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5 de ago. de 2023

Santa Clara (fertilizantes)

          O grupo Santa Clara começou a produzir fertilizantes especiais em 1997. Tem sede em Ribeirão Preto (SP) e três unidades industriais em Jaboticabal, a 57 quilômetros da matriz.
          O fundador, José Amaro Cury, começou a trabalhar com fertilizantes na Dow Química em 1968 e fundou sua primeira empresa de nutrição vegetal em 1977.
          A Santa Clara Agrociência, que leva o nome da avó do senhor Cury, uma devota da santa, foi fundada em 1997, três anos depois que a família vendeu sua primeira empresa.
          A empresa exporta seus produtos para mais de 30 países da América do Sul e Central, atende Espanha e Portugal, e em 2023 entrou na Índia e África.
          “Enquanto o mercado crescia 23% ao ano, a Santa Clara aumentava suas vendas em 31% ao ano. Então a projeção de chegar a R$ 1 bilhão em 2030 é muito realista”, disse o CEO João Pedro Cury, filho de José Amaro, nascido em 1986. Segundo Cury, que está à frente do grupo desde 2017, o crescimento acelerado da empresa se deve à expertise do pai, ao investimento de 8% do faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento, ao profissionalismo e gestão em todos os ramos, e a abertura do mercado internacional, que representa 15% das vendas. A empresa tem seus resultados apurados por auditoria externa há cinco anos, tem uma filial no Paraguai e planeja abrir unidades no Panamá e na Espanha.
          A empresa familiar acaba de fazer mais uma aquisição, tornando-se uma holding com quatro empresas.
          A nova empresa biológica, Inflora Biociência, será apresentada no próximo congresso da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agropecuários e Veterinários (Andav), que será realizado em São Paulo de 8 a 10 de agosto. A unidade, que deve ficar pronta em três anos, será construída no complexo onde funcionava em Jaboticabal, em uma fazenda de 40 hectares adquirida recentemente. O grupo já tinha uma bioindústria, a CCA Agroindustrial, adquirida em 2013, mas produzia apenas um produto de base biológica para um único cliente.
          Com novas tecnologias, a Inflora fabricará produtos biológicos à base de plantas e microrganismos, apostando em um mercado de R$ 3,4 bilhões, que deve chegar a R$ 17 bilhões em 2030 no Brasil, segundo projeções. Outra vantagem é o menor tempo de registro dos biodefensivos (2 a 3 anos) em relação aos produtos químicos.
          O grupo vai investir R$ 100 milhões na construção de uma fábrica de biológicos e na ampliação das unidades que já possui. Também planeja investir R$ 65 milhões em inovação, validações agronômicas e registro de formulações. Um desses novos produtos, fruto de uma parceria com a Embrapa Agroenergia que envolve o pagamento de royalties, será totalmente disruptivo, segundo o CEO.
          “Os produtos biológicos no mercado dependem de organismos vivos (fungos, bactérias ou vírus), não duram muito no armazenamento e precisam ser usados com fungicidas químicos. Esse novo produto biológico que desenvolvemos com a Embrapa não tem organismos vivos e vai durar muito mais”, disse Cury, acrescentando que o produto está em processo de registro para comercialização.
          A principal empresa, a Santa Clara Agrociência, responde por 90% das vendas. Além da Inflora, o grupo adquiriu a Hydromol, que produz fertilizantes para outras empresas (modelo B2B) e recentemente comprou a Linax, que há 21 anos produz óleos essenciais e equipamentos de destilação.
          Além da Embrapa, a Santa Clara mantém parcerias com 47 instituições no Brasil e no exterior para validar as tecnologias que desenvolve e também trabalha com inovação aberta. Atualmente, possui um projeto inicial de prospecção no “Vale Caipira”, que abrange Piracicaba e Ribeirão Preto.
          A soja responde pela maior parte das vendas de fertilizantes especiais, que são produtos de alta qualidade para aumentar a produtividade da lavoura por meio de sementes e aplicação foliar, mas os produtos da Santa Clara também são utilizados nas culturas de milho, cana-de-açúcar, café e hortaliças. No exterior, são utilizados na produção de banana na Costa Rica, cana-de-açúcar na Guatemala e coco na República Dominicana.
          Para chegar aos clientes, a Santa Clara tem investido na ampliação de suas bases, aumentando de 8 para 11 o número de centros de distribuição terceirizados neste ano. Nesses centros, o atendimento é feito em dois ou três dias. O estado do Mato Grosso do Sul é o maior cliente.
(Fonte: Valor - 02.08.2023)

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