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29 de mai. de 2023

HDI Seguros

          A HDI Seguros foi fundada emn1903 em Frankfurt, Alemanha, chegando ao Brasil em 1980, e sua sede é em São Paulo.
          Em 1996, assumiu como holding a Talanx AG. Além da seguradora HDI está sob a holding Talanx também a resseguradora Hannover Re.
          A seguradora tem quase dois milhões de veículos segurados e mais de 500 mil apólices residenciais.
          A companhia é parte do Grupo HDI, uma das três maiores seguradoras da Alemanha, presente em diversos países através da Talanx AG, o grupo alemão ao qual pertence..
          No Brasil, além de sua sede em São Paulo, conta com mais de 60 filiais e escritórios comerciais e mais de 1.400 colaboradores, posicionando-se como a 5ª maior seguradora automotiva do país, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), autarquia que regula o mercado segurador brasileiro.
          Atualmente, para foco em pessoa física, a HDI Seguros Brasil tem como principal produto o HDI Auto Perfil, mas também possui apólices residenciais através do HDI EM CASA, ou apólices combinando ambos tipos de seguros através do HDI DUO. Tem também o produto HDI Auto, onde tem foco para clientes CNPJ, que é sem perfil. Também conta com o HDI EMPRESARIAL, e o HDI Carta verde, que é o seguro obrigatório para os países do Mercosul.
          Em seguros para empresas, a HDI atualmente atende com produtos para automóveis, transporte, empresas, condomínio e outras opções.
          Em fins de maio de 2023 (já antecipada pelo jornal Valor em 12 de maio), a HDI compra a operação da Liberty Seguros na América Latina por quase R$ 7 bilhões (1.3 bilhão de euros).
          Com a compra, além de ganhar mais espaço no mercado brasileiro, a HDI expandirá também sua atuação na América Latina, entrando no Equador, onde ainda não estava presente. Além de Brasil e Equador, a Liberty tem atuação na região no Chile e Colômbia.
          Com essa aquisição, a HDI salta da 10ª posição para a vice-liderança no mercado brasileiro de seguros, excluindo vida e previdência, atrás da Porto. 
(Fonte: jornal Valor - 27.05.2023)

27 de mai. de 2023

Layr Fogões

          A história de J. Ryal - "Fornos e Fogões Layr", tem como berço a então pequena e interiorana cidade de Jundiaí, no Estado de São Paulo, terra natal de seus sócios fundadores os irmãos Julio Roberto Ryal e Henrique Ryal, descendentes de imigrantes espanhóis.
          Para a definição da marca, os irmãos foram relativamente simplistas: pegaram seu sobrenome, Ryal, e definiram a marca posicionando as letras em sentido contrário: Layr.
          O inicio desta conceituada indústria, fundada em 18 de abril de 1941 se deu com a fabricação de ventoinhas que eram usadas nos motores a gasogênio utilizados durante a Segunda Guerra Mundial.
          Após pesquisas, estudos e muito trabalho eles iniciaram a fabricação de fornos e fogões elétricos, sendo os pioneiros nesse setor no Brasil. Nessa mesma década o setor administrativo da empresa foi transferido para São Paulo, capital, mais precisamente para o bairro do Canindé, permanecendo a unidade fabril em Jundiaí.
          Os primeiros fornos e fogões elétricos eram dotados de resistências elétricas em espiral e em sistema de cabo com plugs controladores da intensidade de calor.
          O 1º forno nacional de fabricação J. Ryal – Layr – foi denominado forno Standard. Como atualmente, era todo fabricado em aço inoxidável, sendo que até hoje, passados mais de 65 anos ainda existem unidades em funcionamento.
          Com o decorrer dos anos, mudanças e avanços tecnológicos foram introduzidas nas linhas de montagem, onde os fornos foram dotados de termostato, chaves controladoras de calor, lâmpada interna, relógio, recebendo denominações diversas tais como: forno Semi-automático, Automático de Luxo, Super Automático e Brasília. Surgiu nessa ocasião a produção de fornos industriais, também totalmente em aço inoxidável, ainda em perfeito funcionamento atualmente.
          Já no final do século XX, o comando da empresa passou para as mãos da geração seguinte dando sequência à filosofia de seus fundadores, onde o trabalho, a honestidade, a tecnologia e a qualidade dos produtos constituem a marca registrada da empresa.
          Atualmente uma nova unidade fabril se encontra em pleno funcionamento na cidade de Mogi-Mirim, interior do estado de São Paulo.
          Seguidores de uma evolução constante, novos modelos de fornos, fogões elétricos de mesa com uma ou duas bocas, churrasqueiras elétricas, fogão semi-industrial, fornos e fogões a gás e churrasqueira a carvão foram lançados.
          Os fogões elétricos são em aço inoxidável, assim como o tampo do fogão a gás e os fornos elétricos e a gás. No tocante aos fornos, temos também fornos brancos com pintura eletrostática e aos fogões a gás semi-industrial, com tampo esmaltado.
          Nos produtos Layr a tradição e a qualidade fazem a diferença.

26 de mai. de 2023

Víssimo Group (Evino / Grand Cru)

Evino
          A empresa e-commece Evino foi fundada por Ari Gorenstein e Marco Leal em 2013. No ano de 2022, o fim do distanciamento social trouxe forte retração à venda online, que é o foco da Evino.

Grand Cru
          Em 2019, quando a importadora ainda pertencia ao fundo de private equity Aqua Capital, o executivo Alexandre Bratt, com carreira na área de gestão de empresas, foi alçado ao comando da Grand Cru.

Víssimo Group
          A Víssimo Group é uma holding criada após o e-commerce Evino adquirir a importadora Grand Cru, em outubro de 2021.
          Em 25 de maio de 2023, os funcionários da Víssimo Group foram surpreendidos com o tema da reunião geral, realizada a cada 15 dias. O CEO da holding, Alexandre Bratt, usou o microfone para anunciar o seu desligamento da companhia. Em seu lugar, assumem, como coCEOs Ari Gorenstein e Marco Leal. Os dois fundaram a Evino em 2013 e, com a fusão das duas empresas e a criação do grupo Víssimo, haviam perdido esse cargo.
          “Foi o fim de um ciclo, e sempre soube da temporalidade da minha cadeira”, afirmou ao Estadão Alexandre Bratt, na manhã do dia 25 de maio (2023), enquanto preparava o seu pronunciamento para os funcionários. “Minha missão era garantir que a integração entre as duas empresas fosse suave”, disse.               Uma das suas funções era encontrar um comprador para a companhia. “Houve um entendimento entre os acionistas e o management (gestão) que fazia sentido mudar o ciclo agora. Bratt ajudou a alicerçar as bases para o nosso crescimento, mas faz sentido agora trazer os fundadores originais aos acionistas para este novo ciclo”, afirma Gorenstein.
          Além de reassumir o posto de co-CEO, Gorenstein vai continuar como diretor de produtos da Víssimo, cargo que havia assumido com a constituição da holding.
          A Víssimo ocupa atualmente (maio de 2023), o terceiro lugar entre os maiores importadores de vinho no Brasil. A liderança cabe à Wine, que no início de 2021 comprou a importadora Cantu, e o segundo lugar é ocupado a VCT, o braço brasileiro da gigante Concha y Toro no Brasil, no ranking da Ideal Consulting.
(Fonte: Estadão - 26.05.2023)

25 de mai. de 2023

Hokas (tênis)

          A marca Hoka foi fundada em 2009 e adquirida em 2013 pela Deckers, mesma empresa proprietária da Ugg.
          A Hokas começou sua vida nos Alpes franceses, quando três atletas e desenvolvedores de produtos, Nico Mermoud, Jean-Luc Diard e Christophe Aubonnet, colaboraram em um tênis de corrida que chegou às lojas em 2010. Desde o início, o sapato tinha o solado oversize , uma inovação projetada para ajudar as pessoas a descerem colinas e montanhas íngremes. Segundo a revista Outside, a primeira ideia foi fazer um slip-on que pudesse ser colocado por cima do sapato. As solas grandes tinham uma linhagem funcional, uma espécie de "tecnologia superdimensionada que havia sido usada com sucesso em esquis em pó, rodas de mountain bike e raquetes de tênis".
          Uma notícia se espalhou rapidamente na comunidade de corrida nos Estados Unidos depois que um corredor em Boulder, Colorado, comprou 770 pares para vender depois de ver o tênis em uma feira. No final de 2010, estava nas listas dos melhores e adotado por atletas de elite.
          É verdade que, por mais improvável que possa parecer há alguns anos, os Hokas são elegantes e modernos. Seus primeiros fãs não eram fãs de tênis, no entanto.
          A Hokas está em um foguete para os escalões superiores das marcas de tênis, atingida pelos ventos da tendência de “sapatos feios” durante a pandemia, boca a boca entre pessoas mais velhas e feridas e a utilidade da marca para corredores sérios. Seus modelos de caminhada (Anacapa), calçados para o dia a dia (Clifton) e corredores de trilha (Speedgoat) são instantaneamente reconhecíveis, com uma sola bulbosa que parece feita de espuma isolante e cores sonhadoras que privilegiam o laranja cremoso e o azul turquesa.
          O Hoka se tornou popular depois de se infiltrar na multidão da moda. Celebridades, assim como designers de passarela, deram um abraço caloroso nos sapatos: Britney Spears foi uma das primeiras a adotar, twittando fotos de si mesma em um par azul em 2017. Gwyneth, Reese, Pippa - todos foram fotografados se exercitando ou fazendo recados em eles.
          Não passou despercebido que a mudança da pandemia em direção ao conforto foi boa para uma empresa de calçados construída em torno da ideia de uma sola gigante e confortável, mas Steven Doolan, vice-presidente e gerente geral da Hoka US, diz que sua trajetória de crescimento é anterior à Covid e ao trabalho de qualquer lugar.
          Mas o Hoka não estaria onde está hoje se apenas os corredores tivessem abraçado o tênis bulboso. O Sr. Doolan, que está na empresa há 13 anos, atestou o crescimento dos mercados, concordando que a empresa está, falando de forma ampla, alcançando os tipos de streetwear e moda, bem como corredores, pessoas mais velhas ou qualquer pessoa que esteja ferida ou precise de um razão para abraçar o conforto.
          É difícil exagerar o apelo multigeracional dos sapatos. A Hoka ainda é pequena em relação a gigantes como Nike ou Reebok. O Sr. Doolan diz que a empresa tem apenas 440 sapatos individuais exclusivos para homens e mulheres em diferentes cores e larguras. (Um projeto de Harvard estimou que a Nike tem 10.000.) De alguma forma, porém, os tênis se tornaram populares.
          Mas com o passar do tempo, e a busca pandêmica pelo conforto total dá lugar a outras tendências, é de se perguntar se os luxuosos Hokas permanecerão em alta. Doolan reconheceu que as tendências da pandemia foram gentis com sua marca, mas disse que sua evolução na “geometria” do calçado, a percepção de que mais amortecimento poderia trazer benefícios para os corredores de trilha, ainda não acabou.
          "Não é apenas feio", disse Doolan. “Existe um design realmente pensado que resulta em algo surpreendente e genial.” Em setembro, ele comprou um par de Tor Ultra Lows taupe reeditados, o sapato que desencadeou a venda de Hoka em Zion apenas alguns anos antes. Até agora, ele disse, tudo bem.
          Considerando dados de abril de 2023, a Hoka responde por 36% da receita de sua controladora,
contra 21% em 2021. Em 2022, quebrou a marca do bilhão de dólares em faturamento.
(Fonte: NY Times - 05.04.2023)

Go bold or go home.Credit...HOKA

Echoenergia

           Em 28 de outubro de 2021, o grupo Equatorial vence disputa acirrada pela geradora eólica Echoenergia, empresa especializada em projetos de geração de energia elétrica de fontes renováveis, com portfólio já operacional no Nordeste de mais de 1 GW. O valor no negócio foi de R$ 6,7 bilhões e a empresa entra no setor de energia limpa. A compra foi do Ipiranga Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, e representa 100% das ações do capital social da Echoenergia 
Participações.
          A Echoenergia, braço de geração e comercialização de energia renovável do grupo Equatorial, está construindo suas primeiras usinas de energia solar. O início das operações está previsto para 2024. A empresa, que já tem experiência em geração de energia eólica, aposta na ampliação do acesso a clientes de média e alta tensão para expandir seus negócios.
          As duas fazendas em desenvolvimento, no Piauí e na Bahia, somarão 574 megawatts de capacidade instalada, com potencial para atender a demanda de energia de mais de 860 mil residências. O início das operações está previsto para 2024.
          Entre os parques da Echoenergia, a unidade Ribeiro Gonçalves, localizada no município homônimo do Piauí, ocupará uma área de 600 hectares e terá capacidade instalada de 223,2 MW. A expectativa é de mil empregos gerados durante a implantação do projeto.
          O complexo Barreiras I, no oeste da Bahia, terá sete parques solares distribuídos em 863 hectares. A capacidade instalada será de 351,1 MW, suficiente para atender 540 mil residências.
Considerando dados de maio de 2023, a Echoenergia tem 1,2 gigawatts de capacidade eólica.
(Fonte: jornal Valor - 24.05.2023 - parte)

23 de mai. de 2023

Daiichi Sankyo

          A farmacêutica japonesa Daiichi Sankyo é dona de remédios como a pomada para hematomas Hirudoid e o laxante Lactulona.
          Em 22 de maio de 2023, a companhia anunciou um investimento de cerca de 400 milhões de reais para expansão de sua fábrica em Barueri (SP), conforme comunicado à imprensa. A empresa usará os recursos para ampliação de produção, bem como nos setores de embalagem e almoxarifado, segundo o comunicado.
          A Daiichi afirmou que sua divisão de cuidados primários à saúde será uma das principais beneficiadas pelo projeto. A empresa prevê uma maior produção de medicamentos já estabelecidos e lançamento de novos produtos nos próximos anos, sem detalhar. A companhia usará os recursos para ampliação de produção, bem como nos setores de embalagem e almoxarifado, segundo o comunicado.
          A fábrica, a única da companhia no Brasil, atende também à demanda de países da América Latina, segundo a empresa. A unidade tem cerca de 600 funcionários.
          No geral, a expansão da fábrica deve gerar elevação na produção local de 350 milhões para 900 milhões de comprimidos anualmente até 2025, quando as obras devem ser concluídas, de acordo com a Daiichi. A companhia espera faturamento de 2 bilhões de reais em 2026 com a produção no país.
(Fonte: MoneyTimes/Reuters - 22.05.2023)

21 de mai. de 2023

Peccin / Trento (chocolates)

          A Peccin S.A. foi fundada em 1956 pelos irmãos Orélio, Clemente e Rovílio Pezzin. A empresa nasceu com uma pequena produção artesanal de balas e doces, no Rio Grande do Sul. A princípio, a Peccin tinha cerca de 50 funcionários e tinha atuação mais regional, com vendas para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
          "Peccin" é consequência de um erro de registro no sobrenome da família. Quando os primeiros italianos Pezzin chegaram ao Brasil, tiveram seus sobrenomes alterados para Peccin. Os descendentes só descobriram o erro quando foram tirar a cidadania e, àquela altura, a empresa já existia há alguns anos. Por isso, o nome da Peccin foi mantido, enquanto os familiares voltaram a ser Pezzin.
          Com o início da segunda geração, nos anos 1980, a produção foi ampliada. Até então, a Peccin só produzia balas e doces. Em 1983, com a chegada de Dirceu Pezzin — filho de Orélio —, foi construída uma nova fábrica em Erechim (RS), a cerca de 370 quilômetros de Porto Alegre. É lá que a empresa está instalada . Hoje, a fábrica tem 23 mil metros quadrados — área equivalente a aproximadamente três campos de futebol — e capacidade de produção de 4 mil toneladas por mês. Mais de um terço (1,5 mil toneladas) desse montante é de chocolates Trento.
          Trento, o grande sucesso da empresa, foi criado em 2011. A ideia, segundo Dirceu Pezzin, presidente da companhia, era criar um produto "bem diferenciado", em meio a uma crise mundial que fez a demanda por balas e doces cair. "Uma marca que não é conhecida por vender chocolate teria que surpreender o consumidor. Porque, normalmente, as pessoas consomem marcas tradicionais. Elas arriscam uma vez e, se não gostarem, não comem de novo", diz Dirceu.
          Para quem vem do estado do Tirol, na Áustria, por estrada, primeiro chega e Merano, depois, Bolzano e logo alcança Trento. Ao norte da Itália, ruazinhas com prédios antigos e coloridos, a beleza de um castelo e o título de província com a maior qualidade de vida do país. A referência à cidade italiana, é também uma lembrança à origem da família Pezzin.
          O consumidor aprendeu a consumir um produto diferente. Hoje temos mais de 20 produtos [da marca Trento], e a concorrência está nos copiando. A concorrência entendeu que há um novo nicho, e o consumidor também reconheceu. "Criamos um novo nicho de mercado". A Peccin afirma que o Trento foi "copiado" por marcas de chocolate que já estavam consolidadas no país, como a Hershey's, que lançou em 2020 o Chocotubes, e a Mondelez (dona da Lacta), que desde 2022 vende Sonho de Valsa e Ouro Branco nas versões "stick". Procuradas pelo UOL, as concorrentes não comentaram.
          Tanto Dirceu quanto Carlos Scarpa, diretor comercial da Peccin, explicam que o diferencial do Trento é o fato de ser produzido com 38% de sólidos de cacau — mais do que o mínimo de 25% exigido pela Anvisa para produtos de chocolate e derivados.
          Os principais mercados estrangeiros da Peccin são Estados Unidos e "países da América do Sul", ainda de acordo com Dirceu. No Brasil, a empresa tem centros de distribuição em Maceió, que atende o Nordeste, e Serra (ES), voltado ao Sudeste. Além do Trento, a Peccin também fabrica as balas Tribala e Frutomila e o pirulito Blong.
          Considerando números de 2022, a Peccin tem cerca de 1.500 funcionários, exporta produtos para quase 50 países, com os principais mercados representados pelos Estados Unidos e países da América do Sul. Tem receita líquida de vendas de R$ 602,6 milhões e é famosa pelos tubinhos de wafer com chocolate Trento, que custam cerca de R$ 3 e foram até "copiados" por marcas famosas e mais consolidadas no setor. O Trento responde por mais de um terço da produção da Peccin.
(Fonte: UOL Economia 21.05.2023 / Site da empresa - partes)

19 de mai. de 2023

Soneda (perfumaria)

          O imigrante japonês Mareki Kamachi (1930-2022), chegou ao Brasil ainda criança, em 1934. Foi agricultor na região de Lins (SP). Depois, tentou a vida no comércio, inicialmente, com uma loja de roupas infantis, em Piracicaba (SP). Em 1992, migrou para o varejo da beleza. Kamachi era uma das 
cerca de 40 famílias que faziam parte da rede de perfumaria Sumirê.
          Após uma viagem ao Japão em 2016, Minoru Kamachi, filho de Mareki, nascido em 1969, diz que voltou “com vontade de juntar os Kamachi para garantir um futuro melhor para a família”. Dois anos depois, apareceu a oportunidade de comprar a rede Perfumaria 2000 e criar um negócio só da 
família. Em setembro de 2018, os Kamachi fundaram a rede de perfumaria que nasceu com 26 lojas e foco no consumidor das classes de menor poder aquisitivo. A perfumaria Soneda foi criada (em 2018) em Franco da Rocha, na Grande São Paulo.
          Nos últimos tempos, a companhia percebeu que havia uma oportunidade com a população de renda média. E não perdeu tempo. Quem passou nas últimas semanas (abril e maio de 2023) pela Avenida Paulista, um dos endereços comerciais mais cobiçados do país, deve ter notado a presença de uma nova varejista no local. Em um espaço de 1,8 mil metros quadrados e três pavimentos, a perfumaria Soneda abriu as portas de sua primeira loja-conceito, com 18 mil produtos de 300 marcas. “Chegar à (avenida) Paulista era um sonho”, diz Minoru Kamachi, CEO da empresa. Minoru diz que almejava ter uma loja no local desde que começou no varejo, aos 25 anos. Minoru é o filho caçula do 
fundador da perfumaria, Mareki Kamachi.
          A retração no comércio presencial provocada pela pandemia e o aumento de imóveis desocupados na região ajudaram Kamachi a realizar o sonho. Mas, antes de chegar à Paulista, ele inaugurou, em 2021, uma loja na Rua Augusta, que lembra o cubo de vidro da Apple, em Nova York (EUA). O objetivo é se aproximar do público de maior renda e espalhar pequenas lojas pela cidade. “Queremos ser o ‘Pão de Açúcar Minuto’, a loja de vizinhança da beleza.” Hoje (maio de 2023), a varejista tem 40 lojas físicas, sendo mais da metade na cidade de São Paulo, um e-commerce, faturamento anual superior a R$ 300 milhões e mais de 800 funcionários. De acordo com dados da consultoria Nielsen, a rede detém 30% do mercado de perfumarias auditadas no Estado de São Paulo e 11% no País. E o plano é avançar. Os investimentos somam R$ 25 milhões, dos quais mais de R$ 10 milhões aplicados na loja-conceito da Avenida Paulista.
          Daqui para frente, a varejista pretende abrir entre seis e sete lojas por ano em cidades do interior. A ida para a Paulista e bairros com população mais abastada tem como objetivo atrair o consumidor de classe média. Muitos deles não conhecem a “perfumaria raiz”, diz Minoru. É aquele ponto de venda com vários itens de higiene pessoal e, especialmente, para cabelo, comum nas periferias.
(Fonte: Estadão - 19.05.2023)

Totvs Techfin

          Em meados de abril de 2022, o Itaú Unibanco informou que celebrou com a Totvs um acordo para a constituição de uma joint venture, denominada preliminarmente Totvs Techfin, que teria como objetivos a distribuição e a ampliação de serviços financeiros integrados aos sistemas de gestão da Totvs, baseados em uso intensivo de dados, voltados para clientes empresariais e toda a sua cadeia de fornecedores, clientes e funcionários.
          O acordo estabelece que a Totvs contribuiria, antes do fechamento da transação, com os ativos da sua atual operação Techfin para a companhia que o Itaú Unibanco passa a ser sócio com 50% de participação no capital social, sendo que cada sócio poderá indicar metade dos membros do conselho de administração e da diretoria.
          Pela participação, o Itaú pagou à Totvs R$ 610 milhões e, como preço complementar (earn-out), pagaria até R$ 450 milhões após cinco anos mediante o atingimento de metas alinhadas aos objetivos de crescimento e performance. Além disso, o Itaú contribuiria com o compromisso de funding para as operações atuais e futuras, expertise de crédito e desenvolvimento de novos produtos na Techfin.
          “A parceria cria uma empresa que combina tecnologia e soluções financeiras, somando as expertises complementares dos sócios para ofertar a clientes corporativos, de forma ágil e integrada, as melhores experiências de contratação de produtos diretamente nas plataformas já oferecidas pela Totvs. Essa união das capacidades do Itaú e da Totvs também permitirá à nova companhia explorar oportunidades de forma personalizada e contextualizada, antecipando necessidades dos clientes e de forma totalmente alinhada com a estratégia e evoluções do Open Finance para empresas”, disse o Itaú.
          Segundo o presidente do banco, Milton Maluhy Filho, as oportunidades de criação de soluções inéditas a partir desta iniciativa certamente representarão disrupsões em favor dos clientes. “Esta parceria nos coloca, Itaú Unibanco e Totvs, na vanguarda da transformação digital das indústrias nas quais atuamos”, disse.
          “A expertise do Itaú aliada à tecnologia e aos dados da Totvs é uma combinação extraordinária para nossa ambição de democratizar serviços financeiros para as empresas brasileiras”, afirmou Dennis Herszkowicz, presidente da Totvs.
(Fonte: jornal Valor - 13.04.2022)

18 de mai. de 2023

Lendico

           Em 2015, a Lendico Brasil começou a operar no país através do correspondente bancário Banco BMG, pois ainda não é permitida a operação de empréstimos P2P no Brasil. O Banco BMG passou então a oferecer, em julho de 2015, aos seus clientes pessoa física, o crédito pessoal digital através da Lendico, utilizando uma plataforma 100% online. A Lendico não faz parte do Conglomerado Financeiro BMG, 
contudo, seus acionistas detêm 50% da empresa.
          O banco (BMG) investiu na profissionalização e na governança, alterou sua estratégia de marketing – os patrocínios para times de futebol levaram um cartão vermelho (?) – e vem preparando uma aposta nos meios digitais. Hoje, eles estão restritos a uma plataforma de distribuição de investimentos e à concessão de crédito por meio da fintech Lendico, que atua como correspondente bancário. Estar perto das fintechs é uma regra.

Casino

          Em 1999, a rede francesa Casino injetou 1,5 bilhão de dólares no Pão de Açúcar. Abilio passou a ter então um sócio internacional. Adepto do modelo de crescer de forma alavancada, o Pão de Açúcar vendeu, em 1999, 23,98% do capital votante e 21% do capital total do Pão de Açúcar ao grupo francês Casino.
          Com escritório no Brasil, em 1999, a subsidiária brasileira do Banco Rothschild atuou como intermediária na aquisição de uma participação de 26,2% no Pão de Açúcar, no valor de 1 bilhão de dólares, pelo francês Casino.
          Em até cinco anos, mais R$ 1,1 bilhão de reais seria desembolsado pelo Casino para chegar a 40% do capital votante e 35,5% do capital total. O empresário dividiu o controle por alguns anos e, seguindo cláusula de contrato, em junho de 2012, entregou o comando acionário da maior rede varejista brasileira, ao grupo francês Casino. Presidente do conselho de administração, Abilio tentou ser o elo entre o Casino e o Pão de açúcar. Mas para o controlador do Casino, Jean-Charles Naori, Abilio tinha perdido o direito de intermediar a relação entre as duas empresas a ponto de ser barrado na porta num encontro em Paris no segundo semestre de 2012.
          Em setembro de 2013, após troca de ações entre Abilio Diniz e o Casino, aprovada sem restrições pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), acontece a renúncia do empresário do Conselho de Administração do grupo, abrindo mão de todos os seus direitos políticos na empresa. Abilio Diniz continuou com pouco menos de 10% do capital social da empresa, representados por ações sem direito a voto.
          Quando assinou o contrato, em 2005, com a cláusula que garantia aos franceses do Casino o controle total do Pão de Açúcar a partir de 22 de junho de 2012, uma das ideias que passava pela mente de Abilio é que então estaria com 75 anos e não iria querer se preocupar tanto com a empresa. Não se sabe se o principal slogan da empresa, "Orgulho de ser brasileiro", lhe vinha à mente com frequência. Hoje, porém, Abilio avalia que assinar aquele documento foi o maior erro que cometeu em sua trajetória profissional.
          Em janeiro de 2014, Casas Bahia e Ponto Frio começaram a fazer compras conjuntas com a empresa de comércio eletrônico do grupo, a Nova Pontocom. Em maio do mesmo ano, a Nova Pontocom anunciou uma união com a CDiscount, site de comércio eletrônico do grupo francês Casino. A nova empresa, é chamada de CNova.
          Quando a Via Varejo incorporou a CNova, ficou com as operações on-line da Casas Bahia, do Ponto Frio e do Extra.com.
          Foi justamente um dos movimentos mais criticados do Casino à frente da dona da Casas Bahia e do Ponto Frio que envolveu a separação da operação online – a CNova – das lojas físicas. O objetivo de unir todas as operações globais de e-commerce do grupo Casino atrapalhou o desempenho da Via Varejo por aqui – a estratégia acabou descartada dois anos mais tarde. Nesse ínterim, porém, o Magazine Luiza implantou inovações.
Em janeiro de 2019, o Casino fechou acordo para vender 26 hipermercados e supermercados localizados fora de Paris, avaliados em 501 milhões de euros, para a gestora de investimentos Fortress Investment. A iniciativa ajuda a varejista a cumprir a meta de vender 1,5 bilhão de euros em ativos.
          No final de junho de 2019, o grupo divulga reestruturação desenhada pelo financista Jean-Charles Naouri, presidente do Casino, dos ativos da varejista francesa na América Latina, que transformará o Grupo Pão de Açúcar no controlador dos negócios na região. A aquisição da colombiana Éxito, abrange o controle das operações na Argentina e Uruguai. Em três etapas, a transação resolve pendências e abre caminho para elevar a liquidez em bolsa e o nível de governança corporativa do grupo.
(Fonte - jornal Valor - 21.01.2019 - parte)

Sendas Supermercados

          Em 2003, depois de diversas conversas ao longo dos anos, Arthur Sendas decidiu vender ao Pão de Açúcar metade da rede Sendas, então a quinta maior rede varejista do país. Em maio de 2016, o Pão de Açúcar concluiu as negociações com o Sendas para a aquisição das ações remanescentes da empresa. Com essa aquisição, o Pão de Açúcar e suas controladas passaram a deter conjuntamente 100% do capital social total da Sendas Distribuidora. O valor total da operação é de 377 milhões de reais. O Pão de Açúcar 
passou a focar na conversão da marca Sendas em lojas Extra Supermercado.
          Mais tarde, o nome Sendas passou a fazer parte da razão social da área de atacarejo do Grupo Pão de Açúcar, com a bandeira Assaí.
          Considerando dados de agosto de 2017, a rede Assaí, cuja razão social é Sendas Distribuidora, tem 112 lojas e é responsável por 39% do segmento alimentar do GPA. Um grande sucesso para um investimento de pouco mais de R$ 400 milhões em 2007.

SuperMar Supermercados (antiga Unimar)

          Em fevereiro de 1993, a empresa Serra da Pipoca Agropecuária comprou as 59 lojas que a rede de supermercados Paes Mendonça, de Mamede Paes Mendonça, tinha na Bahia.
          As lojas foram agrupadas na Unimar Supermercados, com sede em Salvador. Até bem pouco tempo antes, a Serra da Pipoca era o braço agropecuário da Kieppe, a holding particular do empreiteiro Norberto Odebrecht. Os donos da Serra da Pipoca eram investidores da Bahia, capitaneados pelo empresário José Barachísio Lisboa. Durante muito tempo Barachísio, como é conhecido em Salvador, foi o principal executivo da Kieppe, da qual se desligou para presidir a Unimar.
          Na realidade, Mamede teve de entregar as lojas da Bahia ao empreiteiro Norberto Odebrecht como pagamento de dívidas. Depois de serem repassadas a um executivo, que pediu autofalência, as lojas acabaram nas mãos de um grupo de credores capitaneados pelo Garantia. Dois anos sob controle do Garantia não foram suficientes para sanear a Supermar (novo nome da Unimar), que padece de uma crise crônica de identidade.
          Desde que deixou de pertencer a Mamede, a rede já usou os nomes Paes Mendonça, Unimar e Supermar. Depois, Bompreço, após ter sido comprada pela rede do empresário João Carlos Paes Mendonça e dos holandeses do grupo Royal Ahold.
          Em fins de 1996, o Pão de Açúcar estava de olho na rede baiana de supermercados SuperMar, a antiga Unimar, do Grupo Garantia. Em algumas semanas de setembro e outubro, um grupo de 10 executivos da empresa esteve em Salvador para avaliar as mais de 40 lojas da rede, que faturou 719 milhões de dólares em 1995. A compra do SuperMar faria parte dos planos de expansão do Pão de Açúcar no Nordeste - onde tinha apenas 2 supermercados Superbox. Não foi a primeira vez que Diniz tentou a compra. Algum tempo antes, o Pão de Açúcar chegou a negociar por pelo menos 3 vezes com o antigo controlador, Mamede Paes Mendonça.
          No final de 1996, João Carlos Paes Mendonça, dono do BomPreço, fez uma aliança estratégica com o grupo Royal Ahold, da Holanda. Os holandeses compraram a metade das ações com direito a voto da Bompreçopar, a holding do grupo, por um valor estimado em mais de 100 milhões de dólares.
          O primeiro fruto dessa associação com a Royal Ahold foi a compra da Supermar, no começo de março de 1997. Trata-se justamente da sucessora do braço baiano do Paes Mendonça, a rede do tio Mamede.
          Com a compra da Supermar, o Bompreço se torna a terceira maior cadeia de supermercados do país, atrás do Carrefour e do Pão de Açúcar. Às suas vendas, de 1,3 bilhão de dólares em 1996, somou-se os 700 milhões obtidos pela Supermar. Para João Carlos, além de representar a incorporação de uma receita importante, a compra da Supermar tem um ingrediente sentimental. O folclórico Mamede, um empresário que escrevia sal com cê-cedilha, além de tio era também padrinho do presidente do Bompreço.
          A incorporação da Supermar era uma jogada de risco que tinha lá seus atrativos. A rede baiana ainda conservava 50 lojas, 35 das quais tinham automação comercial. Com elas o Bompreço já entrou dominando 55% do abastecimento de Salvador, um dos maiores e melhores mercados metropolitanos do país.
(Fonte: revista Exame - 25.07.1990 / 03.03.1993 / 20.11.1996 / 07.05.1997 - partes)

16 de mai. de 2023

Cines Bristol e Liberty

          O Cine Bristol, um cinema antigão, tinha sua majestosa sala no shopping Center 3, na Avenida Paulista, região central de São Paulo.
          Seu dono resolveu homenagear a cidade inglesa de mesmo nome com uma decoração que remetia a um castelo medieval — com direito a armaduras, flâmulas, escudos e carpete vermelho.
          Os cines Bristol e Liberty (que também ficava no Center 3), não eram cines de rua, nem de bairro, já que a Paulista se consagrava como um dos eixos centrais da cidade. Cines de shopping, mas de shoppings mais amenos e despretensiosos.
          E os dois cines eram “la créme de la créme”, em conforto e decoração de bom gosto, num mesmo nível, mas com temas bem diversos.
          O Bristol, com sua sóbria decoração. Portais Tudor, escadarias em sólida madeira escura, com uma armadura prateada, tudo vigiando. Os vitrais coloridos, em contraste, como numa abadia inglesa. Mesmo os banheiros tinham placas coloridas, vitrais de dama e cavaleiro medieval.
          Já o Liberty, como o nome indica, refere-se à essa fase do “Art Nouveau”, com os vitrais florais e de galhos artisticamente retorcidos, a escada em tons de azul turquesa patinado. As luminárias remetendo a Lalique e Tiffany. Sem exageros, mas tudo muito agradável ao olhar. Entrar ali parecia cruzar os portais de uma estação de metrô, no centro de Paris.
          Alie-se tudo isso a uma programação de primeira, e depois do finado Sta. Cecília, tornaram-se cines prediletos de muitos paulistanos ou visitantes da cidade.
          Mas, a cidade não para, e coisas relativamente simples e artesanais saem de moda, para dar lugar a mega-cinemas, mega-teatros, mega-espetáculos, mega-manifestações. Qualquer coisa vira mega, perigando escapar ao controle, a qualquer instante.
          Em 21 de maio de 1987, um incêndio destruiu os dois edifícios da Cesp, no Shopping Center 3. O incêndio provocou o desabamento do bloco central do edifício sede. Dias depois, uma implosão levou abaixo o segundo prédio, cuja estrutura estava comprometida. O Cines Bristol e Liberty viraram um monte de escombros.
          Com aparente falta de dinheiro para investimento, a Cesp deixou o local abandonado por muitos anos.
          O Shopping Center 3 foi, em meados da década de 2000, entregue renovado e os edifícios passaram por obras e acabados. Foram adquiridos por R$ 91,5 milhões pela construtora Wtorre em maio de 2010.
          O Cine Bristol ainda ressurgiu, foi reposicionado no mesmo Center 3, mas subdividido em salas,1,2,3,4,5.....Não sobrou nada da bela decoração. As novas bilheterias ficavam extremamente próximas a uma praça de alimentação. É o modernismo. Uma coisa, porém, melhorou. O sistema de som dos novos cinemas era excelente.
          Em agosto de 2022, porém, o pior aconteceu. O Cine Bristol e seus vizinhos foram fechados, (muito) provavelmente em definitivo. O andar, antes dedicado às salas de cinema, virou mais uma praça de alimentação. O Center 3 seguiu o mesmo caminho do (shopping) Top Center, também na Avenida Paulista, que alguns anos antes, desativara suas duas salas de cinema, para dar lugar a uma praça de alimentação. O Center 3, por sua vez, não ficou só nessa reforma. Efetuou uma ampliação, com uma até então improvável ligação com a Rua Frei Caneca. No meio do novo saguão, mais um conjunto de mesas, o que significa mais uma praça de alimentação.
          Só resta saber se o Center 3, agora sem cinemas, vai passar a se chamar "Center 4". Se antes as entradas e saídas da Avenida Paulista, Rua Augusta e Rua Luís Coelho formavam um trio de acessos que inspirou o nome, agora há um 4º acesso, pela Rua Frei Caneca.
(Fonte: Empiricus (Caio Mesquita) / São Paulo Minha Cidade (Luiz Simões Saidenberg) / Wikipédia - partes)

Grupo Uni.co

          O Grupo Uni.co atua em varejo especializado de franquias no Brasil e é dono das marcas Puket, Imaginarium, MinD e Lovebrands. Segundo a companhia, o Grupo Uni.co é líder do segmento de "fun design", lançando anualmente mais de quatro mil produtos inovadores e exclusivos, e suas três marcas possuem mais de 1,8 milhão de clientes.
          A plataforma de marcas do Grupo Uni.co foi criada em 2012, com a aquisição da Imaginarium pelo fundo de investimentos da Squadra, principal controladora do Uni.co até então.
          O grupo Uni.co, é de público majoritariamente feminino e jovem, possui mais de 440 lojas (todas franquias), mais de 2,8 mil pontos de vendas multimarcas nos 25 estados mais o Distrito Federal.
          A Imaginarium, rede de presentes e decoração, foi fundada em 1991 e adquirida pela Squadra parcialmente em 2012 e totalmente em 2015. Contava em 2017 com 235 operações (225 lojas e 10 quiosques) e projetava fechar 2017 com um faturamento total de rede de franquias de R$ 260 MM.
          A Ludi é a irmã mais nova da Imaginarium, mais jovem, mais colorida e com vocação para presentear. Nasceu em 2010 e em 2017 contava com mais de 2,4 mil clientes multimarcas e uma loja virtual.
          A MinD é uma marca de decoração e design que ingressou no grupo em 2016, após aquisição de uma participação dos sócios fundadores. Conta com 5 lojas, sendo 3 próprias e 2 franqueadas.
          A Puket, marca de vestuário e acessórios coloridos e divertidos voltada principalmente para o público infantil, foi fundada em 1988 pelos irmãos Claudio Bobrow e Adolfo Bobrow. É uma das maiores fabricantes de meias do país, com 2 fábricas (São Paulo-SP e Campo Grande-MS) e capacidade de produção de 16 milhões de pares por ano. Quando foi vendida à Squadra, em 2017, contava com 160 lojas no Brasil e 12 lojas internacionais, totalizando um faturamento da rede de lojas de R$ 220 milhões em 2017.
          Em 20 de abril de 2021, a Lojas Americanas comunicou que adquiriu o Grupo Uni.co através de sua subsidiária IF Capital. O contrato prevê a aquisição de 70% das ações e prevê a aquisição do restante das ações (30%) em três anos, em uma faixa de valor pré-definida e de acordo com a performance do plano de negócios.
          A Americanas diz que a aquisição está alinhada com o objetivo da companhia de oferecer um leque cada vez mais amplo de produtos.
          “Com esta aquisição, o Universo Americanas passa a atuar em uma nova frente de franquias, tendo em vista a presença do Grupo Uni.co nesse segmento há mais de 30 anos, com expertise reconhecida na gestão, operação, comunicabilidade de franquias e de marcas próprias de moda e fun-design, além do desenvolvimento de produtos com base em uma estrutura de soucing global, com destaque para produtos inovadores conectados com público jovem”, explica Miguel Gutierrez, CEO do Universo Americanas.
          O grupo estava em processo de IPO quando foi abordado pela Americanas. “Acreditamos que a Americanas possui um conjunto inigualável de ativos para apoiar nosso crescimento. As plataformas de varejo físico e digital, logística e fintech têm o potencial de acelerar várias frentes estratégicas que estamos conduzindo atualmente” afirma Wellington Santos, sócio e CEO do Grupo Uni.co.
(Fonte: Sua Franquia - 2017 / Estadão - 20.04.2021 / Diário do Comércio - 22.04.2021 - partes)

13 de mai. de 2023

Light (concessionária de energia do RJ)

          A Light é a distribuidora de energia de parte da cidade do Rio de Janeiro. Foi privatizada em maio de 1996. O consórcio vencedor era formado pelas americanas AES Corporation e Houston Industries 
Energy Inc., a Eletricitè de France e a Companhia Siderúrgica Nacional.
          Em junho de 1996, a EDF levou um susto ao assumir a Light. Nada menos que 30% dos 10.000 funcionários incluídos na folha de pagamento eram fantasmas, que ganhavam sem trabalhar. O exército de Gasparzinhos chegaria, portanto, a 3.000 pessoas. Como a EDF já anunciara que iria demitir 3.800 empregados, isso significa que apenas 800 dos que realmente pegam no batente seriam atingidos. As demissões foram através de DPV - plano de demissões voluntárias.
          Considerando dados de dezembro de 1996, a Light fornecia 77% de toda energia consumida no Rio de Janeiro, o que correspondia a 2,7 milhões de consumidores. Sua rede de transmissão abrangia 25% da superfície da cidade.
          A Light passou integralmente às mãos da estatal francesa EDF, que não se adaptou ao mercado brasileiro, particularmente no tocante ao roubo de energia, prática disseminada no Rio que drena receita das distribuidoras.
          Em 2006, a EDF vende a Light para um consórcio formado por Cemig, Andrade Gutierrez, banco Pactual e pelo ex-banqueiro Aldo Flores. O valor do negócio foi de 320 milhões de dólares.
Nessa época a Light tinha dívida de 3,1 bilhões de reais e apresentava alguns dos piores indicadores operacionais do setor. As ligações clandestinas, conhecidas como "gatos", levavam 16% da energia distribuída pela companhia - muito mais que os índices de empresas como a mineira Cemig (1,2%), a paulista Eletropaulo (7%) ou a Ampla (12%), que atua na região de Niterói. Além dos "gatos", a Light sofria com uma taxa de inadimplência de 15% - a mais alta do país, segundo a Abradee, associação que reúne as empresas do setor (a média nacional é 7%). Para sanear a Light, foi contratado o executivo José Luiz Alquéres, ex-presidente da subsidiária brasileira da Alstom e da Eletrobrás.
          A Light passa ao controle integral da Cemig no fim de 2009. Carregava consigo problemas que lhe empurravam para a lista de reclamações por mau atendimento. Para ficar num só exemplo, cerca de 70 quilômetros de cabos de cobre foram furtados da rede da empresa no período 2008 a 2010 por funcionários terceirizados.
          Num verdadeiro apagão de imagem, a Light, especialmente por volta de 2010, estava tentando administrar um exército de consumidores irados. 2485 reportagens negativas foram veiculadas entre janeiro e julho daquele ano. No mesmo período, 4900 queixas foram feitas por consumidores na Agência Nacional de Energia Elétrica. Coube a Jerson Kelman, que assumiu a presidência da empresa em junho de 2010, o esforço hercúleo de colocar a casa em ordem. Seu antecessor, o executivo José Luiz Alquéres, já havia melhorado os números da última linha do balanço. Na administração de Alquéres, a Light voltou a atenção às áreas periféricas, que tinham os piores indicadores de serviços. Sem reparos e sem reforços, o restante da rede não aguentou o aumento do consumo energético alimentado pelo crescimento econômico dos anos anteriores.
          Em 4 de outubro de 2018 a Light concluiu a venda da sua subsidiária Light Esco para a Ecogen Brasil Soluções Energéticas. A operação foi anunciada em março, e pelo negócio a Light recebeu R$ 43,377 milhões. Esse valor já envolve o desconto de saldo de dívida da Light Esco.
          O banqueiro Ronaldo Cezar Coelho se tornou, em 2020, o principal investidor privado da companhia fluminense, com cerca de 20%. Carlos Alberto (Beto) Sicupira (do grupo 3G Capital) passou a ter 10% da empresa em outubro do mesmo(2020) ano quando comprou 30 milhões de ações da Light pelo valor de R$ 550 milhões.
Em 12 de maio de 2023, a Light deu entrada no pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro. Segundo a Light, o pedido foi realizado com caráter de urgência pois “os desafios oriundos da atual situação econômico-financeira da companhia e algumas de suas subsidiárias se mantêm e vêm se agravando”. Ao solicitar a recuperação, a companhia confirmou ter dívidas de R$ 11 bilhões.
(Fonte: revista Investimentos - 25.09.1996 / 02.12.1996 / revista Exame - 11.03.1998 / 16.08.2006 / 06.10.2010 / UOL - 01.11.2015 / IstoÉDinheiro - 04.10.2018 / Valor - 19.10.2020 / MoneyTimes - 12.05.2023 - partes)

10 de mai. de 2023

Pontifícia Universidade Católica - PUC

          No Brasil, as Pontifícias Universidades Católicas, ou PUCs, têm reconhecida tradição acadêmica. Não é diferente quando pensamos em instituições do tipo que são referência na América do Sul, como as PUCs do Chile e da Argentina. As universidades católicas, no entanto, têm características específicas para serem regidas pela Igreja. Uma delas, inclusive, está localizada no próprio Vaticano e é uma referência internacional em estudos teológicos.
          Algumas instituições de ensino superior católicas romanas, bem como as eclesiásticas recebem o título honorífico de “pontifícia universidade” quando são reconhecidas diretamente pela Santa Sé. Tal reconhecimento, é regido pelo Código de Direito Canônico, dentro da constituição apostólica comandada pelo Papa.
          Em geral, os graus acadêmicos que uma universidade pontifícia pode conceder são em teologia sagrada, direito canônico e filosofia. Na prática, porém, estas instituições também oferecem formações em outros campos de estudo.
          O Brasil tem pontifícias universidades importantes, distribuídas por vários estados, como a PUC-Rio, PUC-SP, PUC-RS, PUC Minas, PUC-PR e PUC Goiás. Já nos países vizinhos, a Pontifícia Universidade Católica do Chile e da Argentina se destacam entre as mais renomadas da América Latina.
          A faculdade católica chilena, privada, vem desafiando desde 2014 a USP entre as melhores instituições latino-americanas. E isso principalmente devido a um investimento maior em pesquisa acadêmica, incluindo parceria com instituições estrangeiras para publicações de artigos.
          As primeiras faculdades criadas na PUC do Chile foram de Direito, Ciências Físicas e Matemática. Mais tarde, foi a vez da tradicional Escola de Letras e, entre 1920 e 1953, mais seis faculdades foram inauguradas (Arquitetura, Comércio, Filosofia, Ciências da Educação, Medicina, Tecnologia e Teologia), além de outras quatro escolas (Serviço Social, Enfermagem, Ciências Biológicas e Artes Plásticas).
          Já a Universidade Católica Argentina (UCA) é uma importante instituição privada de ensino superior, tão prestigiada quanto a Universidade de Buenos Aires (UBA), que é pública. Reconhecida por sua formação integral, a UCA é baseada em inovação e tem entre os principais projetos de desenvolvimento o Observatório da Dívida Social da Argentina e o Instituto de Pesquisa Biomédica. Tem mais de 50 cursos de bacharelado e 180 programas de pós-graduação, entre especialização, mestrado e doutorado, em temas como Agricultura, Ciência Política, Relações Internacionais, Engenharia, Jornalismo e Ciências Médicas.

PUC - RJ
          Criar a “Universidade Católica do Brasil” foi uma meta estabelecida pelos Bispos do Brasil e um sonho acalentado por Dom Sebastião Leme e Pe. Leonel Franca, S.J. Com este objetivo, em 30 de outubro de 1940, por meio do Decreto 6.409, foi criada a Sociedade Civil Faculdades Católicas, integrada na rede educacional da Companhia de Jesus, que mantém obras educacionais com a finalidade de contribuir para a missão evangelizadora da Igreja.
          No dia 15 de março de 1941, foi realizada a inauguração solene dos cursos das Faculdades Católicas de Filosofia e Direito, instaladas anexas ao Colégio Santo Inácio. Em 1943, a Faculdade de Filosofia instalou um curso de preparação para auxiliares de Serviço Social.
          A Faculdade Católica de Filosofia, a Faculdade Católica de Direito e a Escola de Serviço Social receberam autorização de se reunirem, constituindo-se em Universidade pelo Decreto 8.681, de 15 de janeiro de 1946, ano em que foram aprovados os Estatutos da Universidade Católica do Rio de Janeiro. No ano seguinte, pelo Decreto da Congregação dos Seminários, de 20/01/1947, a Santa Sé concedeu-lhe o título e as prerrogativas de Universidade Pontifícia.
          Com o crescente desenvolvimento da indústria no país e a consequente necessidade de cursos na área de engenharia, foi criada em 1948 a Escola Politécnica da PUC (EPPUC).
          Ao final da década de 1940 e nos anos de 1950, foram criados os cursos de Jornalismo e Matemática, os Institutos de Direito Comparado e de Psicologia Aplicada, a Escola de Sociologia e Política, a Escola Médica de Pós-Graduação e os Cursos de Aperfeiçoamento Odontológico, bem como o Instituto de Administração e Gerência (IAG).
          A PUC-Rio continuou a se expandir com a inauguração de sua nova sede, no bairro da Gávea. Em 1951, fundou-se a Associação dos Antigos Alunos da PUC-Rio e celebrou-se o lançamento da Pedra Fundamental do novo campus, que seria inaugurado em 1955.
          No início da década de 1960, a Universidade começou a buscar sua excelência na geração de conhecimento científico. Numa atitude absolutamente pioneira para uma universidade particular, a PUC-Rio, utilizando recursos próprios, montou seus primeiros laboratórios, contratou seus primeiros docentes em tempo integral e passou a desenvolver pesquisa de forma sistemática. Por isso, quando o então Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) resolveu, por meio do Fundo de Desenvolvimento Técnico Científico (FUNTEC), apoiar a pós-graduação e a pesquisa em universidades, a PUC-Rio foi uma das entidades escolhidas para receber este apoio.
          A PUC-Rio não se limitou aos cursos apoiados pelas agências governamentais e, na década de 1960, com o uso exclusivo de recursos próprios, criou inúmeros cursos nas áreas de Ciências Humanas e Sociais.
          Ainda nos anos 1960, a PUC-Rio instalou em suas dependências um Computador Burroughs 205, o primeiro da América Latina em universidades e o primeiro do Brasil.
          Em 1966, um grupo de trabalho deu início a um processo de profunda reforma acadêmico-administrativa da Universidade. No projeto dos novos Estatuto e Regimento, foram abordados pontos relacionados à tríplice função da Universidade (pesquisa, ensino e prestação de serviços); à modernização de sua estrutura organizacional; à organização didática dos cursos em nível de graduação, pós-graduação e extensão; e à implantação do regime de créditos, entre outros. Os novos Estatuto e Regimento foram aprovados em junho de 1969, antecipando-se, assim, à maioria dos projetos de reforma desenvolvidos pelas demais universidades brasileiras, em decorrência da Reforma Universitária de 1968. A Reforma da PUC-Rio acabou sendo referência para todo o país.
          Foram, então, criados os Departamentos, que passaram a ser as Unidades Acadêmicas básicas. Eram, na época, 20 Departamentos divididos em 3 centros: CTCH (Centro de Teologia e Ciências Humanas), CCS (Centro de Ciências Sociais), CTC (Centro Técnico Científico), além do CCBM (Centro de Ciências Biológicas e de Medicina), dedicado à especialização.
          No intenso ritmo dos avanços científico-tecnológicos que geraram profundas transformações nos contextos político, econômico e social da década de 1990, a PUC-Rio confirmou-se como instituição pioneira e dinâmica ao abrir cada vez mais seu leque de atividades. Cinco exemplos merecem registro, por indicarem essa diversificação: (1) criação do Centro Loyola de Fé e Cultura, com o objetivo de expandir o diálogo entre Fé e Cultura/Ciência para além das salas de aula, formando leigos para o trabalho evangelizador; (2) criação do Instituto Gênesis para Inovação e Ação Empreendedora que tem por objetivo, formar empreendedores, empreendimentos e criar ambientes de inovação, promovendo a interdisciplinaridade através da aplicação do conhecimento da Universidade na geração de produtos e serviços inovadores, estreitando assim, sua relação com o mercado; (3) institucionalização do sistema de pós-graduação lato sensu em toda a Universidade com a criação de mais de 20 cursos de especialização com a mesma marca de excelência de seus cursos regulares stricto sensu; (4) criação da Coordenação Central de Educação a Distância (CCEAD) com intuito de funcionar como pólo agregador dos trabalhos de Educação a Distância na PUC-Rio, e (5) criação do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA), com o objetivo de promover e agregar atividades relacionadas ao meio-ambiente entre os diversos Departamentos da Universidade.
          Avançando na meta de estabelecer um relacionamento mais próximo de seus cursos de graduação com o mundo do trabalho, a PUC-Rio criou, em 1995, a Empresa Júnior, empresa de consultoria de caráter multidisciplinar, composta exclusivamente por alunos de graduação. Paralelamente, desde 1997, realiza anualmente a Mostra PUC, com o objetivo de promover uma interação mais ativa entre a Universidade e a iniciativa privada, órgãos do governo e agências de fomento científico. Trata-se de um evento onde diversas entidades são convidadas a montar stands na Universidade para expor seu trabalho e entrar em contato com os alunos. Em todas essas iniciativas, destaca-se o objetivo de dar oportunidade aos alunos e ex-alunos da PUC-Rio de se desenvolverem como profissionais dinâmicos, críticos e criativos.

PUC-Rio e CCS


          Ainda em termos de novas iniciativas na área no ensino de graduação, pode-se destacar a criação de cursos de natureza intercentro como, dentre outros, o de Arquitetura e Urbanismo, em 1992, oferecido pelo Departamento de Artes & Design, do CTCH, e de Engenharia Civil, do CTC, contando com forte colaboração do Departamento de História, do CCS. Vale destacar, também, a criação, em 2005, da Habilitação em Cinema do Curso de Comunicação Social.
          O desejo permanente de manter a excelência em ensino, pesquisa e compromisso social é determinante na universidade. É importante exemplificar ações nesse sentido, tais como: a expansão da universidade para o Colégio São Marcelo (atual Campus Matteo Ricci), também na Gávea, em 2006; a inauguração, em 2007, do Instituto São Bento (atualmente sediado no Polo Caxias - Colégio São Francisco), no centro de Duque de Caxias, para ampliar as ações de extensão da PUC-Rio; e a criação do Instituto de Mídias Digitais, em 2009, através do qual, em parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, foi implantado acesso sem fio e gratuito à Internet nas comunidades de Manguinhos, Pavão-Pavãozinho, Jacarezinho e Rocinha.
          Atualmente, a PUC-Rio oferece 42 cursos e habilitações de graduação, 29 programas de pós-graduação stricto sensu e um consistente conjunto de cursos de extensão e de pós-graduação lato sensu. Consolida-se, assim, a cada ano, o fortalecimento equilibrado do tripé ensino, pesquisa e extensão.

PUC - SP
          Fundada no dia 13 de agosto de 1946 pelo Cardeal-Arcebispo da Cúria Metropolitana de São Paulo, Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, nasceu a partir da fusão da Faculdade Paulista de Direito com a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento, esta fundada em 1908. Foi reconhecida pelo Decreto-Lei nº 9.632, de 22 de agosto de 1946 – recebendo o título de Pontifícia em 20 janeiro de 1947 pelo Papa Pio XII, que nomeou Dom Vasconcelos Motta como primeiro grão-chanceler da instituição.
          Nas décadas de 1950 e 1960 do século XX, a instituição aproveitou-se da infraestrutura recebida das faculdades incorporadas, caso do acervo de bibliotecas e a admissão irrestrita de professores renomados. O maior exemplo foram os professores de filosofia advindos da Faculdade de São Bento, instituição que havia recebido o que foi chamado na época de Missão Belga. Isto é, devido a um convênio com Institut Supérieur de Philosophie da tradicional Universidade de Louvain, a instituição herdou professores como Charles Sentroul, Michel Schooyans, Joseph Comblin, Leonardo Van Acker, entre outros. A Faculdade Paulista de Direito teve nessa época professores que, além de terem cursado direito, fizeram o curso de filosofia da Faculdade São Bento, como o professor e diretor da faculdade Agostinho Neves de Arruda Alvim (1897-1976), o eminente professor e primeiro diretor Alexandre Correia (1890-1984), o professor André Franco Montoro (1916-1999), entre outros. Em 1969, a Universidade criou o primeiro curso de pós-graduação do país e, em 1971, entrou em funcionamento o Ciclo Básico no estudo de Ciências Humanas, proposta pioneira no Brasil.
          Durante a época da Ditadura Militar, vários estudantes e professores da PUC-SP participaram de várias manifestações contra o regime, e o então Grão-Chanceler, Dom Paulo Evaristo Arns, admitiu professores de universidades públicas que tinham sido cassados pela ditadura. Nomes como Florestan Fernandes, Octávio Ianni, Bento Prado Jr., José Arthur Giannotti, Celso Furtado e Paulo Freire, perseguidos pela ditadura militar, passaram a fazer parte do quadro de docentes da universidade. Em meados da década de 1970, o curso de filosofia é ameaçado de extinção, sendo que em 1974, a reitoria chegou a anunciar o fechamento do curso. O departamento de filosofia, através de elaboração de relatórios e reorganização administrativa, reage e consegue sustentar a existência do mesmo.
          Em 2001, a universidade teve um déficit de R$ 4 milhões, déficit esse que cresceu no decorrer dos anos, forçando a universidade a realizar empréstimos de bancos, dando origem a uma dívida de R$ 82 milhões em 2005. Os resultados puderam ser observados no resto do ano e também na maior parte do ano seguinte: alguns cursos foram fechados por baixa demanda e vários professores foram demitidos (embora alguns deles tenham aceitado sofrer um corte parcial nos seus salários para evitar serem demitidos), gerando protestos de alunos e professores. No final de 2006, a PUC-SP teve seus primeiros meses não-deficitários.
          Em função da crise, o Cardeal Dom Cláudio Hummes, então Grão-Chanceler da universidade, nomeou dois sacerdotes como secretários-executivos da Fundação São Paulo, os padres João Julio Farias Junior e José Rodolpho Perazzolo, que já exerciam a função de procuradores da Arquidiocese de São Paulo. Eles foram os responsáveis pela segunda leva de demissões ocorridas entre 2006 e 2007, que resultaram num corte de 30% de professores e funcionários da universidade.
          Em 2012, pela primeira vez desde que o sistema de eleição foi implementado na universidade, o candidato à reitoria mais votado (Dirceu de Mello, que já havia sido eleito em 2008) não foi nomeado quando a lista tríplice (contando com mais dois candidatos) seguiu para a ratificação do Cardeal-Arcebispo Dom Odilo Scherer, que indicou Profa. Dra. Anna Maria Marques Cintra, a terceira mais votada nas eleições. Ela assumiu o cargo, mesmo tendo assinado um termo se comprometendo a só assumir se fosse a mais votada. As decisões do Cardeal e de Anna Cintra foram recebidas com insatisfação por parte dos alunos, professores e funcionários, que entraram em greve e realizaram manifestações em resposta à nomeação de Anna Cintra. Em disputa judicial, o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve, em setembro de 2013, Anna Cintra no cargo de reitora da universidade. Em 28 de outubro de 2016, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) reconheceu e reafirmou a ilegalidade da greve de 2012, caracterizando-a como uma paralisação de cunho político e abusivo.
          Em 2015, a universidade entrou num processo de reestruturação, tendo já demitido cinquenta professores em dezembro de 2014 e criando contratos emergenciais visando compensar uma ação trabalhista de cerca de R$ 30 milhões, por causa de um dissídio não pago em 2005. As transformações na gestão não são apenas contrárias aos direitos trabalhistas dos professores, mas também, como muitos defendem, são contrárias aos valores confessionais daqueles que administram a própria instituição (Fundação São Paulo), posto que se opõem à encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão XIII (aliás, que dá nome a um dos Centros Acadêmicos da PUC-SP). A encíclica defende, acima de tudo, um salário justo ao trabalhador. Toda a situação de precarização dos contratos de professores e demissões, expõe a atuação tanto da nova reitora quanto da administração da Fundação São Paulo. O último anúncio dado à imprensa em 2015 foi referente à desativação do campus em Barueri, extinção de cursos com baixa demanda e fechamento de 1,3 mil vagas no vestibular até o ano de 2019.
          Todavia, em 2016, mesmo ano em que a PUC-SP completou 70 anos, os sucessivos ajustes nas contas que perduraram por pelo menos 10 anos obtiveram algum resultado. Pela primeira vez desde a década de 1980 a universidade apresentou um balanço positivo, ou seja, a dívida da entidade era menor do que a soma dos ativos. Além disso, a reitoria conquistou a aprovação do recebimento de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, que concedeu um empréstimo de R$ 27 milhões. Obras foram anunciadas em diversos campus para os anos seguintes, como informou o Pe. José Rodolpho Perazzolo, Secretário-Executivo da Fundação São Paulo.

PUC - RS
          A história da PUCRS se inicia com a vinda para o Brasil dos Irmãos Maristas, uma congregação religiosa fundada por São Marcelino Champagnat no ano de 1817, na França. No ano de 1900, os primeiros Maristas chegaram à cidade de Bom Princípio, no Rio Grande do Sul, a pedido do bispo Dom Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão. A partir de então, muitos outros religiosos maristas - tendo sempre como ideal o estilo marista de educar - vieram da Europa.
          Em 1904, através das instalações da Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Porto Alegre, criou-se a Escola Nossa Senhora do Rosário. A transferência do Colégio Nossa Senhora do Rosário para os arredores da Praça Dom Sebastião, no bairro Independência, ocorreu em 1927. A instituição se destacava por seu Instituto Superior de Comércio, dirigido pelo Irmão Afonso (Charles Désiré Joseph Herbaux). Era o primeiro reconhecido no Sul do País e seria o embrião da PUCRS, da qual o Ir. Afonso foi o precursor.
          A pedido dos alunos que se formavam e desejavam continuar seus estudos em nível universitário, mas não tinham como fazê-lo pela inexistência dos mesmos, Ir. Afonso criou o Curso Superior de Administração e Finanças, em março de 1931, com nove estudantes. Três anos depois, o curso passaria a integrar a Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas.
          O projeto dos Irmãos Maristas foi conduzido pela visão do Irmão Afonso, com a colaboração do Irmão Faustino João e dos professores Elói José da Rocha, Elpídio Ferreira Paes, Salomão Pires Abrahão, Francisco Juruena, Irmão José Otão e Antônio César Alves, entre outros. Em 1940, foi fundada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, seguida pela Escola de Serviço Social, no ano de 1945, e pela Faculdade de Direito, em 1947. Com as quatro faculdades, a União Sul Brasileira de Educação e Ensino (USBEE), entidade civil dos Irmãos Maristas, solicitou ao Ministério da Educação a equiparação de universidade.
          Em 8 de dezembro de 1948, o então arcebispo de Porto Alegre e chanceler da Universidade, Dom Vicente Scherer, deu posse à primeira administração para o triênio de 1948 a 1951, assim constituída: reitor, Armando Pereira da Câmara; vice-reitor, Irmão José Otão; Diretor da Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas, Francisco Juruena; Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Antônio César Alves; Diretor da Escola de Serviço Social, Mário Goulart Reis; Diretor da Faculdade de Direito, Armando Dias de Azevedo. Os demais reitores ao longo da história da Universidade foram os professores cônego Alberto Frederico Etges (1951 a 1953), Irmão José Otão (José Stefani) (1954 a 1978), Irmão Liberato (Wilhelm Hunke), que completou o último triênio do Irmão Otão (2 de maio de 1978 a 29 de dezembro de 1978), Irmão Norberto Francisco Rauch (1979 a 2004), Irmão Joaquim Clotet (2004 a 2016) e o Irmão Evilázio Teixeira, que, desde dezembro de 2016, ocupa o cargo de reitor.
          Pelo decreto nº 25.794, de 9 de novembro de 1948, do presidente Eurico Gaspar Dutra, as faculdades passaram a constituir a Universidade Católica do Rio Grande do Sul, a primeira criada pelos Irmãos Maristas no mundo.
          No dia 1º de novembro de 1950, o Papa Pio XII, por solicitação da mantenedora e do arcebispo Dom Vicente Scherer, outorgou à Universidade o título de Pontifícia. As obras dos Irmãos Maristas sempre foram pautadas pela obediência e respeito às diretivas do Santo Padre, o Papa. Como Universidade Pontifícia, o arcebispo de Porto Alegre é seu chanceler, Dom Jaime Spengler (desde 2013). Os anteriores foram Dom Vicente Scherer (1948 a 1981), Dom João Cláudio Colling (1981 a 1991), Dom Altamiro Rossato (1991 a 2001) e Dom Dadeus Grings (2001 a 2013).
          Em 1954, Ir. José Otão assumiu como reitor (1954-1978) e recebeu uma PUCRS relativamente pequena. Em sua gestão, solidificou a estrutura, reafirmou a força da mantenedora e resolveu transferir a Universidade do Centro de Porto Alegre para o Campus, localizado numa chácara dos Maristas, no mesmo terreno do Colégio Champagnat, no bairro Partenon.
          Em março de 1957, foi lançada a pedra fundamental da Faculdade de Odontologia e, 11 anos depois, o presidente da república Costa e Silva inaugurou a Cidade Universitária. A transferência das Faculdades para o Campus Central começou de forma gradativa em 1960. Em abril de 1962, foram inaugurados os prédios da Faculdade de Odontologia e da Escola de Engenharia.
          Com o Ir. Norberto Rauch como reitor, a Universidade levou a cabo grandes obras: o Tecnopuc, referência como Parque Tecnológico; o Museu de Ciências e Tecnologia, destaque por seus experimentos interativos em várias áreas do conhecimento; o Parque Esportivo, por sua capacidade de agregar inúmeras modalidades esportivas; a nova Biblioteca Central, uma das mais completas da América Latina; além de outros espaços destinados ao desenvolvimento do saber.
          Em 2004, Ir. Joaquim Clotet assumiu como reitor (2004-2016) e começou a revisar prioridades. Quatro linhas orientaram sua gestão: qualidade; empreendedorismo; integração ensino, pesquisa, extensão; e relacionamento com a sociedade.
          Em 2017, já com o Ir. Evilázio Teixeira como reitor, foi lançado o movimento PUCRS 360º – Universidade em transformação, que busca mais autonomia para os estudantes durante sua trajetória universitária, novos eixos formativos para uma experiência acadêmica diferenciada e mais espaços de convivência e estudo no Campus, como a Rua da Cultura.
          O brasão da PUCRS é formado, em seu timbre, por uma tiara (ou coroa) e duas chaves papais, sob às quais pende um liste azul com o lema latino Ad verum ducit, que significa "conduz à verdade". Em seu escudo, decorado com pele de arminho, há uma cruz de São Pedro invertida, em cor vermelha, na qual estão estampados o monograma dos Irmãos Maristas e uma estrela de sete pontas.

PUC - MG
          Em 12 de dezembro de 1958 nasceu a PUC Minas, fruto do sonho de um homem, conhecido e eternizado pelo bairro que leva o seu nome: Dom Antônio dos Santos Cabral, o Dom Cabral. Esse sonho concretizado, hoje faz parte diretamente da vida de alunos, professores e funcionários, e, indiretamente, da vida de milhares de pessoas beneficiadas por projetos de extensão e pesquisa e pelos profissionais formados na Universidade desde a sua criação.
          A história da PUC Minas começa em 1884, em Propriá, Sergipe. Lá, nasceu Dom Cabral, que veio para Belo Horizonte em 1922 para ser o primeiro bispo da jovem capital mineira. Veio com a missão de dotar a cidade da assistência de uma Igreja que auxiliaria o funcionamento e o crescimento da capital. A diocese foi elevada a arquidiocese em 1924 e praticamente não tinha bens. Com seu espírito empreendedor, Dom Cabral, que se tornou arcebispo, se pôs a trabalhar para construir as paróquias. Dentre as aquisições da nova Arquidiocese, a Fazenda Pastinho, no bairro Bela Vista, hoje bairro Dom Cabral, que abrigou, inicialmente, o Seminário Coração Eucarístico de Jesus, atualmente a PUC Minas. Uma parte desse terreno foi comprada pelo próprio Dom Cabral, com recursos herdados do pai.
          A exemplo das universidades católicas que já haviam sido criadas no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Porto Alegre, Belo Horizonte também queria a sua universidade católica.
          O objetivo da criação de uma instituição católica de ensino superior em Belo Horizonte era oferecer à juventude que emergia dos colégios, quase todos religiosos, uma opção de universidade comprometida com a saúde física e mental das pessoas, com o resgate dos pobres e com a justiça e os direitos fundamentais dos cidadãos.
          Em junho de 1948, foi criada a Sociedade Mineira de Cultura, mantenedora da futura universidade. As primeiras escolas a se incorporarem à Sociedade foram a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santa Maria e a Faculdade Mineira de Direito, em 1949, seguidas da Escola de Enfermagem Hugo Werneck e da Faculdade de Ciências Médicas, em 1951, e da Escola de Educação Física, em 1952. Em 1954, a Escola de Serviço Social foi incorporada com todo o seu patrimônio, incluindo seu imóvel e sua vasta biblioteca, cumprindo, assim, as exigências do Ministério da Educação. Em 12 de dezembro de 1958, o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, e o ministro da Educação, Clóvis Salgado, assinaram o decreto de criação da Universidade Católica de Minas Gerais.

PUC - PR
          A PUCPR foi fundada em 14 de março de 1959 como Universidade Católica do Paraná', por Dom Manuel da Silveira D'Elboux, Arcebispo de Curitiba. A fundação da PUCPR resultou da união das instituições Círculo de Estudos Bandeirantes, fundada em 1929, Escola de Serviço Social do Paraná, fundada em 1944, Escola de Filosofia, Ciências e Letras de Curitiba, fundada em 1950, Escola de Enfermagem Madre Léonie, fundada em 1953, Faculdade Católica de Direito do Paraná, fundada em 1956, Faculdade de Ciências Médicas, também fundada em 1956 e a Faculdade de Ciências Econômicas, fundada em 1957.
          Em 1972, a PUCPR inaugurou o Coral Champagnat PUCPR, formado por alunos e funcionários da universidade e cantores da cidade de Curitiba. Em dezembro do ano seguinte, Dom Pedro Fedalto, Arcebispo de Curitiba entregou a administração da PUCPR aos Maristas e a universidade passou a ser mantida pelos mesmos.
          O Hospital Universitário Cajuru foi adquirido pela Associação Paranaense de Cultura, mantenedora da PUCPR em 1977. O Hospital é um hospital-escola onde os alunos da universidade atendem a comunidade local.
          Em Abril de 1980, foi criado o grupo de teatro Tanahora da PUCPR para promover atividades artísticas no meio acadêmico e na comunidade local.
          O Vaticano concedeu à PUCPR a condição de Pontifícia em agosto de 1985 (a Ciênciaefé). Em 1991, foi fundado o campus em São José dos Pinhais. O campus Toledo foi fundado em 2000, o campus Londrina foi fundado em 2002 e o campus Maringá foi fundado em 2004.
          Em 2012, a PUCPR inaugurou a nova sede em Maringá e lançou o curso de medicina no campus Londrina. O curso foi aprovado pelo MEC e tem seis anos de duração em turno integral.
          Em setembro de 2013, a universidade fez convênio com a Santa Casa de Londrina para as atividades clínicas do curso de medicina. O alunos têm aulas teóricas e práticas, acompanhadas pelos professores do curso no Hospital Infantil, mantido pela Irmandade Santa Casa de Londrina (ISCAL).

PUC - GO
          Em 1948, Dom Emmanuel Gomes de Oliveira, que na época era Arcebispo de Goiânia, lança a ideia de criar a primeira Universidade do Centro-Oeste. No mesmo ano foi implantada a Faculdade de Filosofia, com cursos de História, Geografia, Letras e Pedagogia.
          Após alguns anos, são criadas as Faculdades de Ciências Econômicas (1951), e Direito (1959) e as escolas superiores de Belas Artes (1952), Enfermagem (1954), Serviço Social (1957) e Instituto de Pesquisa Econômica e Social. Reunindo essas faculdades, em 1958, cria-se a Sociedade Goiana de Cultura (entidade mantenedora da Universidade). Dom Fernando Gomes dos Santos, Arcebispo de Goiânia, organiza a Universidade de Goiás, que posteriormente passaria a ser chamada Universidade Católica de Goiás (UCG).
          Com o passar os anos, a universidade abriu novos cursos, entre eles: Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Farmácia, Fisioterapia e Ciências Aeronáuticas.
          A Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) tem sede no município de Goiânia. É uma universidade católica e comunitária, pluridisciplinar, para formação de quadros profissionais de nível superior, reconhecida pelo Governo estadual nos termos do Decreto n. 47.041 de 17 de outubro de 1959, sob o nome inicial de Universidade de Goiás. Fundada em 17 de outubro de 1959 pela Sociedade Goiana de Cultura, a PUC Goiás é a mais antiga universidade do estado, precedendo a Universidade Federal de Goiás  em dois meses.
          A Universidade de Goiás teve alterada sua denominação para Universidade Católica de Goiás pelo Decreto n. 68.917, de 14 de julho de 1971.
          Foi reconhecida Universidade de Direito Pontifício em 8 de setembro de 2009, passando assim a categoria de PUC, sendo a 7ª no Brasil e a 19ª no mundo com este título.
          A PUC Goiás dispõe de cursos diversificados e oferece 55 cursos de graduação, (especializações, mestrados e doutorados), 250 pesquisas em andamento e 458 laboratórios.
          Em 8 de setembro de 2009, o cardeal polonês Zenon Grocholewski, prefeito da Congregação para a Educação Católica no Vaticano reconheceu a Universidade Católica de Goiás (UCG) como Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás).
(Fonte: Estudar Fora - Fundação Estudar / Wikipédia / PUC-Rio CCS - partes)

Adam Capital

          A gestora Adam Capital foi fundada em 2016 por Márcio Appel e André Salgado e rapidamente se tornou uma das maiores do país
          A equipe da Adam é formada por executivos com pelo menos 20 anos de trajetória no mercado financeiro em cargos de destaque em grandes instituições nacionais e estrangeiras.
           São sócios da gestora: Márcio Appel, André Salgado, Fábio Landi, Camila Souza, Sérgio Dias e
Adriano Fontes.
          O sucesso dos fundos e da gestora fez com que o investidor Márcio Appel ganhasse os holofotes.
Appel nasceu em 1973, no bairro de Leblon, na cidade do Rio de Janeiro. Seu sonho de infância era trabalhar na NASA, tanto que chegou a ingressar no curso de engenharia aeronáutica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA, em 1990. Porém, em 1992, transferiu seu curso para engenharia eletrônica, no qual veio a se formar em 1994.
          O "fenômeno Adam" começou sua trajetória no setor bancário antes de ganhar os mercados como uma espécie de "guru". Antes de co-fundar a Adam, Appel foi diretor do Safra Asset Management (2008 – 2015), responsável pela gestão dos fundos do banco. Atuou como Head do Santander Asset Management (2001 – 2008) e na Tesouraria do Banco Bozano Simonsen (1995 – 2000).
          Considerando números de 2022, a Adam tem mais de R$ 8 bilhões sob gestão.
(Fonte: The Capital Advisor - 11.10.2022 - parte)

9 de mai. de 2023

Café Piu Piu

          O Café Piu Piu foi naugurado em maio de 1983 no bairro do Bixiga, em São Paulo, mais precisamente na Rua 13 de Maio, por Luiz Lustig e sua mulher na época, Silvia Galant. O Café Piu Piu está conservado, como uma extensão da casa de colaboradores e clientes. É a memória viva da noite paulistana.
          Silvia administra o local, juntamente com seu filho, Paulo Lustig, e manteve o espaço funcionando todos esses anos, sem nunca fechar. Somente durante o período da pandemia em que não se podiam abrir as casas de shows e, mesmo assim, o Café Piu Piu fez com que todos os funcionários, do chef de cozinha ao recepcionista, garçonetes, garçons, assistentes, gerente, técnico, permanecessem empregados por todo o tempo,
          E não é raro funcionários que estão lá desde o início, caso do Roberto de Moraes, o mesmo técnico de som há quatro décadas, que nunca faltou em nenhuma noite, e que já viu passar por lá artistas como Cauby Peixoto, Arrigo Barnabé, Tetê Espíndola, Itamar Assumpção, André Cristovão, Sivuca, Dante e Ná Ozzetti, Renato Borghetti, Nany People, Wanda Sá e Menescal, Ira, Lobão, Kid Vinyl, Angra, Thunderbird, Camisa de Vênus, entre tantos outros.
          Hoje, mais focado no rock, bandas como Almanak, Mr. Legacy, Classic Zoom, Rolls Rock, Rock Collection, Hot Rocks, Rádio Show entre outras, compõem a agenda da casa.
          Para celebrar os 40 anos de existência (maio de 2023), bandas que são figurinhas constantes por lá e convidados especiais, como Luís Carlini (Tutti Frutti), Rodrigo Santos (Barão Vermelho), Jimmy London (Matanza Ritual), entre outros, prometem shows para lá de animados.
(Fonte: CNN Brasil - Viagem & Gastronomia - Maio 2023)

Café Piu Più comemora 40 anos com agenda especial de show

Café Piu Più comemora 40 anos com agenda especial de showDivulgação

Don Giovanni (vinho) / Dona Bita (conhaque)



          Beatriz Dreher Giovaninni  nasceu em berço de vinho. E de espumante, e de conhaque. Não tem memórias da infância que não estejam ligadas ao cultivo de uvas e à produção de bebidas no negócio da família. Viu seu sobrenome, Dreher, virar uma das marcas de conhaque mais famosas do país.
          O avô imigrante trouxe, em 1910, o gosto pelo cultivo das uvas e a fabricação de bebidas. A receita do brandy, que se tornou mais tarde o conhaque Dreher, veio com ele. Na propriedade instalada em Pinto Bandeira, no interior de Bento Gonçalves, ficava a fábrica e também a área dos parreirais.
          As instabilidades do mercado brasileiro, somadas às mortes de familiares que eram peças fundamentais na administração da companhia, acabaram estimulando a venda da Dreher para uma empresa americana, a Heublein, em meados da década de 1970. Era o fim do contato de Beatriz com o seu universo. Até mesmo o produto, receita de seu avô, já não era mais o mesmo. Mudanças na legislação permitiram alterações na fórmula do conhaque, que já não se parecia com o brandy original.
Quando vendemos, a família saiu totalmente do negócio. A propriedade da minha infância foi junto. Não ficamos com nada - revela Beatriz.
          Mas, se precisou abrir mão de tudo isso, quando a empresa foi vendida, não foi para sempre. Ela readquiriu a propriedade da sua infância e reergueu o ofício de seu pai.
          Bem resolvida com a decisão familiar, ela tocou a vida, que a esta altura tinha as suas urgências, como a casa, os filhos e o trabalho. Mas demoraram apenas dois anos para que a quinta em que se fazia os vinhos e o brandy e onde floresciam os parreirais voltasse às mãos da família Dreher Giovaninni. Beatriz e o marido, Airton, viram a oportunidade e adquiriram de volta a propriedade. No local, hoje está instalada a vinícola Don Giovanni. E hoje, Beatriz Dreher Giovaninni vive de novo em berço de vinho, de espumante...
          O marido, aliás, é um parêntese necessário para contar o desenrolar dessa história. Proprietário de uma metalúrgica em Bento, Airton nunca teve qualquer contato com o mundo do vinho. O que conhecia era uma certa menina de grandes olhos verdes, a quem encontrava na companhia dos pais, nos bailes do Clube Aliança.
          Ele passava na rua e dizia que queria casar comigo. Mentira, tu é que corria atrás de mim! Risos. Muitos risos. Assim nasceu uma história de amor e parceria que dura 47 anos. Com o entusiasmo de Airton, Beatriz acreditou na possibilidade de retomar a propriedade da família. Fim do parêntese. Mas jamais o fim da história.
          Nós não tínhamos intenção de voltar a trabalhar com vinhos e brandy. Queríamos somente a casa e o terreno para ser nosso refúgio de campo, e contato com a natureza, aos finais de semana.
          Porém, ao encontrarem, no topo de uma colina, os parreirais antigos, plantados no tempo do pai de Beatriz, o casal decidiu preservar o que havia de vinhedos no local. Daí até buscarem novas cepas, aumentarem a área cultivada e voltarem a fazer vinhos foi apenas questão de tempo.
          A ideia inicial era fazer somente um vinho para o nosso consumo e para presentear amigos. Seria uma diversão - diz Beatriz.
          Hoje, a vinícola produz 120 mil garrafas de espumante, além de vinhos tintos e brancos. Um dos rótulos já foi eleito pela revista Gula como melhor do Brasil. Começaram a ser reconhecidos pelos produtos e não pararam mais.
          Um dos maiores orgulhos de Beatriz é ter recuperado o brandy feito pelo avô, na época da fundação da Dreher. Brandy (também chamado de conhaque) é um destilado de vinho que envelhece por, no mínimo, 12 anos antes de poder ser consumido. Sua graduação alcoólica chega aos 40% e ele tem um gosto adocicado e marcante. As garrafas gordinhas do Brandy Don Giovanni e as barricas em que ele envelhece são exibidas com pompa, em local de honra da vinícola.
          Além de retomar a produção de bebidas, o casal transformou a velha casa em pousada, com capacidade para poucos hóspedes e muito aconchego.
          Ao sentar-se à mesa para brindar, Beatriz afirma que, na época, não imaginava-se seguindo os passos da família. Até porque a empresa, que havia sido fundada pelo avô e o pai, já não existia mais. Mas ao contemplar a paisagem que cerca a vinícola e ao ter na taça uma bebida fabricada ali mesmo, por ela e pelo marido, sente-se recompensada. Por ter atado as pontas da sua história, por estar ali, no lugar que sempre foi seu, e por estar cada vez mais apaixonada pelo velho ofício da sua família.
          Voltar a fabricar vinhos, espumantes e o brandy não foi um plano, mas revelou-se uma fonte farta de felicidade. Beatriz resolveu então deixar registrado todo o seu gosto por aquele trabalho. Queria ter um espumante com o meu nome. Mas não era aquela coisa de homenagem, sabe? Queria mesmo era desfrutar dele enquanto estou viva e saudável.
          Nasceu assim o Dona Bita, o produto premium da vinícola, batizado com o apelido de infância de sua idealizadora. O espumante é um corte de chardonnay e pinot noir, feito pelo método champenoise - o mesmo utilizado para a fabricação da champagne - que matura por, no mínimo, 48 meses antes de chegar ao consumidor. Oferecer uma taça dele aos amigos é das coisas que mais envaidecem Beatriz. Quando acompanha algum visitante à cave de envelhecimento, faz questão de mostrar as garrafas da sua bebida.
          Presente em todas as partes do empreendimento, a história da família invade também a cozinha da pousada. Da mãe, Beatriz herdou o gosto pelas panelas e o talento para criar pratos. Inspirou-se então nos risotos maternos e criou a iguaria pela qual é famosa: o Risoto de Alcachofra acompanhado de Frango na Cerveja. Detalhe: as alcachofras são fresquinhas, plantadas ali mesmo, na horta, pelas mãos da própria cozinheira. "Vinho nacional na nossa taça é comida na mesa do produtor rural. Temos que pensar nisso.", diz Beatriz.
(Fonte: GZH - Redação Donna - 23.09.2013 / 24.03.2014)

Cerveja Xingu

          Nos anos 1980, o norte-americano Allan Eames (escritor e especialista em antropologia e história da cerveja) e a então esposa, Anne Latchis, visitaram a Amazônia para ouvir histórias e estudar os fermentados dos povos do Xingu. Inspirados em mitologias do século XVI - o da época da chegada dos portugueses ao Brasil -, queriam saber mais sobre as bebidas fermentadas de milho e mandioca. A história sobre uma cerveja escura foi a que mais os atraiu.
          Em um mercado de cervejas artesanais em transformação, buscaram desenvolver uma cerveja brasileira que trouxesse na receita esses elementos. Encontraram o empresário carioca Cesario Mello Franco, disposto a "construir uma marca para representar a brasilidade e ser distribuída em outros países".
          O primeiro desafio era onde produzir. Em Caçador (SC), uma fábrica de mesmo nome inaugurada em 1936, aceitou a missão de brassar uma Lager escura. O primeiro lote é de 1987, e o primeiro desembarque no Porto de Boston (EUA) ocorreu em fevereiro de 1988. Bem recebida pelo Culinary Institute of America, no Hyde Park, no Estado de Nova York, a cerveja, no mês seguinte, já tinha todo o seu estoque vendido nos EUA. No mesmo ano, o jornal The New York Times, em reportagem dominical, destacou The mellow art of the micro brew ("A doce arte da microcervejaria"). A cerveja escura, leve e saborosa ainda trazia garrafas de 640 ml, uma novidade para os norte-americanos, acostumados com as de 350ml.
          Nos anos 1990, a Xingu se tornou a brasileira com maior volume de exportação, representando 63% das vendas de cerveja do país ao exterior. O reconhecimento veio com a conquista de prêmios como o da All About Beer Magazine (Gold Medal, 91 pontos) e dois ouros do Beverage Testing Institute (Categoria Dark Lager). O inglês Michael Jackson (1942-2007), o "beer hunter", após experimentar a Xingu em um bar, em um de seus artigos na All About Beer sentenciou: "It was delicious".
          Nos anos 2000, depois da compra da marca no Brasil pela Kaiser, a Xingu ganhou visibilidade e cadeia de produção e de distribuição no país. Enquanto isso, no exterior, foram desenvolvidas novas versões, consolidando-a nos mercados norte-americano e europeu. Em 2015, a Xingu Gold foi desenvolvida na Inglaterra e foi eleita a melhor cerveja do Brasil pelo Beverage Testing Institute de Chicago. Ainda em 2017, ganhou ouro e prata no Los Angeles International Beer Competition nas categorias Dark Lager e Lager.          
          Como descrito acima, o empresário Cesario Mello Franco lançou a marca em 1988 e tempos depois, 2000, vendeu os direitos no Brasil para a Kaiser. Un pouco antes da pandemia, em novembro de 2019, recomprou-a do Grupo Heineken, que comprara a Kaiser.
          A empresa tem agora como prioridade expandir a cerveja no mercado brasileiro. Não só na clássica versão escura, mas também em outros estilos, com uma linha diversificada. Atualmente a produção da Xingu é concentrada no Canadá e na Alemanha. Foi produzida também na França e na Inglaterra. Via 65 distribuidoras, em 45 Estados, irriga os copos de apreciadores nos Estados Unidos, onde já foi eleita a melhor cerveja brasileira. "Na Europa, são de 10 a 15 festivais", contabiliza Mello Franco. "No exterior a gente faz a Xingu Black, a Gold, a Weiss e Zoigl (típica da Bavária, na Alemanha) e percorre todos os festivais da Alemanha de abril a setembro."
          Hoje a produção e o mercado estão basicamente no exterior, mas o plano é inverter essa proporção e fazer a fatia do Brasil chegar a cerca de 90%. Para isso, ao relançar a marca, em dezembro de 2022, o empreendedor alinhou a operação com um distribuidor nacional, a Interfood, e a produção na Brew Center, em Ipeúna (SP).

Ainda para este ano, estão programados mais dois estilos, mantidos em segredo. Além desses, uma das novidades será uma Brazilian Pale Ale, cuja fórmula foi desenvolvida por Paulo Schiaveto. Os esforços são para ganhar escala, de forma a reduzir o preço e oferecer um custo-benefício atrativo. Como parte dessa estratégia, ao recomprar a marca, Mello Franco buscou um meio-termo em relação à fórmula original. "Quis resgatar tudo o que era sensorial, aromático, mas também ajustei elementos mais adequados ao paladar brasileiro", conta.
          Filho do diplomata Affonso Arinos de Mello Franco (1930-2020), o empreendedor é habituado a transitar pelo mundo e, para coordenar uma operação entre tantos países, afirma: "Terceirizo tudo, mas coordeno tudo". Na Xingu, ele combina um empreendimento empresarial com as paixões pessoais ecléticas. Cesario Mello Franco é artista plástico, escritor assim como o pai (membro da Academia Brasileira de Letras) e documentarista, além, claro, de cervejeiro e empresário.
          Tem uma personalidade renascentista. Com a Xingu, no fim dos anos 1980, e depois, ao fundar a Colorado, em 1996, ao lado do amigo Marcelo Carneiro, contribuiu para tirar o Brasil da Idade Média cervejeira, de absolutismo das American Light Lagers.
(Fonte: Beer Art - Portal da Cerveja - Notícias RSS - 24.04.2023