O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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31 de ago. de 2020
Nissei (farmácias)
Nos últimos dias de agosto de 2020, a Nissei pediu registro para realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
A Nissei tem cerca de 300 lojas distribuídas em 76 cidades, no Paraná, em Santa Catarina e São Paulo.
(Fonte: Money Times - 28.08.2020)
30 de ago. de 2020
Fed - Federal Reserve
Todavia, a mudança veio logo depois de uma grande crise financeira que se estabeleceu em 1907 e levou centenas de milhares de americanos a uma corrida bancária. Ali percebeu-se que era necessário um agente maior, que pudesse fiscalizar o sistema financeiro e ao mesmo tempo cuidar da política monetária da nação.
O Federal Reserve — ou FED para os íntimos — foi criado em 1913 com o papel de agir em última instância para assegurar a liquidez no sistema financeiro, caso uma nova grande crise se instalasse no país.
Hoje em dia o FED cuida da política monetária dos Estados Unidos, ou seja, ele possui um colegiado que define qual será a taxa básica de juros da economia, calibrando-a de acordo, principalmente, com os níveis da inflação, mas atentando-se para outros indicadores, como a taxa de desemprego.
Um dos papéis do FED é olhar para a inflação e ajustar os juros de acordo com as expectativas sobre ela. A instituição também supervisiona e regulamenta o sistema financeiro e cuida dos depósitos bancários.
(Fonte: Nord Research - 29.08.2020)
29 de ago. de 2020
Nortis construtora
(Fonte: Valor PRO - 22.07.2020)
28 de ago. de 2020
Iguá Saneamento
Com a expectativa de forte expansão do mercado de água e esgoto nos próximos anos, a Iguá se movimenta para firmar novas parcerias com grupos de infraestrutura, além de retomar os planos de abertura de capital - possivelmente, ainda em 2020, segundo Carlos Brandão, novo presidente do grupo. Este plano, porém, não foi concretizado.
“Temos uma indicação do mercado de que não faltarão recursos para o setor. Seja por meio de emissão de dívidas, seja via IPO [oferta inicial de ações] ou por parcerias com outros grupos interessados em entrar no mercado de saneamento. Temos uma agenda diversificada e ambiciosa”, afirma o executivo, que assumiu o grupo no início de julho de 2020.
OXXO (Grupo Nós)
27 de ago. de 2020
Correio Braziliense
Correio Braziliense (1808-1822)
O jornal Correio Braziliense foi fundado pelo jornalista Hipólito José da Costa. Foi o primeiro jornal brasileiro e era publicado em Londres, para fugir à censura.
Hipólito nasceu no Rio Grande do Sul e deixou o Brasil quando tinha dezesseis anos. Formou-se em Coimbra e morou dois anos nos Estados Unidos. Voltou para Lisboa e foi preso em 1803 por integrar a maçonaria. Processado pela Inquisição, fugiu para a Inglaterra em 1805, onde criou o Correio três anos mais tarde.
"Hipólito era um English wig", escreveu o historiador americano Roderick J. Barman, referindo-se aos liberais que no Parlamento britânico defendiam os direitos individuais e a limitação dos poderes do rei. "Acreditava numa constituição equilibrada e justa, num Congresso forte, em liberdade de imprensa e religião, no respeito pelos direitos individuais."
O mesmo Hipólito que defendia a liberdade de expressão e ideias liberais acabaria, porém, inaugurando o sistema de relações promíscuas entre imprensa e governo no Brasil. Por um decreto, D. João começou a subsidiar Hipólito na Inglaterra e a garantir a compra de um determinado número de exemplares do Correio Braziliense, com o objetivo de prevenir qualquer radicalização nas opiniões expressas no jornal. A partir de 1812 Hipólito passou a receber uma pensão anual em troca de críticas mais amenas ao governo de D. João, que era leitor assíduo dos artigos e editoriais da publicação.
O público nunca teria tomado conhecimento desse acordo. De qualquer modo, Hipólito mostrava-se simpático à Coroa portuguesa antes mesmo de negociar o subsídio.
O Correio Braziliense, que não apoiou a Independência brasileira, deixou de circular em dezembro de 1822. Hipólito foi nomeado pelo imperador Pedro I agente diplomático do Brasil em Londres, cargo que envolvia o pagamento de uma nova pensão pelos cofres públicos.
(Fonte: livro 1808 - Autor Laurentino Gomes)
Correio Braziliense (1960-atual)
O Correio Braziliense em sua fase atual foi fundado em 21 de abril de 1960 por Assis Chateaubriand, juntamente com a inauguração da cidade e a da TV Brasília. O nome veio do histórico Correio Braziliense ou Armazém Literário, editado em Londres a partir de 1808 por Hipólito José da Costa.Em 1960, aceitando um desafio do presidente Juscelino Kubitschek, os Diários Associados, então maior conglomerado de mídia no Brasil, se propuseram a lançar um jornal na nova capital federal, Brasília. Descobrindo nos escritos de Hipólito José da Costa ideias favoráveis à transferência da capital do Rio de Janeiro para o interior, o então diretor dos Diários Associados Assis Chateaubriand decidiu retomar o título, aproveitando o termo brasiliense que começava a ser empregado como adjetivo pátrio de Brasília. No entanto, para manter a fidelidade ao título de Costa, decidiu-se por conservar a grafia arcaica Braziliense, no lugar da grafia atual do gentílico, brasiliense.
Mesmo após a morte de Assis Chateaubriand, o Correio, diferentemente da TV Brasília que foi vendida em 2001, continuou a pertencer aos Diários Associados, sendo o principal jornal da Capital Federal.
Metisa
A empresa está instalada em uma área de 240.000 metros quadrados com 37.250 metros quadrados de área construída. Investe progressivamente em recursos humanos, tecnologias de processos e métodos modernos de administração.
Com mais de sete décadas de experiência, a importância da Metisa está na força que ela oferece ao trabalho e ao potencial produtivo de seus clientes, comercializando o que há de mais avançado e tecnológico em ferramentas agrícolas, lâminas para corte de pedras ornamentais, ferramentas de penetração de solo, acessórios ferroviários, peças para implementos rodoviários, além de ferramentas manuais e arruelas.
A companhia emprega, considerando dados de meados de 2020, cerca de 1100 funcionários. Exporta seus produtos para mais de 40 países, com produção anual de cerca de 80 mil toneladas de produtos em aço.
(Fonte: site da empresa)
26 de ago. de 2020
Avenue (corretora)
No final de agosto de 2020, a corretora americana fechou a compra da distribuidora de valores mobiliários Coin. Agora a Avenue expandirá sua atuação também para produtos no Brasil. O valor da operação não foi divulgado, e a aquisição ainda precisa da aprovação do Banco Central. Não há prazo para que isso aconteça, mas quando o aval vier, o comando da operação no Brasil ficará a cargo de Carlos Ambrósio.
“Para montar instituição no Brasil, precisávamos de alguém com a experiência que ele tem, para ficar na linha de frente das operações”, afirma Roberto Lee. Segundo Lee, a aquisição da Coin vai marcar uma aceleração nos investimentos da empresa rumo à sua expansão, com o objetivo de oferecer a diversificação ao investidor de varejo via o acesso direto a diversos mercados pelo mundo.
Após dois anos, o Itaú adquirirá participação adicional de 15,1%, por um valor a ser determinado a partir de um múltiplo de receita ajustada pré-definido, atingindo o controle com 50,1% do capital total e votante. Após cinco anos, poderá exercer uma opção de compra para adquirir a participação remanescente detida pelos atuais acionistas da Avenue.
25 de ago. de 2020
Companhia de Calçados Devisate
Antônio Devisate começou na indústria calçadista na década de 1920 com a fábrica Rocha, que, posteriormente, passou a se chamar Companhia de Calçados Devisate. Apesar de ter se casado, não teve filhos. Criou apenas uma enteada. Devisate distribuiu alguns cargos da empresa entre os irmãos e sobrinhos. Um deles chegou a abrir lojas no Rio de Janeiro, mas não seguiu por muito tempo.
No início da década de 1960, quando surgiram no mercado os calçados vulcanizados, Devisate, então com 70 anos, decidiu passar os negócios para alguém da família. Como ninguém quis assumir a fábrica, ele pagou todos os funcionários e fechou as portas.
(Fonte: vidavibrante.com)
24 de ago. de 2020
11 - Eleven
A Eleven passará a atuar dentro do ecossistema de soluções financeiras da Suno como a casa de análise responsável por atender investidores institucionais, como assessores de investimentos, bancos, plataformas, fundações, gestoras e family offices.
Fiação e Tecelagem de Tatuí.
Plácido Meirelles começou no ramo têxtil como funcionário de armazéns de algodão no Rio de Janeiro. Trabalhou como técnico até formar o segundo conglomerado de algodão, atrás apenas das tecelagens dos Matarazzo.
Com a crise da bolsa de Nova York, em 1929, porém, Meirelles teve um prejuízo enorme. Nos anos seguintes, viveu para fechar as indústrias. Morreu em 1934, ao terminar de pagar todos os encargos. Restou apenas uma fábrica, a Fiação e Tecelagem de Tatuí, herdada pelos filhos Augusto e Dario, que depois de um tempo desistiram do negócio.
(Fonte: vidavibrante.com)
22 de ago. de 2020
AACD
A AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente, entidade sem fins lucrativos, foi fundada em 3 de agosto de 1950 e chega aos dias atuais com grandes voltas por cima no seu próprio
histórico — e ainda há desafios a superar.
Fundada como entidade sem fins lucrativos pelo doutor Renato da Costa Bomfim, especialista em ortopedia, teve como primeira grande batalha o auxílio a quem tinha poliomielite, doença eliminada do
país desde 1994 graças às campanhas de vacinação.
A AACD foi fundada numa casa na Alameda Barão de Piracicaba, em Campos Elíseos, em 1950, ganhou centro de reabilitação no Ibirapuera, em 1963, e hospital ortopédico, em 1993.
Para se ter uma ideia de números, a organização realizou 10,5 milhões de atendimentos só na
década de 2010. Só em 2019, 62 396 pessoas passaram por uma das nove unidades de reabilitação no país e no hospital paulistano. No mesmo ano, a oficina entregou 61 232 produtos ortopédicos.
Como fechar a conta? A maior parte da receita vem do próprio hospital, mas as doações têm papel fundamental. Desde 2010 foram arrecadados 500 milhões de reais, grande parte via Teleton. Hebe Camargo foi a primeira madrinha do programa, que estreou em 1998 e desde então ocupa um fim de
semana anual da grade do SBT com auditório lotado, shows de artistas e depoimentos de pacientes.
Em 2019, a proporção era de 2 013 funcionários para 1 185 voluntários na ativa. Quem quer ajudar logo aprende que a função nada tem a ver com brincar com as crianças no colo. Na fisioterapia, o voluntário auxilia o profissional, economiza o tempo buscando um brinquedo, enquanto ele não pode sair do tablado para não deixar o paciente sozinho.
No passado, a abertura de novas unidades espalhadas pelo Brasil era vista pela AACD como a melhor forma de levar o conhecimento a quem mais precisa. Os altos custos de manutenção — e as dificuldades dificuldades de parcerias com prefeituras e estados — mostraram que não se tratava da estratégia mais viável. As nove unidades de reabilitação são deficitárias, cada unidade nova aumentaria o déficit. O plano é seguir com parcerias técnicas. É feita a identificação de instituições locais que façam trabalhos nessa linha e então é dado todo o suporte e treinamento. Os protocolos serão como se fossem unidades AACD, mas montadas como parcerias.
A maioria dos atendimentos da AACD, 80% deles, é feita pelo SUS. Para a instituição, uma consulta de fisioterapia custa 98 reais — dos quais apenas 6 reais são pagos pelo sistema público. “É um enorme gap financeiro. Aí que entra a captação de doações de pessoas físicas e empresas”, conta Edson Saab de Brito, superintendente de marketing e relações institucionais.
“No Brasil, não há a cultura da doação recorrente, por isso historicamente é preciso fazer campanhas.” O Teleton, que foi ao ar pela primeira vez em 1998, e desde então é transmitido anualmente pelo SBT, foi responsável por 30% dos 81 milhões arrecadados em 2019. Devido à crise gerada pela pandemia (Coronavírus-19), que derrubou drasticamente o número de cirurgias, por exemplo, a necessidade de captação de recursos saltou de 80 milhões para 130 milhões de reais em 2020. “A instituição tem alto impacto social. É preciso despertar para a cultura de ser melhor muitos doando pouco do que pouco do que poucos doando muito.”
(Fonte: Veja SP - 05.08.2020)
21 de ago. de 2020
Banco Ficsa
O banco Ficsa foi adquirido em 2008 pela holding Quis Participações, cujo controle é dividido entre o dono das Organizações Polimix, do setor de distribuição de cimento, e as holdings de investimentos
pessoais de dois sócios do grupo Equipave, da área de infraestrutura e álcool.
Desde janeiro de 2013 os acionistas deliberaram pela suspensão de novas operações de crédito e até hoje o banco se dedica à administração da carteira remanescente e dos recursos próprios, com o propósito de desalavancar sua estrutura.
Para tanto, o Ficsa liquidou antecipadamente fundos em direitos creditórios, recomprou todas as carteiras cedidas com cláusula de coobrigação e realizou cessões dos respectivos créditos recomprados
sem retenção de riscos e benefícios.
No seu balanço de 2019, o Ficsa havia revelado que em novembro daquele ano foi assinado contrato de compra e venda de ações e outras avenças, com cláusula de sigilo.
Na ocasião, foi firmado também um compromisso de aporte em comum acordo das partes, de R$ 600 mil pelos atuais controladores e R$ 600 mil pelos futuros controladores, todos os meses
subsequentes até a transferência total do controle acionário devidamente homologado pelo BC.
Em 20 de agosto de 2020, o Banco Central aprovou a transferência de controle societário do Banco Ficsa para o C6. A decisão foi aprovada pela diretoria colegiada da autoridade e não há mais
detalhes sobre a operação.
Segundo os dados mais recentes do sistema IFData, do BC, o Ficsa tem R$ 24,349 milhões em ativos e uma carteira de crédito de R$ 77 mil, com apenas duas agências.
(Fonte: ValorInveste - 21.08.2020)
20 de ago. de 2020
Yamada (Grupo Yamada)
Quando colocou os pés no Brasil pela primeira vez, em 1928, o sonho de Yoshio Yamada, comerciante de frutas de uma pequena cidade do Japão, era fazer da Amazônia um grande celeiro. Foi com essa ideia romântica que voltou ao Japão para constituir uma empresa e atender às outras exigências para tomar posse de uma gleba de 100.000 hectares no interior do Pará, onde pretendia assentar imigrantes japoneses. Não deu. Com a revolução de 1930, a concessão de terras acabou sendo anulada e Yoshio acabou tendo o primeiro contato com uma particularidade do Brasil que viria a conhecer muito bem: a instabilidade das regras do jogo.
Mesmo sem as terras, Yoshio resolveu tentar a sorte no país, mais precisamente na Amazônia. Depois de viver da lavoura e do pequeno comércio em Ourém e Igarapé-Açu, interior do Pará, Yoshio mudou-se para Belém.
Em 1942, quando o Brasil declarou guerra aos países do Eixo, Yoshio, assim como muitos outros japoneses radicados no país, passou a ser hostilizado. Foi durante uma temporada no presídio São José, em Belém, que começou a se dedicar à pintura. Na falta de material, usava carvão e as paredes do presídio como tela. O tema de seus quadros, expostos em mostras em Belém, Rio de Janeiro e Tóquio, era frequentemente a Amazônia.
Depois de deixar a prisão, foi confinado, junto com a mulher, Aki, e os três filhos - dois outros nasceram ali -, no campo de concentração de Tomé-Açu, de onde só saiu no final da guerra.
Com as economias amealhadas nos anos seguintes graças ao comércio de hortaliças e carvão vegetal, Yoshio, então com 54 anos, fundou, em 1950 a Y. Yamada & Cia. A partir daí, passou a vender de tudo: vergalhões, arames farpados, ferragens, motores marítimos, máquinas de costura (Mitsubishi, importadas do Japão), sementes e adubos químicos. Em 1957, comprou um grande lote de fogões a gás e introduziu o sistema de crédito em Belém. No início dos anos 1960, embarcou com força numa grande novidade. Com a chegada da televisão a Belém, Yoshio passou a vender televisores Philips, em
36 prestações. Daí em diante o voo foi de cruzeiro.
Tempos depois, transformou-se na maior rede de lojas de departamentos do Pará, o carro-chefe do grupo de 11 empresas que no início do novo século atuava nas áreas de processamento de dados, factoring, comércio de automóveis, turismo e pecuária de corte.
Depois de vencer a chamada década perdida - os anos 1980 - com a consolidação da loja de departamentos, a empresa deu em 1992 um passo estratégico. Para se firmar como um nome forte no varejo em tempos de intensa competição, passou a atuar também no ramo de supermercados. Os responsáveis pela explosão nas vendas de 1994 a 1998 foram os pipoqueiros, feirantes, flanelinhas, manicures, empregadas domésticas, ambulantes e outros representantes da economia informal que descobriram uma coisa rara. Para ter crédito em uma das 23 lojas da Yamada em Belém e em outras 6 no interior do estado, os clientes não precisavam, necessariamente, estar empregados ou ter uma fonte
de renda segura e estável.
Fernando Teruó Yamada, nascido em 1955, casado com uma médica em Belém e pai de três filhos, diretor financeiro da empresa no ano de 2000, é representante da terceira geração dos Yamadas encarregada de tocar os negócios da família. Nessa época, seu pai, Junichiro, nascido em 1928, um dos cinco filhos do patriarca Yoshio, falecido em 1973, ainda ocupava a presidência do grupo e exercia,
informalmente, as funções de ombudsman da empresa.
Considerando o ano de 2000, das maiores redes do país, apenas C&A, Arapuã, Riachuelo e Lojas Americanas disputavam o mercado local. Foi nesse vácuo que os grupos varejistas locais, como Yamada, Líder e Visão - tidos como muito agressivos na hora de defender seu território -, conseguiram firmar-se.
(Fonte: revista Exame - 15.11.2000)
19 de ago. de 2020
Mateus Supermercados
Nascido em 1964 em Imperatriz, interior do Maranhão, ele perdeu o pai na infância e começou a trabalhar para ajudar em casa a partir dos 7 anos.
Sem o devido estudo, trabalhou como engraxate e torneiro mecânico até se tornar garimpeiro em Serra Pelada nos anos 1980, na esperança de encontrar ouro.
Exposto a doenças, contaminação por mercúrio e muita violência, Ilson não teve sucesso na extração do minério, assim como a maioria dos brasileiros.
Por isso, ele voltou para sua cidade natal e decidiu empreender, mas quebrou nas duas tentativas. Com o sonho de um dia ser um grande empresário, Ilson não desistiu e foi vender bebidas em Balsas, interior do Maranhão.
A decisão não foi à toa: sempre à procura de oportunidades para prosperar, Ilson reparou o ‘boom’ econômico da cidade na década de 1980 e viu que ali havia um gargalo na venda de alimentos… uma demanda reprimida.
Morando de favor num barraco de madeira no terreno da sogra aos 20 anos, ele comprou fiado um caminhão pra vender produtos e logo abriu uma mercearia, em 1986.
Humilde e sem esbanjar, Ilson Mateus rodou o Brasil por anos no caminhão e contratou outros motoristas para rodarem nos caminhões que foram se somando ao negócio enquanto a esposa tocava a loja, que por sinal não parava de crescer:
Com um faturamento milionário, reputação sólida em diversos segmentos da sociedade e gestão competente, o casal decidiu fortalecer o segmento de varejo com a inauguração de várias unidades, consolidando-se como a maior rede varejista do nordeste com o passar dos anos.
O crescimento contínuo na década de 2010, com receitas bilionárias ano após ano, culminou na abertura de capital na Bolsa em 2020 (GMAT3), com uma captação de R$ 4,63 bilhões.
Além disso, se posiciona como uma empresa de logística focada em adensar cada vez mais a região norte e nordeste com suas lojas e o serviço de crédito (Mateus Card).
A empresa atua em 54 cidades dos estados do Maranhão, Pará e Piauí, além do atendimento por entrega nos estados de Tocantins, Bahia e Ceará, e mantém operações no varejo de supermercados, atacarejo, móveis e eletrodomésticos.
18 de ago. de 2020
Mucky (Projeto Mucky)
4 de ago. de 2020
NatWest (antigo RBS Bank)
3 de ago. de 2020
Mafersa
Durante o período de 1979 a 1989, algumas tentativas foram feitas para privatizar a empresa, mas todas foram infrutíferas. A Mafersa era velha cliente do hospital de empresas em que o BNDES se transformara.
Uma negociação estava marcada para 12 de outubro de 1989, véspera da eleição presidencial daquele ano. Em 3 de outubro, o então candidato Lula denunciou que a Mafersa seria transferida a mãos privadas por preço inferior ao valor patrimonial, o que fez da venda da empresa um tema negativo da campanha eleitoral.
A dois dias daquele leilão, o líder metalúrgico Luiz Antônio Medeiros, em audiência com o presidente Sarney, pediu que fosse suspensa a venda, pois "a sociedade levantava dúvidas sobre a questão do preço". Imediatamente Sarney despachou ordens para o BNDES e ministros competentes, determinando a sustação do leilão.
Já na era Collor, em agosto de 1990, a empresa foi incluída na leva inicial do Programa Nacional de Desestatização (PND). E novo leilão foi marcado para 11 de novembro de 1991. Não houve as "tradicionais" badernas na Praça XV - os objetivos do sindicalismo se voltaram apenas para companhias maiores. A polícia tinha sido informada que não ocorreriam episódios violentos.
A privatização ocorreu em 11 de novembro de 1991. Dois licitantes participaram: o consórcio formado pelo grupo Iochpe e pela empreiteira C.R.Almeida, e a Refer - Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social. O mercado previa ágio moderado, ao redor de 15% sobre o mínimo de Cr$ 54,95 por ação. Após 43 minutos, a Refer adquiriu a Cr$ 143,50 por ação 90% do capital acionário da Mafersa. O sobrepreço foi de 161%.
Ninguém previu o desastre financeiro em que a Mafersa se transformaria. Quatro anos após a compra, a Refer decidiu se retirar do negócio, em meio a 15 pedidos de falência ajuizados. Em agosto de 1995, vendeu na Bovespa, 65% do capital da companhia à Associação de Condôminos Investidores na Mafersa (Acim), clube de investimentos que já detinha o correspondente aos 10% das ações que haviam sido vendidas aos funcionários na privatização. O valor da negociação dos 65% foi de simbólicos R$ 1.000,00, passando a Acim a deter 75% do capital da Mafersa. A Refer seguiu com os outros 25% da empresa. A companhia privatizada pelo valor de face de US$ 48,4 milhões simplesmente desapareceu.
O que surpreende no episódio é que o sumiço da empresa jamais teve repercussões. Ninguém se pronunciou a respeito da morte do negócio. É ainda mais intrigante o fato de ter sido a única companhia privatizada adquirida, integralmente, por um fundo de pensão estatal.
(Fonte: revista Capital Aberto - novembro 2010 - Ney Carvalho)
2 de ago. de 2020
Granero
Pedro Granero era um empreendedor nato e inquieto. De dono de bar a feirante, não foram poucas as atividades que ele exerceu até encontrar seu verdadeiro caminho nos negócios. Essa rota começou a ser traçada em meados da década de 1960, quando passou a prestar pequenos serviços de carreto no bairro paulistano da Vila Morais. A pequena operação ganhou tração em 1967, com a fundação da Granero. No entanto, aos poucos, Pedro decidiu se afastar para se dedicar a hobbies como a pescaria. Acostumados a pegar no batente com o pai desde cedo, seus dois filhos, Bernardo e Roberto, na época com 20 anos e 15 anos, assumiram as rédeas da operação.
A empresa desenvolveu métodos, tecnologia e capacitação para garantir uma prestação de serviços mais humanizada e personalizada no transporte de objetos.
Em 2017, acostumada a atender clientes residenciais e gigantes como Unilever e Itaú Unibanco, a Granero se preparava para a maior mudança de sua história: a escolha de quem ditaria os novos rumos da companhia, que completou então 50 anos. Ainda em fase inicial, a sucessão trazia no páreo Robson, filho de Roberto; e Eduardo, Emerson e Everton, os três filhos de Bernardo. A expectativa era que o processo seria concluído até o fim de 2017. “O desafio é manter a harmonia que eu e meu irmão sempre tivemos na gestão, algo incomum numa companhia familiar”, diz Roberto Granero, então com 65 anos, presidente do grupo, que aponta a união como um dos segredos de longevidade do grupo. “Nós temos perfis complementares. Cada um sempre fez bem a sua parte e nunca tivemos nenhum atrito.”
Essa cumplicidade veio novamente à tona em janeiro de 2017, quando Roberto teve um problema de saúde. Nesse período, Bernardo, que se afastara do dia a dia da companhia cerca de oito anos antes, assumiu o seu lugar. Em março de 2017, com o irmão voltando à rotina, a prioridade era a passagem de bastão. O processo seria conduzido unicamente pela dupla. “Chegamos a procurar empresas especializadas, mas concluímos que é melhor fazer tudo em casa”, diz Bernardo. “E a ideia é manter a família no comando. Todos os membros dessa segunda (terceira?) geração já conhecem o negócio, pois começaram muito cedo na empresa e têm totais condições de tocar a operação.”
Eduardo, filho mais velho de Bernardo, comandava a franquia da empresa em Campinas (SP). Emerson era diretor comercial e Everton, o caçula, atuava como diretor de operações. Robson, filho de Roberto, liderava a G-Inter, braço de mudanças internacionais do grupo, que opera de forma independente. A fusão das duas empresas era, inclusive, uma alternativa que seria avaliada na sucessão. A liderança partilhada entre os herdeiros também não estava descartada. Enquanto discute a passagem de bastão com o irmão, Roberto segue traçando as estratégias para que a empresa se adapte às novas dinâmicas do setor.
A oferta de serviços similares, com orçamentos e venda via internet, é um dos componentes que têm impactado o negócio. “Esses rivais estão restringindo a disputa ao preço”, diz Roberto. Presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, José Hélio Fernandes observa que a crise (2015) reforçou a procura por serviços desse porte e favoreceu a informalidade, em um setor já extremamente pulverizado. “É uma competição desigual”, diz. “E as empresas com serviços especializados, de maior custo, estão sofrendo bastante.” A Granero vem tentando contornar esse cenário.
Responsável por 70% dos negócios, o segmento de mudanças residenciais é um bom exemplo dessa resiliência. Apesar de uma retração de 7% no volume, para 19,4 mil mudanças por ano, a vertente não registrou queda de faturamento. Para alcançar esse resultado, a Granero decidiu se concentrar apenas nos clientes de alto poder aquisitivo e reforçou a qualidade. Além de “mimos” como um tapete vermelho no dia da mudança, o grupo seguiu trabalhando apenas com orçamentos automatizados e feitos com base em vistorias presenciais. A partir dos dados coletados, softwares geram automaticamente o preço e as demandas específicas de cada serviço. No segmento corporativo, os reflexos da crise têm sido positivos, muito em função da busca das empresas para consolidar operações e reduzir custos de locação.