O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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10 de ago. de 2023
Capitânia
Durante os primeiros 14 anos a Capitânia teve porte de pequeno a médio, numa faixa de ativos até R$ 5 bilhões.
A partir de 2017, ganhou escala, acompanhando o crescimento do mercado de crédito, até chegar a R$ 10 bilhões em 2021, quando deu a grande virada, com a venda de 20% para a XP. De lá para cá, mais do que duplicou seus ativos sob gestão.
“Foi uma parceria que rendeu muita sinergia”, avalia Profili. Segundo ele, a XP foi uma espécie de consultor estratégico, fornecendo inteligência de produto e mostrando como aproveitar melhor sua capacidade como distribuidora. “E funcionou como um selo de qualidade, que reconheceu a perenidade da Capitânia”, diz Flávia Krauspenhar.
E, até 2028, planeja dobrar de tamanho, com R$ 50 bilhões e nada menos do que um milhão de cotistas. Para isso, atua em três frentes: atuação em dois novos nichos de clientes, lançamento de quatro fundos — em dois deles já captou R$ 400 milhões — e compra de assets menores.
“Passamos 20 anos no mesmo escritório com 40 posições. Acabamos de mudar para um novo, com 80, que aguenta os próximos 20”, diz Arturo Profili.
Considerando dados de agosto de 2023, a gestora tem R$ 25 bilhões sob gestão e 400 mil cotistas.
(Fonte: jornal Valor - 09.08.2023)
9 de ago. de 2023
Kernel
Em 2023, Steve Ells, fundador do Chipotle arrecada dinheiro para seu segundo ato: a abertura da
start-up Kernel.
Em 1993, Steve Ells abriu o primeiro Chipotle em Denver e construiu um gigante de restaurantes
fast-casual de US$ 51 bilhões.
Agora ele está trabalhando em seu próximo ato: um conceito de restaurante à base de vegetais de atendimento rápido que depende da automação.
A Kernel, levantou US $ 36 milhões em financiamento da Série A. Isso ajudará a empresa a abrir seu primeiro local na cidade de Nova York no outono de 2023 do hemisfério norte, e desenvolver a tecnologia que pode eventualmente licenciar para outros.
Como o Kernel funciona: é um modelo centralizado, com uma cozinha central que faz grande parte do trabalho de preparação ao longo do dia. A comida é então levada de bicicleta para os restaurantes; ali, máquinas e uma pequena equipe de humanos montam tudo para os clientes.
O restaurante oferecerá uma variedade de pratos à base de plantas, incluindo um sanduíche crocante de frango falso, um hambúrguer vegetariano e uma salada Caesar de frango sem, bem, frango. (O foco nas plantas deve ser ecologicamente correto, embora Ells admita que foi difícil criar pratos que agradassem amplamente.)
A Kernel se baseia nas lições que Ells aprendeu com o Chipotle. Quando ele começou a empresa, depois de deixar a Chipotle em 2020, ele se concentrou em melhorar a eficiência, a velocidade e a qualidade dos alimentos por meio de software e automação.
Ells explica que o resultado é uma rede que pode operar restaurantes menores em mais locais (já que não precisam de equipamentos de cozinha volumosos) e ser mais consistente na qualidade das refeições. Ela também precisa de menos funcionários, mas Ells disse que a Kernel poderá pagá-los melhor..
O esforço de arrecadação de fundos ocorreu após dois anos de autofinanciamento de Ells. Ele garantiu investimentos de grupos como Raga Capital, Willoughby Capital e Rethink Food.
Eventualmente, poderia licenciar sua tecnologia para outras cadeias. “Não há dúvida de que mais e mais automação chegará aos restaurantes”, disse Ells. Sobre o Kernel, ele acrescentou: “Uma vez que
o trabalho duro é feito, uma vez que a plataforma é comprovada, é muito, muito simples de replicar”.
(Fonte: NY Times - 09.08.2023)
8 de ago. de 2023
Sun Microsystems
Um dos grandes feitos da americana Sun Microsystems foi a criação da linguagem Java.
Java significa café. É uma gíria americana do tempo em que os grãos que se usava nos Estados Unidos vinham de algum lugar remoto da Indonésia. Mas é provável que no futuro a origem da palavra venha a ser completamente esquecida. Para as centenas de milhões de pessoas ligadas à internet, e para as dezenas de milhares de empresas que montaram intranets mundo afora, Java quer dizer outra coisa. É o nome de uma linguagem de programação que tem por símbolo uma xícara de café fumegante.
É também uma onda que varreu a indústria de informática com uma intensidade nunca vista. Foi uma chance de reduzir dramaticamente os custos da computação empresarial. Mas foi, sobretudo, a promessa de conferir à Internet a única coisa que ela então ainda não tinha: a capacidade de criar. A l Na JavaSoft, empresa criada pela Sun para desenvolver aplicações e dar suporte ao novo produto, contabilizava-se, já em 1996, 90.000 kits de programação Java sendo apanhados gratuitamente na Internet a cada mês. O engenheiro da Sun que a concebeu, James Gosling, era considerado por alguns como o melhor programador do mundo. Sua especialidade e obsessão são programas acionáveis através de redes.
A SID foi uma das empresas que fechou um acordo de distribuição de equipamentos para processamento corporativo fabricados pela Sun Microsystems.
(Fonte: revista Exame - 25.09.1996)
7 de ago. de 2023
Kahlúa (licor)
A origem por trás do nome de Kahlúa é um pouco menos certa. Alguns acreditam que foi inspirado por uma antiga palavra árabe que se diz ser uma gíria para café. Outra teoria mais provável é que a palavra Kahlúa é derivada da língua dos primeiros indígenas astecas da região de Veracruz, no leste do México. Kahlúa se traduz como “casa do povo Acolhua” na língua náuatle.
O Kahlúa foi lançado oficialmente em 1936 e quatro anos depois, foi introduzido no mercado americano.
Kahlúa, um licor de café à base de rum produzido em Veracruz, no México, é tão conhecido que se tornou sinônimo da categoria. Parte integrante de alguns dos coquetéis mais populares do planeta, Kahlúa passou de um humilde licor de café a uma das marcas de destilados mais reconhecidas do mundo.
Kahlúa é feito de grãos de café 100% arábica que podem levar até seis anos para amadurecer. Depois que os grãos são colhidos, eles descansam por seis meses, depois são torrados. Depois que o café, o rum, o açúcar e a baunilha são misturados, eles descansam por mais quatro semanas para permitir que os sabores se integrem, antes de serem engarrafados com 20% ABV.
Através da popularidade de coquetéis como o Black Russian, o White Russian e o Mudslide, Kahlúa se tornou o licor de café mais vendido no mundo na década de 1980.
Em 2005, o conglomerado de bebidas Pernod Ricard adquiriu a empresa.
Embora o Kahlúa seja mais reconhecido como um ingrediente de coquetel em bebidas do tipo sobremesa, este rico licor de café é surpreendentemente versátil ao lado de uma ampla variedade de destilados e sabores.
5 de ago. de 2023
Santa Clara (fertilizantes)
A soja responde pela maior parte das vendas de fertilizantes especiais, que são produtos de alta qualidade para aumentar a produtividade da lavoura por meio de sementes e aplicação foliar, mas os produtos da Santa Clara também são utilizados nas culturas de milho, cana-de-açúcar, café e hortaliças. No exterior, são utilizados na produção de banana na Costa Rica, cana-de-açúcar na Guatemala e coco na República Dominicana.
Para chegar aos clientes, a Santa Clara tem investido na ampliação de suas bases, aumentando de 8 para 11 o número de centros de distribuição terceirizados neste ano. Nesses centros, o atendimento é feito em dois ou três dias. O estado do Mato Grosso do Sul é o maior cliente.
4 de ago. de 2023
Guerlain
Uma das mais antigas casas de perfumes da França, a Guerlain foi fundada em 1828.
A Guerlain acaba de iniciar as vendas online diretas no Brasil para atender o segmento ultra-premium. Seus produtos são voltados para um público de altíssimo poder aquisitivo, que compra loções faciais na faixa de R$ 8.400 (50 ml) e perfumes que custam R$ 5.100, como o Muguet (145 ml), cujos
frascos são numerados e apenas 15 unidades virão para o Brasil.
Os produtos da Guerlain que chegam ao mercado, considerando agosto de 2023, são exclusivos do seu e-commerce, que já foi lançado no Brasil. Como ainda não há butiques da marca no país e apenas lojas multimarcas, a venda online dessa linha é a única opção.
“É um primeiro passo”, disse Viviane Koyama, diretora geral da Guerlain no Brasil, ao explicar que a alta perfumaria da marca optou por essa estratégia direta para ter “real controle da qualidade dos produtos de ultra luxo e manter em contato com aquele público-alvo que busca linhas de produtos cada vez mais exclusivas.” Embora o site — a ser lançado oficialmente em 16 de agosto de 2023 — venda toda a linha, as lojas multimarcas continuarão a comercializar o mesmo portfólio disponível até agora. Essas lojas são Beleza na Web, Época Cosméticos e Sephora.
O Brasil é o segundo maior representante da marca na América Latina, considerando números de meados de 2023. O México assume a primeira posição no mapa global, onde a Ásia e a Europa são os maiores mercados. No entanto, o Brasil é o primeiro a ter um site para vender produtos de alto luxo, que inclui a linha de produtos L’Art & La Matière, com velas e difusores com preços que variam de R$ 725 a R$ 4.550, dependendo do tamanho.
As loções da linha Orchidee Imperial Black, produzidas a partir da orquídea negra nativa do Peru, estão entre as loções mais caras do mundo, com preços superiores aos da suíça La Prairie, uma das concorrentes da Guerlain nessa faixa de mercado. O soro de 30 ml custa R$ 8.800. No entanto, o produto de entrada no Brasil é o Youth Watery Oil (R$ 329, 15 ml), da linha Abeille Royal, à venda nas lojas multimarcas.
A nova estratégia de vendas, diz Koyama, visa um público amplo de várias faixas etárias e todos os gêneros, já que “os homens investem cada vez mais em cuidados com a pele”.
“Pretendemos abrir boutiques Guerlain nos próximos anos e estamos investindo fortemente para atrair esse consumidor. É a nossa primeira aposta em uma nova era”, disse ela.
(Fonte: jornal Valor - 04.08.2023)
3 de ago. de 2023
Volvo (caminhões)
Além da proximidade do Porto de Paranaguá e do parque de autopeças de São Paulo, os empresários suecos encontraram em Curitiba boas escolas técnicas e mão-de-obra especializada. O sueco Tage Karlsson foi o primeiro diretor-superintendente da empresa. Nesse mesmo ano era fundada a Volvo Penta do Brasil, no Rio de Janeiro.
A fábrica estava quase pronta, em 1979, quando os primeiros empregados, que trabalhavam no escritório, no centro de Curitiba, foram transferidos para as novas instalações, na CIC - Cidade Industrial de Curitiba. Nessa época, atendendo à nova política de descentralização industrial do Governo Federal, o estado do Paraná desenvolveu um arrojado projeto de cidade industrial pré-planejada, distante do centro urbano de Curitiba e com toda infra-estrutura para instalação de indústrias, como: energia, telecomunicações, vias pavimentadas para acesso rápido à cidade, etc.
Em 1979, começa a produção da Volvo no Brasil com motores e chassis de ônibus B58, com motor central entre-eixos, caixa automática e opção de chassi articulado. No Rio de Janeiro, a Volvo Penta inicia a marinização dos motores AQB41.
O presidente da República, João Figueiredo, inaugurou a nova fábrica, oficialmente, em 4 de dezembro de 1980. Foram feitos estudos sobre as exigências legais do país, as necessidades e tendências do mercado para identificar qual o tipo de veículo seria mais adequado para o transporte rodoviário de cargas no Brasil.
A decisão final foi a escolha do caminhão global da série "N", vendido na Europa, América do Norte, outros países da América do Sul, Ásia e Austrália. Então, começa a ser produzido o caminhão pesado N10, com motor de 10 litros e, um ano mais tarde, iniciou-se a produção do caminhão pesado N12, com motor de 12 litros, formando a base da linha de produtos oferecida pela marca ao mercado brasileiro.
A empresa logo percebeu que seria difícil convencer os transportadores de que haveria, em curto espaço de tempo, uma ampla rede de concessionários para prestar atendimento de pós-venda a eles. Veio, então, uma solução criativa e inovadora para a época: a criação do Voar - Volvo Atendimento Rápido (em junho de 1981), oferecendo atendimento emergencial, 24 horas por dia, para todos os veículos da marca, em qualquer ponto do País.
No início, eram comuns relatos de mecânicos que viajavam da fábrica ou de algum concessionário utilizando aviões e até barcos para chegar ao local de atendimento. Em 1981, a Volvo Penta marinizou o primeiro motor náutico a álcool do mundo, o AQE41.
Em 1983 foi lançado o Velox, sistema de entrega emergencial de peças de reposição que propunha entregar peças em qualquer capital do país em prazos reduzidos. Era mais uma forma de cativar os transportadores e fazê-los acreditar na seriedade da marca. No mesmo ano, foi lançado o motor TD100G, com maior potência e torque, e menor consumo de combustível.
Outro lançamento importante de 1983 foi o dos ônibus B58E 4x2 e 6x2. Tratava-se de uma versão mais moderna do B58, que atendia os níveis de emissões exigidos pela legislação ambiental do país para os anos seguintes - por isso o "E", de "ecológico". A Volvo Penta introduziu os motores MD13 e MD16, a diesel.
Novas modificações na linha de caminhões chegaram em 1984, com o lançamento de uma linha composta por três faixas de aplicação: os caminhões N10 e N12 passavam a receber novas identificações que os classificavam em "H" (heavy), "XH" (extra heavy) e "XHT" (extra heavy tandem).
Na Brasil Transpo - maior feira especializada em transporte do país - de 1984, também foi lançado o primeiro caminhão pesado a álcool do país - um N10 XHT -, demonstrando a versatilidade da marca para adequar seus produtos às necessidades do Brasil.
No ano de 1985, a empresa trouxe outras novidades, como o lançamento da série F de motores, equipando a nova linha de caminhões Intercooler, denominados também de "faixa preta", devido às faixas decorativas laterais e ao seu excelente desempenho. O Intercooler (resfriador do ar de admissão do turbo para o motor) foi uma das diversas inovações tecnológicas que a Volvo trouxe ao país, induzindo outros fabricantes a adotar soluções semelhantes em seguida. Com esse lançamento, a Volvo passava a disponibilizar a maior linha de caminhões pesados do Brasil.
Também em 1985, nasce a Associação Viking dos funcionários da Volvo. Em junho daquele ano, foi anunciada a sucessão no comando da empresa, com Tage Karlsson deixando seu cargo no final do ano e Mats-Ola Palm assumindo a presidência a partir de janeiro de 1986. A Volvo Penta introduziu o VP229, que podia ser usado como motor de centro ou rabeta em embarcações.
Em dezembro de 1986, foi apresentado o chassi de ônibus B10M, ônibus mundial, agora produzido no Brasil. Não havia outro veículo que se comparasse a ele no mercado brasileiro. No mesmo ano, a fábrica aumenta sua produção com investimentos da ordem de 1,7 milhões de dólares para a construção de novos prédios.
Em 1986, o país estava sob a égide do Plano Cruzado - um novo plano de recuperação da economia, lançado pelo presidente José Sarney, que mudou o nome da moeda de Cruzeiro para Cruzado. Nesse período, houve uma escassez de peças no mercado, o que levou ao acúmulo de mais de 200 caminhões incompletos no pátio. Mas isso não impediu que se comemorassem marcas históricas, como o chassi número três mil, em abril, e do caminhão número dez mil.
Em 1987, para comemorar seus dez anos de instalação no País, a empresa lança o Programa Volvo de Segurança nas Estradas, que, em seguida, teve seu nome alterado para Programa Volvo de Segurança no Trânsito. Para a Volvo, mais do que uma nova oportunidade de atuar junto à comunidade, através de um tema que está entre os seus valores essenciais - qualidade, segurança e meio ambiente -, o Programa Volvo de Segurança no Trânsito era uma contribuição efetiva para despertar a sociedade para a gravidade da situação do país nessa área.
Também em 1987, a Volvo fez uma associação mundial com a Michigan e a Euclid, dando origem à VME Equipamentos de Construção, que já tinha fábrica em Pederneiras, SP.
Em 1989, a empresa realizou o maior evento de sua história até então: a Volvo do Brasil Truck Convention, quando aconteceu o lançamento da linha de caminhões NL, formada pelos caminhões NL10 e NL12. Nesse mesmo ano, nova troca no comando na empresa: Bengt Calén assume a presidência.
A abertura das importações favorece a volta dos automóveis Volvo ao país. Em fevereiro de 1991, chegam ao Brasil os 26 primeiros automóveis Volvo 960, importados da Suécia pela Volvo Car do Brasil. Nesse ano, entram em operação os ônibus Volvo B58 Ligeirinhos. O modelo de embarque em plataforma aboliu as escadas do ônibus e diminuiu muito o tempo de embarque e desembarque dos passageiros. Suas estações-tubo tornaram-se um cartão-postal da cidade de Curitiba. No final desse ano, a presidência da Volvo do Brasil foi assumida por Carl Lindeström.
Em 1992, com 25 metros de comprimento e capaz de transportar 250 passageiros por viagem, os biarticulados deram um novo fôlego ao sistema de transporte de passageiros de Curitiba. O sistema de transporte de Curitiba já havia se consolidado - no início dos anos 1990 - e a demanda de passageiros continuava crescendo.
Nesse período, a cidade passou a contar com os ônibus biarticulados, especialmente desenvolvidos pela Volvo do Brasil, e até hoje sem similares no mundo. Inicialmente desenvolvidos sobre chassis B58 e mais tarde sobre os B10M e B12M. Com sua grande capacidade, os biarticulados melhoraram a qualidade de vida das grandes cidades, por meio de um transporte mais eficiente. Além disso, trouxeram ganhos ambientais, pois diminuíram a emissão de poluentes por passageiro transportado.
Em 1993, continuando a abertura às importações, a Volvo anunciou a chegada dos caminhões FH12 de cabine avançada da Suécia. Com isso, foi a primeira montadora a introduzir caminhões com motor eletrônico no Brasil. Ainda em 1993, a Volvo adquiriu o Transbanco (Banco de Investimentos S.A.) a fim de operar na captação de recursos para o financiamento de produtos da marca. Esse foi o embrião da atual Volvo Serviços Financeiros, que mais tarde assumiu o controle daquela instituição financeira.
Em 1995, quando se comemorava a produção do caminhão número 50 mil, outro recorde histórico era estabelecido com a venda, em um só mês - março -, de 819 caminhões. Em uma decisão histórica, em maio daquele ano, a Volvo foi pioneira em todo o país ao adotar a jornada de trabalho de 40 horas semanais para empregados da produção. Da mesma forma, foi a primeira montadora brasileira a definir um sistema de participação dos empregados nos resultados.
A Volvo comprou a totalidade da participação da VME em 1995, dando origem à Volvo Equipamentos de Construção. No Brasil, os negócios de equipamentos de construção da marca eram divididos entre Campinas-SP (comercial) e Pederneiras-SP (industrial).
Em 1996, a Volvo lançou a linha de caminhões EDC - Electronic Diesel Control em três faixas de potência: 320, 360 e 410 CV. Seu novo gerenciador eletrônico de injeção de combustível garante maior desempenho, economia de combustível, menor custo operacional e menor emissão de poluentes.
Em 1997, foi lançado o ônibus B12B, uma versão especial para o mercado brasileiro do B12, originalmente importado até então. Com o programa Factory 99 - lançado em 1997 -, a empresa aprimora o sistema de gestão de sua planta para as mudanças que aconteceriam nos anos seguintes, preparando-se para o novo século/milênio.
Foi inaugurada em 1997, a fábrica de cabines de Curitiba, a terceira do grupo Volvo no mundo. Possuía a mais moderna tecnologia, incluindo 12 robôs na linha de produção, moderno sistema de pintura e utilização de materiais nobres, como aços leves e de alta resistência, além de tintas ambientalmente adequadas.
A nacionalização dos caminhões FH12, que passaram a ser produzidos no Brasil em 1998, marcou uma nova fase na história da empresa. Os produtos brasileiros passaram a ter exatamente a mesma plataforma tecnológica da Europa. Ulf Selvin assume a presidência da Volvo em janeiro. A Volvo Construction Equipment brasileira passou a ser responsável pelos negócios na área de equipamentos da marca, em toda a América do Sul.
A novidade vinha acompanhada da introdução das motoniveladoras, ocorrida com a compra da canadense Champion em 1997, e de escavadeiras, a partir da aquisição da coreana Samsung Heavy Industries, em 1998. Na fábrica de Curitiba, foi introduzido o conceito de Equipes Autogerenciáveis - EAGs: grupos com autonomia para coordenar as atividades do dia-a-dia, com um mínimo de supervisão. O modelo das EAGs é herdeiro das bem-sucedidas experiências nas fábricas suecas da Volvo Cars em Kalmar e Udevalla, nos anos 1970.
A planta era a única a produzir os motores da marca fora da Suécia. Em 1999, a área comercial da Volvo Equipamentos de Construção foi transferida de Campinas, SP para Curitiba, PR, integrando-se definitivamente à estrutura de negócios da Volvo do Brasil. O mesmo aconteceu com a Volvo Penta. Em 1999, a Volvo Serviços Financeiros realizou suas primeiras operações de Leasing.
Em 2001, o Grupo Volvo comprou a Renault e a Mack Caminhões, criando uma estrutura global multimarcas. No Brasil, acontecia uma nova mudança de comando: Peter Karlsten assumiu a presidência da Volvo no País.
Em 2003, numa mudança de posicionamento de mercado, a Volvo decide ampliar sua linha de caminhões, introduzindo os semipesados Volvo VM 17 e VM 23, ambos com chassi rígido, nas versões 4x2 e 6x2. Em ônibus, a introdução do chassi B12R levou muita eletrônica embarcada para as estradas, com a introdução do computador de bordo e do software trip manager para ônibus.
Também em 2003, a linha de caminhões pesados foi inteiramente renovada, com a introdução de novas versões do FH, NH e FM. Em equipamentos de construção, as novidades eram o caminhão articulado A30D e a carregadeira L220D. Em 2003, Tommy Svensson assumiu a presidência da Volvo do Brasil.
Em 2004, a Volvo do Brasil lançou o maior ônibus do mundo: o B12M biarticulado com 27 metros de comprimento e capacidade para 270 passageiros. Baseada em sua tecnologia eletrônica, a empresa lançou o Volvo Link, sistema de rastreamento via satélite original de fábrica, que permite acompanhar e comandar remotamente a operação dos veículos. Através da internet, pode-se verificar a posição exata de qualquer caminhão da transportadora em tempo real, interagindo com o veículo e o motorista em situações emergenciais.
O caminhão FM 8x4, dirigido a segmentos de mineração e construção, foi lançado no segundo semestre de 2005, quando também foram introduzidos os novos VM cavalo mecânico 4x2 e rígido 6x4.
Em 2005, a Volvo do Brasil realizou a maior venda de ônibus do mundo: 1.779 unidades para o sistema Transantiago, que começou a operar em Santiago, no Chile; em outubro, com as primeiras 1.100 unidades de um total de 1.159 articulados B9 SALF produzidos no Brasil e 620 ônibus B7 RLE convencionais fabricados na Suécia.
Nova renovação na linha FH/FM foi promovida em 2006, com novos motores mais potentes e econômicos e nova transmisssão I-Shift, para 60t. É a linha Total Performance. Foi produzida a última unidade do modelo NH, de cabine "nariguda". Com isso encerrou-se um ciclo iniciado com os modelos N, NL e NH, em 26 anos de fabricação. A linha de escavadeiras ganhou um novo modelo: a EC700B é a maior da marca, com capacidade para 70t.
Também em 2006, a linha de motoniveladoras também foi atualizada, com a introdução da série G900. Destaque também para um novo modelo de carregadeiras: L150E. Em Pederneiras, foi construída novas linhas de montagem de eixos e escavadeiras.
Em ônibus, em 2007 houve o lançamento do B9R, que introduziu um nível de eletrônica embarcada e segurança jamais vistos em ônibus no continente. Destaque para o câmbio automatizado I-Shift, que passou a estar disponível também no B12R. Foi lançado também o caminhão FM10x4, que transporta até 50t em operações de construção e mineração, projetado especialmente para a Vale. 104 unidades foram vendidas para a mineradora.
2009
Com o lançamento de uma linha de miniescavadeiras e retroescavadeiras a Volvo consolida sua participação no segmento de equipamentos de construção compactos. Em ônibus, o destaque do ano foi a venda de 100 biarticulados B9SALF para a cidade de São Paulo. Com piso totalmente baixo, estes veículos não têm degraus para embarque e desembarque, trazendo muito mais segurança e conforto aos passageiros.
A Volvo Penta lança, em 2010, novos motores IPS, com potências de 1050 e 1200 hp, apresentados durante o tradicional Rio Boat Show. No segmento de ônibus rodoviários a Volvo passa a oferecer uma nova versão 8x2 do chassi B12R, especial para carrocerias “double-decker”. Outro destaque foi a importação de um ônibus híbrido Volvo 7700 para demonstrações nas cidades de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.
Em 2011, a Volvo lança as novas linhas F e VM de caminhões com tecnologia Euro 5 e o Dynafleet, seu gerenciador de frotas.
Foram lançadas no Brasil em 2012 as novas minicarregadeiras série “C”, retroescavadeiras série “B” e escavadeiras série “D” da Volvo. Volvo é a marca do ano em caminhões pesados e FH440cv ganha Prêmio Lótus pela terceira vez.
Em 2013, expandindo seu complexo industrial, Volvo automatiza a área de pintura da fábrica de cabines, com novos robôs e máquinas. Volvo Penta lança os motores marítimos V8 380 e V8430 e marca presença nos estádios da Copa do Mundo com motores industriais. A empresa lança o ônibus B270F com suspensão pneumática. O Parque Nacional do Iguaçu inicia operação com ônibus híbridos da marca. Lança o FH16 750cv, o caminhão mais potente do mundo e linha VM ganha configurações de eixos 8x2 e 8x4.
A Volvo faz o maior lançamento de caminhões da sua história em 2014, atualizando totalmente as linhas F e VM. Amplia e moderniza seu parque fabril de Curitiba, com novos prédios, a instalação de novos equipamentos e robôs e a inauguração de um complexo de 20 mil m² para atender clientes.
Testes em Curitiba mostram, em 2016, a eficiência do ônibus Elétrico-Híbrido, tecnologia que emite 55% menos CO2, 540% menos NOX e 1.500% menos material particulado (fumaça preta) do que modelos Diesel tradicionais, além de ser 65% mais econômica.
(Fonte: site da empresa)
29 de jul. de 2023
Soho House
Em fins de julho de 2023 o Clube Soho House anunciou a chegada em São Paulo, na Cidade Matarazzo, ainda em 2023.
Com 36 quartos e rooftop com bar e piscina, unidade paulistana deve abrir em dezembro e será a primeira da marca na América do Sul.
A previsão era que a Soho House São Paulo abriria em dezembro de 2023 na Cidade Matarazzo, complexo de luxo na região da Bela Vista que tem o hotel Rosewood entre os empreendimentos. A abertura aconteceu em 26 de junho de 2024.
Parte da expansão do complexo, a Soho House São Paulo terá 36 quartos, academia, rooftop com bar e piscina, restaurantes e espaços exclusivos para membros do clube. O empreendimento ocupará parte da antiga maternidade do Hospital Matarazzo, em que os edifícios históricos da facilidade foram erguidos em 1904 por Francesco Matarazzo.
Com o lançamento, a unidade é o primeiro endereço do grupo na América do Sul e o segundo na América Latina, atrás apenas da Soho House na Cidade do México, cuja abertura ocorreu em setembro de 2023.
Segundo informações oficiais, a equipe do Soho House Design, braço de design de interiores do grupo, está colaborando com artesãos locais para destacar uma coleção de arte nacional.
A empreitada funciona mediante adesão, em que as casas espalhadas pelo mundo são acessíveis a membros e convidados. As adesões podem ser feitas apenas para uma Soho House específica ou ainda em um plano que dê acesso a todas as unidades da marca.
Por enquanto, o site oficial abriu um canal para aqueles que têm interesse em serem membros da unidade paulistana – os valores para adesões ainda não foram divulgados.
(Fonte: CNN - 29.07.2023 / IstoÉDinheiro - 23.06.2024 - partes)
28 de jul. de 2023
Vale Base Metals Limited (VBM)
No início de 2022, a Vale inicia os trabalhos de cisão do negócio de metais básicos. Para administrar os negócios a mineradora brasileira criou a Vale Base Metals Limited (VBM).
A Vale aposta que metais como cobre, níquel, cobalto e lítio são insumos para a produção de carros elétricos. O cobre também é usado como matéria-prima para projetos de energia eólica e solar.
Em 27 de julho de 2023, a Vale anunciou que concordou em vender 13% da empresa por US$ 3,4 bilhões. É um dos maiores negócios de M&A da indústria brasileira.
A Manara Minerals, joint venture entre o Public Investment Fund (PIF) da Arábia Saudita e a mineradora estatal (árabe) Ma'adene, terá 10% da Vale Base Metals Limited . Os 3% restantes da empresa serão adquiridos pela Engine No. 1, um fundo com sede na Califórnia que investe em ativos de transição energética.
O acordo vinculante entre as partes foi assinado em 27 de julho de 2023 e, segundo a Vale, o negócio deve ser fechado até o primeiro trimestre de 2024, sujeito a condições precedentes, incluindo aprovações regulatórias. O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse em nota: “Vemos esses investimentos estratégicos como um marco importante em nosso caminho para acelerar o crescimento agregador em nossa plataforma de negócios de metais de transição de energia, criando valor significativo de longo prazo para todos os nossos stakeholders. Com nosso portfólio de alta qualidade, estamos posicionados de maneira única para atender à crescente demanda por minerais críticos e nos beneficiar da transição energética global, mantendo o compromisso com práticas socioambientais sólidas e mineração sustentável.”
Dado o tamanho da transação (US$ 3,4 bilhões por 13% da VBM), o negócio de metais básicos da Vale foi avaliado em US$ 26 bilhões. É um valor que representa quase 40% do valor da Vale em 23 de julho de 2023, de US$ 67,7 bilhões.
O valor total de US$ 3,4 bilhões será pago à VBM em dinheiro no fechamento, sujeito aos ajustes usuais. E o dinheiro irá para os cofres da nova empresa, que deverá ter sede em Toronto, no Canadá. Os recursos serão usados para investir no crescimento da empresa, que agora será uma entidade separada com sua própria alta administração.
A Vale disse que a parceria estratégica acelerará o programa de investimentos da VBM, que deve atingir entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões na próxima década, grande parte no Brasil. No comunicado, a empresa disse que os fundos ajudarão a impulsionar um aumento potencial da produção de cerca de 350.000 toneladas por ano de cobre para 900.000 toneladas por ano. A VBM opera no Brasil, Canadá e Indonésia.
Os números superlativos da operação valem também para os compradores. Este é o maior investimento saudita da história do Brasil e o terceiro maior do fundo PIF no mundo. A transação foi competitiva e recebeu ofertas da GM, Mitsui e também da Qatar Investment Authority (QIA), dizem as fontes. O Bank of America atuou como consultor financeiro exclusivo da Manara Minerals na transação. O Goldman Sachs assessorou a Vale.
Fontes que acompanharam a operação disseram que durante as negociações não foi discutido quando a unidade de metais básicos precisaria de uma nova rodada de financiamento, mas já se supõe que será necessário. Como resultado, fontes disseram que um IPO permanece na mesa da empresa, embora nenhuma data tenha sido definida. “Isso pode levar de dois a três anos”, disse uma das fontes.
No comunicado, Robert Wilt, CEO da Manara Minerals e CEO da Ma'aden, disse: “O investimento da Manara Minerals na Vale Base Metals marca nosso primeiro grande investimento no setor de mineração global. Este investimento estratégico significa nossa confiança no negócio de minerais estratégicos da Vale e facilitará o crescimento do portfólio de ativos de classe mundial da VBM em todos os países em que opera”. Chris James, fundador do Engine No. 1, disse no comunicado: “Estamos orgulhosos de apoiar a equipe Vale Base Metals na condução da próxima fase de crescimento
para esses ativos estratégicos”.
(Fonte: jornal Valor - 28.07.2023)