Desde que chegou ao Brasil, no final dos anos 1960, a Visa viu-se por duas vezes desprezada por
seus parceiros brasileiros. Mas em ambas ressurgiu das cinzas.
Primeiros, em meados da década de 1980, em associação com a Credicard reergueu-se poucos anos depois de ser abandonada pelo Bradesco. O banco introduzira sua bandeira no país e era responsável pela
administração do extinto sistema Elo de cartões de crédito, líder de mercado na época.
Por volta de 1988, a Credicard rompeu o contrato que mantinha com a Visa. A Credicard preferiu associar-se justamente ao maior concorrente internacional da Visa, a MasterCard, que lhe oferecera a exclusividade de sua marca no Brasil.
Em meados de 1994, a Visa estava de volta ao topo do pódio, seis anos depois de a Credicard ter rompido o contrato que mantinha com ela. Com 3,7 milhões de cartões emitidos com sua bandeira desde 1988, quando recomeçou do zero sua vida no país, a Visa já dividia o primeiro lugar com a
Credicard/MasterCard.
Quem foi contratado pela Visa com a missão de reerguer a marca no Brasil, foi o executivo americano de origem porto-riquenha Luis Acosta, nascido em 1953. Acosta ficou baseado em Miami até 1991, quando finalmente se mudou para o Brasil. Nesse período, viveu na ponte-aérea Miami-Rio-São Paulo. Inicialmente, como o escritório da Visa ficava no Rio, instalou-se lá. Em 1993, mudou a
representação da Visa para a Avenida Paulista, em São Paulo e passou, então, a viver na capital paulista.
"A principal vantagem da Visa é que ela permite ao banco ser dono de seu próprio cartão de crédito", disse Armando Fernandes Júnior, vice-presidente do Bradesco que em pouco tempo emitira 1,35 milhão de cartões com a bandeira Visa no país. Além do Bradesco, o Nacional foi outro que, embora possuísse seu próprio cartão, decidiu aderir à rede Visa para ter uma bandeira internacional. Houve também casos de bancos que optaram pela marca por razões de mercado. Mas muitos outros
vieram das hostes da Credicard, como Francês e Brasileiro, Mercantil de São Paulo, Real e Sudameris.
Em 28 de junho de 2023, a Visa concluiu a aquisição da Pismo. A Visa vai pagar US$ 1 bilhão, o que dá saída para fundos de venture capital como Softbank, Accel, Redpoint e investidores como B3 e Amazon. Também dá origem a quatro novos multimilionários, os fundadores da Pismo. Além de seu relacionamento com a Pismo, a Visa já conhecia outra empresa cofundada pelo Sr. Josua: Conductor (atual Dock), que foi a primeira aquisição da Visa de uma participação minoritária no Brasil em um negócio de 2018. A Visa, que não atuava em aquisições no Brasil, viu na Pismo uma plataforma de negócios consolidada com uma carteira de importantes clientes. A empresa é a infraestrutura de nuvem de bancos como Itaú, BTG, parte da operação do Citi, além da B3 e fintechs como a alemã N26. Com investimentos da Amazon e Softbank, a Pismo está em rota de expansão global, com atuação na Ásia, Europa e América Latina. A plataforma movimenta mais de 75 milhões de contas e 40 milhões de cartões, considerando
dados de junho de 2023.
(Fonte: revista Exame - 20.07.1994 / Valor - 29.06.2023 - partes)
O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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9 de jul. de 2023
Visa (Cartões de crédito)
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