Símbolo do Pandoro, o coquetel Caju Amigo foi criado a pedido de um cliente em 1955 pelo barman Fumaça. É um clássico paulistano composto de caju fresco, gim, gelo e açúcar. Teve sua receita aprimorada em 1974, pelo famoso barman Guilhermino Ribeiro dos Santos que preparou o drink com açúcar, compota de caju, suco concentrado da fruta, gelo, vodka e gotas de um “segredo”. Uma das especialidades da casa, o Caju Amigo Terra da Garoa é preparado exatamente como na versão aprimorada em 1974.
Esse drinque teria sido um dos favoritos de Chacrinha e Hebe Camargo, além de banqueiros e empresários paulistanos.
Em fins de 1992, o tradicional ponto das happy hours paulistanas abriu uma filial também nos Jardins, na Rua Haddock Lobo, 1573. O novo Pandoro primou por seguir o mesmo padrão de atendimento da antiga casa, porém com mais conforto e bom gosto na decoração. Preservou em seu cardápio algumas pedidas consagradas como o coquetel caju-amigo, os canapés e outros petiscos.
Outro ponto comum com o Pandoro da Avenida Cidade Jardim é a grande variedade de uísques importados. No bar, logo à entrada, estão expostas 110 marcas diferentes.
Após dois anos fechado, a casa reabriu em 2008, com nova decoração e novidades no cardápio. Mesmo com o ambiente repaginado, uma aura de nostalgia envolve o Pandoro Bar. O antigo balcão em aço inox continua a figurar por lá. O novo piso é composto por pastilhas de porcelana em tons de cinza, branco e preto, e os objetos de decoração fazem alusão à década de 1950.
O endereço que abrigou por décadas o célebre restaurante Pandoro passou por reformas durante dois anos e agora reabre como Girarrosto – nome de um forno a lenha giratório para assados lentos. O empresário Paulo Kress não economizou: a nova casa exigiu investimento de 10 milhões de reais.
Com pompa e circunstância, recebeu os antigos clientes para a aguardada festa de reinauguração. Uma visita ao célebre endereço, porém, deixa a impressão de que nem só de caju-amigo se faz o velho bar, marco da noite paulistana. Honra seja feita, o drinque-símbolo da casa continua a ser servido com correção pelo barman Guilhermino Ribeiro dos Santos. De volta ao seu balcão de aço inox, ele prepara a lendária receita-- vodca, gelo, suco e compota de caju em calda em copo alto--, que mantém o sabor de outrora e pode ser tomada com a devida deferência.
Mas, a reforma completa que redesenhou e ampliou o espaço, pouco deixou da aura boêmia que envolvia a casa, aberta em 1953. As mudanças comandadas pelo arquiteto João Armentano, um dos novos sócios, varreram quase todos os sinais da antiga paisagem.
Ainda que preze pela elegância e sobriedade, a nova decoração parece ser um pastiche do "velho" Pandoro, uma evocação do passado áureo, e deixa tudo excessivamente arrumadinho. O chão de lajotinhas vermelhas cedeu lugar às pastilhas; não há mais separação entre os ambientes do bar e do restaurante e o balcão agora é recoberto por granito preto.
(Fonte: revista Exame - 23.12.1992 / Balada Certa / Veja SP / Guia da Folha - 19.04.2008 / Terra da Garoa / Nossa UOL - 01.12.2023 - partes)
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