A Mineração Morro Velho, uma associação do grupo Anglo American com o Banco Bozano,
Simonsen, extrai minérios desde os idos de 1834.
Em meados de 1994, então a maior produtora de ouro do país, a empresa investia 9 milhões de dólares para mecanizar totalmente uma de suas minas, a Cuiabá, localizada em Sabará, Minas Gerais. Com a mecanização, o minério não subiria à superfície em velhos vagonetes, mas em caminhões pesados. Os mineiros substituíram as picaretas por perfuradoras modernas.
A modernização da Cuiabá é uma das etapas do plano de investimentos de 100 milhões de dólares da Morro Velho até 1998. Com essa dinheirama, a empresa queria aumentar sua produção diária das então 1.800 toneladas para 3.000 toneladas. Além disso, pretendia desenvolver a tecnologia necessária para extrair as 60 toneladas de ouro guardadas em outra de suas minas, a Grande. Esse tesouro estava abaixo dos então 2.300 metros de profundidade da mina. Para descer mais, era necessária uma nova tecnologia, que estava sendo desenvolvida pela Morro Velho.
A nova fornada de investimentos surgiu depois de um rigoroso programa de redução de custos promovido pela empresa. Entre 1990 e 1993, os custos de produção caíram de 435 dólares para 304
dólares por onça. Até o final de 1994, esse valor deveria baixar para 265.
O resultado mais saboroso, porém, apareceu no balanço. Em 1993, para um faturamento de 83 milhões de dólares, a Morro Velho registrou um lucro de 5,5 milhões, contra um prejuízo da
companhia em 1992, que havia sido de 13 milhões de dólares.
(Fonte: revista Exame - 20.07.1994)
Em 1992, após enfrentar uma série de problemas em suas empresas, Eliseth Hansen Batschauer, filha de João Hansen, reivindica uma revisão na partilha feita pelo pai. Numa rodada de doação feita em 1989 pelo pai, Eliseth recebera quatro empresas, um iate, um helicóptero, fazendas e imóveis avaliados em 200 milhões de dólares. O problema é que o quinhão de Eliseth foi diminuindo aos poucos. Seu ex-marido, o empresário Luis Batschauer, pulverizou as quatro empresas que ela originalmente herdara em dezenas de negócios menores, a Corporação HB. Com a recessão do início dos anos 1990, a HB começou a fazer água. A situação se agravou e em 1994 uma das empresas da corporação entrou em concordata. Em 1996 foi a vez da fabricante de acessórios sanitários Cipla, a maior delas. Mais uma, a Interfibra, jogou a toalha em 1997.
A indústria de plásticos Cipla teve a falência decretada em 2019, embora ainda mantenha a produção de produtos para diversos segmentos.
Em 12 de abril de 2023, a Justiça homologou a compra da massa falida da Cipla, pelo Grupo Zonta, dono da gigante supermercadista Condor, do Paraná. De acordo com o edital de homologação, assinado pelo Juízo da 1ª Varia Cível da Comarca de Joinville, o Grupo Zonta pagará à vista R$ 65,6 milhões, valor do lance que arrematou a empresa joinvilense no leilão do dia 3 de abril de 2023.
Conforme a reportagem do Portal ND+ apurou, o Grupo Zonta deverá dar continuidade à operação da Cipla em Joinville que emprega, atualmente, quase 300 trabalhadores.
(Fonte: ND+ - 13.04.2023)
