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23 de set. de 2021

Fassa Bortolo

          A companhia italiana de materiais de construção Fassa Bortolo foi fundada em 1710.
          Em 2015, a empresa iniciou o projeto da fábrica no Brasil e a escolha recaiu sobre Minas Gerais devido à grande quantidade de calcário de alta qualidade - matéria-prima para seus produtos - e aos incentivos institucionais no estado. Foi quando a empresa lançou um novo desafio em sua longa trajetória: tornar-se uma das maiores empresas do setor no Brasil.
          O representante do grupo italiano no Brasil, Ivan Aliberti informou que o município de Matozinhos, a 50 quilômetros de Belo Horizonte, foi escolhido porque a empresa fez um acordo para receber o terreno como doação em troca de investimentos em infraestrutura.
          O investimento na unidade produtiva só começaria em outubro de 2019. O aporte total foi de R$ 150 milhões, e a unidade pode produzir até 300 mil toneladas por ano.
          Em julho de 2021 a Fassa Bortolo inaugurou a fábrica em Matozinhos. Suas primeiras vendas no país começaram no fim de agosto e fechou um contrato de fornecimento com uma das maiores obras de construção civil em andamento em Minas Gerais, a Arena MRV, futuro estádio do Atlético Mineiro.
          A empresa vai vender argamassas e rejuntes, mas também um sistema completo de aplicação dos produtos. Ao invés de entregar o produto em sacos, a companhia também pode instalar nos canteiros silos especiais e um equipamento que permite o bombeamento vertical da argamassa e seu posterior jateamento sobre superfícies. Inicialmente, as vendas ficarão restritas a Minas Gerais e a algumas áreas do Rio de Janeiro próximas à divisa.
          Considerando dados de setembro de 2021, a companhia tem 18 fábricas na Itália e em Portugal. A unidade de Matozinhos representa sua primeira incursão fora da Europa.
(Fonte: ANSA - 23.09.2021)

Primeira fábrica da Fassa Bortolo fora da Europa fica em Matozinhos
© Ansa BrasilPrimeira fábrica da Fassa Bortolo fora da Europa fica em Matozinhos

22 de set. de 2021

Zeiss Ikon

          Zeiss Ikon is a German company that was formed in 1926 by the merger of four camera makers: Contessa-Nettel, Ernemann, Goerz and Ica, and an infusion of capital by Zeiss. The company formed one part of the Carl Zeiss Foundation, another part being the optical company Carl Zeiss. Logically, most of the Zeiss Ikon cameras were equipped with Carl Zeiss lenses and the formerly independent companies, in particular Goerz, had to shut down their own lens manufacture.
          The merged company was also obliged to use Compur shutters for 80% of its cameras. Thus only the simplest cameras could get cheaper shutters like the Klio. Soon AG Hahn für Optik und Mechanik, Kassel, and Goerz Photochemisches Werk GmbH, Berlin, joined the Zeiss Ikon syndicate. The group became one of the big companies in the phototechnical capital Dresden, with plants in Stuttgart and Berlin. Until WWII Zeiss Ikon was the world's market leading maker of 8mm movie cameras.
          After World War II Zeiss Ikon was split into a West-German and an East-German part. It was reformed in West Germany, and trademark disputes followed with the part that was left in East Germany. Stuttgart became the company's domicile. Zeiss Ikon merged in the mid 1960s with Voigtländer, another important German manufacturer that was controlled by the Zeiss Foundation since 1956. The product lines of Zeiss Ikon Stuttgart were different from the East German company's products. The Ikophot light meters were made in Stuttgart.
          Zeiss Ikon ceased the production of cameras in 1972. It was a terrible shock for all the German camera industry. Parts of the Zeiss Ikon product line then went to Rollei, and part of the know-how was used to revive the Contax name in collaboration with the Japanese maker Yashica.
          Postwar production began early in May 1945. But it was interrupted because several factories were closed for dismantling their production machines. The machines were given as reparation to the soviet camera makers which had suffered demolition during the war. The production of the sophisticated Contax rangefinder cameras was prepared in Dresden and relaunched with new machines in Jena before all the machines were transferred to Soviet camera maker Kiev. In 1948 the East German part of Zeiss Ikon became state owned. Production and development of Ernemann projectors and movie cameras were continued from 1949. Camera production was continued in 1947 with the Tenax and the Ikonta models. Soon the company's stock of leaf shutters was running out. In 1950 it could produce its own shutters since it took over the shutter production of Balda and the shutter factory of Mimosa. In 1952 the Tempor was Zeiss Ikon's first own leaf shutter development, followed in 1954 by the Prestor, the fastest leaf shutter at this time.
          In 1948 the company could introduce its advanced SLR model, the Contax S. Since there were suits about trade mark names with the West-German Zeiss Ikon AG, VEB Zeiss Ikon was renamed to VEB Kinowerke Dresden in 1958. Later it became the main part of the East German combinate Pentacon.
          Today Carl Zeiss is reviving the Zeiss Ikon name. The new Zeiss Ikon camera, introduced at the 2004 Photokina show, is a rangefinder camera compatible with LeicaM-mount, developed in Germany and built by Cosina in Japan (with lenses made in both Japan and Germany, like those for the Contax G1 and G2).

(Fonte: Camerapedia Wiki)

20 de set. de 2021

Phebo (sabonete)

          Em 1930, em Belém do Pará, os primos Antonio e Mario Santiago resolveram criar um sabonete brasileiro de alta qualidade. Perfumistas de grande talento, desenvolveram uma mistura com diversas essências naturais da região, que viria a ser um sabonete oval, transparente e escuro, chamado Odor de 
Rosa Phebo.
          A Perfumaria Phebo foi vendida em 1987, para a Procter & Gamble quando a empresa americana 
desembarcou no Brasil.
       Em 1998, P&G vendeu a fábrica da Phebo para a Casa Granado, botica fundada no Rio de Janeiro 
em 1870, que adquiriu em sociedade com a filial brasileira da americana Sara Lee.
          Em 2004, a marca Phebo fica em definitivo com a Casa Granado, quando a Sara Lee se retirou do segmento de cuidados pessoais.
          Em 2012, a Granado lança a linha de maquiagem Phebo e lança também os esmaltes Pink 
Granado.
          Entre abril e junho de 2013, a Granado faz uma (boa) experiência internacional. O estande da Granado e da Phebo na luxuosa loja de departamentos parisiense Le Bon Marché, que pertence ao grupo LVMH, era para ser temporário e funcionaria apenas durante a operação comercial "Le Brésil Rive Gauche". Mas diante do resultado positivo, bem acima das previsões iniciais de vendas feitas pela loja francesa, as duas marcas brasileiras de cosméticos conquistaram espaço permanente em Paris, a capital mundial da perfumaria.
(Fonte: brochura - Original - As coisas boas não mudam - parte)

Origin

          Empresa de educação financeira Origin foi fundada em 2018 pelo brasileiro João de Paula, diretor de tecnologia da empresa, e o americano Matthew Watson e tem sede em São Francisco, Califórnia.
          A Origin tem como propósito ajudar as empresas a melhorar o nível de bem-estar financeiro e 
saúde mental dos colaboradores.
          O modelo de negócios da Origin é vender o serviço de apoio aos funcionários das empresas, para eles planejarem melhor sua vida financeira e a pensarem no longo prazo, de modo a evitar o estresse financeiro que, sabidamente, causa problemas de produtividade e até saúde física e mental.
          A Origin diz que oferece diversas soluções dentro de um programa de benefícios corporativos, sendo que entre eles está a oferta de uma rede de planejadores financeiros para aconselhar os usuários de acordo com suas necessidades. O plano personalizado inclui, dentre outros serviços, um roteiro de aposentadoria e investimentos de longo prazo.
          Em 2020, a Origin levantou US$ 12 milhões em sua rodada série A, liderada pelo fundo Felicis Ventures, o equivalente a R$ 63 milhões.
          A companhia conta que investiu do início de 2020 a meados de 2021 na contratação de pessoas (a equipe aumentou em cinco vezes no período), desenvolvimento de produtos e tecnologias, e que isso lhe rendeu crescimento de 25 vezes a receita nos últimos 12 meses, embora não revele as cifras.
          Em meados de setembro de 2021, a Origin levanta R$ 290 milhões em nova rodada de investimentos. A captação série B foi liderada pelos fundos 01 Advisors e General Catalyst e o investidor-anjo Lachy Groom. Com o investimento, o valor de mercado passa a ser de mais de R$ 2 bilhões. Segundo a empresa, os recursos serão empregados na criação de novos produtos e em tecnologia, bem como na aceleração do plano de expansão em escala global.
          A empresa atende clientes gringos como DocuSign, Udemy, Zynga, Nextdoor, e Blend em países como EUA, Reino Unido, Irlanda, Canadá, e Israel. As operações brasileiras desses clientes também já oferecem o benefício aos funcionários.
          Considerando dados de setembro de 2021, a Origin conta com quase 70 colaboradores trabalhando no Brasil e nos Estados Unidos.
(Fonte Valor Investe - 20.09.2021)

19 de set. de 2021

Sonda Supermercado

          A família Sonda colocou os pés pela primeira vez em São Paulo em 1973, com um pequeno atacadista de Cereais.
          Dos quatro filhos do gaúcho Andrea Sonda, fundado da empresa, o caçula Delcir é o único que tem diploma universitário. Os outros três - Alcides, Idi e Vilamir, morto em 1994 - preferiram abandonar a escola antes do segundo grau. Eram eles que dirigiam pelo interior de Rio Grande do Sul os caminhões que ajudaram o pai a transformar um armazém de secos e molhados na cidade gaúcha de Erval Grande 
num atacadista de cereais.
          Foi com o comércio atacadista que a família se estabeleceu em São Paulo no ano de 1973. Naquela época, os irmãos instalaram um equipamento de rádio amador no Fusca com o qual percorriam o interior de Paraná e de Santa Catarina comprando cereais para a empresa. Assim, eles superavam as dificuldades de comunicação que havia na época. Através do rádio, informavam os negócios que tinham fechado e o armazém, em São Paulo, já ia tratando de vender a mercadoria.
          O economista Delcir Sonda, nascido em 1948, garante que o sucesso da empresa é o fato de ficar sob o olhar atento dos donos. É ele quem negocia, pessoalmente, as encomendas com os 100 maiores 
fornecedores da rede. Daí para baixo, há uma equipe de profissionais que cuida do serviço.
          Talvez esse tipo de agilidade que a família imprimiu a seus negócios desde o início explique mais o sucesso do Sonda do que o próprio controle familiar. Outra prova de agilidade: a família soube a hora de mudar quando isso foi preciso. Mesmo tendo sido a origem do sucesso da família, o ramo atacadista 
foi sendo abandonado na medida em que o varejo de alimentos mostrou-se mais lucrativo.
          Em meados de 1994, a família tinha uma rede de cinco lojas, duas em Erechim, Rio Grande do 
Sul, e as outras em São Paulo capital.
(Fonte: revista Exame - 02.08.1995)

18 de set. de 2021

Evergrande Group

          O Evergrande Group ou Evergrande Real Estate Group (anteriormente Hengda Group) está sediado na província de Guangdong, no sul da China. A holding do grupo é constituída nas Ilhas Cayman. Sua sede está localizada no Excellent Houhai Financial Center, no distrito de Nanshan, em Shenzhen. A Evergrande foi fundada por Hui Ka Yan.
          Em agosto de 2021, o Financial Times relatou que o Evergrande Group estaria enfrentando um número recorde de casos movidos por empreiteiros nos tribunais chineses à medida que aumenta a pressão sobre a administração da empresa para reduzir seus US$ 300 bilhões em passivos, incluindo cerca de US$ 100 bilhões em dívidas.
          Em meados de setembro de 2021, foi relatado que a empresa corria o risco de não conseguir emitir os pagamentos dos juros do empréstimo vencidos em 20 de setembro. Foi estimado que cerca de 1.500.000 clientes poderiam perder depósitos em casas Evergrande que ainda não foram construídas se a empresa falir.
          O Evegrande é o segundo maior desenvolvedor imobiliário da China em vendas, tornando-se o 122º maior grupo do mundo em receita, de acordo com a lista Fortune Global 500 de 2021. Vende apartamentos principalmente para moradores de renda alta e média. Em 2018, tornou-se a empresa imobiliária mais valiosa do mundo.
          Em fins de outubro de 2021, a agência de notícias Bloomberg informa que os governos locais na China têm monitorado as contas bancárias da Evergrande para garantir que o caixa da empresa seja usado para concluir projetos de habitação inacabados, e não para pagar credores. Pequim quer que o bilionário Hui Ka Yan, dono da incorporadora Evergrande, use o seu patrimônio pessoal para aliviar a crise da empresa.
          Na manhã de 29 de janeiro de 2024, um tribunal de Hong Kong ordenou a liquidação da Evergrande, a gigante imobiliária chinesa altamente endividada. A decisão surge dois anos depois de a empresa não cumprido suas obrigações, desencadeando uma crise financeira noutros promotores e agravando os desafios enfrentados pela segunda maior economia do mundo.
          A dissolução da empresa levanta questões sobre a justiça para os credores estrangeiros – o que poderá ter implicações mais amplas para as empresas estrangeiras que operam na China.
          A empresa já foi considerada grande demais para falir, acumulando dívidas para se expandir durante um boom imobiliário que tornou o setor imobiliário um motor-chave do crescimento econômico da China. Mas à medida que a economia desacelerou, as vendas de propriedades despencaram e os reguladores chineses começaram a reprimir a alavancagem excessiva e a especulação. Evergrande lutou para refinanciar as suas dívidas, que tinham aumentado para mais de 300 bilhões de dólares, e procurou repetidamente mais tempo para chegar a um acordo com os credores.
          O juiz que preside o caso de falência de Evergrande encerrou o processo após dois anos de negociações. As ações da Evergrande listadas em Hong Kong, que continuaram a ser negociadas apesar do processo de falência, despencaram mais de 20% antes de as negociações serem interrompidas, avaliando a incorporadora em apenas US$ 275 milhões.
(Fonte: Wikipédia / Capital Aberto - 30.10.2021 / NY Times - 29.01.2024 - partes)

Casa das Garças

          O instituto Casa das Garças foi fundado em 2004 e reúne alguns dos economistas mais importantes do país. O local escolhido para a sede foi uma casa na altura do número 1.200 da rua Visconde de Albuquerque, uma das mais movimentadas do Leblon. A mansão de 2.000 metros quadrados transformada em centro de estudos, de frente para belos jardins de Burle Marx, é a única casa projetada por Oscar Niemeyer na capital fluminense construída nos anos 1950.
          É um centro de estudos sobre política econômica formado por egressos da Escola de Economia 
da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e de governos passados.
          Na discreta casa reúnem-se periodicamente alguns dos economistas e banqueiros para discutir formas de turbinar o crescimento econômico. Sustentado pelos próprios sócios, o instituto faz debates restritos, organiza publicações e grupos de estudo sobre temas como crescimento econômico, dívida pública, ajuste fiscal, ampliação do mercado de capitais e educação.
          Entre os principais sócios no início dos trabalhos da casa estavam: Edmar Bacha, ex-presidente do BNDES, consultor do Itaú-BBA e do Banco Mundial; Ilan Goldfajn, ex-diretor de política econômica do Banco Central; Dionísio Dias Carneiro, professor da PUC-RJ e idealizador do instituto; Antônio Bittencourt, ex-executivo do banco Icatu e dono da casa onde está instalado o instituto; Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e sócio do Gávea Investimentos; Pedro Moreira Salles, presidente do conselho de administração do Unibanco.
          Depois de dois anos de discrição, a Casa das Garças, como é conhecido o Instituto de Política Econômica (Iepe), começou a ganhar notoriedade. Em junho de 2006, chamou a atenção o lançamento de dois livros sobre mercado de capitais, dívida pública e crescimento econômico, com artigos de "notáveis" como Armínio Fraga e Pérsio Arida, ex-presidentes do Banco Central. Seus fundadores incomodam-se com a associação inevitável com um "centro de estudos tucano". Mas não rejeitam a ideia de que o think tank - designação aos centros de estudos de políticas públicas, comuns no exterior, mas ainda raros no país - abriga a elite do pensamento econômico liberal brasileiro.
          A notoriedade de seus economistas, logo nos primeiros tempos, já atraiu para a casa ícones do liberalismo no exterior, como Ben Bernanke, então presidente do banco central americano, que esteve
no Brasil em 2004. O Nobel de economia Michael Spence esteve lá em abril de 2006.
          Pouco depois de meados de agosto de 2023, exatos 16 economistas que participaram da trajetória do país desde 1980 compareceram na Livraria da Travessa no Shopping Iguatemi para o lançamento do livro “A Arte da Política Econômica: Depoimentos à Casa das Garças”. Na ocasião, foi feito o clique com Pérsio Arida, Paulo Hartung, Cristiane Schmidt, Edmar Bacha, Claudia Costin, Maílson da Nobrega, Ana Carla Abrão, Pedro Parente, Pedro Malan, Gustavo Franco, Joana Monteiro, José 
Augusto, Amaury Bier, Sérgio Werlang, Ana Paula Vescovi e Murilo Portugal.
(Fonte: revista Exame - 16.08.2006 / Estadão - 23.08.2023 - partes)

Good Light

          A Good Light é uma marca de produtos dietéticos que pertencia ao Grupo Pão de Açúcar. Quem comandava essa área era Lucília Diniz, irmã de Abilio Diniz, então acionista do Pão de Açúcar.
          Em abril de 2006, Lucília deixou de ser apenas uma espécie de embaixadora da marca, para tornar-se dona do negócio, passando então a exercitar para valer seu lado empresária. Ela herdou a marca na partilha feita após a venda do controle do Pão de Açúcar para o grupo francês Casino e, desde então, passou a montar sua equipe para tocar a empresa.
          Uma das incumbências de Lucília, passou a ser a negociação da distribuição de seus produtos em outras redes. Uma delas seria o Carrefour. Nas lojas do Pão de Açúcar, a Good Light perdeu o status de marca própria e, com isso, deixou de ter prioridade nos locais de maior destaque.
(Fonte: revista Exame - 16.08.2006)

17 de set. de 2021

Pandoro

          O tradicional restaurante Pandoro foi aberto em 1953 como restaurante, bar e confeitaria, na Avenida Cidade Jardim, 60 no Jardim Europa.
          Símbolo do Pandoro, o coquetel Caju Amigo foi criado a pedido de um cliente em 1955 pelo barman Fumaça. É um clássico paulistano composto de caju fresco, gim, gelo e açúcar. Teve sua receita aprimorada em 1974, pelo famoso barman Guilhermino Ribeiro dos Santos que preparou o drink com açúcar, compota de caju, suco concentrado da fruta, gelo, vodka e gotas de um “segredo”. Uma das especialidades da casa, o Caju Amigo Terra da Garoa é preparado exatamente como na versão aprimorada em 1974.
          Esse drinque teria sido um dos favoritos de Chacrinha e Hebe Camargo, além de banqueiros e empresários paulistanos.
          Em fins de 1992, o tradicional ponto das happy hours paulistanas abriu uma filial também nos Jardins, na Rua Haddock Lobo, 1573. O novo Pandoro primou por seguir o mesmo padrão de atendimento da antiga casa, porém com mais conforto e bom gosto na decoração. Preservou em seu cardápio algumas pedidas consagradas como o coquetel caju-amigo, os canapés e outros petiscos.
          Outro ponto comum com o Pandoro da Avenida Cidade Jardim é a grande variedade de uísques importados. No bar, logo à entrada, estão expostas 110 marcas diferentes.
          Após dois anos fechado, a casa reabriu em 2008, com nova decoração e novidades no cardápio. Mesmo com o ambiente repaginado, uma aura de nostalgia envolve o Pandoro Bar. O antigo balcão em aço inox continua a figurar por lá. O novo piso é composto por pastilhas de porcelana em tons de cinza, branco e preto, e os objetos de decoração fazem alusão à década de 1950.
          O endereço que abrigou por décadas o célebre restaurante Pandoro passou por reformas durante dois anos e agora reabre como Girarrosto – nome de um forno a lenha giratório para assados lentos. O empresário Paulo Kress não economizou: a nova casa exigiu investimento de 10 milhões de reais.
          Com pompa e circunstância, recebeu os antigos clientes para a aguardada festa de reinauguração. Uma visita ao célebre endereço, porém, deixa a impressão de que nem só de caju-amigo se faz o velho bar, marco da noite paulistana. Honra seja feita, o drinque-símbolo da casa continua a ser servido com correção pelo barman Guilhermino Ribeiro dos Santos. De volta ao seu balcão de aço inox, ele prepara a lendária receita-- vodca, gelo, suco e compota de caju em calda em copo alto--, que mantém o sabor de outrora e pode ser tomada com a devida deferência.
          Mas, a reforma completa que redesenhou e ampliou o espaço, pouco deixou da aura boêmia que envolvia a casa, aberta em 1953. As mudanças comandadas pelo arquiteto João Armentano, um dos novos sócios, varreram quase todos os sinais da antiga paisagem.
          Ainda que preze pela elegância e sobriedade, a nova decoração parece ser um pastiche do "velho" Pandoro, uma evocação do passado áureo, e deixa tudo excessivamente arrumadinho. O chão de lajotinhas vermelhas cedeu lugar às pastilhas; não há mais separação entre os ambientes do bar e do restaurante e o balcão agora é recoberto por granito preto.
(Fonte: revista Exame - 23.12.1992 / Balada Certa / Veja SP / Guia da Folha - 19.04.2008 / Terra da Garoa / Nossa UOL - 01.12.2023 - partes)