, na avenida Vergueiro, dos arquitetos Eurico Prado Lopes e Luís Benedito Telles. Concebido para ser uma extensão da Biblioteca Mário de Andrade, acabou se transformando num espaço cultural multidisciplinar. Em 1986, conclui o Sesc Pompeia, na rua Clélia. Da arquiteta Lina Bo Bardi, os antigos galpões de uma fábrica foram reformados e adaptados para se transformar num dos principais centros culturais, esportivos e de lazer da cidade.
          O primeiro prédio de escritórios de altíssimo padrão na região da marginal Pinheiros foi inaugurado em 1990, na avenida Nações Unidas, no Brooklin. Do arquiteto Aflalo & Gasperini, o edifício foi construído para a Philips Seguridade Social e depois alugado para a Nestlé. Em 1995, foi inaugurado o Centro Empresarial do Aço, do arquiteto Botti Rubin, construído para a Fundação Cosipa de Seguridade Social (Femco). Chama a atenção por sua cor azulada e, com 15 pavimentos, é o maior edifício com estrutura de aço da América Latina.
          Em 1997, a Método inaugura o Sesc Vila Mariana, na rua Pelotas, do escritório de arquitetura Bonilha & Sancovski. O gigante de 23.634 metros quadrados conta com duas torres de dez andares, ligadas por uma passarela de aço galvanizado, e obras de artistas como Tomie Ohtake e Denise Milan. Em 1999, é inaugurada a Torre Norte, do arquiteto Botti Rubin, na avenida Nações Unidas, Brooklin. É o maior edifício de escritórios do país e também um dos mais inteligentes. O prédio do Instituto Tomie Ohtake, na rua dos Coropés, em Pinheiros, do arquiteto Ruy Ohtake, foi inaugurado em 2001. O multicolorido centro cultural chama a atenção pela fachada cor-de-rosa e pela estrutura em forma de carambola lilás que sustenta o vão.
          Em agosto de 2002, concluiu o prédio do Grand Hyatt, hotel cinco-estrelas no Brooklin, dos arquitetos Lohan Associados/Júlio Neves. Pouco antes, concluiu o Unique, hotel na avenida Brigadeiro Luiz Antônio, do arquiteto Ruy Ohtake, que chama a atenção pelo inusitado formato de barca.
          O ano de 2002 de destacou na história da Método. Outra obra de grande porte foi o Brascan Century Plaza (BCP), um complexo de 150 milhões de dólares na esquina das ruas Joaquim Floriano e Bandeira Paulista, no Itaim Bibi. Com 90.000 metros quadrados, o empreendimento do grupo Brascan reúne dois edifícios de escritórios e uma torre de flats, além de uma área de entretenimento com seis salas de cinema. No mesmo bairro, na esquina das avenidas Brigadeiro Faria Lima e Juscelino Kubitschek, construiu o International Plaza. Na rua Oscar Freire, nos Jardins, entregou a nova sede da Casa de Cultura de Israel, um prédio no formato de um pergaminho aberto de Torá, o livro sagrado judaico. No Shopping Center 3, na avenida Paulista, fez a reforma das salas de cinema da Playarte.
          Nas obras mais recentes, uma que se sobressai é o edifício comercial localizado na esquina da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, com a Rua Fausto Ferraz, que provavelmente será inaugurado no inicio de 2018. Não necessariamente pelo prédio em si, mas pela artimanha feita para poupar as árvores já existentes no local que ficaram bem próximas do edifício. 
(Fonte: revista Exame São Paulo - Outubro 2002 - parte)

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