A a fabricante de malas Ika - Irmãos Knopfholz, foi fundada em 1938, pelos irmãos, judeus poloneses, José e Chain Knopfholz.
De uma pequena loja de artigos de couro no centro de Curitiba, criaram duas fábricas, de malas e de plásticos, e sete lojas que, em meados de 1994, empregavam 430 funcionários.
Nos anos 1980, a empresa já era comandada pela segunda geração. Após a morte dos fundadores, os herdeiros dividiram-se em grupos antagônicos. Davi Knopfholz, presidente da Ika, é um dos quatro filhos de José Knopfholz. Ele e os irmãos Calmon, Manoel e Regina detinham 75% do capital. Paulo Grupenmacher, genro de Chain, era dono dos 25% restantes junto com os filhos e liderava a dissidência. A briga é antiga. "Nunca nos demos bem", reconhece Davi.
Enquanto os negócios eram prósperos os ânimos não se exaltavam. Mas em 1990 o Plano Collor encolheu o mercado interno e trouxe resultados desastrosos para a Ika. De 36 milhões de dólares em
1986, o faturamento despencou para 14 milhões em 1993 e o prejuízo apareceu.
Em 29 e maio de 1994, no meio da tarde, cerca do oitenta funcionários da Ika postaram-se em frente ao consultório de oftalmologia de Paulo Grupenmacher, no bairro Alto da Glória, em Curitiba. Munidos de faixas e cartazes, acusavam Grupenmacher de pôr em risco seus empregos. Motivo: Grupenmacher liderava um grupo de sócios minoritários que, na Justiça, contestava atos da família
Knopfholz.
A disputa ganhou contornos mais agressivos em maio (1994), quando o grupo de minoritários entrou com uma notificação judicial contra possíveis irregularidades administrativas na direção da Ika. A gota d'água, segundo os acionistas minoritários, teria sido a oferta em garantia de um imóvel da empresa para um empréstimo de 700.000 dólares com o Banestado. O negócio teria sido feito sem a concordância dos sócios minoritários, uma exigência do contrato social. Mas, Davi argumentou que o diretor indicado por eles (minoritários) participou das reuniões em que se decidiu o pedido do empréstimo.
A briga pública dificultava a negociação de uma dívida de 4,8 milhões de dólares com bancos e fornecedores. Com os salários atrasados e em busca de um culpado, os funcionários organizaram o protesto. Terminaram protagonizando mais um capítulo da crise da Ika. Uma história feita de embates
nos tribunais, vendas em queda livre e dívidas vencidas.
Sem saída, a direção da Ika pediu concordata, diferida pela Justiça no dia 5 de julho de 1994. O projeto de recuperação incluía a transferência da fábrica de malas para uma cooperativa de funcionários, a divisão da empresa em unidades de negócios, além da venda de parte das ações.
Enquanto isso, a Ika iniciou um processo de profissionalização. Um superintendente foi contratado no início de julho de 1994 e a família se afastaria do dia-a-dia da empresa.
A empresa funcionou até 1996. A marca Ika passou para o controle da Sunbag Multimarcas Ltda., que pretendia, nos primeiros meses de 1999, reiniciar a comercialização de malas, bolsa e carteiras. Para isso, fez investimento de 2,5 milhões de reais. A Sunbag tornou-se proprietária apenas da marca Ika, não tendo nada a ver com o ativo da empresa, encerrada em 1996. A Sunbag é uma sociedade entre os empresários Rolando Rosenblum, do grupo Sundown, Leon Knopfholz, sócio gestor do Parque da Mônica no Estação Plaza Show de Curitiba e Paco Lagos, diretor comercial da empresa, com 15 anos
de experiência no varejo, tendo atuado na Le Postiche e no Mappin.
A IKA foi um dos melhores e mais fortes símbolos do universo industrial de Curitiba, em que também tinham avultado no século 20 empresas igualmente paradigmáticas da cidade, como Móveis Cimo, Prosdócimo, Irmãos Campos Hidalgo, Móveis Guelmann, Bebidas Cini, Antisardina.]
Em maio de 2019, a empresa de comunicação K1 Licenciamento e Marketing, proprietária do produto IKA, envia ao blog/coluna Banda B release sobre o reavivamento da marca IKA, nos anos já recentes propriedade de Leon Knopfholz, jovem e multiempreendedor curitibano. A nova arrancada das malas começa por estabelecer ponto de venda em Ciudad Del Este, nas lojas Cell Shop. No noticiário remetido, Leon Knopfholz diz, a certo trecho: “A decisão de expandir os produtos para o mercado internacional nesse momento foi motivada por um cenário oportuno em âmbito mundial, começando pela tecnologia que facilitou o acesso à informação, aumentando a eficácia na localização de boas
oportunidades."
A Ika cita em seu site: "A marca Ika está presente nas idas e vindas, encontros e desencontros de várias gerações de brasileiros. Somos cúmplices nos seus deslocamentos, não apenas aos lugares mais
distantes, mas, principalmente, na busca de suas intensas emoções."
A empresa tem sede na Avenida Governador José Richa 17000, Galpão B, 82590-100, Novo Mundo, em Curitiba
(Fonte: revista Exame - 20.07.1994 / Folha de Londrina - 31.03.1999 / Banda B - 14.05.2019 / site da empresa - partes)
O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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15 de jun. de 2023
Ika
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