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28 de abr. de 2025

Biomas

          A Biomas é uma empresa de crédito de carbono que tem entre seus acionistas Itaú Unibanco, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale.
          Na penúltima semana de abril de 2025, a Biomas lançou seu primeiro projeto de restauração de floresta nativa – modelo em que áreas degradadas de floresta recebem mudas de plantas nativas e são completamente restauradas. Nesse tipo de projeto, um crédito de carbono gerado corresponde a uma tonelada de gás carbônico retirada da atmosfera pelas árvores plantadas.
          Com um aporte de R$ 55 milhões, o projeto da Biomas será desenvolvido em uma área em que originalmente havia Mata Atlântica no sul da Bahia. A previsão é de gerar 500 mil créditos de carbono em 40 anos. Se os créditos fossem vendidos pelo valor médio atual de mercado – US$ 13 –, o projeto renderia US$ 6,5 milhões (cerca de R$ 37 milhões na cotação atual). A Biomas, no entanto, considera que seus créditos serão comercializados em um segmento “premium”, dada a qualidade do projeto. Nesse caso, o valor do crédito deve mais do que dobrar. 
          Pesam na cotação do crédito fatores como a variedade de árvores plantadas e a credibilidade da empresa desenvolvedora. O projeto da Biomas será implementado em parceria com a empresa de celulose Veracel – cujos donos são a brasileira Suzano e a finlandesa Stora Enso. Um total de 1,2 mil hectares não contínuos da Veracel receberá 2 milhões de mudas, que serão plantadas nos 20 primeiros meses. De acordo com o presidente da Veracel, Caio Zanardo, eucaliptos até poderiam ser cultivados nas áreas do projeto (desmatadas nos anos 1970), mas não de forma economicamente viável, já que são pequenos fragmentos de terra, muitos deles com declives. Além disso, diz, são áreas de preservação adicional – ou seja, além do que a lei obriga preservar.
          Ainda que aumente a produção, a expectativa é de que o carbono seja um negócio menor para a Veracel. “Neste momento, não vejo uma grande relevância do carbono como negócio. Tem uma oportunidade no futuro, mas marginal.” O projeto da Biomas e da Veracel terá sua primeira safra de créditos em 2029, quando devem ser gerados menos de 25 mil créditos.
          No projeto da Biomas, serão replantadas 70 espécies nativas em áreas de oito municípios cidades do sul da Bahia. “Quanto mais exuberante for a floresta, maior a capacidade de capturar carbono”, diz o CEO da Biomas, Fabio Sakamoto.
(Fonte: Estadão - 28.04.2025)

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