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8 de mai. de 2025

Skechers

          A fabricante de calçados Skecher, com sede na Califórnia, foi fundada em 1992 por Robert Greenberg, que apostou em criar calçados de qualidade, confortáveis e com preços acessíveis. Por causa disso, a Skechers construiu um público fiel entre profissionais que precisam passar o dia inteiro de pé (como enfermeiras, socorristas e funcionários de restaurantes), bem como pessoas idosas. A marca também tem um preço acessível se comparado com seus rivais. Enquanto um tênis Nike e Adidas sai em média por US$ 160, um Skechers custa em torno de US$ 60.
          Em 5 de maio de 2025, a 3G Capital anunciou a aquisição da Skechers, em um negócio avaliado em US$ 9,4 bilhões (aproximadamente R$ 53,4 bilhões). A transação marca a estreia da 3G Capital no setor de calçados — um setor que cresce a uma taxa anual de 7% e que deve manter esse ritmo nos próximos anos, segundo fontes familiarizadas com o assunto. O mercado global é dominado por Nike e Adidas,
          De acordo com os termos do acordo, a 3G deterá cerca de 80% da Skechers, enquanto a família fundadora Greenberg ficará com quase 20%. Assim que o acordo for finalizado, a Skechers se tornará uma empresa de capital fechado. A marca gera aproximadamente US$ 9 bilhões em receita anual, em comparação com US$ 51 bilhões da Nike e US$ 27 bilhões da Adidas.
          A 3G Capital pretende pagar US$ 63 por ação em dinheiro por todas as ações em circulação da Skechers. O acordo proposto representa um prêmio de 30% sobre o preço médio ponderado por volume das ações nos últimos 15 dias, informaram as empresas. A transação foi aprovada por unanimidade pelo conselho de administração da Skechers e deve ser concluída no terceiro trimestre de 2025.
          Greenberg — que tem 85 anos (maio de 2025) e ainda é o CEO e chairman da companhia — continuará à frente do negócio e manterá uma participação ainda não revelada.
          A 3G Capital, mais conhecida por suas participações majoritárias na AB InBev e no Burger King, conta com o investidor Alex Behring entre seus principais nomes. A empresa foi fundada originalmente pelos bilionários brasileiros Carlos Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, que venderam suas participações na 3G em 2022. O Sr. Lemann também é investidor da marca de calçados esportivos On 
Running.
          A Skechers permanecerá sob sua atual equipe de liderança, incluindo o presidente e CEO Robert Greenberg.
          Em comunicado ao mercado, a Skechers afirmou que o acordo inclui uma opção para os acionistas existentes receberem US$ 57 em dinheiro, além de uma unidade não negociável de capital em uma empresa privada recém-criada ("Nova LLC") que se tornará a holding da Skechers após a conclusão da transação.
"Com um histórico comprovado, a Skechers está entrando em seu próximo capítulo em parceria com a empresa global de investimentos 3G Capital", disse Robert Greenberg no comunicado. "Dado seu histórico notável em facilitar o sucesso de alguns dos negócios de consumo globais mais icônicos, acreditamos que esta parceria apoiará nossa talentosa equipe na aplicação de sua expertise para atender às necessidades de nossos consumidores e clientes, ao mesmo tempo em que possibilita o crescimento da empresa a longo prazo."
          “Estamos entusiasmados com a parceria com a Skechers e ansiosos para trabalhar com um empreendedor do calibre de Robert e a talentosa equipe da Skechers”, disseram Alex Behring, cofundador e sócio-gerente da 3G Capital, e Daniel Schwartz, sócio-gerente, também no comunicado. “Nossa equipe na 3G Capital foi criada para fazer parcerias com empresas como a Skechers.”
          A Greenhill, afiliada da Mizuho, ​​atuou como consultora financeira exclusiva da Skechers, enquanto a Latham & Watkins LLP atuou como consultora jurídica principal. A J.P. Morgan Securities LLC foi a consultora financeira exclusiva da 3G Capital, com a Paul, Weiss, Rifkind, Wharton & Garrison LLP como consultora jurídica principal e a Kirkland & Ellis LLP fornecendo consultoria 
jurídica e financeira.
          Com 5.000 lojas em todo o mundo, a Skechers está de olho na expansão para além de seus principais mercados, Europa e Estados Unidos. América Latina e Ásia são vistas como vetores-chave de crescimento. A empresa entrou no Brasil em 2007 e atualmente opera 15 lojas no país. Os EUA respondem por 38% das vendas globais da Skechers, enquanto China e Vietnã são os principais polos de fabricação da empresa, de acordo com uma reportagem do Financial Times.
(Fonte: Valor - 05.05.2025)

2 de mai. de 2025

Austral

          A marca brasileira de moda masculina Austral foi fundada em 2016 por Felipe Bacellar e Joaquim de Barros, que se conheceram enquanto cursavam administração de empresas.
          A Austral rapidamente ganhou popularidade entre consumidores de classe média alta, de 25 a 35 anos — especialmente atletas e surfistas com consciência ambiental — que buscam moda de alta qualidade a preços acessíveis.
          Esses consumidores estão dispostos a pagar até R$ 300 por uma camiseta de algodão. Na coleção de inverno, as jaquetas custam R$ 598 e os moletons, R$ 498. O apelo da marca é reforçado pelo uso de práticas de fabricação sustentáveis.
          O grande avanço da marca veio com sua entrada no varejo físico em 2020, capitalizando as vagas no varejo geradas pela pandemia e pelo boom do e-commerce.
          Percebendo a necessidade de se consolidar em shoppings de alta renda, os fundadores firmaram uma parceria em 2021 com o investidor anjo Geraldo Pernet para abrir lojas físicas. O foco foi em locais compactos e com design clean em áreas nobres, o que desencadeou um efeito dominó de novas inaugurações e consultas de outros shoppings e potenciais parceiros. Em meio a especulações sobre novas aquisições por grupos como Arezzo e Soma, e com a Riachuelo e a Renner buscando ativamente marcas de moda, o mercado voltou sua atenção para a Austral.
          Entre 2022 e 2023, a empresa cresceu quase 40%, atingindo R$ 15 milhões em receita, segundo estimativas dos shoppings parceiros, que recebem um percentual das vendas. Esse número quase dobrou em 2024, chegando a R$ 30 milhões, com um lucro líquido modesto.
          Em acordo assinado em 17 de abril de 2025, a Austral vendeu 40% de sua participação para Alexandre Brett, sócio da Br Labels, e David Bobrow, CEO da Tip Top, em um negócio que atraiu a atenção de grandes varejistas de vestuário e casas de moda tradicionais.
          Segundo fontes, no acordo com Brett e Bobrow cada um adquiriu 20% de participação. Esta é a primeira vez que os dois executivos se tornam sócios de uma empresa. O negócio foi fechado a título pessoal, com seus respectivos negócios permanecendo separados da Austral.
          Os recursos serão reinvestidos na empresa para apoiar a expansão, especialmente o lançamento de um modelo de franquia. A transação não visa a desalavancagem dos negócios e os novos sócios não devem receber remuneração no curto prazo.
          De acordo com executivos do setor, a Austral foi avaliada entre 9 e 10 vezes seu EBITDA, estimado em R$ 4 milhões a R$ 5 milhões para 2024. A empresa não divulgou nenhum valor relacionado ao negócio.
          Fontes disseram ao jornal Valor que, além de Brett e Bobrow, outros interessados ​​incluem Riachuelo, Aramis, Paramount, o grupo Via Veneto e Shoulder, esta última solicitando mais tempo para explorar a oportunidade.
“Começamos de forma informal, depois passamos por uma fase de maturidade e completamos esse ciclo nos shoppings. Mas, para escalar, precisávamos de parceiros para ajudar a estruturar o negócio”, disse Bacellar.
          Brett e Bobrow já conheciam os fundadores quando o interesse dos investidores começou a crescer em meados de 2023. A boutique de fusões e aquisições Target Advisor liderou as negociações. Inicialmente competindo separadamente, Brett e Bobrow concordaram posteriormente — por sugestão da Target — em formar uma parceria em um negócio conjunto.
          Bobrow contribuirá com a administração, estrutura organizacional e finanças, enquanto Brett apoiará o desenvolvimento comercial e de produtos, cada um contribuindo com seus pontos fortes individuais. O Sr. Brett enfatizou que os fundadores continuarão a liderar as operações, garantindo a integridade da identidade da empresa.
          Questionado sobre a possibilidade de conflitos de gestão, o Sr. Bobrow afirmou que todos os acionistas assinaram um acordo que define as funções, com os fundadores mantendo o controle. "Não se pode comparar isso com os negócios culturalmente complexos que vimos no setor. David e eu aprendemos com os sucessos e fracassos neste setor, então sabemos o que não repetir", disse ele durante uma entrevista na sede da Austral.
          Alexandre Brett vem de uma família que se destacou importando marcas de luxo como Giorgio Armani, Ermenegildo Zegna e Calvin Klein para o Brasil nos anos 2000. Ele trouxe a marca italiana de jeans Replay para o país em 2017 e agora lidera a Br Labels.
          O Sr. Bobrow, que comanda a Tip Top com suas 130 lojas, já desenvolveu uma estratégia inicial de franquias para a Austral. "Não pretendemos abrir mais lojas próprias neste momento", disse ele. "Queremos alavancar a expertise regional de certos investidores por meio de franquias. Dessa forma, podemos acelerar a expansão sem gastar dinheiro."
          O negócio destaca uma tendência crescente entre investidores que buscam marcas que combinam com sucesso o estilo casual com marcas aspiracionais, como Reserva e Osklen. Consultores de investimento afirmam que há uma demanda crescente por marcas de moda masculina de médio porte com espaço para crescer, mesmo no atual cenário econômico desafiador do Brasil.
          “Construir um negócio como a Austral no Brasil hoje não é uma tarefa fácil. É por isso que ativos com esse perfil são procurados”, disse Douglas Carvalho, sócio-fundador da Target Advisor, que anteriormente assessorou Brett na venda da Mandi, VR e Calvin Klein em 2011.
          O negócio envolveu os escritórios de advocacia LO Batista e Madrona Fialho, para os investidores, e o Spinelli Advogados, para os fundadores.
          Investimentos recentes sugerem uma concorrência crescente no segmento de mercado que combina conforto, tecnologia e sustentabilidade. Grandes players estão se movimentando: em 2024, a Aramis lançou a Urban, uma coleção focada em itens básicos e sustentáveis. Enquanto isso, a queridinha das mídias sociais Insider assinou um acordo de fornecimento de fibras em março com o apoio da gigante de celulose e papel Suzano, usando um processo sem produtos químicos.
          Atualmente (maio de 2025), a Austral opera seis lojas: Iguatemi São Paulo (sua flagship, inaugurada em 2021), JK Iguatemi, Pátio Higienópolis, Morumbi Shopping, Catarina Fashion Outlet e Iguatemi Alphaville. Em dezembro de 2023, a marca teve o maior faturamento por metro quadrado no shopping Iguatemi, em São Paulo, segundo o Valor.
(Fonte: Valor - 24.04.2025)

29 de abr. de 2025

Cirklo

          A Cirklo, uma das maiores recicladoras de garrafas PET do Brasil. A empresa nasceu da fusão entre a Green PCR e a Global PET, que estavam no portfólio da gestora EB Capital.
          Em 2024 a Cirklo recebeu um aporte do fundo internacional Circulate Capital, que se tornou sócio.
          Em fins de abril de 2025, a Cirklo fechou a aquisição da concorrente Clodax, que tem uma planta em Maceió (AL). O movimento faz parte de sua estratégia de ampliar a capacidade de coleta de embalagens para reaproveitamento do plástico, um mercado que vem crescendo gradualmente no país.
          Na semana de 21 a 25 de abril (2025), a Cirklo captou R$ 220 milhões via emissão de debêntures verdes. O dinheiro será usado para bancar a aquisição e fazer outros investimentos nas fábricas próprias, além de reforçar o caixa. A companhia é uma investida da gestora de recursos EB Capital.
          No primeiro semestre de 2025, a Cirklo avança em uma série de investimentos para aumentar a produção anual de resinas. A meta é avançar de 40 mil toneladas em 2024 para 115 mil toneladas até o fim de 2025 e atingir participação de mercado próxima de 40%. Isso será feito por meio desta aquisição, além do incremento em suas linhas industriais, em São Carlos (SP) e Conde (PB).
          O plástico reciclado é cada vez mais procurado por varejistas de cosméticos, refrigerantes, lácteos e produtos de limpeza, entre outros setores. “Para essas empresas, não adianta colocar na embalagem que ela é reciclável. É importante também que ela seja reciclada”, aponta o presidente da Cirklo, Irineu Barbosa Jr, em entrevista ao Estadão..
          Barbosa diz que o maior gargalo para o crescimento é a coleta de garrafas, pois quase metade vai parar em lixões ou na natureza. A companhia obtém as garrafas com cooperativas de trabalhadores e empresas que fazem logística reversa. O problema é que apenas 56,4% das PETs descartadas são recicladas, segundo a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet)
          “Dependemos muito da política nacional de resíduos sólidos, instituída há quase 20 anos, mas que não está atuando porque os governos não têm capacidade operacional de fechar os milhares de lixões”, afirma Barbosa. “A aquisição da Clodax entra na tese de pulverizar os canais de captação, melhorar a logística e diminuir os custos.”
          Outro obstáculo para o crescimento é a competição com a resina plástica virgem, cujo preço atualmente está bem menor que o da resina reciclada devido ao aumento da oferta vinda dos produtores asiáticos. “Chegamos a trabalhar com um preço 30% a 35% acima da resina virgem, e alguns clientes pediram um tempo”, conta Barbosa. “Em vez de comprar resina reciclada, foram plantar árvores para se manterem ‘verdes’”, brinca.
          A empresa faturou cerca de R$ 800 milhões em 2024 e estima alcançar R$ 1 bilhão em 2025.. 
(Fonte: Estadão 24.04.2025)

28 de abr. de 2025

Biomas

          A Biomas é uma empresa de crédito de carbono que tem entre seus acionistas Itaú Unibanco, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale.
          Na penúltima semana de abril de 2025, a Biomas lançou seu primeiro projeto de restauração de floresta nativa – modelo em que áreas degradadas de floresta recebem mudas de plantas nativas e são completamente restauradas. Nesse tipo de projeto, um crédito de carbono gerado corresponde a uma tonelada de gás carbônico retirada da atmosfera pelas árvores plantadas.
          Com um aporte de R$ 55 milhões, o projeto da Biomas será desenvolvido em uma área em que originalmente havia Mata Atlântica no sul da Bahia. A previsão é de gerar 500 mil créditos de carbono em 40 anos. Se os créditos fossem vendidos pelo valor médio atual de mercado – US$ 13 –, o projeto renderia US$ 6,5 milhões (cerca de R$ 37 milhões na cotação atual). A Biomas, no entanto, considera que seus créditos serão comercializados em um segmento “premium”, dada a qualidade do projeto. Nesse caso, o valor do crédito deve mais do que dobrar. 
          Pesam na cotação do crédito fatores como a variedade de árvores plantadas e a credibilidade da empresa desenvolvedora. O projeto da Biomas será implementado em parceria com a empresa de celulose Veracel – cujos donos são a brasileira Suzano e a finlandesa Stora Enso. Um total de 1,2 mil hectares não contínuos da Veracel receberá 2 milhões de mudas, que serão plantadas nos 20 primeiros meses. De acordo com o presidente da Veracel, Caio Zanardo, eucaliptos até poderiam ser cultivados nas áreas do projeto (desmatadas nos anos 1970), mas não de forma economicamente viável, já que são pequenos fragmentos de terra, muitos deles com declives. Além disso, diz, são áreas de preservação adicional – ou seja, além do que a lei obriga preservar.
          Ainda que aumente a produção, a expectativa é de que o carbono seja um negócio menor para a Veracel. “Neste momento, não vejo uma grande relevância do carbono como negócio. Tem uma oportunidade no futuro, mas marginal.” O projeto da Biomas e da Veracel terá sua primeira safra de créditos em 2029, quando devem ser gerados menos de 25 mil créditos.
          No projeto da Biomas, serão replantadas 70 espécies nativas em áreas de oito municípios cidades do sul da Bahia. “Quanto mais exuberante for a floresta, maior a capacidade de capturar carbono”, diz o CEO da Biomas, Fabio Sakamoto.
(Fonte: Estadão - 28.04.2025)

24 de abr. de 2025

Brastemp

          Para algumas marcas, a publicidade foi essencial para fixá-las no imaginário de muitas gerações. Foi o que a campanha “Não tem comparação” fez com a Brastemp. No comercial de TV, o cenário simples era composto por uma poltrona num ambiente austero que lembrava um consultório psicológico. Atores afiados, roteiro bem escrito e um bordão inteligente – “Não é assim uma Brastemp” – foram os 
ingredientes para a criação de um ícone da propaganda brasileira.
          “Essa campanha reforçou a percepção de excelência da marca, estabelecendo um padrão de referência para o setor”, conta Bertha Fernandes Kowalczyk, head de marcas e comunicação da 
Whirlpool.
          Em 2017, a marca resgatou a estratégia, acrescentando aos atores originais – Wandi Doratiotto e 
Arthur Kohl – a simbologia do meme, com a escalação de Glória Pires, Susana Vieira e Carolina Ferraz.
(Fonte: Estadão - 20.04.2025)

22 de abr. de 2025

Bybit

          A corretora de criptomoedas Bybit, uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo em volume de transações, , com sede em Dubai, foi fundada por Ben Zhou e outro sócio.
          Em fins de fevereiro de 2025, a Bybit sofreu um ataque hacker e teve 401.346 unidades da moeda digital ether (ETH), o equivalente a US$ 1,4 bilhão, transferidos para uma carteira digital desconhecida.
          Até o dia 21 de fevereiro, o maior roubo de criptomoedas da história havia sido o da Poly Network em 2021. Na ocasião, invasores desviaram US$ 610 milhões (o equivalente a R$ 3,5 bilhões) ao descobrirem vulnerabilidades no sistema, mas devolveram o valor quase integral depois de duas semanas.
          Só que esse ranking mudou com um novo caso: o hack da Bybit,. A operação resultou no desvio de US$ 1,5 bilhão (ou R$ 8,6 bilhões em conversão direta de moeda) de uma só vez. 
          Na rede social X (Twitter), o CEO e cofundador da Bybit, Ben Zhou, admitiu o ataque em postagem na qual disse que vai continuar permitindo saques dos usuários.
          O incidente envolvendo a empresa espanta não apenas pelo valor envolvido, mas também pela sofisticação das técnicas usadas para ganhar acesso aos criptoativos. Com o passar dos dias, alguns detalhes do golpe foram revelados e reforçam como esquemas de fraude evoluem a uma velocidade talvez até maior do que os próprios mecanismos de segurança criados para barrá-los.
          A própria corretora anunciou em 21 de fevereiro que detectou uma "atividade nao autorizada" em uma de suas carteiras de criptomoedas contendo Ethereum. Todo o valor, que foi roubado em uma única operação, envolveu aproximadamente 400 mil unidades de ETH e Staked Ether (stETH), transferidas para um mesmo destinatário.
          Os R$ 8,6 bilhões em Ethereum estavam armazenados em uma carteira "fria" — uma conta de armazenamento de criptomoedas sem conexão direta com a internet e que só movimenta valores a partir de uma chave privada sem acesso à blockchain.
          Só isso já dificultaria o roubo, mas o saldo da corretora estava ainda mais protegido. A carteira em questão era uma multisig, ou multi-assinatura, o que significa uma camada adicional de segurança que exige duas ou mais chaves privadas, que estão normalmente em posse de pessoas diferentes, para autorizar uma transação.
(Fonte: Época Negócios - 25.02.2025 / msn - 26.02.2025 - partes)
A página inicial da corretora que foi vítima do roubo. (Imagem: Reprodução/Bybit)

18 de abr. de 2025

Kuarup

          A gravadora Kuarup foi fundada em 1977 no Rio pelo jornalista Mario de Aratanha e pela artista 
gráfica Janine Houard.
          A gravadora ganhou seu primeiro Grammy Latino, com Semente Caipira, de Pena Branca, em 2001.
          Em 2009, a empresa estava fechando as portas. Ela havia sucumbido à crise da indústria fonográfica, que, naquela época, ainda aprendia a lidar com o avanço dos canais digitais.
          Foi por uma reportagem publicada pelo Estadão que o jornalista e empresário Alcides Ferreira soube que a gravadora Kuarup, que tinha no catálogo discos de nomes como Arthur Moreira Lima, Turibio Santos, Paulo Moura, Pena Branca & Xavantinho, Xangai, Cartola e Cida Moreira,
estava fechando.
          Ferreira decidiu comprar a Kuarup. O que ele sabia sobre tocar uma gravadora? Nada. Ele nem sequer conhecia os donos da Kuarup. Porém, gostava de música e, três anos antes, havia organizado
uma associação de apoiadores da Orquestra de Câmara Paulista.
          A história da Kuarup, que envolve sonhos, persistência, criatividade, paixão pela música – além de coincidências quase divinas –, agora é contada no livro Tocando em Frente, de Ferreira, Aratanha e da jornalista Adriana Del Ré. O livro está dividido em duas partes. Na primeira, Aratanha narra a fase carioca da gravadora, de 1977 a 2009. A segunda, assinada por Del Ré, contempla a fase paulista da
Kuarup, depois que ela foi adquirida por Ferreira.
          “Eu acredito muito no poder do bom exemplo. E a Kuarup é uma demonstração cabal de que um grupo de pessoas pode mudar o rumo das coisas. E não ficar prostrado, esperando um patrocínio, um
filantropo. Milagres, normalmente, não acontecem”, diz Ferreira.
          Para ficar com a Kuarup, Ferreira assumiu as dívidas que a empresa possuía, além de fazer o investimento necessário para que tudo pudesse andar novamente. “Foi feito o melhor negócio para o catálogo da gravadora, e não o melhor negócio para Aratanha e Janine. Eles foram muito compreensivos com a questão”, admite.
          Nas mãos do novo dono, a Kuarup não perdeu sua identidade. Ferreira continuou a investir na dobradinha música popular e erudita – e caipira, já que o gênero, na música brasileira e na história da Kuarup, merece ser destacado. Em um primeiro momento, fez um acordo com a Sony Music, com foco no relançamento de catálogo, que durou até 2013. Foi nessa época que voltaram ao mercado, em formato de CD, com distribuição nacional, álbuns importantes como Heitor Villa-Lobos – Os Choros de Câmara (1977); Ao Vivo em Tatuí, com Renato Teixeira & Pena Branca & Xavantinho (1992); Noites Cariocas – 15 Anos Depois – A Alegria do Improviso (2003); e Rolando Boldrin & Renato Teixeira (2005). A fase paulista rendeu álbuns de nomes como Chico Lobo, Alaíde Costa, Claudette Soares, Antonio Adolfo, Maria Alcina, Ayrton Montarroyos, Yamandu Costa, Sivuca, Joyce Moreno, Zé 
Geraldo, além de gravações de Chico Buarque, Ney Matogrosso e Edu Lobo.
          Ao longo dos anos, a gravadora ampliou suas áreas de interesse. Passou a ser também uma editora de livros, publicou as biografias de Geraldo Vandré, Taiguara e Hermeto Pascoal e a história de outra gravadora, a Forma; e produtora audiovisual – são dela os documentários A História Secreta do Pop Brasileiro, de André Barcinski, e Os 8 Magníficos, de Domingos de Oliveira.
          Na fase paulista da Kuarup tem uma coincidência quase ‘divina’. A primeira sede da gravadora na cidade foi em um prédio no centro, perto da Bolsa de Valores. A segunda, no bairro de Moema. Em 2013, a gravadora se instalou em um sobrado no bairro de Pinheiros, que marcou também o início de uma fase mais próspera. Nesse mesmo ano, Rodolfo Zanke, braço direito de Ferreira na gravadora, convidou o músico Renato Teixeira para conhecer a nova sede da gravadora. Ao chegar ao sobrado, disse que havia morado na casa com os pais, para surpresa de todos. Mais do que isso: foi nessa casa, atualmente ampliada com a aquisição do sobrado ao lado, que Teixeira compôs Romaria – a música se tornaria sucesso em 1977, com Elis Regina. Com a reforma das casas, Ferreira construiu um pequeno 
estúdio.
          Em 2021, Teixeira e Fagner se uniram no álbum Naturezas. Resolveram gravar no estúdio da Kuarup. Ao ver o local escolhido por Ferreira para instalar o estúdio, Teixeira notou que era praticamente o mesmo no qual mantinha seu estúdio caseiro, ainda quando morava com os pais. E mais: Fagner revelou que foi nele que fez a audição de seu álbum de estreia, Manera Fru Fru, Manera, em 1973. O estúdio, claro, ganhou o nome de Renato Teixeira. “Se você acredita em coincidências, fique só com elas. Se acredita em alguma energia, se é uma pessoa religiosa, pode levar para esse lado. Fico com as coincidências”, diz Ferreira. “São Paulo é enorme. Pinheiros é grande. É impressionante! Eu não acredito em coincidência, mas também não sei explicar o que é. De qualquer forma, ela casa muito com a fase paulistana da Kuarup. Tinha que ser nesse local. Foi algo forte para o livro”, conta Del Ré.
Cinco discos marcantes da trajetória do selo:
==> Semente Caipira O primeiro álbum de Pena Branca e Xavantinho foi vencedor na categoria melhor disco de música sertaneja no Grammy Latino de 2001
==> Em 1984, o álbum uniu um timaço de músicos para tocar e contar histórias. Deu origem a uma série, além de um solo de Elomar, de 1995. Elomar Geraldi Azevedo Vital Farias Xangai
==> Cartola Ao Vivo Registro ao vivo do último show do compositor carioca, traz o mangueirense cantando clássicos como Alvorada e As Rosas Não Falam.
==> Heitor Villa-Lobos: A Floresta do Amazonas Villa-Lobos talvez seja uma espécie de ‘padrinho’ da Kuarup, que generosamente sempre olhou sua obra, aqui tocada pelo pianista João Carlos Assis Brasil.
==> Ao Vivo em Tatuí Renato Teixeira não poderia ficar de fora. Nesse álbum, ao lado dos músicos Pena Branca & Xavantinho, traz o fino da música caipira.
(Fonte: Estadão - 16.04.2025)

15 de abr. de 2025

Columbia Sportswear

          Com sede em Portland, , nos Estados Unidos, a  marca de vestuário e equipamentos para atividades ao ar livre Columbia Sportswear foi fundada em 1938 pelos avós do Sr. Tim Boyle, presidente e CEO da 
Columbia, que fugiram da Alemanha nazista.
          No início de abril de 2025, o governo Trump anunciou tarifas retaliatórias sobre uma série de importações para os Estados Unidos. Para Boyle, essas medidas aumentaram a incerteza e deixaram os varejistas mais cautelosos. "É difícil para alguém da área de vendas assinar um contrato sem saber o que o futuro reserva em termos de custos dos produtos ou quanto estoque eles podem estocar. Estamos
vendo um congelamento nos investimentos em todo o setor", disse ele.
          No final de abril, a Sra. Michelle Aubrey, vice-presidente sênior da empresa, visitou São Paulo com uma delegação de 60 pessoas para aprofundar o conhecimento do mercado. O grupo explorou o pico mais alto da cidade, o Pico do Jaraguá, com 1.235 metros de altitude, bem como o icônico Parque 
do Ibirapuera.
          Em um país famoso por suas praias, a Columbia aposta no crescente entusiasmo brasileiro por montanhas e atividades ao ar livre — especialmente corrida de trilha — para impulsionar seus negócios. "A corrida de trilha é um dos nossos pontos fortes globais, então faz sentido começar por aí. Mas, eventualmente, adoraríamos expandir para outros segmentos", disse Aubrey.
          A decisão de migrar para mercados como o Brasil também está ligada às políticas do atual presidente dos EUA, Donald Trump. "É difícil entender o que está acontecendo nos EUA agora, então preferimos investir onde temos retornos mais previsíveis — e o Brasil certamente é um desses lugares", disse Tim Boyle,.
          Em meio à crescente incerteza política e econômica nos Estados Unidos, Columbia Sportswear está voltando sua atenção para os mercados internacionais, principalmente o Brasil. A empresa americana escolheu São Paulo como seu polo estratégico no país e planeja dobrar o número de lojas na cidade até 2026.
“São Paulo é o maior e mais importante mercado do Brasil. Atualmente, temos três lojas na cidade, mas queremos dobrar esse número”, disse Michelle Aubrey. A Columbia opera atualmente 10 lojas em todo o país, concentradas principalmente na região Sul do Brasil.
          Para o atual CEO, a empresa já passou por muitos períodos desafiadores, e este é simplesmente o mais recente. “Ao longo dos anos, tivemos muitos concorrentes, tanto no varejo especializado quanto fora dele, e conseguimos nos manter ágeis e bem capitalizados para manter o ônibus capitalizados para manter o negócio no caminho certo”, disse o Sr. Boyle.
          No Brasil, a Columbia tem como alvo dois segmentos principais de consumidores: profissionais experientes, que dominam as especificações técnicas de seus produtos, e consumidores casuais que praticam atividades ao ar livre como lazer. Como produtos especializados, os itens da Columbia têm um preço mais alto. Questionada se isso poderia prejudicar o crescimento em uma economia em crise, a Sra. Aubrey respondeu que não. "Seria tolice pensar que as pessoas não estão sendo mais criteriosas com suas compras. No entanto, acreditamos que, como nossos produtos apresentam tecnologias exclusivas, os clientes reconhecerão o valor", disse ela.
          A Sra. Aubrey vê o posicionamento premium da Columbia como uma alavanca para o crescimento, mesmo em um ambiente econômico desafiador. "Seria ingênuo ignorar que os consumidores estão pensando duas vezes antes de comprar. No entanto, estamos confiantes de que nossas tecnologias proprietárias criam um valor percebido que justifica o investimento", acrescentou.
Para fortalecer seu engajamento com esse público, a Columbia está investindo em influenciadores locais e embaixadores da marca. “É uma forma de mostrar que eles podem usar peças mais acessíveis no dia a dia, mas quando se trata de trilhas ou esqui, eles precisam de equipamentos adequados — ou vão 
congelar ou passar calor”, disse a Sra. Aubrey.
          Em 2024, a Columbia reportou vendas globais de US$ 3,36 bilhões, queda de 3,4% em relação a 2023. O lucro operacional caiu 13%, para US$ 270 milhões. De acordo com a empresa de pesquisa Statista, os Estados Unidos permaneceram como o principal mercado da empresa no ano passado, respondendo por 61% da receita, seguidos pela América Latina e Ásia, Europa, Oriente Médio e África e Canadá.
(Fonte: Valor - 15.04.2025)

14 de abr. de 2025

Terravita

          Os cremes Terravita chegam ao mercado pela primeira vez, em 1983, lançando as bases para o 
crescimento da empresa.
          Em 1988, o lançamento de produtos de confeitaria semiacabados no mercado dá início a uma ampla cooperação com profissionais do setor de confeitaria – artesãos e indústria alimentícia.
          O lançamento das primeiras barras de chocolate acontece em 1990. O principal produto da Terravita chega às mãos dos clientes, tornando a marca um player significativo e competitivo no mercado.
          No ano de 1991, a empresa inicia a produção em sua atual sede em Poznań, na Polônia.
          O início das vendas internacionais dos produtos Terravita e do desenvolvimento de uma estratégia de exportação dá-se em 1993. A Terravita alcança mercados em outros países.
          Em 1994 é lançada uma nova forma de produto. A Terravita lança ocasionalmente figuras de chocolate, como, por exemplo, o Papai Noel.
          A empresa começa a desenvolver a estratégia de marketing em diversos canais de comunicação. O primeiro comercial da Terravita é exibido na televisão em 1997. Atores poloneses em início de carreira apareceram em seus comerciais.
          Nos anos de 1998/1999, comercial de TV com o Sr. Yapa conquista importantes prêmios na votação de melhor comercial de TV – a produção recebe a estatueta Vena duas vezes.
          Ampliando a gama de produtos e fortalecendo sua posição no mercado de chocolates, em 2007 a Terravita lança novas marcas – Alpinella e Cocoacara – e conquista contratos para produzir e fornecer barras de "marca própria" para redes de supermercados e lojas de desconto.
          Avanço nas gramaturas dos produtos e diversificação da categoria com a produção de chocolates de 225g acontecem no período 2011/2012.
          Em 2019 a Terravita amplia o portfólio de produtos semiacabados para profissionais de confeitaria com marca própria sob o nome Bellaria.
          O desenvolvimento dinâmico da empresa e abordagem inovadora à produção, levam a Terravita, em 2021, à aquisição e lançamento de uma moderna linha de produção de chocolates.
          No período 2021/2022 a empresa procede a reformulação da marca de duas linhas de chocolates: Classic 100g e barras grandes 225g.
          A expansão da nova linha de barras grandes recheadas de 235g ocorre em 2022.
(Fonte: site da empresa)