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11 de out. de 2022

C&C

          A C&C foi fundada pelo banqueiro Aloysio Faria, dono do banco Alfa. Faria já controlava a Conibra, uma rede de médio porte com cinco lojas em São Paulo. Depois da venda do Real para o ABN AmRo, em 1998 - e de embolsar mais de 2 bilhões de dólares com o negócio -, o banqueiro decidiu 
entrar para valer no varejo de materiais para construção.
          No início de 2000 ele comprou a Madeirense, até então a maior rede do país, com 12 lojas no estado de São Paulo. No fim do 1º semestre de 2001, abriu a 18ª loja, em São José do Rio Preto, no interior paulista. Isso a consolidava como a maior rede do país.
          Segundo Jorge Gonçalves Filho, diretor-geral da C&C, fazia parte da estratégia de crescimento a expansão para outros estados nas regiões Sul e Sudeste.
          Em 2019, a cadeia de materiais de construção da família Faria passou por uma reestruturação, mas a empresa chegou enfraquecida em 2020, ano marcado pela pandemia, pois não estava preparada para vendas online, dizem fontes. Aloysio Faria resistiu à ideia de vender a rede que fundou, dizem
fontes familiarizadas com o assunto.
          Após a morte do banqueiro, em 2020, as filhas herdeiras contrataram bancos de investimento para avaliar o negócio – além do Alfa Bank e C&C, a família Faria é dona da Agropalma, da rede de 
sorvetes La Basque, da rede hoteleira Transamérica, da Águas Prata e de emissoras de rádio.
          A C&C estava (em outubro de 2022) em negociações com o BTG Pactual para estudar a venda do negócio. A rede tinha então 36 unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. As negociações para a venda da rede acontecem informalmente há alguns anos.
          Com faturamento abaixo de R$ 1 bilhão, a empresa já começou a demitir executivos e fecharia pelo menos 12 lojas até o final de 2023, apurou o jornal Valor. É consenso que o modelo de grandes lojas para varejistas de materiais de construção não está mais funcionando e que pelo menos um terço das lojas do grupo é deficitária. A rede faturava então  de R$ 70 milhões a R$ 80 milhões por mês.
          Em 10 de outubro de 2023 é feita a divulgação que o conglomerado Grupo Alfa vendeu a varejista de casa e construção C&C, então com 28 lojas em funcionamento, para a Arcos Gestão e Investimento (AGI). O negócio aconteceu no fim de setembro e o valor da operação não foi divulgado.
A operação de venda foi estruturada pela Prisma Capital, que atuou como assessora financeira da AGI. Já o BTG Pactual operou como assessor financeiro do Grupo Alfa durante a transação.
          A AGI foi criada por executivos egressos da Legion Holdings, empresa de investimentos do empresário Fábio Carvalho, ex-presidente da Casa & Vídeo e que foi responsável pela reestruturação da Lojas Leader.
          Em registro na Junta Comercial de São Paulo, sede da C&C, a C&C reporta um capital de R$ 1,4 bilhão. A venda vem em um momento em que a varejista trabalhava na redução da operação, com o fechamento de lojas. Ao menos seis unidades foram encerradas no último ano. Segundo comunicado da empresa, a Prisma irá continuar "oferecendo apoio à C&C, trazendo uma visão técnica e complementar, além de promover soluções financeiras e de capital".
(Fonte: revista Exame - 22.08.2001 / jornal Valor - 11.10.2022 / 28.06.2023 / Agência Globo - 10.10.2023 - partes)

10 de out. de 2022

Arby's

          A rede de lanchonetes Arby's foi fundada pelos irmãos Raffel em Boardman, Ohio, nos Estados Unidos, em 1964.
          Ao explorar a onda da comida saudável, a rede de sanduíches de rosbife explodiu nos Estados Unidos, onde em setembro de 1992, já tinha 2.300 lanchonetes.
          Atuando então em outros doze países, a Arby's entrou no Brasil pelas mãos do grupo Bahema, distribuidor de máquinas Caterpillar, que investiria 40 milhões de dólares para inaugurar as primeiras unidades brasileiras no início de 1993.
          Um dos apelos de marketing da rede, voltada para jovens e adultos, era o touch-screen - tela na qual o cliente digita seu pedido sem enfrentar fila no balcão. O plano era abrir franquia a partir de 1994. Para quem se interessasse, a projeção de investimento inicial era de 400.000 dólares, para uma loja de 350 metros quadrados e atendimento de 1.000 clientes ao dia, com prazo de retorno de quatro a seis anos.
(Fonte: revista Exame - 16.09.1992 / msn - Photos - 15.06.2018 - partes)

CBC - Companhia Brasileira de Cartuchos

          A CBC - Companhia Brasileira de Cartuchos, fabricante de armas e munições,  foi fundada em 1926, pela família Matarazzo. Depois disso a CBC teve vários donos até que o grupo Arbi do Rio de Janeiro adquiriu 70% de seu controle.
          Logo depois do Plano Collor, em março de 1990, a CBC recebeu um impacto semelhante a um tiro de uma MT 586P, uma pump action, espingarda de repetição produzida pela empresa. As alíquotas de importação para balas e cartuchos despencaram, de uma só vez, de 80% para 20%. Para piorar, as Forças Armadas, um dos principais clientes, entraram num duro período de contenção de despesas, o que abalou ainda mais a situação da empresa. Doloroso num primeiro momento, o golpe serviu para 
abrir os olhos dos dois acionistas da CBC, o grupo Arbi e a estatal Imbel.
          Em março de 1990, o grupo enviou seu presidente Antonio Marcos Moraes Barros para encontrar uma saída para esses problemas. Cercada no mercado interno, a empresa se voltou para o exterior. Menos de dois anos depois (setembro de 1992), 70% do faturamento de 50 milhões de dólares vinha das vendas de munições para mais de cinquenta países, entre eles Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha. Mesmo com a virada, a empresa não conseguiu superar inteiramente as dificuldades, o que esperava fazê-lo com os resultados de um amplo controle de qualidade e produtividade lançado na empresa no final de 1991. 
          Em 2013,  Luis Fernando Costa Estima, diretor e sócio da Forjas Taurus negociou a entrada da CBC no capital da empresa: vendeu parte de suas ações à CBC, que comprou outras no mercado até ficar com 15% de participação. Assim, Estima, CBC e outros acionistas passaram a ter maioria no conselho da Forjas Taurus. Em meados de 2014, a Taurus enfrentava um conjunto nada simples de problemas. Sócios em guerra, mais concorrência - a austríaca Glock e a checa CZ planejavam instalar fábricas aqui -, dívida em alta e a pior de todas, para a imagem da empresa: a Polícia Militar de São 
Paulo parou de usar, temporariamente, 98.000 pistolas da Taurus, depois de algumas terem disparado
sozinhas.
          Em 2015, a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) assume a Taurus, então uma monopolista em grave crise financeira e de imagem. Após a compra, foi dado início a uma reestruturação, em que a 
empresa fechou duas das três fábricas, concentrando a produção em São Leopoldo (RS).
(Fonte: revista Exame - 16.09.1992 / 26.07.2014 - partes)

Mineirão Supermercados

          Em 1987, os sócios, todos  mineiros, Walter Santos Anantes, Vicente Bretz da Silva e Ronosalto Pereira Neves compraram quatro lojas de uma rede de supermercados mineira que enfrentava dificuldades financeiras.
          Desde o início da sociedade, os três sócios nunca pensaram em depender de receitas financeiras. "Não entendemos nada de bancos", diz Silva, responsável pela área de administração e finanças da rede. Em compensação, comércio é um assunto pelo qual eles transitam com desenvoltura. Quando tinha 6 anos, Neves, nascido em 1958, comprava verduras dos feirantes e as revendia à vizinhança do bairro. Com o tempo, passou a fazer encomendas, regatear no preço e aumentar seu lucro. A partir daí, ele e 
Silva, amigos desde essa época, nunca mais deixaram o comércio.
          Ao terceiro sócio, Anantes, então funcionário da rede de supermercados Dragão, eles se uniram em 1987, para fundar a rede.
          Vendendo grandes volumes de mercadorias a preço baixo, a Mineirão expandiu seus negócios. Em 1990, tinha aumentado sua rede para dez lojas.
          Em setembro de 1998 já possuíam 25 lojas na região de Belo Horizonte e era a primeira em número de pontos-de-venda entre as redes de supermercado de Minas Gerias..
          Seu faturamento em 1997 foi de 36,8 milhões de dólares, com 1.400 funcionários.
          Por volta de 2006, a rede Mineirão foi vendida ao Carrefour.
(Fonte: revista Exame - 16.09.1992)

8 de out. de 2022

ING Bank

          O ING (Internationale Nederlanden Group) Bank é resultado da fusão do NMB Bank com a Nationale Nederlanden, a maior companhia de seguros da Holanda.
          No Brasil, a notícia sobre a fusão veio a lume em setembro de 1992. Em anúncios publicados na imprensa brasileira, é informada a mudança do nome NMB Bank, que passou a se chamar ING Bank, não só no Brasil mas em todos os países em que opera.
          Considerando dados de setembro de 1992, o ING Group era um dos principais conglomerados
financeiros da Europa, com ativos de US$ 174 bilhões e patrimônio de US$ 8,8 bilhões.
          Em 5 de março de 1995, administradores do ING e do Barings anunciaram a compra do Barings pelo ING pelo valor simbólico de 1 libra. A Ernst & Young administrava o Barings desde a sua falência, uma semana antes. Segundo o acordo, o grupo holandês forneceria 660 milhões de libras (US$ 1,07 bilhão) à vista para que o banco pudesse retomar suas atividades no mercado. O nome Barings seria mantido. O banco mais antigo do mundo, com 233 anos de existência, sucumbiu.
(Fonte: revista Exame (anúncio comercial) - 16.09.1992 / Folha de S.Paulo - 06.03.1995 - partes)

7 de out. de 2022

Noar

          A  Nordeste Aviação Regional Linhas Aéreas (NOAR) nasceu em 2009 com boas intenções de ligar os municípios do interior com os grandes centros do nordeste.
          A companhia, porém, é mais lembrada por seus acidentes.
          Em 13 de julho de 2011 uma aeronave que partia de Recife em direção a Mossoró teve problema após a decolagem e tentou pousar na Praia de Boa Viagem, o que causou a explosão do avião e a morte dos dois pilotos e 14 passageiros.
          Após o caso, a ANAC suspendeu seus voos e em 2014 retirou sua licença de operação.
(Fonte: revista IstoÉDinheiro - 30.01.2019)



Nordeste Linha Aéreas

          A Nordeste Linhas Aéreas era controlada pela família do ex-governador da Bahia Nilo Coelho.
          Em meados de 1992, o empresário Marcos Sampaio Ferreira, ex-dono da Bombril, dispunha-se a desembolsar os 7 milhões de dólares pedidos pela Nordeste. Era pouco, mas a companhia não valia mais do que isso: estava afundada em dívidas, tivera 40 milhões de dólares de prejuízo em 1991, e sua frota 
sucateara-se. Ferreira já era dono da Pantanal, companhia de voos regionais de Mato Grosso.
          O maior patrimônio da Nordeste eram as linhas para 26 cidades e a operação exclusiva das rotas 
para Fernando de Noronha.
          O negócio só estava emperrado porque o governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, não se 
conformava com o fato de o estado ter perdido o controle da companhia.
(Fonte: revista Exame - 16.09.1992)

Tampax

          As mulheres encontraram maneiras de conviver com seus períodos desde os antigos egípcios e gregos – e essas soluções só ficaram mais avançadas e convenientes à medida que a ciência médica e a diligência humana floresceram. O tampão, como o conhecemos hoje, foi inventado pela primeira vez em 1929 pelo Dr. Earle Haas. Sete anos depois, em 1936, a empresária de Denver Gertrude Tenderich comprou a patente e fundou a Tampax Sales Corporation – onde atuou como presidente.
          Em 7 de março de 1936, a Tampax Incorporated é formalmente constituída sob as leis do estado de Delaware. Poucos meses depois, em 26 de julho de 1936, o primeiro anúncio de Tampax aparece na American Weekly.
          Em1939, o médico Harry S. Sackren conduz um estudo abrangente sobre tampões, concluindo que os produtos Tampax são seguros e fáceis de usar, bem como geralmente considerados favoravelmente pelas mulheres que os usam.
          Em março de 1941, a primeira consultora educacional em tempo integral da Tampax, Mabel Mathews, estabelece o primeiro departamento educacional formal da empresa.
          Também em 1941, diante da expulsão de sua fábrica e posterior venda para a Johnson & Johnson, a Tampax transfere as operações de Nova Jersey para uma fábrica têxtil em Three Rivers, Massachusetts. Ainda em 1941, Tampax começa a produzir bandagens de algodão e curativos cirúrgicos para os militares dos EUA, juntamente com a produção de tampões durante a Segunda Guerra Mundial.
          No período de 1941 a 1945, com milhões de mulheres entrando no mercado de trabalho e um período de prosperidade sem precedentes em tempos de guerra, a Tampax experimenta um crescimento explosivo de vendas
          Em 1951, a Tampax constrói novas instalações de produção, expande as existentes e lança subsidiárias internacionais de fabricação para acompanhar a demanda.
          Quatro anos depois, em 1955, a “família Tampax” se une para se recuperar da devastação do furacão Diane.
          Na década de 1970, à medida que Playtex, Kimberly-Clark e Johnson & Johnson surgem como concorrentes diretos do Tampax, o mercado de absorventes internos fica consideravelmente mais acirrado.
          Na década de 1980, relatórios médicos começam a discutir a síndrome do choque tóxico (TSS) e seus efeitos nocivos para mulheres menstruadas. Depois que os testes do CDC mostram que o Tampax está entre as opções mais seguras do mercado, a Tampax lança uma campanha educativa para informar os consumidores sobre o TSS.
          Em 1981, a Tampax apresenta o Maxithins, um novo absorvente revolucionário tão fino que pode ser dobrado para facilitar o armazenamento, mas suficientemente absorvente para fornecer proteção de tamanho completo. Em junho do mesmo ano (1981), Edwin H. Shutt, Jr., recém-nomeado presidente da Tampax, começa a expandir rapidamente as ofertas de produtos por meio de aquisição e desenvolvimento.
          A Tampax comemora seu 50º aniversário em 1986 com participação de mercado de mais de 60% 
nos EUA, além de enviar quase metade de todas as unidades de varejo para mercados além dos EUA.
          No Brasil, em 1992, a americana Tambrands ficou com um único produto, o Tampax, após enxugar seu quadro de funcionários de 350 para dezoito, após a venda de suas linhas de fraldas descartáveis e absorventes externos. O Tampax era importado e distribuído pela Gessy Lever. A Tambrands iria começar do zero após inauguração de uma fábrica mais moderna do Tampax, em 1994.
          A Tampax é comprada pela Procter & Gamble em 1997 e continua a manter uma participação dominante no mercado de absorventes internos dos EUA até os dias atuais.
          Em 2002, a Tampax apresenta a linha de produtos Pearl, com aplicador plástico e ponta arredondada, que rapidamente se torna um item básico da família Tampax.
          Tampax e Always se unem em 2013, para criar a coleção Radiant – uma linha de tampões e absorventes com embalagem discreta.
          Em 2015, a Tampax lança o Pocket Pearl – trazendo a proteção poderosa dos tampões Pearl de tamanho normal para um aplicador de bolso.
(Fonte: site da empresa / revista Exame - 16.09.1992 - partes)

Sollo (cartão de crédito)

          Em setembro de 1992, de olho na concorrência, o Bamerindus ameaçava desembarcar da associação que mantinha com a American Express, o Econômico e o BCN na administração do cartão Sollo. O Bamerindus estava tendo dificuldades no varejo, principalmente para enfrentar o Bradesco, que oferecia a seus clientes o Bradesco-Visa.
          O maior problema do Sollo era o fato de não ter aceitação internacional. A alternativa para concorrer de igual para igual seria que a Amex, parceira majoritária na sociedade, permitisse duas marcas em seu cartão internacional. O problema é que a matriz não aceitava outro logotipo, além do centurião, no plástico.
          De olho num sócio forte, a Credicard, que administrava o Diner's, já havia oferecido ao Bamerindus 6 milhões de dólares para trocar de parceiro. A Amex pedira prazo até dezembro (1992) para apresentar uma alternativa.
(Fonte: revista Exame - 16.09.2022