O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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30 de out. de 2021
Soho
Tesoura dá dinheiro? A de Iijima deu. Iijima fez sua fortuna no Brasil com uma tesoura nada convencional. Em Tóquio, onde ele testava seus cortes exóticos na própria cabeça, chegou a ser detido três vezes pela polícia, dada a aparência um tanto bizarra.
Em São Paulo, os toques excêntricos de sua tesoura, aliados a uma técnica apurada e a uma filosofia zen, o aproximaram de cerca de 10 milhões de dólares de faturamento em 1996, de acordo com suas próprias estimativas.
Iijima é fundador e a alma da rede de salões de beleza Soho, um dos ícones do consumo moderno em São Paulo. Em busca de um ar original, por 400.000 vezes a classe média colocou sua cabeça nas mãos dos profissionais do Soho ao longo de 1996. Obcecado por cortes de cabelo, Iijima ainda vê mistério na tesoura depois décadas de dedicação absoluta ao ofício. Mas é raro ele fazer pessoalmente os cortes que deram fama ao Soho. Concentra sua energia na administração do negócio e seu sistema de parcerias. "O brasileiro é criativo mas não tem base técnica", afirma Iijima. "Tem energia, mas não paciência", diz ele.
Nessa época (1996), Iijima trabalhava até por volta das 10 da noite. Muito? Pouco, se comparado ao que ele fazia no Japão. Lá, para se tornar um mestre em corte de cabelo, ele tirava uma folga a cada 100 dias. Viveu assim até seu filho Dai, começar a chamá-lo de tio. Foi quando ele decidiu mudar de vida e emigrar para o |Brasil.
(Fonte: revista Exame - 01.01.1997)
Silber BBS
Foi aos 7 anos que ele descobriu o mundo da informática - e também o Brasil. Seu pai, qye trabalhava no banco Real, foi transferido para a Alemanha quando ele tinha poucos meses. Quatro anos depois, nova mudança. Desta vez, para a Inglaterra. Quando a família retornou a São Paulo, no final de 1987, trouxe na bagagem um 286 da IBM. Guilherme, em pouco tempo, aprendeu sozinho a dominar a máquina. Com 9 anos, tornou-se o primeiro usuário pagante da BBS Mandic. No final de 1995, Guilherme teve a ideia de montar uma BBS. O pai concordou, mas lhe impôs uma condição para que o negócio fosse em frente: que continuasse a ser um bom aluno.
A empresa, que provê acesso à internet, chegou em 1996 aos seus primeiros 1.000 clientes cadastrados.
Roberto Silberstein, o pai de Guilherme, pôs 30.000 dólares na mesa quando o filho, decidiu abrir o negócio, um serviço de BBS. Usou então sua experiência de representante no Brasil de dois bancos sulamericanos para negociar com candidatos a sócios de Guilherme.
Quanto às operações, elas estão inteiramente nas mãos de Guilherme.
VBC
Em novembro de 1997, a Companhia Paulista de Força e Luz, CPFL, criada em 1912 com a fusão de pequenas empresas de energia do interior do estado de São Paulo, foi privatizada quando era controlada pela estatal estadual Cesp. Com parte do financiamento efetuada pelo banco americano NationsBank, o consórcio vencedor era formado pelos grupos Bradesco, Votorantim e Camargo Corrêa, mais Previ e Bonaire, donos da holding VBC energia. Muitos anos depois Votorantim e Bradesco deixaram a empresa.
Touring Club
No meio de um processo de reestruturação, com corte de pessoal, fechamento de lojas e terceirização de atividades, o Touring enviou carte circular solicitando a cada um deles uma ajuda de 25 reais para o pagamento do 13º salário de seus funcionários. A ideia era compensar o empréstimo em despesas com serviços e produtos do Touring, a partir de março de 1997.
(Fonte: revista Exame - 01.01.1997)
21 de out. de 2021
Ontex
Em 2017, o grupo belga Ontex comprou as marcas de fraldas Pompom e Turma da Mônica, que estavam nas mãos da então Hypermarcas, agora Hypera, por R$ 1 bilhão.
Em 2021, a Ontex avançou nos investimentos em marketing. Em fevereiro, o grupo assinou contrato de licenciamento de 10 anos com a Maurício de Sousa Produções, para utilizar a marca Turma da Mônica Baby em fraldas e toalhas umedecidas. O contrato anterior da Turma da Mônica era com a
Huggies, propriedade da Kimberly-Clark.
Em outubro de 2021, a Ontex avança nas negociações de colocação da operação no Brasil à venda. O grupo belga contratou o Bank of America para vender sua operação no Brasil, dizem fontes. A transação vem ocorrendo nos últimos meses e em outubro entra em sua segunda fase. Entre os interessados, a Ontex recebeu uma proposta da japonesa Daio Papers - e também da belga Drylock.
A empresa tem um EBITDA deprimido, o que tem causado alguns transtornos - a aquisição da operação das mãos da então Hypermarcas (agora Hypera), virou motivo de arbitragem e, recentemente, a Ontex venceu a batalha. As empresas não revelaram o motivo da arbitragem. Na decisão de setembro de 2021, a Hypera teve que pagar à Ontex R $ 500 milhões, uma mordida de 38% de seu último lucro
anual.
A Ontex também possui as marcas de fraldas infantis Pompom, Cremer e Sapeka, além de linhas de xampus, condicionadores, pomadas e talco para bebês. Possui também a BigFral, linha de fraldas para adultos.
O negócio é complementar para a Daio, que transformou a fabricante de cuidados pessoais Santher em sua subsidiária brasileira, e para a Drylock, que também possui marcas próprias para crianças e adultos, como Bummies, Baby Willy e Maturi Care, e fabricação para terceiros.
(Fonte: jornal Valor - 20.10.2021)
19 de out. de 2021
Neoway
A Neoway é uma das maiores empresas de análise e inteligência artificial para negócios da América Latina, oferecendo serviços que geram produtividade e precisão na tomada de decisão em vendas e marketing, crédito, prevenção a fraudes, compliance e inteligência jurídica. Os trabalhos são feitos em aproximadamente 20 grandes setores, incluindo financeiro, automotivo e transporte, bens de consumo, cobrança e recuperação, construção civil, óleo e gás, saúde e tecnologia.
Segundo a compradora, a aquisição da Neoway está em linha com a estratégia da B3 de desenvolver produtos de dados e analytics para os mercados financeiro e de capitais, bem como de crédito e varejo, atendendo tanto clientes financeiros quanto clientes de outros mercados.
“A aquisição trará capabilities de ciência de dados e analíticas complementares às da B3, contribuindo para aumentar a capilaridade de produtos de dados existentes e time-to-market de lançamentos futuros, além do fortalecimento da engenharia e modelagem de dados via capital intelectual e uma plataforma bem estabelecida. A gestão da Neoway acontecerá com grande independência para preservar sua flexibilidade e forte cultura de inovação”, informou, em nota.
A Neoway possui mais de 450 funcionários em três escritórios (além de Florianópolis, está presente em São Paulo e Brasília), mais de 500 clientes, e tem receita líquida projetada de R$ 190 milhões para 2022.
(Fonte: jornal Valor - 19.09.2018 / Agência Estado - RN - 19.10.2021 - partes)
Greenvana
O empresário carioca Marcos Wettreich, nascido em 1964, aproveitou uma brecha pouco explorada na web brasileira e abriu, em 2010, o portal Greernvana, que mistura conteúdo e venda de produtos ecologicamente sustentáveis, de carregadores de celular movidos a energia solar a cumbucas de bambu.
Em 2011, uma fatia minoritária do Greenvana foi vendida ao banco Santander.
(Fonte: revista Exame - 05.10.2011)
18 de out. de 2021
Webmotors
A Webmotors foi fundada por Sylvio de Barros, em 1999, primeiro classificado de carros da
internet brasileira.
Em 2002, Barros vendeu o site para o banco ABN Amro e permaneceu no comando da empresa por
um ano e meio.
Em 2007, Sylvio Barros fundos o iCarros em parceria com o Itaú e ficou como presidente da
empresa, competidora direta do Webmotors.
(Fonte: revista Exame - 05.10.2011)
Odeon
A casa noturno Odeon, instalada em um casarão (dos barões do café) da Avenida Paulista, tombado pelo Patrimônio Histórico, inaugurou sua happy hour em meados de junho de 1994 com uma proposta diferente. O bar, decorado com material proveniente de uma farmácia dos anos 1940, começava a funcionar já às 17h30 e esticava a happy hour até as 23 horas, oferecendo, além dos salgadinhos habituais, uma mesa de queijos, pães e jamón, mais frutas e uma reconfortante sopa do dia.
O terceiro drinque ficava por conta do Odeon, cujo endereço era na Avenida Paulista, 1919. Por incrível que pareça, o estacionamento era fácil no local.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994)
16 de out. de 2021
Enplanta
Em 1972, o empresário paulista Henrique Falzoni fundou a construtora JHS com dois amigos. Seis anos depois, portanto em 1978, deixava a empresa para montar a Enplanta.
Falzoni adota o que poderia ser resumido na seguinte frase: "Por trás de um mico pode haver um
bom negócio. É só garimpar".
Seu empreendimento de maior sucesso até então era o Shopping Penha, erguido num bairro popular da Zona Leste de São Paulo. Ali, empresas do porte da Brascan, por exemplo, sondaram o terreno e caíram fora. Falzoni confessou que também vacilou, mas numa reanálise, foi em frente. O shopping foi inaugurado em 1992.
Por volta de 1993, comprou 30% do CenterShop, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O empreendimento pertencia integralmente à Norcenco, dos empresários Júlio Neves e Mário Pimenta Camargo. Construído no início da década de 1980, ao lado do Paço Municipal de São Bernardo, o CenterShop desfruta uma localização privilegiada. Com a saída do supermercado Jumbo Eletro, que lhe servia de âncora, entrou em decadência. Falzoni conseguiu que o Unibanco entrasse como sócio, com 18 milhões de dólares e ficou com 30% do shopping. E a Enplanta partiu para a reforma e ampliação do Centershop.
Em meados de 1994, Falzoni entrou em uma nova maratona. Investiu 30 milhões de dólares para concluir um shopping iniciado 20 anos antes no centro de Brasília, pela construtora EJB, da família Baracat.
Considerando números de 1994, a empresa fatura 28 milhões de dólares por ano.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994)
Tectoy
Apenas em outubro de 2000, com o fim do processo, conseguiu iniciar a retomada gradual de seu faturamento. Foi também nessa época que reposicionou-se como companhia de entretenimento. A mudança veio acompanhada de novas linhas de produtos, como aparelhos de videokê e DVDs.
Em 2005, criou um estúdio de desenvolvimento de jogos, Tectoy Digital, focado em plataformas móveis.
Depois de anos afundada em dívidas e sem relevância no mercado, a Tectoy começou a dar os primeiros passos para a recuperação. Pouco depois de meados de 2008, a companhia inaugurou sua nova fábrica, com 1400 metros quadrados, em Manaus.
Na unidade, passou-se a fabricar aparelhos de DVD, então responsáveis por 70% do faturamento da Tectoy, e os videogames Master System e Mega Drive, sucessos nas décadas de 1980 e 1990 que retornaram à linha de produtos da empresa. A ideia da Tectoy era vender produtos à classe C. Com essa intenção, os consoles foram remodelados e passaram a contar com dezenas de jogos (entre eles o do bonequinho Sonic).
(Fonte: Wikipédia / revista Exame - 22.06.1994 / 27.08.2008 - partes)
15 de out. de 2021
Banco Itamarati
O Banco Itamarati pertencia ao empresário Olacyr de Moraes. Mais conhecido por suas atividades como plantador de soja, Olacyr vinha reforçando o pedaço financeiro de seu grupo empresarial.
Em meados de 1991, o executivo Antônio Hermann de Azevedo assumiu o comando do banco com a missão de virá-lo de cabeça para baixo. "O Olacyr quer fazer do Itamarati um dos maiores bancos do país", afirmou.
Em 1993/1994 Olacyr de Moraes fez um aporte de capital no banco de 100 milhões de dólares.
O Itamarati atuava sem definir com precisão o perfil de sua clientela. Isso mudou com Hermann. O banco passou a trabalhar apenas com clientes com renda média, de cerca de 2.000 dólares mensais.
Em comunicado de 9 de agosto de 1994, a BCH Participações informa a venda do banco Crefisul ao grupo Itamarati.
Em 1996, Olacyr de Moraes, o rei da soja, se arrisca a ficar só como o rei da dívida. Ele ofereceu suas terras, sem sucesso, para o Ministério da Reforma Agrária. Teve de passar o banco Itamarati para o BCN, na tentativa de domar as dívidas de 1 bilhão de dólares. Em julho de 1996, o BCN pagou 100 milhões de dólares pelo Itamarati.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994 / 17.08.1994 / 01.01.1997 - partes)
Nautica
A confecção masculina americana Nautica, de estilo sportswear, foi fundada em 1983, nos Estados Unidos, por David Chu, com a proposta de vender um sportswear de classe.
Suas coleções são vendidas no mercado americano por lojas como Bloomingdale's, Dillards, Saks Fifth Avenue e Neiman Marcus.
Em 1993 a Nautica inaugurou três lojas-piloto no Rio de Janeiro. Então, com o sistema devidamente adaptado e vários fornecedores fechados, a empresa partiu para as franquias.
A rede chegou ao Brasil pelas mãos do empresário Marcino Fernandes Rodrigues Jr. e dos irmãos Saade, os mesmos donos da Guess? no país.
Considerando dados de meados de 1994, a rede atuava em 23 países e só nos Estados Unidos tinha 1.200 pontos-de-venda.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994)
Vale-Refeição - VR
A empresa de refeições-convênio Vale-Refeição foi fundada em 1977 por Abram Szajman.
Em janeiro de 1994, quando então Szajman era presidente da Federação do Comércio de São Paulo, seus filhos, os irmãos Claudio, nascido em 1970 e André, nascido em 1972, passaram a dividir a direção da Vale-Refeição, então a segunda maior no ranking de refeição-convênio, com faturamento de 620 milhões de dólares.
Sob nova direção, as mudanças na VR começaram pelo logotipo, que ganhou um design mais moderno.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994)
Nova Aguilar
A editora Nova Aguilar, do Rio de Janeiro, foi adquirida pelo falecido jornalista, político e polemista Carlos Lacerda em 1975.
A empresa ficara conhecida por seus catálogos em papel-bíblia, capa de couro e acabamento de luxo.
Durante anos, a editora viveu de reeditar os autores clássicos que tinha em seu catálogo.
Desde 1993, contudo, a Nova Aguilar começou a andar pelas próprias pernas. A autora de reversão de rumo é Maria Isabel, neta de Lacerda, que assumiu a direção da editora disposta a fazer lançamentos regulares. Num dos primeiros exemplos do trabalho, lançou 3.000 exemplares da Obra Completa em Teatro de Nelson Rodrigues.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994)
Cobrasma
ITA - Italia Trasporto Aereo
A ITA - Italia Trasporto Aereo foi a solução final para a agonia da Alitalia, que chegou em 2020, com um decreto que autorizou o governo a constituir uma nova empresa estatal. A Italia Trasporto Aereo (ITA) faz seu primeiro voo na sexta-feira, 15 de outubro de 2021, um dia após o último voo da
Alitalia.
A ITA partirá praticamente do zero e precisará obter os ativos e serviços de sua predecessora, inclusive a marca, por meio de ofertas e leilões públicos. Por outro lado, a nova empresa não herdará as dívidas da Alitalia, que serão pagas com a venda de seus bens.
Ainda assim, as duas companhias manterão alguns laços, como o código "AZ", que sempre identificou os voos da Alitalia.
A Italia Trasporto Aereo inicia sua trajetória com 2,8 mil funcionários, enquanto a Alitalia tinha 10,5 mil. Já a frota inicial é de 52 aviões, cobrindo um total de 45 destinos, como Nova York, Miami, Tóquio, São Paulo e Buenos Aires.
A Alitalia levou ao mundo o estilo, a elegância e a tradição italianas, além de ter transportado papas em suas viagens ao exterior, mas deixou de operar na noite de quinta-feira, 14 de outubro de 2021. O Airbus A320-200 de prefixo EI-DSV tocou o solo do aeroporto de Roma Fiumicino às 23h40 (horário local), com meia hora de atraso, procedente de Cagliari, na Sardenha, encerrando a atividade de uma companhia aérea com 74 anos de história, que virou um símbolo do país do qual carrega a bandeira. O voo AZ-1586 foi o último voo da Alitalia.
Isso, bem entendido, considerando a Alitalia tal como a conhecemos, pois, ato contínuo, ela deu lugar à ITA, empresa estatal criada para superar de vez a longa crise na maior companhia aérea da Itália. E, um dos primeiros passos dados pela ITA foi solicitar licença para uso da marca Alitalia por um certo período.
(Fonte: Terra - 14.10.2021 / MelhoresDestinos - 14.10.2021 - partes)
14 de out. de 2021
Alitalia
Em 1960, foi patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos de Roma; no ano seguinte, ganhou um hub com a inauguração do Aeroporto de Fiumicino, nos arredores da capital italiana. Já nas décadas de 1970 e 1980, expandiu a frota e os destinos com a abertura de rotas para as Américas e o Extremo Oriente.
Em meados dos anos 1990, no entanto, veio a brusca virada: a companhia aérea de bandeira entrou em uma grave crise econômica - da qual jamais sairia de forma definitiva - e começou a negociar uma possível fusão com empresas como Air France e KLM.
A hesitação do futuro premiê fez a Air France desistir do negócio, abrindo espaço para os chamados "capitães corajosos", um grupo de investidores italianos liderado por Roberto Colaninno e que daria origem à holding Compagnia Aerea Italiana (CAI).
A entrada da CAI no capital da Alitalia comportou também a fusão com a antiga empresa low cost Air One, que estava à beira da falência, e uma parceria estratégica com a Air France-KLM, que passou a ter 25% das ações.
A nova Alitalia, agora privatizada, decolou oficialmente em 13 de janeiro de 2009, mas sua trajetória jamais foi tranquila, com planos industriais alterados constantemente e recorrentes crises de liquidez.
Ao longo de cinco anos, a companhia teve três CEOs, e no último trimestre de 2013, precisou de um aumento de capital para seguir viva, mas a Air France-KLM se recusou a colocar mais dinheiro na empresa e teve sua participação diluída.
Em julho de 2014, um novo aumento de capital teve a entrada da estatal de correios Poste Italiane como acionista da Alitalia, única maneira encontrada de evitar sua falência naquele momento.
Já em agosto do mesmo ano, a Etihad Airways comprou 49% das ações, em mais uma tentativa de revitalizar a Alitalia.
A chegada do poderoso grupo árabe parecia ser a luz no fim do túnel para a companhia italiana, mas 2017 traria uma nova crise, desta vez definitiva. Sem dinheiro, a Alitalia precisava de mais um aumento de capital para honrar com suas obrigações, porém o plano foi rejeitado em referendo pelos próprios funcionários, que exigiam soluções menos precárias.
Em meio ao impasse, o governo decidiu intervir na Alitalia e nomeou um grupo de comissários para administrá-la e procurar um comprador. Para manter a companhia de pé, a Itália fez dois empréstimos públicos, um de 900 milhões e outro de 400 milhões de euros (o primeiro já foi declarado ilegal pela União Europeia), mas nunca conseguiu chegar a um acordo para vendê-la, apesar dos recorrentes rumores sobre interessados.
A solução final só chegou no ano passado, com um decreto que autorizou o governo a constituir uma nova empresa estatal, a Italia Trasporto Aereo (ITA), que faz seu primeiro voo nesta sexta-feira (15).
A ITA partirá praticamente do zero e precisará obter os ativos e serviços de sua predecessora, inclusive a marca, por meio de ofertas e leilões públicos. Por outro lado, a nova empresa não herdará as dívidas da Alitalia, que serão pagas com a venda de seus bens.
Ainda assim, as duas companhias manterão alguns laços, como o código "AZ", que sempre identificou os voos da Alitalia.
A Italia Trasporto Aereo iniciará sua trajetória com 2,8 mil funcionários, enquanto a Alitalia tem 10,5 mil. Já a frota inicial será de 52 aviões, cobrindo um total de 45 destinos, como Nova York, Miami, Tóquio, São Paulo e Buenos Aires.
MW
A MW era uma consultoria de São Paulo, fundada pelo executivos Lawrence Woerner, Andre De Montigny e Stefanos Melher, que usaram as iniciais de seus sobrenomes para formar a sigla da empresa.
A consultoria é especializada na administração de fundos de pensão.
No início de agosto de 1993, a MW foi comprada pela americana William M. Mercer. Com sede em Nova York, a Mercer era a maior empresa de consultoria em benefícios e remuneração do mundo, então
com faturamento anual de 900 milhões de dólares.
Com a concretização do negócio, os três sócios da MW - Woerner, Montigny e Melher - deixaram de ser donos para transformar-se em executivos da empresa. O gerente-geral passou a ser o canadense
Yves Roy, que assumiu o comando da MW em outubro de 1993.
(Fonte: revista Exame - 27.10.1993)
Banco Pontual / Digibanco
8 de out. de 2021
Rodoil
A distribuidora regional de combustíveis Rodoil, foi fundada em Caxias do Sul, no Rio Grande
do Sul, por Roberto Tonietto e Idiomar Zanella.
No início de outubro de 2018, depois da tentativa frustrada de comprar a Alesat, a holandesa Vitol adquire 50% da Rodoil. O acordo marcou a chegada da multinacional holandesa no mercado de distribuição brasileiro. A Rodoil tinha receita de cerca de R$ 5 bilhões considerando 2018 e tinha mais de 300 postos com sua marca e supria outros 1.400 postos nos três estados da região sul.
Em 19 de dezembro de 2018, a Rodoil anuncia a compra da distribuidora Megapetro, que tem sede no Rio Grande do Sul. Essa aquisição adicionou 100 novos postos de combustíveis à Rodoil e fez
o faturamento anual da empresa subir para R$ 5,7 bilhões.
No início de setembro de 2021, a Vitol anunciou a sua saída do capital da Rodoil. A multinacional fechou um acordo para venda de sua fatia de metade das ações na empresa para os sócios fundadores Tonietto e Zanella.
Em 8 de outubro de 2021, a Rodoil anunciou a compra da Tower Brasil Petróleo. O valor do negócio não foi informado pelas empresas. Com isso, a empresa passa a atuar em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Com a expansão rumo ao Sudeste e Centro-Oeste, a Rodoil projeta um faturamento de R$ 7 bilhões para 2022. Para este ano, a previsão é obter uma receita de até R$ 5,5bilhões. Com sede em São Paulo e faturamento de aproximadamente R$ 1 bilhão em 2021, a Tower
Petróleo opera em dez bases.
A Rodoil pretende fechar o ano de 2021 com 500 postos sob a marca própria e atender mais de 1.500 postos de bandeira branca no Sul.
Com a expansão rumo ao Sudeste e Centro-Oeste, a Rodoil projeta um faturamento de R$ 7 bilhões para 2022.
(Fonte: jornal Valor - 20.03.2018 / 02.10.2018 / 19.12.2018 / Amanhã - 07.10.2021 - partes)