A Dicico foi fundada em 1918, quando o imigrante italiano Virgílio Di Cicco inaugurou a primeira loja em São Paulo. Ainda sob seu comando, mais uma unidade foi aberta.
Várias décadas mais tarde, Dimitrios Markakis estudou no exterior graças ao fato de seu pai, Stylianos, vindo da Grécia após a Segunda Guerra Mundial, ter tido sucesso em sua pequena empresa de alimentos, após iniciar como feirante em São Paulo.
Na volta dos Estados Unidos, surgiu a ideia de montar um supermercado. Dimitrios, então com 23 anos, e o pai, fundaram o supermercado Cândia, que teve grande sucesso, e que se tornaria o pulo-do-gato da trajetória de Dimitrios no setor varejista.
Em 1998, o Cândia passa para as mãos da rede portuguesa Sonae, que muda seu nome para Big. O negócio, por valor não revelado, foi suficiente para a família Markakis investir em fazendas, criação de gado, centros de distribuição de mercadorias e empresas de transportes. Com sua parte, Dimitrios comprou a rede de material de construção Dicico.
Em 1999, a rede foi adquirida pelo grupo Construdecor. Após a ideia equivocada de trocar o nome da Dicico para ConstruDecor, foi definido permanecer com o nome original, Dicico.
Dimitrios, que permaneceu na empresa, partiu para o que ele chamaria de choque de gestão. Instituiu o aperto nas contas, que se incorporou ao modelo de negócios e trouxe para o setor de material de construção técnicas empregadas por grandes varejistas. Uma delas, conhecida como gestão de categorias, é considerada por especialistas uma revolução no setor.
Implementada em 2003, essa técnica prevê duas etapas. A primeira é reduzir o número de fornecedores ao máximo e dar preferência àqueles que ofereçam maior variedade de produtos - uma maneira de conseguir melhores preços. A segunda é agrupar nas lojas os produtos que tenham afinidade entre si, mas que normalmente estariam distantes. Antes dessa mudança, as pias, por exemplo, ficavam na seção de cerâmicas e as torneiras na de ferragens. Passaram a ficar todas na mesma seção. Parece simples, até óbvio, mas a Dicico foi a primeira das grandes redes a utilizar tal método.
Reconhecendo-se como pão-duro, Dimitrios imprimiu um regime espartano (alguma coisa a ver com sua descendência grega?) nas lojas que era facilmente identificável. Exemplos? As lojas não tinham som ambiente. A razão? "Para não ter de pagar direitos autorais", diz o empresário. Dirigia o próprio carro e não tinha nenhuma pressa em trocar por modelos novos. Não tinha secretária e nem mesmo sala própria. Sua mesa dividia espaço com as de outros diretores e gerentes no mezanino da loja-sede, no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo. Ar condicionado? Havia aparelhos somente nas unidades do litoral e nas regiões mais quentes do estado.
Diferentemente do que acontece com o setor de supermercados, o de material de construção ainda é altamente pulverizado. Com dados de 2006, as quatro principais redes - C&C, Telhanorte, Leroy Merlin e Dicico - concentravam menos de 10% do mercado nacional. Tal cenário levava os especialistas em varejo a apostar numa consolidação do setor por meio de aquisições ou de construção de novas lojas.
Num panorama do final do ano de 2006, a Dicico tinha 18 lojas, cinco das quais inauguradas nos últimos meses, todas localizadas no estado de São Paulo. O faturamento anual girava em torno de 400 milhões de reais.
Em maio de 2013, na maior negociação do varejo de materiais para construção do país, a Construdecor (Dicico) associou-se à chilena Sodimac, subsidiária do Grupo Falabella, que passou a ter o controle acionário da companhia.
O Grupo é líder no setor na América Latina, operando mais de 240 lojas de materiais para construção, reforma e decoração em seis países: Chile, Peru, Colômbia, Argentina, Uruguai e Brasil. A Dicico é a varejista de materiais para construção com o maior número de lojas no país. São 53 unidades no estado de São Paulo, que se caracterizam pelo conceito de especialista em acabamentos, com foco em pisos, revestimentos, pintura, iluminação e utensílios para banheiros e cozinhas.
As lojas Dicico são atendidas por dois centros de distribuição: um deles localizado na cidade de Guarulhos, em um ponto estratégico entre as rodovias Dutra e Ayrton Senna e ligado ao acesso do Rodoanel, e outro em Cajamar, entre as Rodovias Anhanguera e Bandeirantes.
(Fonte: revista Exame São Paulo - início de 2001 / Exame - 25.10.2006 / site da empresa - partes)
Várias décadas mais tarde, Dimitrios Markakis estudou no exterior graças ao fato de seu pai, Stylianos, vindo da Grécia após a Segunda Guerra Mundial, ter tido sucesso em sua pequena empresa de alimentos, após iniciar como feirante em São Paulo.
Na volta dos Estados Unidos, surgiu a ideia de montar um supermercado. Dimitrios, então com 23 anos, e o pai, fundaram o supermercado Cândia, que teve grande sucesso, e que se tornaria o pulo-do-gato da trajetória de Dimitrios no setor varejista.
Em 1998, o Cândia passa para as mãos da rede portuguesa Sonae, que muda seu nome para Big. O negócio, por valor não revelado, foi suficiente para a família Markakis investir em fazendas, criação de gado, centros de distribuição de mercadorias e empresas de transportes. Com sua parte, Dimitrios comprou a rede de material de construção Dicico.
Em 1999, a rede foi adquirida pelo grupo Construdecor. Após a ideia equivocada de trocar o nome da Dicico para ConstruDecor, foi definido permanecer com o nome original, Dicico.
Dimitrios, que permaneceu na empresa, partiu para o que ele chamaria de choque de gestão. Instituiu o aperto nas contas, que se incorporou ao modelo de negócios e trouxe para o setor de material de construção técnicas empregadas por grandes varejistas. Uma delas, conhecida como gestão de categorias, é considerada por especialistas uma revolução no setor.
Implementada em 2003, essa técnica prevê duas etapas. A primeira é reduzir o número de fornecedores ao máximo e dar preferência àqueles que ofereçam maior variedade de produtos - uma maneira de conseguir melhores preços. A segunda é agrupar nas lojas os produtos que tenham afinidade entre si, mas que normalmente estariam distantes. Antes dessa mudança, as pias, por exemplo, ficavam na seção de cerâmicas e as torneiras na de ferragens. Passaram a ficar todas na mesma seção. Parece simples, até óbvio, mas a Dicico foi a primeira das grandes redes a utilizar tal método.
Reconhecendo-se como pão-duro, Dimitrios imprimiu um regime espartano (alguma coisa a ver com sua descendência grega?) nas lojas que era facilmente identificável. Exemplos? As lojas não tinham som ambiente. A razão? "Para não ter de pagar direitos autorais", diz o empresário. Dirigia o próprio carro e não tinha nenhuma pressa em trocar por modelos novos. Não tinha secretária e nem mesmo sala própria. Sua mesa dividia espaço com as de outros diretores e gerentes no mezanino da loja-sede, no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo. Ar condicionado? Havia aparelhos somente nas unidades do litoral e nas regiões mais quentes do estado.
Diferentemente do que acontece com o setor de supermercados, o de material de construção ainda é altamente pulverizado. Com dados de 2006, as quatro principais redes - C&C, Telhanorte, Leroy Merlin e Dicico - concentravam menos de 10% do mercado nacional. Tal cenário levava os especialistas em varejo a apostar numa consolidação do setor por meio de aquisições ou de construção de novas lojas.
Num panorama do final do ano de 2006, a Dicico tinha 18 lojas, cinco das quais inauguradas nos últimos meses, todas localizadas no estado de São Paulo. O faturamento anual girava em torno de 400 milhões de reais.
Em maio de 2013, na maior negociação do varejo de materiais para construção do país, a Construdecor (Dicico) associou-se à chilena Sodimac, subsidiária do Grupo Falabella, que passou a ter o controle acionário da companhia.
O Grupo é líder no setor na América Latina, operando mais de 240 lojas de materiais para construção, reforma e decoração em seis países: Chile, Peru, Colômbia, Argentina, Uruguai e Brasil. A Dicico é a varejista de materiais para construção com o maior número de lojas no país. São 53 unidades no estado de São Paulo, que se caracterizam pelo conceito de especialista em acabamentos, com foco em pisos, revestimentos, pintura, iluminação e utensílios para banheiros e cozinhas.
As lojas Dicico são atendidas por dois centros de distribuição: um deles localizado na cidade de Guarulhos, em um ponto estratégico entre as rodovias Dutra e Ayrton Senna e ligado ao acesso do Rodoanel, e outro em Cajamar, entre as Rodovias Anhanguera e Bandeirantes.
(Fonte: revista Exame São Paulo - início de 2001 / Exame - 25.10.2006 / site da empresa - partes)