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10 de out. de 2022

CBC - Companhia Brasileira de Cartuchos

          A CBC - Companhia Brasileira de Cartuchos, fabricante de armas e munições,  foi fundada em 1926, pela família Matarazzo. Depois disso a CBC teve vários donos até que o grupo Arbi do Rio de Janeiro adquiriu 70% de seu controle.
          Logo depois do Plano Collor, em março de 1990, a CBC recebeu um impacto semelhante a um tiro de uma MT 586P, uma pump action, espingarda de repetição produzida pela empresa. As alíquotas de importação para balas e cartuchos despencaram, de uma só vez, de 80% para 20%. Para piorar, as Forças Armadas, um dos principais clientes, entraram num duro período de contenção de despesas, o que abalou ainda mais a situação da empresa. Doloroso num primeiro momento, o golpe serviu para 
abrir os olhos dos dois acionistas da CBC, o grupo Arbi e a estatal Imbel.
          Em março de 1990, o grupo enviou seu presidente Antonio Marcos Moraes Barros para encontrar uma saída para esses problemas. Cercada no mercado interno, a empresa se voltou para o exterior. Menos de dois anos depois (setembro de 1992), 70% do faturamento de 50 milhões de dólares vinha das vendas de munições para mais de cinquenta países, entre eles Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha. Mesmo com a virada, a empresa não conseguiu superar inteiramente as dificuldades, o que esperava fazê-lo com os resultados de um amplo controle de qualidade e produtividade lançado na empresa no final de 1991. 
          Em 2013,  Luis Fernando Costa Estima, diretor e sócio da Forjas Taurus negociou a entrada da CBC no capital da empresa: vendeu parte de suas ações à CBC, que comprou outras no mercado até ficar com 15% de participação. Assim, Estima, CBC e outros acionistas passaram a ter maioria no conselho da Forjas Taurus. Em meados de 2014, a Taurus enfrentava um conjunto nada simples de problemas. Sócios em guerra, mais concorrência - a austríaca Glock e a checa CZ planejavam instalar fábricas aqui -, dívida em alta e a pior de todas, para a imagem da empresa: a Polícia Militar de São 
Paulo parou de usar, temporariamente, 98.000 pistolas da Taurus, depois de algumas terem disparado
sozinhas.
          Em 2015, a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) assume a Taurus, então uma monopolista em grave crise financeira e de imagem. Após a compra, foi dado início a uma reestruturação, em que a 
empresa fechou duas das três fábricas, concentrando a produção em São Leopoldo (RS).
(Fonte: revista Exame - 16.09.1992 / 26.07.2014 - partes)

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